A Corriola da Matriz nas águas do Recife…

Em clima de “missão cultural”, no sábado (18), parte da turma que integra a “Corriola da Matriz”, literalmente, embarcou no catamarã para navegar pelas águas da Veneza Brasileira. Conhecer o Recife de um ângulo diferente, ou seja: a partir das águas que banham a cidade.

No contexto, uma parada na Avenida Rio Branco – Recife Antigo – para bebericar e jogar conversa fora.

Maria Cristina de Lima Tavares Correia – por @historia_em_retalhos.

Esta é Maria Cristina de Lima Tavares Correia, a voz feminina da redemocratização em Pernambuco.

Natural de Garanhuns/PE, Cristina atuou em vários veículos de informação, como o Jornal do Commercio, o Diario de Pernambuco e o Correio Braziliense.

Eleita deputada federal pelo MDB, em 1978, tornou-se a primeira pernambucana e a terceira nordestina a conseguir uma vaga na Câmara dos Deputados, após as baianas Nita Costa e Necy Novaes.

Depois, foi escolhida vice-líder do PMDB e, com as ausências do titular, tornou-se a primeira mulher a liderar uma bancada na história do parlamento brasileiro.

Voz altiva e independente, lutou firmemente pela redemocratização do país, votando em Tancredo Neves, no Colégio Eleitoral, em 1985.

Defensora da educação e da ciência, por acreditar ser este o caminho para o desenvolvimento do país, foi relatora da Subcomissão de Ciência e Tecnologia e da Comunicação da Assembleia Nacional Constituinte de 1987.

Foi uma das fundadoras do PSDB, saindo, em seguida, para o PDT, não conseguindo o seu quarto mandado para a Câmara dos Deputados em 1990.

Em 1989, publicou “A Última Célula: minha luta contra o câncer”.

Cristina faleceu, precocemente, em 1992, nos EUA, aos 57 anos, de câncer de mama.

Pioneira, abriu as portas para outras mulheres, que seguiram na sua luta pela liberdade de imprensa, pela democracia, pela resistência ao patriarcado e pela participação feminina na política.
.
Siga: @historia_em_retalhos

https://www.instagram.com/p/Cp2e9miuZbz/?igshid=MDJmNzVkMjY%3D

Tiro de Guerra – Solenidade de Matrícula – turma 2023!!!

Na presença de autoridades (civil e militar) e com a devida atenção dos pais e familiares, na noite de ontem (15), 90 jovens  antonenses foram matriculados no nosso Tiro de Guerra (07-004)  dando, assim, a formatação definitiva da turma de 2023. A solenidade aconteceu na sede do próprio Tiro de Guerra, localizado no Alto do Reservatório.

Comandada pelo S Tem  Wagner Pereira – atual chefe da instrução – o evento foi marcado pela organização e também pela vibração dos atiradores. No conjunto dos convidados o sentimento reinante foi o da emoção.

Doravante esses jovens receberão os melhores ensinamentos teóricos e práticos da vida militar com destaque à disciplina sob todos os pontos de vista. Na qualidade de convidado, nas últimas décadas, sempre participei dos eventos do Tiro de Guerra. Mas a turma de ontem (2023), por assim dizer, teve um gosto especial. Meu filho, Gabriel, foi um dos 90 jovens matriculados na turma em tela.

Assim sendo, da nossa parte, desejamos a todos muito sucesso e aprendizado nessa nova missão cívica. Boa Sorte!

Os políticos locais já estão na vantagem novamente…..

Consagrada numa eleição marcada pelo ineditismo, após tomar posse e sentar na cadeira mais importante do Palácio do Campo das Princesas, a atual governadora,  Raquel Lyra, nesses primeiros 75 dias de gestão,  ainda não conseguiu alimentar a chamada “agenda positiva”.

Até o presente momento, suas ações, em praticamente todas as áreas, segundo as mais variadas fontes da imprensa da capital, não agradou a maioria dos pernambucanos. Lembremos que ex-prefeita de Caruaru ascendeu ao cargo máximo do executivo estadual, entre outros fatores,   justamente pela impopularidade da gestão comandada pelo PSB (16 anos),  capitaneada nos últimos 8 anos pelo ex-governador Paulo Câmara.

Evidentemente que ainda é muito cedo para qualquer prognóstico mais equilibrado. Mas, ao que parece,  o conjunto político antonense,  diga-se os três grupos que estão no poder, tal qual como ocorreu com a gestão do governador Paulo Câmara, parece que já estão se encaixando debaixo das “asas” da gestão comandada pela governadora. Isso é ruim para Vitória –  para não dizer péssimo.

