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Em 3 de março de 1945, há 78 anos, era assassinado o estudante de Direito Demócrito César de Souza Filho, líder e mártir do movimento estudantil brasileiro.
Demócrito foi morto pela polícia política do Estado Novo, durante concentração popular na Praça da Independência, área central do Recife, a favor da candidatura do brigadeiro Eduardo Gomes à presidência.
Um disparo o atingiu, fazendo-o cair baleado da sacada do prédio do Diário de Pernambuco, durante o discurso de Gilberto Freyre.
Foi socorrido, mas morreu às 20h50min, no antigo Hospital do Pronto Socorro do Recife.
Outro tiro matou o operário Manoel Elias dos Santos, conhecido como “Manoel Carvoeiro”.
O fato gerou um inquérito, que não levou à punição de nenhum integrante da polícia, alegando-se “crime de multidão”.
Durante a cerimônia pela passagem dos 30 dias de sua morte, o professor Soriano Neto proferiu a famosa frase:
“Destroem-se vidas, mas não se assassinam ideias”.
Para alguns, a morte de Demócrito selou o fim da ditadura de Getúlio Vargas.
Honrosamente, o Diretório Acadêmico da histórica Faculdade de Direito do Recife recebeu o seu nome.
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Depois do 1° Congresso Brasileiro de Crítica e História Literária do Recife, da UFPE (1960), organizado pelo reitor João Alfredo da Costa Lima, com a participação de Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir, Clarice Lispector, Lygia Fagundes Teles, Elysio Condé, entre outros, quase nada de marcante no gênero aconteceria na cidade. Até quando, em março de 1973, há exatos 50 anos, os meios acadêmicos e literários, não só da capital, tiveram a oportunidade de participar de um evento que marcaria época e ficaria nos anais dos cursos literários de Pernambuco: o Iº Seminário Brasileiro de Crítica e Teoria Literária, promovido pelo Instituto de Letras da UFPE (1973), reunindo, durante 5 dias, um conjunto de especialistas dos mais representativos no Brasil naquela época.
Era notório o interesse de professores, pesquisadores, estudantes e estudiosos de áreas afins, além do Recife, vindos de lugares distantes, tendo em vista o temário previamente construído, que privilegiava o diálogo com grandes temas literários da época e que ainda hoje são atuais.
Foi seu idealizador o poeta, professor, ensaísta e crítico literário César Leal, ele que seria o “pai da Geração 65”, de quem me tornei amigo e parceiro durante muitos anos na edição semanal do Suplemento Literário do Diario de Pernambuco, na época, influente caderno de 8 páginas. Para cumprir o objetivo do seminário, César Leal escolheu uma comissão organizadora, da qual tive a honra participar, ao lado dos professores Leônidas Câmara, Piedade Sá, Edileusa Dourado, Marcus Accioly. Foram palestrantes: Afrânio Coutinho, na época, o mais influente crítico literário do Brasil, acadêmico da ABL e professor universitário, que falou sobre Literatura, métodos e objetivos, sobre a sua experiência acadêmica nos EUA e como teórico do New Criticism; (as ideias da Nova Crítica, muito em voga naqueles anos, um movimento da teoria literária surgido nos anos 20 nos Estados Unidos, que tinha como foco a separação do texto e do autor a fim de que o texto fosse objeto em si mesmo); Benedito Nunes, que se destacava pela sua intensa atividade acadêmica, como crítico literário e ensaísta, professor e conferencista internacional, que discorreu sobre a Estrutura da Obra Literária; João Alexandre Barbosa, que nos trouxe um longo texto sobre a importância da metáfora no processo da criação literária; Lourival Vilanova, um estudioso de muitos saberes e erudição, sobre As aproximações da Literatura com o Cinema – Esboço Fenomenológico; Maria Luiza Ramos, professora universitária de grande influência nos estudos avançados de literatura comparada e crítica literária, sobre Fenomenologia da obra literária; Wilson Guarany, professor, crítico literário, criador do Programa de Pós-Graduação em Letras, da PUCRS, sobre A estrutura do Texto Literário; Bernard Lubié, da Universidade de Sorbonne (Paris), encerrou o evento com uma palestra sobre as correntes da Crítica Literária da França.
