
Vida Passada… – Osvaldo Cruz – por Célio Meira.

Na zona leste da terra paulista, naquela cidade antiga de S. Luiz de Paraitinga, onde o escritor Francisco de Assis Barbosa viu, e exaltou, “velhos sobrados coloniais no páteo da matriz”, nasceu, no ano de 1875, Osvaldo Gonçalves Cruz. Muito Jovem, aos 20 anos de idade, conquistou, no alvorecer da República, a carta de doutor em medicina. Inteligentíssimo, e estudioso, dedicou-se, com divina esperança de alcançar vitórias, à microbiologia e à anatomia patológica. E não se enganou, o intimorato bandeirante. Batalhou, corajosamente, como um guerreiro antigo, e venceu.
Osvaldo Cruz, em 1901, combatei a peste bubônica, extinguindo-a. Obteve, a esse tempo, os primeiros aplausos do governo e os agradecimentos do povo. E dois anos mais tarde, no governo de Rodrigo Alves, o preclaro paulista, o cientista Osvaldo Cruz, de 31 anos de idade, iniciou a maior, e mais luminosa batalha de sua carreira pública, atacado, de frente, a febre amarela, cheio de fé, e de energia. A luta fio tremenda. Surgiram obstáculos, guerrilhas da população, injurias, mas, o sábio, apoiado pelo poder público, não recuou da ação titânia e benfazeja. Extinguiu a febre. Saneou a capital da República.
Deve-se-lhe a fundação do Instituto de Manguinhos, hoje Osvaldo Cruz. Esse Instituto é, na América do Sul, um estabelecimento modelar, e de inestimável serviço, à causa pública. Aconselhou, ao povo, o uso da vacina contra a varíola, em 1904, e a mocidade desavisada das escolas, levou o povo a rebeldia.
Representou o Brasil, em 1907, num congresso de Higiene, em Berlim, alcançando, escreve um biografo, a medalha de ouro, oferecida pela imperatriz da Alemanha. Era essa medalha, nesse congresso doa sábios, a maior distinção. Exerceu, por algum tempo, o governo, na prefeitura de Petrópolis. E moço ainda, antes dos 40, com a cabeça “empoada precocemente pelo tempo”, na observação de Afrânio Peixoto, pertenceu à Casa dos 40 imortais, ocupando a cadeira nº 5, patrocinada por Bernardo Guimarães , e onde se sentou o doce Raimundo Correia, o poeta do “Mal Secreto”.
E, aos 45 anos, a 11 de fevereiro de 1917, morreu Osvaldo Cruz. Finou-se, nesse dia, o “marechal” da medicina brasileira, que sustentou, sem tremores, mil batalhas memoráveis nos pântanos e nos charcos de uma cidade. Nessas refregas, Osvaldo não ceifou criaturas. Destruiu “mosquitos”, para salvar uma população inteira.
Se há embaixadores, na terra, inspirados pela sabedoria divina, foi Osvaldo Cruz, um Embaixador de Deus.
Célio Meira – escritor e jornalista.
LIVRO VIDA PASSADA…, secção diária, de notas biográficas, iniciada no dia 14 de julho de 1938, na “Folha da Manhã”, do Recife, edição das 16 horas. Reúno, neste 1º volume, as notas publicadas, no período de Janeiro a Junho deste ano. Escrevi-as, usando o pseudônimo – Lio – em estilo simples, destinada ao povo. Representam, antes de tudo, trabalho modesto de divulgação histórica. Setembro de 1939 – Célio Meira.

O Tempo Voa: FESTIVIDADES – 3 DE AGOSTO DE 1973

Festividades alusivas ao dia 3 de agosto – 1973. Inauguração do serviço de abastecimento do serviço de água potável – visita do governador Eraldo Gueiros – Fotografia registrada no gabinete do então prefeito Barreto.

ARIANO SUASSUNA ESPERANDO O AVIÃO NO AEROPORTO DE BRASÍLIA – por Sosígenes Bittencourt.