Aos olhos dos leigos em política “ficar na base de apoio do governo”   até parece uma coisa boa para cidade. Mas na prática – e a gente já sentiu isso na pele – quando todos os grupos políticos  – que se declaram inimigos no plano local –   ficaram no “pacote” do  governo Paulo Câmara  a cidade inteira “perdeu a voz” da cobrança, tão necessária para o contínuo melhoramento dos serviços estaduais na circunscrição municipal.  Já para suas excelências e seus familiares as vantagens ” dessa operação” são inúmeras.  É esperar e acompanhar os próximos capítulos desse filme, com cheiro de reprise….

“Adriana Bombom” – por @historia_em_retalhos.

Esta é Adriana Soares, a “Adriana Bombom”, dançarina e assistente de palco do programa da Xuxa por 7 (sete) anos.

De origem pobre, Adriana viveu em um orfanato durante a infância, tendo trabalhado como babá, empregada doméstica e balconista, antes de passar a integrar a equipe de Marlene Mattos.

Diante das telas, com a Xuxa, Bombom era carismática, tinha presença de palco e fazia tudo o que uma paquita oficial realizava, porém jamais foi uma.

Nunca foi convidada e sequer foi cogitada a possibilidade de ela integrar o time das paquitas da Xuxa, que fez muito sucesso no Brasil dos anos 90.

Qual a razão da distinção?

Em várias entrevistas, Bombom afirmou que o motivo devia-se ao fato de ser negra.

“Não tinha paquita negra, eram todas loiras (…). Passava geração, mas nunca entrava uma negra”.

A toda poderosa Marlene Mattos não aceitava.

Essa circunstância foi confirmada pela própria Xuxa, no programa Altas Horas, que foi ao ar no último dia 11.03.2023.

Questionada se já sofreu ataque racista, Bombom declarou:

“Quem não? Tudo magoa, a falta de oportunidade, o desmerecimento da sua cor, do seu cabelo, tudo é muito grave (…)”.

Convenhamos, Bombom é um típico caso do racismo “a brasileira”.

Ela era “como se fosse” uma paquita, mas jamais seria oficialmente, sendo-lhe reservado um espaço secundário, de inferioridade.

A verdade é que a linha invisível que separa brancos e pretos neste país nunca deixou de existir.

Se considerarmos os 523 anos do Brasil, desde o seu “descobrimento”, apenas 135 anos, ou seja, 25% do tempo total, foram livres da chaga perversa da escravidão.

3/4 (três quartos) da nossa “história” foram oficialmente pautados na concepção de que a pele negra e o cabelo crespo significavam inferioridade.

Até quando?

Para a nossa reflexão.

Uma boa quarta-feira a todos!
.
Siga: @historia_em_retalhos

https://www.instagram.com/p/Cpzhn0UujLv/?igshid=MDJmNzVkMjY%3D

“Árvore da vida” – por Siga: @historia_em_retalhos.

Desde o dia em que ganhei de meu amigo André Luiz uma muda de baobá, fiquei com uma inquietação: gostaria de que essa planta crescesse em um espaço coletivo, onde as pessoas pudessem conhecer melhor o seu significado.

Essa árvore foi mundialmente divulgada no clássico “O Pequeno Príncipe”, do escritor francês Antoine de Saint-Exupery, e, para nós, é um símbolo muito importante da nossa ancestralidade africana.

Muitos a chamam de “árvore da vida”!

Foi quando procurei o urbanista social e militante da causa da cidadania Murilo Cavalcanti, propondo-lhe a doação da muda, em nome do Núcleo do Patrimônio Cultural do MPPE, a alguma unidade da Rede Compaz.

Murilo topou e ontem nos proporcionou uma manhã maravilhosa!

Não sei se todos sabem, mas Murilo e a Rede Compaz buscaram inspiração nos avanços sociais de Medellín, na Colômbia, tendo essa parceria gerado um trabalho de inclusão social e cidadania que dá gosto de ver.

Antes do plantio, porém, decidi realizar uma enquete para batizar a muda.

Após uma disputa apertada com Naná Vasconcelos, venceu o nome “Princesa Aqualtune”.

Sim, venceu a opção por uma mulher preta e guerreira.

Arrancada de sua terra natal para ser escravizada no Brasil, a princesa congolesa Aqualtune é uma figura lendária, que reverbera no imaginário da mulher afro-brasileira como um símbolo muito forte de resistência e luta.

De princesa africana a escravizada no Brasil, com seus conhecimentos políticos, organizacionais e de estratégia de guerra, Aqualtune, efetivamente, pode ter sido fundamental na consolidação do Quilombo dos Palmares, principal foco da resistência negra no Brasil.

Só tenho a agradecer a todos os que se envolveram comigo nessa ideia!

Vida longa ao baobá Princesa Aqualtune!

Vida longa ao Compaz!