Vencendo desafios e dificuldades, (foi pontual o apoio do reitor Marcionilo Lins), esse seminário teve por finalidade, na sua essência, a interpretação da obra literária como expressão artística, o lugar da teoria da literatura e da crítica de formação acadêmica, disciplinas cuja mais importante sistematização do século 20 pode ser localizada na clássica Theory of Literature (1949), de René Wellek e Austin Warren, autores de maior foco nos intervalos do evento. Também, a intenção do seminário era propiciar a troca de conhecimentos em áreas multidisciplinares, em especial Literatura, Teoria da Literatura, Crítica Literária e Criação Literária, com a finalidade de levar não só aos professores universitários como também aos mestrandos, doutorandos e alunos dos cursos de graduação um conjunto de propostas teóricas atualizadas nas áreas de estudos abrangidas pelo evento.
Marcus Prado – jornalista.
Ainda dentro do tema “Carnaval Antonense 2023”, na qualidade de carnavalesco observador e folião animado, jogo luz em alguns pontos da nossa festa maior que não corresponderam nessa edição histórica (volta pós-pandemia), que acaba de fechar as cortinas.
Evidentemente que não sou o dono da verdade muito menos fui nomeado para fazer parte da comissão julgadora oficial do referido espetáculo, mas o faço (opinião) pelo dever do registro e até no sentido contributivo, naquilo que chamamos de “aperfeiçoamento constante”.
Muito bem, na nossa mente existem algumas coisas que associamos de maneira natural: Paris com Torre Eiffel. Rio de Janeiro com Cristo Redentor. Recife com Praia de Boa Viagem. Nessa linha de raciocínio, a meu juízo, não existe “Carnaval na Vitória de Santo Antão sem a Praça Duque de Caxias”, aliás historicamente cognominada de “Quartel General do Frevo”.
Suprimida oficialmente dos festejos de momo pela prefeitura, em 2023, tal ação provocou, entre outras coisas, uma ruptura na continua animação no percurso oficial da folia. Vou mais além: de maneira geral deu ao carnaval da Vitória, em alguns momentos, uma cara de “fim de festa”.
Outra ação realizada pelos gestores municipais que não contribuiu em nada para o engrandecimento da nossa festa foi o chamado “Polo Imperial do Frevo”. Investimentos e energias desperdiçadas. Pouca serventia momesca!
É bom que se diga, para ficar bem claro, que o nosso carnaval tem na sua gênesis, no seu DNA e na sua formatação um processo alicerçado nas suas agremiações. Foram com elas e através delas que construímos esse patrimônio imaterial de mais de 140 anos de existência. Polos, palcos e outras apresentações que não sejam em movimento, no circuito da folia ou na direção dele (circuito), devem ser tratadas como “adereços da folia”, nunca como figuras centrais da festa, tanto do ponto de vista do investimento financeiro quanto na questão midiática. Isso é uma inversão de valores!
Acredito que o critério determinante para a armação da estrutura na Praça Leão Coroado e também à determinação, por parte da prefeitura, que todas as concentrações, largadas e chegadas de agremiações animadas com trio elétrico fossem no bairro do Livramento, tenha obedecido o crivo político/administrativo, já que a atual gestão, recentemente, promoveu algumas intervenções no conjunto dos equipamentos públicos lá existentes.
Já com relação ao reforço na iluminação do circuito oficial da folia poderíamos dizer que por mais um ano o folião vitoriense que brincou no horário noturno foi bastante prejudicado. Entre outros trechos, por exemplo, à Rua Melo Verçosa ficou muito “mal na fita”. Outro “pecado” cometido pela atual gestão nesse carnaval está diretamente ligado à ornamentação temática da cidade. Muito pobre e sem a mínima criatividade e, diga-se de passagem, aplicada com bastante atraso.
