Seculares engenhos de Vitória de Santo Antão – por Marcus Prado

Durante cerca de dois anos, enfrentando uma série de dificuldades (inclusive de acesso), fotografei a maioria dos seculares engenhos de açúcar da Vitória de Santo Antão.

Creio que foi uma iniciativa pioneira, posto que inexistia nos arquivos locais uma memória iconográfica desse tempo rural e fator de crescimento industrial da nossa terra.

Fiz doação desse acervo, ampliado, ao Instituto Histórico, na expectativa de ser útil aos futuros pesquisadores, o último dos quais foi o professor José Aragão, presidente do I.H., que recebeu as fotos com muito zelo.

Hoje, são todos de fogo-morto, com seus equipamentos inúteis e suas paredes em ruínas.

Decadência do nosso importante a motor da industrialização brasileira, o ciclo da cana gerou condições para uma importante classe que proporcionou condições para ascensão de uma oligarquia rural que serviu de inspiração para os barões do café no sudeste brasileiro.

Marcus Prado – jornalista 

“Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia” – Siga: @historia_em_retalhos.

Em 1989, a Beija-Flor realizava aquele que é considerado o desfile mais ousado e impactante da história do carnaval carioca.

Até hoje, esse desfile é citado e estudado.

Impressionantemente, o carnavalesco Joãosinho Trinta desnudou para o mundo o contraste entre o luxo das elites brasileiras e a pobreza daqueles que vivem no meio do lixo, em um dos países mais desiguais do planeta.

Logo na abertura, o carro abre-alas traria um Cristo Redentor em meio aos mendigos e vestido como eles.

Porém, a Arquidiocese do RJ conseguiu uma ordem judicial para proibir a apresentação da alegoria.

Joãosinho não se deu por vencido e cobriu o Cristo com um plástico preto, acrescentando a frase “Mesmo proibido, olhai por nós!”.

A polêmica gerada em torno da censura acabou dando à alegoria um impacto ainda maior.

“Atenção mendigos, desocupados, pivetes (…) esfomeados e povo da rua… Tirem dos lixos deste imenso país restos de luxo e façam a sua fantasia (…)”.

Com esses dizeres, a escola convidava para a grande confraternização: o luxo seria retirado do lixo!

Um detalhe de muita simbologia: os diretores da escola usavam uniformes iguais aos dos profissionais da limpeza.

O resultado disso foi que os garis que vinham atrás do desfile, limpando a avenida, sentiram-se contagiados, visibilizados e parte integrante da festa!

Ao fim, Beija-Flor e Imperatriz Leopoldinense (que exaltou a proclamação da República) terminaram empatadas com 210 pontos.

Por um capricho do destino, o desempate ocorreu em uma nota originariamente descartada, no quesito samba-enredo, e a Beija-Flor amargou o segundo lugar.

Anos depois, o jurado Cláudio Cunha, que tirou um ponto da Beija-Flor no quesito evolução, disse que havia se arrependido de não ter dado a nota 10 que faria a escola de Nilópolis campeã.

Mesmo não levantando a taça, porém, o desfile revolucionário entrou para a história.

Jamais uma escola de samba realizou uma crítica social tão profunda, expondo às vísceras os contrastes de um país desigual, em que a extrema pobreza e a extrema riqueza convivem dentro de uma permanente tensão.
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Júlio Mosquito, o eterno morcego do nosso Carnaval – por Marcus Prado.

Um dos mais alegres brincantes do Carnaval vitoriense foi o nosso Júlio Mosquito, imortalizado na fantasia de Morcego.
Foi fotografado por Abraão Meireles há exatos 80 anos, (1945), uma data que deveria ser celebrada pelos carnavalescos da cidade.
Júlio fazia parte da cena carnavalesca do que havia de melhor e mais alegre do Carnaval vitoriense do passado remoto.
Essa foto, que reproduzo, acha-se no Museu Carnaval do Instituto Histórico (Rua Imperial).Indo ao Museu, suba uns degraus e verá o saudoso Júlio e seu sonho de Carnaval, o de voar como um morcego.

