Vida Passada… – Alcêdo Marrocos – por Célio Meira.

A povoação de São Vicente, encravada, em 1860, nas terras pernambucanas de Timbaúba, e que se originou, contam os historiadores, de uma feira, aos domingos, à sombra de uma árvore, foi o berço de Francisco Alcêdo da Silva Marrocos. Probrezinho, e muito moço, desacompanhado da proteção dos homens, mas, abençoado por Deus, deixou, Alcêdo Marrocos, o berço nativo, e veio para o Recife. Atirou-se às asperezas e as traições do destino, ingressando no funcionalismo público, ocupando uma banca, informa um biógrafo, na Tesouraria Geral da sua província.

Concluiu os preparatórios, e conseguiu, aos 23 anos de idade seteado de sofrimento, matricular-se na Faculdade de Direito do Recife. Pertenceu ao número dos estudantes que se distinguiram pela cultura e pelo talento, figurando, destacadamente, no pequenino rol dos amigos de Tobias Barreto. Obteve, em 1887, a carta de bacharel, na turma de Alfredo Pinto, Claudino dos Santos, Costa Pinto, Graça Aranha e de Metódio Maranhão. E no ano seguinte, com a tese – “Pode haver self-goverment sem parlamentarismo ?” – bateu à porta da Faculdade, num concurso, ao lado de Gomes Parente, João Elísio e de Martins Junior.

Voltou à arena, em 1893, disputando, com Sofrônio Portela, a cadeira de Seabra. E, mais tarde, em 96, entrou em dois concursos, defendendo, no último, na campanha de José Anísio e de Gervásio Fioravanti, a grande tese – “Poesia do Direito Romano “, – com os aplausos dos mestres. Não conseguiu a vitória, nessas retumbantes e luminosas batalhas de fino espirito, e de cultura jurídica. A política arrebatou-lhe, sempre, a glória pacífica, de uma cátedra. Jornalista vigoroso, batalhou na imprensa pernambucana, redigindo a “Revista Comercial”, o “Era Nova”, diário do vigário Augusto Franklin e o “Jornal do Recife”. Colaborou no “Jornal do Comércio”, do Rio, e no Amazonas, afirma Sebastião Galvão, defendeu, ardorosamente, o governo, na famosa questão do Acre, ouvindo a orientação de Silvério Neri. Estudou, a esse tempo, a língua dos selvagens, publicando, mais tarde, o “Dicionário Guarani-Português”, no Estado do Pará.

Quando regressou da Amazonas,  fixou-se no Recife, alquebrando, quase cego, na desventura. Feria, o destino malvado, o grande Alcêdo. Deu-lhe, a Santa Casa de Misericórdia, uma casa humilde e triste, perto do Hospital Pedro II. Em 1921, o Instituto de Ciências das Letras, espécie de Academia, levou ao cêgo glorioso, as rosas da amizade. Agradecendo a homenagem, em famoso discurso, ele viu, nessa festa, o “viático da glória ao moribundo”.

E na verdade, dois anos decorridos, a 11 de março de 1923, parou o coração de Alcêdo Marrocos. Já não havia, nos olhos do mestre, a luz do dia. Iluminava-lhe o rosto, pálido e sereno, a luz da eternidade.

Célio Meira – escritor e jornalista. 

LIVRO VIDA PASSADA…, secção diária, de notas biográficas, iniciada no dia 14 de julho de 1938, na “Folha da Manhã”, do Recife, edição das 16 horas. Reúno, neste 1º volume, as notas publicadas, no período de Janeiro a Junho deste ano. Escrevi-as, usando o pseudônimo – Lio – em estilo simples, destinada ao povo. Representam, antes de tudo, trabalho modesto de divulgação histórica. Setembro de 1939 – Célio Meira.

De Edmund Husserl, Heidegger, Ubirajara Carneiro da Cunha – por Marcus Prado.