Costumava dizer que não ficava espantado quando um avião caía, só não sabia como ele subia.
A originalidade era um traço característico de um dramaturgo da dimensão de Ariano.
A originalidade é uma forma de felicidade, é você encontrar-se consigo mesmo sem se perder.
Eis, como exemplo, uma de suas mais gritantes manifestações de originalidade:
Não troco o meu “oxente” pelo “ok” de ninguém!
Sosígenes Bittencourt

Experimento social com o público da 4ª Corrida da Vitória – por João Vicente Neves Baptista.

As conversas dos outros e o experimento social.
Vou começar confessando logo: tenho o terrível vício de querer ouvir as conversas dos outros. Adquiri essa curiosidade mórbida frequentando lugares onde se bebe, sem ser bebedor. Melhor explicando: embora o efeito da bebida alcoólica não me caia bem, o que me fez desistir de ser um boêmio – passo uma noite inteira com duas ou três doses de whisky bem diluído em água – eu simplesmente adoro frequentar os ambientes onde se consome a “água que o passarinho não bebe”, quais sejam, os bares, os eventos musicais e toda sorte de comemorações.
Nesses lugares, os que bebem se divertem bebendo, e tendo, uns com os outros, conversas de bêbado, aquelas que permeiam o vasto campo compreendido entre ‘parto de raposa’ e ‘atracamento de navio’, isso sem contar as confissões, os desastrosos e desnecessários sincericídios, as mentiras e as megalomanias.
Mas a minha praia é outra; eu gosto de ouvir, interpretar e me divertir com essas conversas, principalmente havidas entre pessoas que não conheço. Funciona mais ou menos assim: fingindo participar da minha roda, fico sorrindo e balançando a cabeça como quem concorda com tudo o que ali se diz, enquanto minha mente e ouvidos estão concentrados em conversas paralelas, onde se está debatendo os mais variados assuntos, sendo mais corriqueiros os singelos bate-papos sobre fatos engraçados, as fofocas bestas e aquelas indefectíveis mentiras, onde homens contam vantagens sobre, por exemplo, seu desempenho sexual. Mas também já cheguei a ouvir conversas intrigantes como a combinação para prática de um crime, revelação de um segredo irrevelável e até confissões acerca preferências sexuais bizarras e nojentas.
Mas foi aqui em Vitória de Santo Antão que ouvimos eu e Lari – minha mulher, a quem, como um traficante malvado, incuti o mesmo vício –, uma tese debatida numa roda de bêbados, na qual se afirmara com toda convicção, que o povo dessa terra era em sua maioria desonesto. Os bêbados defendiam tal absurdo com exemplos burros, generalizando atitudes de um e de outro, que na cabeça deles, serviam para comprovar tal disparate,
Intrigados, chegamos a abordar tal assunto com outras pessoas, e chegamos a ouvir quem confirmasse tal característica, o que sempre rechaçamos com a veemência de uma mãe que defende um filho de uma acusação maldosa.
Vieram a calhar recentemente, duas reportagens onde se apresentavam curiosas práticas comerciais: uma quitanda na beira de uma estrada de terra, no interior do estado do Mato Grosso, onde um agricultor expunha frutas e hortaliças, indicando os respectivos preços e disponibilizava uma balança, uma calculadora e uma caixa de madeira contendo moedas e cédulas de baixo valor, para que o cliente escolhesse a mercadoria e ele mesmo pesasse, calculasse, pagasse o valor, e eventualmente recolhesse o próprio troco; e outra sobre idêntica prática, feita por comerciante de pedras semipreciosas, que ficavam expostas sobre um enorme tabuleiro, salvo engano no Rio Grande do Sul.
Em ambos os empreendimentos, era quase nula a ocorrência de furtos ou outras formas de desonestidades por parte dos clientes, o que de certa forma comprovava o que sempre defendemos: os desonestos compõem a exceção, uma ínfima minoria e não o contrário, como gostam de defender os maledicentes, acometidos da famosa síndrome do vira-lata, que é aquela estranha e nociva mania de denegrir a imagem do seu próprio povo, com a convicção de que a grama do vizinho é e sempre será mais verde que a sua.
Então tivemos a ideia de replicar as práticas desses comerciantes aqui na nossa cidade, e escolhemos a 4ª corrida da Vitória como palco do experimento. Na véspera do evento, fomos à praça do Livramento, escolher o local onde colocaríamos, pelo preço de R$ 4,00, cocos verdes, gelados e já preparados pelo nosso habilidoso caseiro para serem facilmente abertos, disponibilizaríamos canudos, um fura-coco, um caixa com moedas e cédulas pequenas para troco e um ‘QR code’ para pagamento via pix. Lá estando, avistamos o organizador do evento, o famoso jornalista e historiador Pilako, de quem nos aproximamos, nos apresentamos, e quem não só nos ouviu com toda atenção, como ficou entusiasmado com a nossa iniciativa, e com enorme simpatia e prestatividade deu suas sugestões e indicou um local para instalarmos nosso quiosque – construído horas antes do evento, por mim mesmo, utilizando madeira de descarte encontrada pelas ruas e ferramentas de hobby.
As 4:45 da manhã, do domingo 27/04, atrasados e sob os justos protestos do nosso novo amigo, a quem havíamos prometido chegar as 3, nos encontrávamos montando o quiosque, encimado por uma placa improvisada onde se lia: “a verdadeira honestidade acontece quando ninguém está olhando”, o nome da barraca, “PEGUE & PAGUE”, e outras sinalizações indicando as instruções, o valor, o QR CODE, e ainda a seguinte advertência: “sorria, você está sendo filmado pela sua consciência”.
Às 5:20, tudo montado, nos afastamos e deixamos o baile seguir. E qual o foi o resultado? Às 8:35, os 80 cocos se venderam sós. E o melhor: não só inexistiu um único caso de desonestidade, como o valor arrecadado foi superior aos R$ 320,00 que seriam resultantes dos 80 cocos a R$ 4,00 cada, o que atribuímos a eventual não recolhimento dos trocos pelos clientes.
Confirmada nossa tese com muita alegria, decidimos, eu e Lari, repetir a empreitada nos próximos eventos e escolher alguma entidade para receber o valor arrecadado, como forma de agradecimento a essa maravilhosa cidade onde acreditamos que a esmagadora maioria da população é de pessoas honestas e dignas, e onde desde 2016, sem titubear, escolhi para viver até o fim da vida.