Com relação aos carros alegóricos, para não me alongar muito, apenas duas observações: a boa é que de fato houve, por parte da gestão municipal, um interesse no fomento dessa cultura local. O detalhe dessa operação, e aí segue uma visão histórica e futurística num só tempo, é que o principal “oxigênio” dessa cultura local (carros alegóricos) sempre foi à disputa entre as agremiações e seus respectivos criadores (artistas). Esse ano, nada disso existiu. Isso é preocupante.
Num passado mais ou menos distante nossos carros alegóricos eram “produtos tipo exportação” em função da criatividade, do luxo e da tecnologia aplicada. Muitos deles, inclusive, sendo destaque na capital quando lá se apresentavam. No atual contexto, mesmo dispondo de muito mais recursos – facilidades e possibilidades – os mesmo, sob os pontos antes elencados (criatividade, luxo e tecnologia), não produziram, como se esperava, deslumbramento nos mais velhos nem curiosidades aos mais jovens.
Concluo essas palavras em registro escrito da maneira que comecei, dizendo: não sou o dono da verdade nem muito menos fui nomeado para fazer parte da comissão julgadora do referido espetáculo. Essas, portanto, são algumas das minhas observações sobre o carnaval antonense 2023 que julgo pertinentes. A partir de agora, já contando os dias para a folia de 2024 chegar! Vamosimbora…
Era apenas mais uma manhã de sol escaldante, em Floresta/PE, no ano de 1981.
David Jurubeba, fazendeiro e tenente da PM, teve um pedido seu de financiamento negado pelo gerente do Banco do Brasil, Edmilson Lins.
Preterido, Jurubeba criou um tumulto no interior da agência, ameaçando denunciar a “roubalheira” que estava acontecendo nos financiamentos agrícolas da cidade.
Decidiu, então, escrever uma carta ao presidente do banco, Osvaldo Collins, que, desconfiado com o teor do que foi narrado, enviou uma equipe de auditores para apurar a denúncia.
Se você nunca ouviu falar deste fato, está na hora de saber: a partir daí, estouraria o maior crime financeiro da história de PE, o famigerado “Escândalo da Mandioca”.
A engrenagem funcionava da seguinte maneira: documentos falsos eram apresentados para a obtenção de créditos agrícolas, utilizando-se, para tanto, cadastros frios, propriedades fictícias e agricultores fantasmas.
Os empréstimos eram realizados pelo banco, em tese, para o plantio da mandioca.
Em seguida, alegava-se que a seca destruíra as plantações (que nunca foram feitas) e ninguém pagava nada, sendo, ainda, os “prejuízos” cobertos pelo seguro agrícola (Proagro).
Estima-se que foram realizados 300 financiamentos irregulares, o que importou em um desvio de Cr$ 1,5 bilhão.
Do outro lado deste lamaçal, estava o jovem e idealista procurador da República Pedro Jorge de Melo e Silva, que, aos 35 anos, conduzia com esmero as investigações para responsabilizar os envolvidos no esquema.
Pedro pagou com a vida o preço da sua coragem.
No final da tarde do dia 03 de março de 1982, foi assassinado, com três tiros, na frente de uma padaria, em Olinda.
Os 07 envolvidos no crime foram levados a júri popular e condenados, após uma polêmica decisão de impronúncia do juiz Genival Matias.
No ano passado, um novo monumento a Pedro Jorge foi erguido no Recife (foto).
Trazer a memória e a lição cívica de Pedro Jorge à tona deve estar, sempre, na ordem do dia.
Esfarelaram-se para a história aqueles que o subjugaram pela violência, mas Pedro Jorge vive.
Vive pelo seu exemplo.
Salve Pedro Jorge de Melo e Silva.
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Completa um ano hoje, dia 1º de março, uma notícia que deixaria o mundo em alerta, o anúncio do presidente russo Vladimir Putin, segundo o qual dava por concluídos os testes de uma das suas mais poderosas armas e a qualificava como “invencível”, “indetectável” e “sem limitação de alcance”, “capaz de cruzar os polos e de provocar o mesmo impacto tanto na Europa quanto nos Estados Unidos”: o novo míssil balístico intercontinental, o RS-28 Sarmat, que a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) chama de “Satã 2”. Segundo Putin, o míssil é capaz de lançar 15 ogivas nucleares em qualquer lugar do mundo e faz qualquer país “pensar duas vezes” antes de fazer ameaças contra a Rússia, pois a arma “é capaz de superar todos os meios modernos de defesa antimísseis”. Conforme uma associação norte-americana que luta contra a proliferação de mísseis, seu potencial seria equivalente ao de 12 bombas atômicas “clássicas”, indetectáveis.