Compartilho com o leitor breves impressões de leitura, a começar pelo livro “A Ideia de Fenomenologia, que acaba de sair em nova edição (Editora Vozes). Trata-se de uma obra filosófica monumental, em um campo altamente complexo do saber, com apenas 80 páginas, de Edmund Husserl — de quem Martin Heidegger tanto devia, como aluno —, voltada para o “ser na existência”. O método filosófico rigoroso do autor, de obstinada e complexa realização, busca descrever os fenômenos e como eles se apresentam à consciência.

Uma grata surpresa — indicação que faço aos estudiosos da obra monumental de Martin Heidegger — “A História da Metafísica como Esquecimento do Ser”, tese de mestrado do pernambucano de Vitória de Santo Antão, Ubirajara Joaquim Carneiro da Cunha Júnior. Dirigente de faculdade, ele tem se dedicado às mesmas investigações temáticas de seu pai, também profundo conhecedor da obra do filósofo alemão, não apenas na tradução em nosso idioma.

Esse trabalho, aprovado com louvor pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia (Mestrado em Filosofia) da Universidade Católica de Pernambuco, investiga o fenômeno do esquecimento do Ser na tradição filosófica ocidental, com ênfase na complexa análise de Martin Heidegger. “A problemática central aborda a tentativa dessa tradição de suprimir a distinção crucial entre o Ser e os entes, desviando-se do pensamento autêntico do Ser para uma reflexão centrada nos entes.” Destaca ainda “a transmissão desse esquecimento desde os pré-socráticos até filósofos como Nietzsche, identificando Leibniz como um pensador que tocou na essência do Ser, mas cuja indagação, embora acertada, não foi capaz de reorientar a filosofia.” O objetivo, segundo Ubirajara Júnior, consiste em examinar o pensamento de Heidegger, destacando sua demarcação e originalidade em relação aos filósofos precedentes, e ressaltando suas contribuições à contemporaneidade. “A metodologia empregada envolveu a definição do escopo, centralizando a análise nas perspectivas filosóficas de Heidegger, desde o século VI a.C. até os dias atuais.” Tenho para mim que esse jovem estudioso de Heidegger terá justo e merecido reconhecimento da comunidade filosófica — não apenas no Recife.

Marcus Prado – jornalista 

O “efeito Angelina Jolie” – Siga: @historia_em_retalhos.

Em 2013, a atriz norte-americana Angelina Jolie veio a público comunicar que havia sido submetida a uma dupla cirurgia de mastectomia.

Mastectomia é a retirada completa da mama, o que inclui a pele, a aréola, a glândula mamária e o mamilo. Tudo.

Jolie justificou o ato como uma medida redutora de risco, após ter descoberto que era portadora de uma variante patogênica no gene BRCA1, que aumenta o risco de câncer de mama e de ovário.

A decisão da atriz de adotar uma medida tão drástica foi tomada após a realização do teste genético, visto que havia um forte histórico familiar: mãe, avó e tias maternas de Jolie tinham falecido de câncer de mama ou de ovário.

Só para vocês terem uma ideia: segundo o National Cancer Institute, pessoas com alterações no BRCA1 têm risco de 47% a 88% de desenvolver câncer de mama em algum momento da vida.

Em verdade, a atitude de Jolie acabou ajudando muitas mulheres.

Na época, a exposição do caso de uma figura mundialmente conhecida contribuiu para a popularização dos testes genéticos para câncer de mama, um fenômeno que ficou conhecido como “efeito Angelina Jolie”.

De fato, para alguém que vive da própria imagem, o ato revelou coragem e o sentimento de que nenhuma fama ou vaidade pode estar acima da própria saúde.

Por isso que digo a você que nos lê neste momento: não hesite em realizar os testes de prevenção.

A população feminina tem um risco de 7% de ter câncer de mama em algum momento da vida e a genética é um fator de risco muito importante.

Entre 5 e 10% dos casos de câncer em geral são causados por uma alteração genética herdada de um dos pais.

É o chamado “câncer hereditário”.

Tudo isso vale para nós, também, homens.

Vamos nos cuidar, gente. 🌹

Uma quarta-feira de paz a todos!
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Maria Carolina – direto de Brasília……

Fruto da sua dedicação e do seu empenho, no sentido da materialização dos seus sonhos, Maria Carolina de Araújo Lima, após  prestar concurso público, tomou posse, dias atrás, em Brasília, para ocupar o cago de Procuradora da Fazenda Nacional.