João Vicente Neves Baptista, ou Joca, 46, é advogado com 20 anos de experiência, integrante da quarta geração de um tradicional escritório de advocacia centenário, iniciado pelo seu bisavô, sediado em Recife e atuante na área de direito empresarial. É casado há 6 anos com Larissa Arruda, 26, empresária e futura nutricionista, com quem reside no Sítio Palmeira Imperial, pequena propriedade rural na região de Terra Preta, onde o casal comercialmente cria peixes, porcos e carneiros e cultiva plantas e árvores exóticas.

Momento Pitú
Com pituzeiro tudo vira uma boa resenha. Por isso, se a vida oferece limões ele já sabe o que fazer: servir uma pituzinha limão. Bora brindar com a nossa limãozinha, bora?

Voltando às atividades e rotineiras….
E foi com o som do canto dos pássaros que aprontamos a estrutura de 4ª Edição da Corrida e Caminhada da Vitória. Hoje, segunda-feira (28), seguimos operando, no sentido do fechamento do evento.
Promover eventos não é tarefa das mais fáceis, sobretudo quando estamos falando de evento na rua, com um dinamismo e uma movimentação própria. Mas, ao final, deu tudo certo!
Voltando às atividades rotineiras….

O Tempo Voa: Primos

Carlinhos Gouveia – Junior Mariano e André Gouveia – Abril de 2000.

Revolução dos Cravos – por @historia_em_retalhos.