Obrigado à minha esposa @carlafmaciel, à minha filha, à querida amiga @alinearroxelas, a Bebel e aos amigos @murilo.compaz e @eli_masceno1973 pelo dia de ontem!
.
Siga: @historia_em_retalhos

O istmo que separou as cidades-irmãs – por @historia_em_retalhos.

Neste exato ponto circulado em vermelho, ficava a estreita porção de terra que ligava as cidades-irmãs de Olinda e Recife, aniversariantes de hoje.

O deslocamento dava-se do Recife em direção a Olinda, em razão da fartura de água potável na vila olindense, algo muito comum nos processos de ocupação.

Essa estreita faixa de terra (aproximadamente 80m de largura) existiu até o comecinho do século 20.

Em 1909, iniciaram-se as obras no Porto do Recife, com a construção do molhe de Olinda, na altura, mais ou menos, da fortaleza edificada pelos holandeses para proteger o istmo (Forte do Buraco).

A construção do molhe de Olinda alterou as correntes marinhas, causando a ruptura do istmo, em meados de 1912.

Abriu-se, então, uma fenda (foto), que separou Olinda do Recife, transformando o Bairro do Recife, definitivamente, na ilha que ele é hoje, e não mais na península que ele já foi um dia.

É por isso que dizem que o rompimento do istmo foi um “efeito colateral” das obras de reforma do porto e que o Bairro do Recife é uma ilha “por acidente”.

Uma coisa, porém, é certa: apesar do rompimento do istmo, há 488 e 486 anos, respectivamente, Olinda e Recife seguem irmanadas fazendo história.

A primeira, Marim; a segunda, Maurícia.

A primeira, lusitana; a segunda, holandesa.

A primeira, das colinas; a segunda, dos rios.

Parabéns às cidades-irmãs, Olinda e Recife, aniversariantes do dia de hoje! .

Siga: @historia_em_retalhos

https://www.instagram.com/p/CpsFFAGuQAh/?igshid=MDJmNzVkMjY%3D

Instituto Histórico: reunião ordinária.

Retornando com boas e necessárias reuniões ordinárias, na manhã do domingo (12) – no prédio que hospedou o Imperador Pedro II –  a diretoria do Instituto Histórico e demais sócios reuniram-se para tratar de assuntos de interesse da referida instituição.

No encontro, comandado pelo presidente Pedro Ferrer, além de questões administrativas tratou-se da pauta do próximo evento do Instituto atinente às comemorações do dia 06 de maio – Elevação da então Vila de Santo Antão à categoria de Cidade.

A história de Pata Seca – por @historia_em_retalhos.

A história de Pata Seca, o escravo que teria tido mais de 200 filhos.

Uma das facetas mais tristes do fenômeno perverso da escravidão era a equiparação dos escravos a coisas ou animais.

Naqueles tempos, ter um escravo tido como “reprodutor” era algo desejado pelos senhores, porque os seus frutos seriam mão de obra para os trabalhos forçados no campo.

Esse foi o caso de Roque José Florêncio, que entrou para a história como o escravo que teria tido mais de 200 filhos e morrido aos 130 anos.

Roque ganhou o apelido de “Pata Seca”, porque tinha as mãos longas e finas e foi declarado “escravo reprodutor”, em razão de sua altura de 2,18 metros, atendendo ao mito que existia na época de que homens que eram altos e com as canelas finas tinham maior tendência de gerarem filhos do sexo masculino.

Nascido na primeira metade do século 19, foi comprado pelo latifundiário Francisco da Cunha Bueno e viveu nos arredores da cidade de São Carlos, interior de São Paulo.

Ele era obrigado a visitar as senzalas regularmente para violar as mulheres que lá estavam, em um processo extremamente violento, especulando-se que seja o antecessor direto de aproximadamente 30% da população do distrito de Santa Eudóxia.

Pata Seca não trabalhava na lavoura, nem vivia na senzala.

Tinha boas relações com o seu proprietário e era responsável por percorrer todos os dias, a cavalo, os 35 quilômetros que separavam a fazenda da cidade de São Carlos para buscar as correspondências, além de cuidar dos demais animais de transporte da propriedade.

Faleceu em 1958 e, até hoje, pesquisadores tentam descobrir mais sobre a sua vida, inclusive se viveu realmente até os 130 anos, como está registrado em sua certidão de óbito.

O documento emitido aponta que o escravo morreu de insuficiência cardíaca, miocardite, esclerose e senilidade.

Marinaldo Fernando de Souza, doutor em educação pela UNESP, escreveu uma tese baseada na vida de Pata Seca, explicando que a falta de mais registros sobre a sua história está na desvalorização da memória negra.

“A história oficial tende a forçar o esquecimento da memória negra”, afirma.
.
Siga: @historia_em_retalhos

https://www.instagram.com/p/Cpmpd6XOIkn/?igshid=MDJmNzVkMjY%3D