Filha do amigo Jonas José de Lima, a nova servidora pública federal se junta a um seleto grupo  de antonenses que despacha direto da  Capital federal. À jovem procuradora federal, Maria Carolina,  descortina-se um novo ciclo de vida profissional. Boa Sorte!

Meia Maratona da Vitória – Voto de Aplauso – vereador Everaldo Arruda.

Proposto pelo vereador Everaldo Arruda e aprovado pela unanimidade dos vereadores presentes, na Sessão Ordinária, ocorrida na Casa Diogo de Braga,  no dia 24 de setembro, acusamos o recebimento do ofício 369/2025,  emitido pela  Câmara de Vereadores da Vitória de Santo Antão,  nos concedendo um  VOTO DE APLAUSO pela realização da Primeira Meia Maratona da Vitória, efetivada no dia 21 de setembro, com percursos de 21km e 10km, e que contou com mais de 400 atletas.

“Nós como representantes do povo vitoriense temos a obrigação de tornar público o reconhecimento daqueles que realmente contribui para o bem estar do nosso munícipio.”

 

Toda equipe organizadora do evento aproveita para agradecer a todos os parlamentares, sobretudo ao vereador Everaldo Arruda,  pelo reconhecimento do sucesso do evento e também  pela contribuição coletiva para o nosso município.

Eleições 2026: a encenação, o jogo e o teatro já foram devidamente alinhados……

Exatamente daqui a um ano, estaremos, novamente, sendo “convocados” às urnas: ELEIÇÕES GERAIS 2026. Estarão em jogo os cargos de presidente, governadores, senadores e deputados – e seus respectivos vices e suplentes. Por mais que o ambiente político brasileiro esteja insalubre, votar é sempre  um exercício de esperança.

Tomara que as discursões, debates e propostas dos candidatos a presidente não tomem um rumo infrutífero, como ocorreu nos últimos pleitos. Na qualidade de eleitor, precisamos espremer os postulantes, no bom sentido da palavra,  para extrair deles compromissos com o que realmente importa e que tenha relevância na vida das pessoas. Por exemplo: por qual motivo o Brasil pratica  uma das maiores taxas de juros do planetas,  e o que precisamos fazer para tê-las em patamares razoáveis? Imagino ser uma agenda importante e urgente……

Para a cadeira mais importante do Palácio do Campo das Princesas, ao que parece, as duas principais candidaturas já estão definidas. Raquel quer ficar e o João surge para  acalentar  o sonho do PSB de voltar. E será nessa esteira que as disputas proporcionais serão travadas, estado a fora…

Na nossa Vitória de Santo Antão, colégio eleitoral destacado em nosso estado, que tradicionalmente ocupa vários assentos no parlamento estadual e que no último pleito (2022) emplacou uma deputada federal, Iza Arruda, aos olhos dos mais atentos, os atores locais  já deram suas respectivas partidas da chamada pré-campanha.

Algumas candidaturas já são pensadas como certas: os deputados Joaquim Lira, Henrique Filho e Aglailson Victor. O ex-vereador André Carvalho e a do estreante, filho do prefeito Paulo Roberto, Túlio Arruda. Socorrinho da APAMI também é “time grande” nesse certame. Possivelmente outras candidaturas irão se apresentar, para  tentar surpreender.

No pleito imediatamente anterior,  as muitas candidaturas ao governo do estado acabou confundindo a cabeça do eleitor, no sentido do alinhamento político das forças locais. Mas em 2026, é possível dizer que essa questão estará mais cristalizada.

Até pouco tempo partidário da Governadora Raquel Lyra, o atual prefeito da Vitória, Paulo Roberto, já mudou de direção e marchará com o grupo do PSB. Ao que parece, as demais postulações,  seguirão abraçadas com a governadora e candidata à reeleição, Raquel Lyra.