Botticelli (1445-1510), amante da beleza, desenhou uma fera repulsiva para ilustrar o Satã de Dante. Na sua Biografia do diabo, o crítico Alberto Cousté (1940-2010) afirma que o Diabo é uma imensa dor de Deus. É visto nas narrativas de grandes autores do cânone ocidental. O escritor Eça de Queirós (1845-1900) no conto O Senhor Diabo afirma que Satã é a figura mais dramática da História da Alma. O mesmo será visto por Goethe (1749-1832), Willian Blake (1757-1827), Lord Byron (1788-1824), Honoré de Balzac (1799-1850), Victor Hugo (1802-1885), além de Dostoiévski (1821-1881), Charles Baudelaire (1821-1867), Thomas Mann (1875-1955). Grandes vultos das nossas letras, do romance, da dramaturgia, das artes e do cinema, dentro dos rigores imperativos estéticos, fazem pensar nesse execrável e tinhoso personagem, aquele que perambula sem rumo certo pela terra, cujo nome as pessoas preferem não pronunciar. O tema fora já visitado no Brasil por Machado de Assis (1839-1908), Gregório de Matos (1636-1696), Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), Guimarães Rosa (1908-1987) – A subjetividade do personagem Riobaldo entre Deus e do Diabo; na obra fílmica de Glauber Rocha (1939-1981), nas pistas analíticas lançadas por Gilberto Freyre (19001987), no teatro e no romance de Ariano Suassuna (1927-2014), na ficção de Eduardo Galeano, (1940-2015), nos ensaios de Antônio Cândido (1918-2017). O demônio é visto no Teatro e na ficção de Osman Lins (1924-1978), no romance e no Teatro de Hermilo Borba Filho (1917-1976); na arte de Gilvan Samico, (1928-2013), no Teatro de Ladjane Bandeira (1927-1999), na sua única peça, A Viola do Diabo, injustamente esquecida, (como tem sido também esquecida a sua grande pintura), sem falar da nossa secular literatura de Cordel. A arte, no mundo inteiro, tem sido uma ferramenta escolhida para retratar o imaginário do Satã, a Serpente primordial do Caos, a obsessão diabólica vista atualmente em 30 regiões do mundo com a presença de conflitos armados.
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Especialmente em 2023 o carnaval foi carregado de expectativa. Interrompido por dois anos consecutivos, por conta dos “tempos pandêmicos”, os festejos de momo carregaram em si uma forte simbologia. Ou seja: voltamos à normalidade! Essa foi a principal mensagem que ficou….
Apesar de mais da metade da população nacional declarar-se não simpática com esse tipo de folia, o Brasil continua sendo conhecido como o País do carnaval. Em nossa província (Pernambuco) e especialmente na nossa ‘aldeia” (Vitoria de Santo Antão) possivelmente esses percentuais apresentados devem ser mais animadores, na direção da festa comandada pelo Rei Momo.
Muito bem, nunca antes na história carnavalesca antonense uma gestão municipal dispôs de tanto tempo para desenhar, planejar, organizar e executar o “seu primeiro carnaval”. Afinal, foram mais de 24 meses para emplacar suas digitais na nossa festa maior. Fica-nos, então, a pergunta: será mesmo que esse foi o melhor carnaval da Vitória das últimas décadas?
Evidentemente que um evento com a pluralidade e a magnitude do nosso carnaval não é uma equação simplificada. Não! Mas convenhamos, também, que por ser um movimento já com certa previsibilidade em sua condução, o mesmo torna-se possivelmente exequível sem maiores transtornos, principalmente porque o atual prefeito, Paulo Roberto, já atuou, em outro momento recente, por oito anos consecutivos, na pasta responsável pelo ordenamento dessa mesma demanda o que lhe proporciona, indiscutivelmente, mais elementos para atenuar imprevistos.