Marcus Prado – jornalista. 

 

 

Dorothy Stang – por @historia_em_retalhos.

Em 12 de fevereiro de 2005, era covardemente assassinada em Anapu, no Pará, a missionária norte-americana naturalizada brasileira Dorothy Stang.

Irmã Dorothy, como era conhecida, chegou ao Brasil em 1966 e, na década de 1970, migrou para a região do Xingu, na Amazônia, no momento em que era inaugurada a rodovia Transamazônica.

A pergunta mais importante:

Por que Irmã Dorothy tornou-se um símbolo da luta por terras e do respeito à floresta no Brasil?

Em resumo, todo o conflito começou a partir do momento em que o governo militar passou a distribuir terras públicas às margens da recém-inaugurada Transamazônica.

Na região de Anapu, o governo privilegiou fazendeiros e empresários do setor de madeira.

Estes deveriam manter as terras públicas produtivas em troca do documento de posse.

A maioria, porém, extraiu os recursos naturais dessas terras e depois as repassou para terceiros ou simplesmente as abandonou.

Neste cenário, pequenos agricultores passaram a reivindicar terras na região.

Foi aí que, em 1997, Dorothy Stang decidiu organizá-los em assentamentos para que conseguissem obter a posse dessas áreas.

A franzina missionária foi uma das primeiras pessoas a defender publicamente no Brasil que as terras públicas deveriam ser destinadas à reforma agrária.

No seu modelo (Projeto de Desenvolvimento Sustentável), cada família teria direito a 20 hectares de terra e o resto do território seria destinado ao uso coletivo, desde que a mata permanecesse preservada.

Em 2002, o governo federal criou oficialmente dois assentamentos (PDS’s) baseados no modelo de Dorothy, o Esperança e o Virola-Jatobá, o que despertou a ira de madeireiros e pecuaristas.

Em 12 de fevereiro de 2005, aos 73 anos, a missionária foi vítima de uma emboscada, levando seis tiros em uma estrada de terra.

Cinco acusados pelo crime foram condenados.

De lá para cá, segundo a Comissão Pastoral da Terra, outras 22 pessoas foram mortas em Anapu por conta da luta pelo direito à terra.

Dorothy Stang tornou-se um marco na luta ambiental no Brasil.

O seu legado de luta e justiça pela terra aos pequenos agricultores permanece vivo até hoje.
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Adereços à venda!!!

Com o carnaval na ordem do dia, para os que gostam, segue aberta a temporada do “Bloco das Ilusões”. Se fantasiar, se enfeitar e embelezar-se, sintonizado com o reinado de momo,  é quase uma regra.

Na Agremiação Carnavalesca Saudade, por exemplo, o Concurso de Adereço de Cabeça é um bom motivo caprichar no figurino. Nesse contexto, as artesãs já estão com suas produções à venda.

Para comprar e encomendar, basta entrar em contato pelo whatsapp 9.9868.9772.

ONDE ESTÁ A POESIA? – por Sosígenes Bittencourt.

ONDE ESTÁ A POESIA?
O poema é a poesia contada.
O poema é a linguagem da poesia.
A música é a poesia tocada.
A música é o som da poesia.
A pintura é a poesia pintada.
A pintura é a cor da poesia.
O teatro é a poesia encenada.
O teatro é o movimento da poesia.
A escultura é a poesia esculpida.
A escultura é o contorno da poesia.
E o artista é a revelação da poesia.

Sosígenes Bittencourt

Vida Passada… – Auta de Sousa – por Célio Meira.

Nasceu Auta de Sousa, no ano de 1876, na terra norte-rio-grandense. Vivei, na infância, no Colégio de São Vicente de Paula, situado na Estância, na cidade do Recife. Nesse estabelecimento de ensino, sob a vigilância maternal de religiosas francesas, Auta de Sousa começou a ler e a rezar, iluminado o espirito e formando o coração.