 

Para concluir essas linhas genéricas, visando o pleito 2026, relacionadas aos atores antonenses, lembremos duas alterações,  no mínimo,  curiosas:

 

O grupo dos “Querálvares” abandonou o palanque da “Frente Popular” (aliados históricos), possivelmente, para  ganhar musculatura  eleitoral,  com os ventos que só  a ocupante de plantão do Palácio das Princesas pode oferecer.

Já o  prefeito Paulo Roberto, que antes jurava fidelidade ao deputado estadual Joaquim Lira, levantará outra bandeira.

Mas há quem diga que, em política,  as vezes,  se faz necessário dividir, no sentido da  ampliação e do avanço,  rumo ao desejado. A encenação, o jogo e o teatro já foram devidamente alinhados……

 

Este é Ruy Frasão Soares – por @historia_em_retalhos.

Como muitos de sua geração, Ruy viu os sonhos de sua juventude serem aniquilados pela violência e pela dor de uma ditadura.

Natural do Maranhão e o quinto de sete filhos de uma família pobre, sonhava formar-se em engenharia.

Com muita dificuldade, sua mãe conseguiu enviá-lo ao Recife, iniciando o seu curso na UFPE em 1961.

Tão logo chegou a Pernambuco, começou a participar da JUC (Juventude Universitária Católica), ingressando, posteriormente, na Ação Popular, organização de resistência à ditadura.

Em 1965, o regime militar determinou a mudança da Faculdade de Engenharia para o bairro do Engenho do Meio, local, até então, sem restaurante, biblioteca e mal servido por transportes.

Nesta época, já eleito representante estudantil, Ruy foi um dos líderes da resistência à mudança.

Mal sabia ele que este fato o acompanharia para sempre, porque a ditadura não o perderia mais de vista.

Ao se dirigir a um ponto de ônibus, após sair da faculdade, Ruy foi preso, sendo mantido incomunicável e submetido ao horror da tortura.

No ano de 1966, foi condenado a dois anos de reclusão, precisando entrar, de vez, na clandestinidade, quando fora expedido o seu mandado de prisão.

Para manter a família, passou a vender artigos de artesanato em feiras livres com a esposa Felícia.

Na manhã do dia 27 de Maio de 1974, Ruy foi preso, em plena feira de Petrolina/PE, por três policiais armados, que o espancaram, ameaçaram de morte e, contra a reação dos companheiros da feira que tentaram defendê-lo, foi jogado no porta-malas de uma caminhonete.

Suas últimas palavras foram: “avisa Licinha!”, sua esposa.

Ruy nunca mais foi visto.

Seu corpo jamais foi encontrado.

Sua família sequer pôde enterrá-lo.

Quando da prisão de um outro preso político, Alanir Cardoso, também em 1974, os torturadores apresentaram-lhe uma foto de Ruy.

Em tom de deboche, afirmaram:

“O comprido já virou presunto”.

Ruy Frasão dá o seu nome ao CIEP de Engenho do Mato, em Niterói/RJ.

Agradeço ao seguidor @wandeiltonflima por nos ter trazido a sugestão do tema.

À memória de Ruy Frasão, eu dedico este retalho de hoje.
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Dinheiro limpo em mãos sujas……

No fechamento das cortinas do último mês de setembro, a comissão mista do orçamento aprovou aumento volumoso no dinheiro reservado para o chamado fundo partidário, visando o ano de 2026. Aparentemente sem muita dificuldade, a matéria contou com o “empurrão” de políticos do governo e da oposição.

Particularmente falando, acredito no caminho em que as eleições devam ser financiadas pelo dinheiro público. Evidentemente que o valor, o formato e sua utilização racional, devam ser sempre objetos de ajustes e avaliações.

Levando em consideração a utilização desses recursos (fundo partidário), até aqui aplicados,   podemos observar que o problema maior não está no quanto e para quem foi destinado. Na verdade, na prática, quando esse dinheiro fica disponível nas contas bancárias dos partidos e este é repassado aos candidatos, o que normalmente acontece é de uma  flagrante  falta de critérios, racionalidade e um entendimento razoável  para o seu bom uso. Ou seja: a devida aplicação,  levando-se em consideração as boas práticas comerciais.