“Foi bonita a festa, pá
Fiquei contente
Ainda guardo renitente
Um velho cravo para mim”
“Tanto Mar”, canção de 1978, foi gravada por Chico Buarque em homenagem à Revolução dos Cravos, movimento armado que pôs fim ao regime fascista salazarista, no dia 25 de abril de 1974, em Portugal. 🇵🇹
O período da história portuguesa conhecido como “salazarismo” teve o seu início em 1933, com a ascensão ao poder de Antônio de Oliveira Salazar.
Inspirado no fascismo italiano, Salazar estabeleceu um regime autoritário-ditatorial, pautado na censura, repressão, exílios e guerras coloniais.
Em 1968, Salazar sofreu um derrame e foi substituído por Marcello Caetano, que prosseguiu com a política autoritária.
O isolamento político, a decadência econômica e os desgastes com as guerras coloniais foram o pano de fundo para a formação de um movimento de resistência ao salazarismo.
Em 09.09.73, surge o MFA – Movimento das Forças Armadas, em oposição à ditadura, o qual, no ano seguinte, reúne-se e decide derrubar o governo de Caetano.
Em 25 de abril, às 00h:20min, a transmissão pelo rádio da música “Grândola Vila Morena” foi a senha utilizada para anunciar o início das operações militares, deflagrando a rebelião.
E qual a razão do nome “cravos”?
Em verdade, a revolta aconteceu praticamente sem resistência.
Caetano rendera-se no mesmo dia, seguindo para o exílio no Rio de Janeiro.
Diante disso, a população saiu às ruas para comemorar, entregando flores de cravos aos soldados, que as colocavam nos canos de seus fuzis, tornando, assim, a flor símbolo e nome da Revolução.
As principais conquistas do 25 de abril podem ser resumidas nos chamados “3 D’s”:
– Democratizar,
– Descolonizar e
– Desenvolver.
O reconhecimento da independência de Guiné-Bissau, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Angola foi um reflexo direto do movimento.
Para a nossa alegria, o perfume dos cravos portugueses atravessou o Atlântico e também chegou no Brasil, influenciando no processo de redemocratização do país e, mais tarde, na promulgação da Carta Cidadã de 1988…
Dedico este retalho de hoje à memória de dona Fátima Azevedo.
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@historia_em_retalhos
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4ª Corrida da Vitória: Rock In Roll na dose certa!

Prepare-se para um domingo de pura vibração, emoção e superação!
A 4ª Edição da Corrida e Caminhada da Vitória vem aí. E dessa vez, com uma energia ainda mais poderosa!
Além do esporte, vai ter rock’n roll de primeira com a galera incrível do @projetorockclube, mandando ver no som e levantando a vibe!
Anota aí:
Domingo, 27 de abril
Corre, caminha, vibra e curte muito rock com a gente!

Momento Pitú

Posto Indígena Guido Marliére – por @historia_em_retalhos.

Em 1969, a ditadura militar brasileira mandou construir no antigo Posto Indígena Guido Marliére, no município de Resplendor/MG, um presídio só para indígenas: o Reformatório Agrícola Krenak.
Para lá, passou a enviar indígenas acusados de “causar problemas”, sem nenhuma acusação formal ou direito de defesa.
Era um autêntico regime de exceção, inexistindo garantias processuais, tipos penais ou sentenças definidas.
Segundo relatório da Comissão da Verdade de Minas Gerais, o Reformatório Krenak recebia indígenas de todo o país e dizia “reeducá-los”, mas, na verdade, funcionava como uma prisão para aqueles acusados de vadiagem ou que resistiam às expulsões de suas terras.
Comandado por um militar, o Capitão Manoel Pinheiro, o reformatório era um espaço de violações de direitos humanos, trabalhos forçados, torturas e terror.
Os indígenas que cometessem faltas eram brutalmente reprimidos e punições como chicotadas e confinamento em solitárias eram frequentemente aplicadas.
A proibição de falar o seu próprio idioma também era uma regra no reformatório.
Proibindo os Krenak de falarem a sua própria língua, buscava-se, em verdade, o apagamento gradual de sua identidade cultural, no processo denominado de genocídio cultural.
A negação de identidade dos indígenas foi uma estratégia muito utilizada no Brasil por fazendeiros.
Primeiro, negava-se a sua identidade cultural.
Depois, alegava-se a extinção daquele povo, para, por fim, tomarem-se as suas terras.
Um outro detalhe é que a detenção não tinha prazo definido, durando o tempo que os militares julgassem adequado.
Por isso, muitos sustentam que os indígenas estavam em um verdadeiro campo de concentração, em um regime jurídico paralelo.
Em 1972, o Reformatório Krenak foi fechado em Resplendor, sendo todos os presos transferidos para a Fazenda Guarani, em Carmésia/MG.
Em 02.04.2024, a Comissão de Anistia concedeu a 1.ª reparação coletiva da história do Brasil ao povo Krenak.
Ao final da análise, o presidente da Comissão, Eneá de Stutz, ajoelhou-se e pediu desculpas aos indígenas em nome do Estado brasileiro.
Perdão, povo Krenak.
Lembrar para nunca mais repetir.
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4º Edição da Corrida e Caminhada da Vitória: o dia “D” tá chegando….