Se inicialmente os meios de comunicação da Capital alertavam certo temor no tocante à violência no carnaval pernambucano, convenhamos que a festa, de maneira geral, no estado, foi marcada por uma tranquilidade razoável.
Em Vitória de Santo Antão, que nos últimos anos não se destacou por atos violentos, poderíamos dizer que assistimos um dos carnavais mais calmo e tranquilo. Estive nas ruas os quatro dias de folia oficial e não vi absolutamente nada que me faça dizer que foi diferente.
É possível que a presença da Polícia Militar, da Guarda Municipal e dos agentes da AGTRAN, em maior número nesses festejos de momo nas ruas, tenha contribuindo decisivamente para assegurar um certo clima de clamaria, por assim dizer.
Aliás, por mais de uma vez, encontrei nas ruas, coordenando pessoalmente os trabalhos, o diretor da AGTRAN e o secretário de Defesa Social, Marcelo Torres e Décio Filho, respectivamente. Por sinal, ao Marcelo, dei-lhe os parabéns de “viva voz” pelo controle no fechamento das ruas. Esse ano (2023) houve uma melhora bastante acentuada. Com um bloqueio mais eficiente, entre outras vantagens, evitamos os chamados “paredões de som avulsos” que, convenhamos, “poluem sonoramente” a festa.
Outro ponto positivo que observamos, por assim dizer, se refere à limpeza das vias no tocante ao circuito oficial da folia. Houve, sim, uma ação contínua, no sentido do não acúmulo de resíduos durante os desfiles das agremiações promovendo, com toda certeza, um melhor aspecto visual ao evento como um todo.
Na questão da prontidão, com serviços diversos e equipes de saúde com ambulâncias, distribuídas ao longo do percurso oficial, poderíamos dizer que foi um serviço da prefeitura que atuou positivamente no nosso tríduo momesco e que merece um registro.
Essas, portanto, são algumas observações positivas que sublinhamos em nosso jornal eletrônico atinentes ao carnaval 2023. Evidentemente que em outros pontos a gestão municipal “pisou na bola” e não somou para o engrandecimento da nossa festa maior. A ornamentação e a iluminação, por exemplo, preparadas para o evento, foram pontos negativos para a atual gestão nesse carnaval. Mais adiante, estaremos fazendo novas ponderações, sobre o mais recente carnaval na terra de José Marques de Senna.
Com a alegria, entusiasmo e admiração registramos a passagem dos dois anos de atuação da página @história_em_retalhos.
A mesma é fruto de ampla pesquisa e muito compromisso histórico, motivo pelo qual resolvemos “comprar a ideia” e passamos a reproduzir o seu conteúdo em nosso jornal eletrônico, intitulado Blog do Pilako.
Além do endossar nossa proposta suas abordagens também enriquece os nossos internautas. Portanto, VIDA LONGA à pagina https://www.instagram.com/p/CpPcQh-O1xH/?igshid=MDJmNzVkMjY%3D
Na foto: Mario Vargas LIosa e eu, no Rio de Janeiro……
A perda da memória, o esquecimento daqueles que muito contribuíram para a identidade não só cultural do Brasil, continua e é de fazer chorar. Por que tratamos nossos registros históricos com tanto descaso? A quem interessa um país sem memória? Um povo que não compreende suas referências e suas origens, perde a chance de reparar seus erros históricos. Revoltante ainda mais quando se perde a oportunidade de mostrar a atualidade do que nos foi legado. É o caso de Gilberto Freyre e sua vasta e prolífica obra, Artur César Ferreira Reis (o mais injustamente esquecido de todos entre os estudiosos da Amazônia) e o escritor fluminense Euclides da Cunha (1866-1909), autor de um dos maiores clássicos brasileiros, Os Sertões, para citar apenas três.