É verdade que as coisas, no sentido da fiscalização,  vem melhorando, mas ainda estamos muito distantes de um equilíbrio financeiro no processo eleitoral geral. Não precisa ser nenhum estudioso na matéria para se observar  que a corrupção e o “dinheiro vivo”  ainda se configuram nos principais “cabos eleitorais”  das nossas eleições gerais, sobretudos no que se refere às proporcionais, diga-se: para as assembleias estaduais e câmara federal….

Até parece que as eleições no Brasil é uma espécie de concurso, para ver quem consegue fazer mais “coisa errada”, tendo como ápice, o  prêmio do diploma das contas aprovadas….

 

Vida Passada… – Meira de Vasconcelos – por Célio Meira.

Em 1832, no Pilar, berço nativo do padre Albuquerque Melo, patriota da República de 1817, e de Diôgo Velho, visconde de Cavalcanti, que, 1870, governou Pernambuco, nasceu João Florentino Meira de Vasconcelos. Fez o curso de direito, na Faculdade do Recife, recebendo, em 1857, a láurea de bacharel. Diplomado, seguiu a magistratura, aceitando a promotoria de justiça de sua terra natal. Deu-lhe, mais tarde, o povo paraibano, em 1864, na Assembleia, uma cadeira de deputado. Exerceu em juizado de direito, no Ceará, e, nessa Província, escreve o eminente historiador Liberato Bittencourt, dirigiu o poderoso partido liberal.

Aposentado, iniciou-se na advocacia, militando, sempre, na política. Conseguiu eleger-se deputado geral, nas urnas paraibanas,  e aos 52 anos de idade, mereceu a honra de sentar-se na poltrona de senador do Império.

Ocupou, várias vezes, Meira de Vasconcelos, as colunas políticas dos jornais, defendendo, sem fraquezas, a bandeira do seu partido. Era espirito culto, e combativo. Na terra onde nasceu, e nos distritos eleitorais de sua Paraíba, foi, sempre, pelo caráter, e pela intrepidez das atitudes, figura de real prestigio. Era orador de linguagem elevada, e eloquente.

Governou, informam os biógrafos, a província de Minas Gerais, conquistando aplausos do povo das montanhas. E à hora, em que o estadista João Lustosa da Cunha, 2º marquês de Paranaguá organizou o ministério liberal de 3 de julho de 1882, aceitou, o paraibano de Meira de Vasconcelos, a pasta da marinha. Três anos mais tarde, a 6 de maio de 1885, voltou, Meira Vasconcelos, ao ministério. Coube-lhe dessa vez, a pasta do Império, no famoso gabinete chefiado por Saraiva.

Quando deixou a vida vertiginosa da política, nesse último posto, recolheu-se à vida tranquila do lar. E veio a República. Não aderiu ao regime democrático de 1889. Contava, Meira de Vasconcelos, 65 anos de idade. Servira à Pátria e ao Imperador. Não quis, porém, servir à revolução triunfante. Preferiu, aos novos combates, a tranquilidade, na derradeira etapa da sua passagem pela terra. Conservou, entretanto, até o último doa de vida, o amor à terra brasileira. E aos 69 anos de idade, no dia 10 de março 1892, no Rio de Janeiro, fechou os olhos, serenamente, iniciando a jornada do além-túmulo.

João Florentino de Meira de Vasconcelos pertence à galeria dos beneméritos da Pátria.

Célio Meira – escritor e jornalista. 

LIVRO VIDA PASSADA…, secção diária, de notas biográficas, iniciada no dia 14 de julho de 1938, na “Folha da Manhã”, do Recife, edição das 16 horas. Reúno, neste 1º volume, as notas publicadas, no período de Janeiro a Junho deste ano. Escrevi-as, usando o pseudônimo – Lio – em estilo simples, destinada ao povo. Representam, antes de tudo, trabalho modesto de divulgação histórica. Setembro de 1939 – Célio Meira.

“Plano Cohen” – por @historia_em_retalhos.

Em 30 de setembro de 1937, há exatos 88 anos, era anunciado em cadeia nacional um plano comunista para tomar o poder e instaurar uma ditadura no país.