E no feriado de ontem (21) teve alinhamento com parte da equipe da organização da 4º Corrida e Caminhada da Vitória. A contagem regressiva já começou…
O evento, que congregará 1000 atletas, já se configura num do mais importantes movimentos do esporte amador da Vitória de Santo Antão e de cidades circunvizinhas.
Anota aí:
📅 27 de abril de 2025
📍 Vitória de Santo Antão
🛣️ Percurso de 7 km
Prepara o tênis, aquece o corpo e vem com a gente fazer história mais uma vez!
Vai ser lindo demais!

Instituto Histórico – CONVITE

MENSAGEM URBI ET ORBI DO PAPA FRANCISCO SOBRE A PÁSCOA ÀS VÉSPERAS DE SUA MORTE – por Sosígenes Bittencourt.

” Do sepulcro vazio de
Jerusalém chega até nós um anúncio sem precedentes: Jesus, o Crucificado, «não está aqui; ressuscitou!» (Lc 24, 6). Não está no túmulo, está vivo! ”
Sem jamais haver repousado, durante todo seu pontificado, Francisco falece, em oração, sob o luzeiro de Esperança e Paz da Ressurreição.
Sosígenes Bittencourt

HOUVE UM TEMPO, LEMBRO BEM DELE…. – por Lucivanio Jatobá.

Em que a Semana Santa era um período de extrema tristeza, pois trazia à tona o sofrimento e o assassinato de Jesus Cristo. A partir da Quarta-feira Santa, e sobretudo entre a Quinta e a Sexta-feira ( santas), as rádios de Pernambuco, sem exceção, só tocavam musica clássica até a meia noite do Sábado de Aleluia.

As igrejas católicas ficavam sombrias, com os santos e santas envolvidos por um tecido roxo. Havia ainda pelas ruas das cidades a Procissão do Senhor Morto, uma procissão muito triste, que era iniciada por um som ritmado de uma matraca. Os sinos das igrejas ficavam tocando incessantemente, emitindo um som fúnebre.
Agora, vive-se um tempo de absoluta indiferença ao sofrimento e ao absurdo assassinato de Jesus Cristo. Um feriado prolongado permanece. E é usado para se tomar cachaça, ouvir “bregas” imorais e etc e tal… Sinceramente, deveria ser abolido o feriadão da Semana Santa. Os verdadeiros cristãos fariam as suas orações em igrejas ou praças públicas. Lembrariam da Paixão de Cristo. Feriado agora para quê, mesmo? Para alimentar o quê, mesmo? A fé? Que fé?
Lucivanio Jatobá

EU TENHO SÉRIOS POEMAS MENTAIS – por Sosigenes Bittencourt.