No debate atual sobre as denúncias, recorrentes ao longo dos tempos, que estampam violência e devastação nas terras indígenas da Amazônia, com índices de mortalidade de crianças e adultos que chocam o mundo, ( quase 100 crianças morreram na Terra Indígena Yanomami em 2022, segundo o Ministério dos Povos Indígenas, devido ao avanço do garimpo ilegal na região ), Euclides da Cunha deveria ser reconhecido como um dos pioneiros a alertar, com toda clareza, competência, seriedade e coragem, para uma história que parece sem fim: o desaparecimento maciço da floresta tropical, o desmatamento criminoso causado pela mão do homem, que acaba de alcançar a pior marca, 11,3%, desde o início do monitoramento, em 2015.
Em textos para jornais, de 1904 e 1905, o jornalista e escritor fluminense Euclides da Cunha já procurava alertar sob a perspectiva histórico-social, para a ganância criminosa do extrativismo, a agressão contra os povos indígenas, a devastação ambiental, as doenças, a exploração predatória dos recursos naturais da floresta, a destruição cujos responsáveis, no início, eram os caucheiros peruanos que exploravam a região em busca de látex, seiva retirada de espécies vegetais usada para a produção da borracha.
É o que destaca o Jornal da USP, na sua recente edição, com texto de Joyce Tenório. “Abrindo a tiros de carabinas e a golpes de machetes (um tipo de facão utilizado para poda de árvores) novas veredas a seus itinerários revoltos, e desvendando outras paragens ignoradas, onde deixariam, como ali haviam deixado, no desabamento dos casebres ou na figura lastimável do aborígine sacrificado, os únicos frutos de suas lides tumultuárias, de construtores de ruínas”. (Euclides da Cunha).
Foi um período que marcou profundamente a vida dos povos indígenas e da paisagem social dessa região, conta ao Jornal da USP o historiador José Bento Camassa, autor da pesquisa de mestrado “Os icebergs e os seringais: representações e projetos políticos nos relatos de viagem de Roberto Payró sobre a Patagônia (1898) e de Euclides da Cunha sobre a Amazônia (1904-1905) ”. Euclides chegou a propor a construção de uma ferrovia no território acriano para melhorar o aproveitamento econômico e promover sua integração com o espaço geográfico nacional, enfatiza José Bento Camassa na sua tese acadêmica, mostrando como Euclides da Cunha apresentava grande interesse para o Brasil contemporâneo.
Esta foi a impressão que tive de Mário Vargas Llosa, quando o entrevistei para o DIARIO DE PERNAMBUCO, mais de uma vez, durante a sua presença no Rio de Janeiro, no Hotel Glória, na reunião do Pen Clube Internacional, do qual era presidente. (1984). Ele, que seria Nobel de Literatura, já estava de malas prontas para uma viagem a Canudos, no início do seu famoso romance A GUERRA DO FIM DO MUNDO. Mário, então, estava por inteiro envolvido com o universo simbólico da obra de Euclides da Cunha.
Ariano Suassuna nunca escondia que, entre Gilberto Freyre e Euclides da Cunha, sua preferência era para o autor de “Os Sertões”, sem negar o seu apreço e respeito pelo autor de “Casa Grande & Senzala”. Canudos é uma página de heroísmo de nossa história, tema presente na trajetória do romance e do teatro de Suassuna. Canudos, mais do que espelho, em Suassuna, talvez seja uma miragem. Em verdade, algumas vozes da Ficção de Ariano, em menor grau, são trazidas pelos ventos de Canudos, não iguais aos ventos alísios e poeiras vindos da África, que fertilizam o solo amazônico.
Em razão do descaso dos últimos anos do governo federal, que desaparelhou de órgãos de fiscalização e desassistiu os povos indígenas, Euclides da Cunha é de uma atualidade notória. A mesma importância de reconhecida atualidade de Euclides da Cunha tem sido defendida pelo professor Francisco Foto Hardman que, desde o início dos anos 90, dedica parte de sua produção científica a Euclides, que viria chefiar uma missão diplomática como assessor especial do ministro das Relações Exteriores, Barão do Rio Branco.
Para a escritora Walnice Nogueira Galvão, “Os Sertões” tem que ser lido todos os dias para entender o que acontece com os pobres no país”.