Era o famigerado “Plano Cohen”.

Em verdade, tudo não passou de um documento forjado por militares com o objetivo de abrir o caminho para o golpe do Estado Novo, que aconteceria em 10 de novembro daquele ano.

O tal documento dizia que os comunistas iriam causar tumultos entre operários e estudantes, incendiariam casas e prédios públicos, saqueariam e depredariam o patrimônio e, ainda, eliminariam autoridades civis e militares.

Olímpio Mourão Filho, capitão do Exército, sim, ele mesmo, que também fora pivô do golpe de 1964, foi o autor do Plano Cohen.

Mourão era integrante da Ação Integralista Brasileira, movimento de inspiração fascista liderado por Plínio Salgado e, anos mais tarde, reconheceria que o plano jamais existiu.

Na verdade, a fake news caiu como uma luva nas mãos de setores das Forças Armadas que enxergaram nela o álibi perfeito para sustentar as ambições autoritárias de Vargas.

O nome “Cohen” faz referência a Béla Kun (ou Cohen), revolucionário húngaro que liderou movimentos comunistas na Europa.

A escolha, como se percebe, não foi inocente: buscava evocar justamente o temor do comunismo internacional.

No dia seguinte, 1.° de outubro, aproveitando o clima de medo da população, Vargas pediu ao Congresso Nacional a decretação do Estado de Guerra, o que abriu caminho para uma ampla perseguição a opositores, sob a justificativa da “ameaça vermelha”.

Em 10 de novembro, o Estado Novo foi instaurado.

Poucas semanas depois, o Exército fecharia o Congresso e uma nova Constituição, de inspiração fascista, seria imposta ao país.

Nascia aí uma ditadura que duraria até 1945.

O episódio é, até hoje, lembrado como um dos maiores casos de manipulação política da história do Brasil.

Como legado, o Plano Cohen reverberou em fenômenos posteriores, como a institucionalização do “anticomunismo” como parte da identidade militar brasileira e a sedimentação da ideia de que uma ditadura temporária poderia servir como um instrumento de progresso.
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Meia Maratona da Vitória: corrida, história, memória e ação social……

Projeto antigo, mas finalmente, no domingo, 21 de setembro, efetivamos a primeira edição da Meia Maratona da Vitória – 21 por Tabocas. A referida corrida de rua contou com dois percursos: 21km e 10km.

Com muito planejamento, foco e trabalho, ao longo de 6 meses,  conseguimos vencer os desafios que um evento dessa natureza impõe. Não podemos deixar de sublinhar as parcerias que firmamos,   ao longo dessa jornada.  Foram importantes na viabilização do projeto global.

Atletas da Vitória de Santo Antão e das muitas cidades do nosso entorno, marcaram presença e emolduraram o referido projeto. Foram verdadeiros guerreiros e guerreiras das Tabocas, até porque  a Meia Maratona da Vitória, que esse ano realçou em suas camisas,  medalhas e troféus a passagem dos 380 anos da épica Batalha Tabocas, sempre fará referencias aos fatos atinentes ao contexto do nosso Sítio Histórico.

Para fechar esse empreendimento, num só tempo,  esportivo e cultural, nos próximos dias,  junto com os representantes da Raça Distribuição e a Itambé, estaremos repassado para várias instituições de caridade/filantrópicas todo o LEITE ITAMBÉ arrecado durante a nossa promoção.

Portanto, em breve,  estaremos noticiando as instituições contempladas, fruto da parceria da Meia Maratona da Vitória, junto as empresas Raça Distribuição e Itambé.

Veja, aqui, o vídeo oficial do evento: https://www.instagram.com/reel/DPJLm2wjgQj/?igsh=enFqanN6ZzVxMXVz

11º “Encontro das Amigas da Vitória” aconteceu no sábado!

Sob a coordenação  da amiga Flávia Veçosa, aconteceu, no último sábado, 27 de setembro, mais um evento, intitulado de “Encontro das Amigas da Vitória”.

Realizado no Restaurante Gamela de Ouro,  a celebração festiva contou com 4 atrações musicais. O fechamento, como nas edições anteriores,  uma orquestra de frevo fez do encontro uma espécie de “grito de carnaval”.