Era uma criança triste. Mas, “já na meninice, aos oito, escreve Mério Linhares, inspirado poeta brasileiro, sua inteligência despertava para as coisas superiores do sonho e da beleza espiritual da vida, e, no colégio, entremeava os deveres escolares com os primeiros surtos  de seu estro”.

Trouxe, Auta de Sousa, na jornada da vida, destino de amargura. Aos 14 anos, órfão, e doente, não sorria no mundo. Vivia pensando na morte. E, na mocidade, escreveu lindos versos, repassados de tristeza, e cheios de doçura, iluminada pelas graças do céu.

Publicou, aos 24 anos, o “Horto”, o jardim de seus sofrimentos e de suas dôres, onde havia “balbucios de prece e espirais de incenso”, Fez, de sua poética, harmoniosa, e clara como as águas de uma fonte, a consolação de suas manhãs nubladas, de suas tardes, indecisas, e de suas longas noites friorentas, e sem estrelas. Doente, marchando apressada para o túmulo, peregrinou pelo sertão de sua terra natal, perfumada pelo “incenso agreste de jurema em flôr”, em busca da saúde perdida, da alegria de viver, e, desiludida, e mais tristonha, regressou a Natal, para reclinar a fronte cor de cêra, e quente de febre, na sepultura pequenina, coberta de lírios e de rosas. Adormeceu, sorrindo, na Eternidade, a 7 de fevereiro de 1901. Auta de Sousa tinha 25 anos de idade.

Quando ele morreu, a cidade de Natal, de luto, se ajoelhou, para assistir ao enterro da poetiza. Numa rua, narra Ezequiel Vanderlei, parou o préstito fúnebre. E um homem ilustre, político de prestigio, aproximou-se do ataúde de Rosa de Macaíba, e abrindo-o, beijou-o, chorando, a face fria, e iluminada por Deus, da princesa da poesia do nordeste brasileiro.

Era, esse homem venerado, o senador Pedro Velho. E esse beijo era a homenagem comovida do Rio Grande do Norte.

O espirito amado e fulgurante de Auta de Sousa, pelo muito que sofreu, deve andar, pela terra, consolando os aflitos.

Célio Meira – escritor e jornalista. 

LIVRO VIDA PASSADA…, secção diária, de notas biográficas, iniciada no dia 14 de julho de 1938, na “Folha da Manhã”, do Recife, edição das 16 horas. Reúno, neste 1º volume, as notas publicadas, no período de Janeiro a Junho deste ano. Escrevi-as, usando o pseudônimo – Lio – em estilo simples, destinada ao povo. Representam, antes de tudo, trabalho modesto de divulgação histórica. Setembro de 1939 – Célio Meira.

Corrida e Caminhada da Vitória – dia 14/02 virada do 1º lote!!!

4ª Corrida da Vitória – 27 de abril de 2025.
Corrida 7km – Caminhada 3km – Concentração às 6h – Largada às 7h.
PREMIAÇÕES
Troféu – 1º ao 5º colocado – masculino e feminino.
Categorias: Geral – Local e Faixa Etária –
Primeira faixa etária: até 39 anos.
Segunda faixa: dos 40 aos 49 anos.
Terceira faixa: dos 50 aos 59 anos.
Quarta faixa: dos 60 aos 69 anos.
Quinta faixa: dos 70 em diante.
Troféu – Maior equipe (grupo) local e visitante.
OBS: NÃO HAVERÁ PREMIAÇÃO EM DINHEIRO!
Inscrições on-line: www.uptempo.com.br
Inscrições para grupos: 81-9.9420.9773
Inscrição presencial: Loja Monster Suplementos – Rua Valois Correia – 96 – Matriz – Vitória.
Valor da Inscrição no 1º lote
Kit completo – corrida ou caminhada – R$ 95,00
Kit sem a camisa – corrida ou caminhada – R$ 80,00

PARA MAIS INFORMAÇÕES: 9.9420.9773