Marcus Prado – jornalista
Em palavras emitidas pela voz do coração, recentemente, o Padre Sérgio, Pároco da Matriz de Nossa Senhora do Livramento, traduziu o sentimento dos diretores e foliões da Agremiação Carnavalesca SAUDADE, ao externar elogios na direção do contexto em que se deu o último desfile, ocorrido no último dia 20 de fevereiro.
Assim sendo, registramos, aqui, os agradecimentos ao referido religioso pela atenção, destacando também o apurado poder de percepção no que se refere ao melhor e mais pernambucano dos repertórios executado em nosso carnaval. Obrigado Padre Sérgio!
Jorge Luiz Souza Lima, o Jorge Lafond, foi um comediante e bailarino brasileiro, com estilo próprio, talento e muita presença de palco.
Preto, pobre e homossexual, Jorge precisou aprender cedo a enfrentar as barreiras do preconceito.
Aos 6 anos, já tinha a consciência de que era homossexual, escondendo dos pais essa condição.
Movido pelo sonho, estudou balé clássico e, depois, teatro na UERJ.
Foi como bailarino que o artista começou a engrenar na sua carreira.
Fez parte do corpo de bailarinos do Fantástico, para, depois, estourar no Jô Soares, nos Trapalhões e A Praça é Nossa.
Seu personagem principal era quase uma caricatura de si mesmo: Vera Verão.
Consolidado e com o trabalho reconhecido, Jorge talvez já não esperasse sentir de forma tão forte o impacto da indiferença e da crueldade das pessoas.
Mas isso aconteceu e foi no programa Domingo Legal, de Gugu Liberato.
No dia 10.11.2002, Lafond participava de uma competição integrando o time feminino.
Como de costume, a competição seria interrompida para dar lugar a uma atração musical e seria retomada depois.
Era normal que as equipes permanecessem no palco e até dançassem ao lado do convidado.
Porém, o convidado do dia, o padre Marcelo Rossi, fez uma exigência inusitada, com a conivência de Gugu Liberato: Lafond teria que ser retirado do palco.
Supostamente, o padre não queria estar no mesmo ambiente do comediante.
Sem reação, Lafond recebeu a orientação para retirar-se, enquanto o religioso apresentava-se.
Assim que o padre saiu, a produção tentou convencê-lo a retornar, mas ele não quis.
Já não dava mais.
Humilhado, voltou pra casa.
O impacto foi muito grande, porque, além de tudo, ele era admirador do padre.
Coincidência ou não, uma semana depois, ele foi internado com complicações cardíacas.
Em 11.01.2003, após o agravamento do quadro, o comediante morreu, aos 50 anos, vítima de um infarto.
Nunca se saberá, ao certo, o grau de relação entre essa atitude do religioso e a morte de Lafond.
Porém, uma coisa é certa: mesmo que causada por outras razões, a sua morte foi, no mínimo, precipitada pelo preconceito.
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A Saudade é mais que uma agremiação carnavalesca. A Saudade é um espaço de preservação cultural. Com as graças de Deus e a proteção do Glorioso Santo Antão, nos encontraremos em 2024.
Após várias apresentações artísticas no Espaço de Ouro, no domingo (26) pós carnaval, promovidas pela Agremiação “Equipe da Bagaça” nossas lentes registaram, no Pátio da Matriz, a orquestra de frevo animando os foliões mais resistentes. Veja o vídeo.
Para quem acredita que todas as descobertas científicas e grandes observações astronômicas aconteceram apenas na Europa e nos EUA!
Não é bem assim!
Está aí o feito de 26 de fevereiro de 1860.
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Com quatro apresentações – uma antes do reinado de momo e as outras dentro da folia oficial – o Bloco Fera atuou no segmento do folião jovem. Por ocasião da passagem da agremiação pelo Pátio da Matriz, na noite da terça-feira (21), nossas lentes registraram sua última apresentação.
Voltado para o segmento mais jovem, o Bloco Papaléguas desfilou duas vezes no carnaval 2023 – sábado e terça. Na terça-feira (22), em posição privilegiada, nossas lentes registram o início do desfile que começou no Pátio do Livramento. Na ocasião, a cantora Leyd Falcão demonstrava toda sua energia e vibração no show.