Além da animação geral, o evento também marca o reencontro  de pessoas que não tem conto pessoal há anos, em alguns casos há décadas. Eis ai, portanto, uma oportunidade para atualizar a agenda telefônica. O “Encontro das Amigas da Vitória” acontece sempre no último sábado do mês de setembro.

Políticos gostam de privilégios e mamata…..

Ao que parece,  os políticos brasileiros, nas três esferas do poder, não se envergonham na busca por mais privilégios. Direito, dever, proteção é algo bem diferente de Privilégio. Mas, na maioria das vezes, eles invertem as questões para os privilégios ganharem uma aparência de necessidades.

O mais recente – e com toda certeza não será o última – foi a tentativa de blindagem geral, a partir de Brasília, sob o argumento de “proteção do exercício do mandato”. Parece até piada. Mas, como falei, nas três esferas do Poder, maus exemplos é o que não nos faltam.

Em Vitória de Santo Antão, debaixo do nosso nariz, os nossos nobres legítimos representantes do povo – vereadores – se colocam no direito, ao usarem o estacionamento da chamada “zona azul”,  de não pagar.

Detalhe: sai vereador, entra vereador, fica vereador. Quando questionados, alguns dizem que “nem usam”, mas o fato é que o privilégio continua em nome do  “bom e eficiente exercício do mandato”. Políticos, quando estão sentados na cadeira do poder, são quase todos iguais…..

Festa para ativar as boas lembranças…..

Desde sempre agendado para  acontecer no último sábado de setembro, no próximo sábado (27), acontecerá mais um evento que tem como objetivo celebrar a memória. Por mais um ano, quem comandará a festa é a amiga Flávia Verçosa.

O evento – Encontro das Amigas da Vitória – ocorrerá no Restaurante Gamela de Ouro e terá inicio por volta das 11h. Para animar os presentes, várias atrações musicais, incluindo uma orquestra de frevo.

Para participar, basta entrar em contato com Flávia (9.8923.5675) e pagar a taxa de adesão, com direito a almoço, “recheado” de boas memórias……

Vida Passada… – Carísio de Barros – por Célio Meira.

Carísio Crumêncio do Rego Barros era pernambucano. Nasceu no ano de 1835. Empregado humilde da antiga companhia da Estrada de Ferro Central de Pernambuco, sentiu-se fascinado pela vida da imprensa, e ingressou, moço ainda, no corpo de revisores do Jornal do Recife. Revendo provas, anônimo e tresnoitado, não perdia, Carísio, a consoladora esperança de, um dia sentar-se à mesa de redator do grande e famoso matutino, que obedecia ao pulso de José de Vasconcelos.

Não viu realizado, a esse tempo, o bom Carísio, o sonho de sua mocidade. Quando passou a pertencer à redação, era o eminente piauiense Sigismundo Gonsalves o diretor desse diário de renome. Se o revisor foi disciplinado e atento, o redator foi brilhante e honesto. Não era um homem culto, mas , inteligente, conhecendo bem o vernáculo, amigo de sua terra, esteve sempre, ao lado das boas causas, servindo à nação e à pátria.

Espirito liberal, e idealista alistou-se na linha vanguarda daqueles cristãos que se bateram pela liberdade da raça negra, e, na campanha da República, foi um dos batalhadores da primeira hora, leal e corajoso.

Lutou, dois decênios, na imprensa diária, e morreu, na brecha, antes de conhecer a velhice , aos 43 anos de idade, no dia 9 de março de 1898. Grandes e justas homenagens foram prestadas ao jornalista. querido e pobre. Curvaram-se tristes, sobre o túmulo do companheiro, o Clube Dramático Familiar, Estrada de Ferro Central, os Centros Literários de Nazaré e da Vitória e a Arcadia Dramática Júlio de Santana.

Promoveu, a 26 de março daquele ano, o Clube Dramático, no Teatro Santa Isabel, um espetáculo em benefício da viúva e dos filhos de Carísio. Foi uma linda festa de caridade. Subiu à cena o drama João, o Corta-Mar. Os animadores Marinho Castro, Virito Cunha e Alexandrina Lima, entre outros,  tomaram parte da representação.

