Recife e Olinda: 488 e 490 anos! – por @historia_em_retalhos.

Aniversário do Recife e de Olinda: 488 e 490 anos! 

Isso já te intrigou? Por que as duas cidades irmãs fazem aniversário na mesma data?

Seria por uma coincidência da história?

A resposta é não.

E eu vou te explicar a razão!

Em verdade, apenas Olinda tem a sua “certidão de nascimento”, que é o chamado “Foral de Olinda”, o mais antigo documento histórico da cidade, escrito, pela primeira vez, em 1537.

Trata-se de uma carta com o plano de doação de terras e com a nomeação do primeiro donatário da capitania de Pernambuco, Duarte Coelho.

Por este registro, chega-se à data da fundação da cidade, dois anos antes, em 12 de março de 1535, ano em que Coelho aportou em Pernambuco.

Teria sido nesta ocasião, segundo Vanildo Bezerra Cavalcanti, que a célebre frase “oh, linda posição para uma vila” foi exclamada, provavelmente, não por Duarte Coelho, mas por seu criado Francisco Frazão, chamando a atenção do donatário.

Com relação ao Recife, a data tem mais uma natureza simbólica, não sendo nem sequer feriado oficial.

Inexistindo um documento escrito que registrasse a fundação da cidade, como em Olinda, convencionou-se por declarar o dia 12 de março de 1537, data da lavratura do Foral de Olinda, porque ali constava a primeira referência histórica à cidade do Recife, como “terras para as bandas do sul de Olinda, que são os arrecifes dos navios”.

Em 1990, o art. 176 da Lei Orgânica do Recife estabelece que “é declarado o dia 12 de março de 1537 como data histórica da fundação do Recife”.

A primeira, Marim.

A segunda, Maurícia.

A primeira, Lusitana.

A segunda, Holandesa.

A primeira, das Colinas.

A segunda, dos Rios.

A nossa homenagem às cidades irmãs!
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As pedras patrimoniais de Olinda – por Marcus Prado.

“As pedras olindenses têm sofrido um desgaste alarmante.” (Cláudio Aguiar)

As “Rimas Pétreas”, do divino Dante Alighieri (1265-1321), sobre uma mulher tão bela e dura como uma pedra, a tradição simbólica das pedras, o entendimento e a transmissão dos atributos das pedras como matéria de arquitetura e arte, fazem-me lembrar das raras pedras seculares do sítio histórico de Olinda, as que restam do patrimônio pétreo em ruas da cidade – calçamentos e calçadas.Um patrimônio precioso, exemplo icônico que deveria ser preservado, pelo que nos diz, também, do simbolismo milenar das pedras, não só na arqueologia ao redor do globo pelas mais distintas culturas. São muitos os sentidos históricos, filosóficos, poéticos e até mesmo épicos e sagrados atribuídos às pedras.

Existem pedras que fazem cantar, produzem sons e entoam cantos quando se chocam com outras pedras, fenômeno que ouvi dizer quando estive em visita ao sitio Passagem das Pedras (Serra Talhada). Você só ouve o som das pedras. É bom lembrar que as peripécias sonoras do vento saindo das pedras estão no “Grande Sertão: Veredas”, de João Guimarães Rosa. (1908-1967).

As calçadas e calçamentos em pedra portuguesa, segundo historiadores, tornaram-se um símbolo da formação de Olinda, “quando a cidade se consolidava como sede da Capitania de Pernambuco, no período áureo da economia de cana de açúcar”. A qualidade da pedra influenciava significativamente a durabilidade da construção. Um tema visto na erudita defesa de doutorado da professora Juliana Cruz de Santana (UFPE, UNIBRA): “Os materiais construtivos do edificar de Recife e Olinda”. O material pétreo da arquitetura, diz a autora, simbolizou a necessidade de edificar para durar, fazendo uso das possibilidades construtivas da época. Foi desta maneira que as edificações eram estruturadas em Olinda e, mais tarde, no Recife.