Vejo poesia em tudo, por isso ando pelo cantinho da calçada.
A diferença entre os efeitos da poesia e a embriaguez é que o poeta conhece o caminho da volta.
A diferença entre o louco e o que fala sozinho é que o louco repete.
A diferença entre o poeta e quem gosta de poesia é que o poeta fuxica a poesia.
A diferença é que os diferentes são sempre a minoria, e a maioria considera-se normal.
O pintor Salvador Dali dizia: A diferença entre um louco e eu é que eu não sou louco.
Contudo, só há algo igual entre os homens: todos são diferentes.
Sosigenes Bittencourt

Momento Pitú

Corrida da Vitória – entrega dos kits….

ATENÇÃO, ATLETAS!
A Retirada do Kit da 4ª Corrida da Vitória está chegando! Confira todos os detalhes para garantir o seu:
📍 Local:
Loja Joelma Sports
📌 Endereço:
Rua Doutor Aluísio de Melo Xavier, 75 – Centro
Vitória de Santo Antão – PE
🗓 Dias e horários de entrega:
* Quinta-feira (24/04) – ⏰ das 9h às 17h
* Sexta-feira (25/04) – ⏰ das 9h às 17h
* Sábado (26/04) – ⏰ das 9h às 12h
⚠️ Importante:
* Levar CPF e comprovante de inscrição
* Para retirar o kit de outro atleta, é necessário apresentar cópia da inscrição e dos documentos pessoais
* 🚫 Não haverá entrega de kits no dia do evento!
Desejamos a todos uma excelente prova!
BOA PROVA!
Vamos com tudo!
Organização

São João – Por Célio Meira (em 1977)

Crônica publicada na Revista do Instituto Histórico e Geografico da Vitória de Santo Antão – Vol. 7º – em 1977.
SÃO JOÃO – Meu pai, falecido há 30 anos, gostava da festa de Santo Antônio. Adorava festejos de São João. Era devoto fervoroso de taumaturgo de Lisboa de Pádua, que pregara os peixes. Acendia velas no santuário, nas noites de 23 e 24 de junho, iluminando a estampa colorida de Batista.
Parece que estou a vê-lo, quando era menino, no quintal de nossa casa, na rua do Meio, ensinando-me a fazer fogueira de barrica. Enchia-se uma barrica velha de lenha seca e ateava-se fogo com papeis embebidos em álcool ou querosene. Subiam as labaredas, ouviam-se estálidos da lenha, e, decorrido pouco tempo, tudo era braseiro. Retirávamos tições, e quando a cinza os cobria, nós os soprávamos, a plenos pulmões, até que o fogo se tornasse vermelho.
Começava, então, o brinquedo de fogos. Acendiam-se as “estrelinhas”, queimavam-se os “mosquitos” e besouros “quebra-canela”, soltavam-se, com a mão a tremer, “pistolas” de quatro e cinco “balas”, “rodinhas” presas com um alfinete numa flecha, “chuveiros de ouro e prata” e “cartas” de traques debaixo de latas e panelas. Riscavam-se caraduras encarnado e verde e ajeitava-se a subida de balões de papel, para que, aos caprichos do vento, eles cabeceassem, sem destino, dentro da alvoroçada noite sanjoanesca. Nas ruas e nas praças prosseguiam, fagulhantes, batalhas de busca-pés. Chegavam, amortecidos, na cidade, estrondos de bacamartes, disparados nas propriedades agrícolas.
Nestes últimos tempos, no São João da minha terra, depois de olhar fogueiras sem mamoeiro “macho”, sem cordões de bandeiras de papel; de conversar com meia dúzia de pessoas do meu tempo de rapaz, e de espiar gente moça e desconhecida a dançar, nos clubes, procuro repousar o espírito, nas horas de silêncio. E na meditação, parece que estou ouvindo, a descer de mundos siderais, a voz amada do meu pai:
– Está muito diferente o São João da nossa terra. Já não existe a casa onde, no quintal, fazíamos fogueira de barrica. Não maldigas os tempos novos: são passagens renovadas da vida, são as leis divinas na evolução do mundo.
Célio Meira – escritor.