Homenageamos, no dia de hoje, a memória de Carísio de Barros. Ele pertenceu à família abençoada dos jornalistas humildes. E, entre os companheiros, disse o Jornal do Recife, foi “um irmão mais velho, sempre solícito, bondoso e jovial”.

Célio Meira – escritor e jornalista. 

LIVRO VIDA PASSADA…, secção diária, de notas biográficas, iniciada no dia 14 de julho de 1938, na “Folha da Manhã”, do Recife, edição das 16 horas. Reúno, neste 1º volume, as notas publicadas, no período de Janeiro a Junho deste ano. Escrevi-as, usando o pseudônimo – Lio – em estilo simples, destinada ao povo. Representam, antes de tudo, trabalho modesto de divulgação histórica. Setembro de 1939 – Célio Meira.

 

13 de setembro de 1987 – por @historia_em_retalhos.

13 de setembro de 1987.

Em uma clínica em ruínas do centro de Goiânia/GO, um aparelho utilizado em radioterapias foi descartado irregularmente, guardando dentro de si uma cápsula do perigoso césio-137.

Dois catadores, Roberto e Wagner, encontraram o equipamento e entenderam que se tratava de algo com algum valor comercial.

Após o desmonte, venderam o objeto para o ferro-velho de Devair Ferreira.

Começava aí o maior acidente radioativo do Brasil e o maior do mundo fora das usinas nucleares.

Foi no ferro-velho de Devair que a cápsula foi aberta, acometendo com os sintomas de náuseas, torturas, vômitos e diarreias todos aqueles que tinham algum tipo de contato com o material.

Isto porque Devair ficou encantado com o pó que emitia um brilho azul no escuro, mostrando com entusiasmo a descoberta para familiares e amigos.

O irmão de Devair achou pouco e levou o pó para a sua filha de 6 anos, que ingeriu as partículas do césio junto com um ovo cozido, morrendo dias depois.

Até o ano de 2012, cerca de 104 pessoas morreram nos anos seguintes em decorrência da contaminação com o césio-37 e cerca de 1.600 foram afetadas diretamente.

Mesmo já acometida pelos sintomas, a esposa de Devair, Maria Gabriela, foi a primeira a perceber que tudo aquilo que estava acontecendo tinha alguma relação com aquele “aparelho estranho”.

Decidiu, então, levar o césio às autoridades de saúde, impedindo que a contaminação espalhasse-se ainda mais e salvando um número incalculável de vidas.

A parte trágica é que a sua ação não poupou a sua própria vida.

Ao transportar o material, Gabriela foi muito exposta à radiação, vindo a morrer de hemorragia interna.

Muitos consideram que, se não fosse o seu ato heróico, o caso de Goiânia poderia tomar proporções inimagináveis, tornando-se o Chernobyl brasileiro.

Por fim, duas constatações tristes:

– o governo da época tentou minimizar o acidente, escondendo dados da população, porque Goiânia sediava um evento de automobilismo e o governador temia que o pânico chegasse aos estrangeiros.

– até hoje, 38 anos depois, a família ainda luta por um reconhecimento de Maria Gabriela como heroína de Goiânia.
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Alcoólicos Anônimos da Vitória – um breve relato…

 

Recebi, ontem (10), da colega Imortal da AVLAC – Academia Vitoriense de Letras, Artes e Ciência -, Marie Cavalcantti, um “panfleto” realçando um fato curioso, ocorrido na nossa cidade, envolvendo a história do A.A. antonense. Abaixo, portanto, segue as informações recebidas.

“A primeira mulher a fazer parte do AA em Vitória foi Noêmia Barnabé como participante honorífica. Foi entitulado madrinha do AA. Ela não era alcoolista mas pediu para fazer parte dessa associação para ajudar os dependentes químicos e muito o fez . Sua participação dentro do AA foi bastante frutífera com vários depoimentos . Atuando por mais de 25 anos”

Marie Cavalcantti.