Tipos de pedras exploradas em Portugal vindas de Lisboa, são ainda vistas nas ladeiras de Olinda, embora grande parte tenha sido removida ao longo dos séculos. Eram trazidas nas embarcações que vinham buscar as riquezas naturais da colônia. Pedras usadas para adernar as embarcações. O trabalho da professora. Juliana atende a altos padrões de rigor de pesquisa e interesse.

O escritor Cláudio Aguiar, no seu excelente livro “A Casa de João Fernandes Vieira”, descreve sobre a talvez mais olindense e histórica casa de Olinda, um dos mais significativos testemunhos edificados do patrimônio cultural de Pernambuco. O foco das suas páginas iniciais são as antigas calçadas e calçamentos do sitio histórico, a começar pela Rua de São Bento e do seu entorno, tombado, do Mosteiro de São Bento e a sua abadia.

Esse livro é resultado de um levantamento meticuloso e pesquisa historiográfica, uma referência primordial na melhor bibliografia de Olinda do passado. O livro “Arquitectura Popular em Portugal”, uma obra coletiva, fartamente ilustrada, editada há menos de um mês pelo influente jornal “Público” (Lisboa) traz fotos, ampliadas, de calçamentos de pedra da metrópole portuguesa no século XVIII. Comparando as pedras em uso nas vias públicas de Lisboa desse período, a sua pavimentação, com as pedras existentes ainda hoje no sitio histórico mais tradicional de Olinda, não há como distancia-las.

Marcus Prado – jornalista

FALECIMENTO DE JOSÉ AUGUSTO LOPES – por Sosígenes Bittencourt.


De todas as virtudes que adornavam a personalidade do prof. JOSÉ AUGUSTO LOPES, a que mais reluzia era a humildade. E eu até comentava, com a disponibilidade da amizade que nos unia: Zé, todas suas virtudes, como pai de família, professor, funcionário público e amigo são respaldadas na sua humildade. E ele sorria, iluminado de alegria.

A vida é feita de tempo e daquilo que fazemos com o tempo que temos. Ademais, morreremos. Contudo, uma vez vivos no mundo, não tem mais jeito, o jeito que tem é viver.

Agora, amigo, professor José Augusto Lopes, és detentor de um segredo só a ti revelado. Um dia, fostes como nós somos; um dia, seremos como tu és.

Até breve! Requiescat in pace!

Sosígenes Bittencourt

Corrida e Caminhada da Vitória – 75% das vagas já preenchidas!!!

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Vida Passada… – Padre Venancio de Rezende – por Célio Meira.

Na vila formosa do Sirinhaém, onde nasceu Maria Sousa. A heroína da Restauração Pernambucana, veiu, ao mundo, em 1784, o padre Venancio Henrique de Rezende. Ordenou-se em Olinda e aos 29 anos, exerceu a coadjutoria da paróquia do Cabo. Desencadeada a revolução republicana de 1817, ingressou, padre Venancio, nas fileiras dos rebeldes, empunhando armas, conta um historiador, na batalha de Pindóba. Vencido, foi anistiado, em 21, o sacerdote do Sirinhaém. Envolvido nos acontecimentos políticos, que culminaram com o atentado ao governador Luiz do Rêgo, sofreu, em Lisboa, as agruras do exílio.

Regressando à terra pernambucana, em 22, iniciou no “Maribondo”, a oficina “anti-corcundista” de José Mariano Falcão Padilha, e mais tarde, na “Gazeta Pernambucana”, a trincheira liberal de Manuel Clemente do Rêgo Cavalcanti , a brilhante e atrevida campanha nativista, elegendo-se deputado à primeira Constituinte brasileira. Foi jornalista vigoroso e orador eloquente. Dissolvida a Constituinte, em novembro de 1823, voltou, padre Venancio, revoltado, ao torrão nativo, e no ano seguinte, figurou nas colunas dos sonhadores que fizeram a Confederação do Equador.

Teve, na revolução de 24, papel destacado, redigindo, diz, Sebastião Galvão, o célebre manifesto de Manuel de Carvalho Pais de Andrade. E quando o brigadeiro Lima e Silva esmagou o sonho alcandorado de Natividade Saldanha e de Frei Caneca, Padre Venancio conheceu, de novo, o amargor do exílio, nos Estados Unidos e nas terras do México.

Enviou-o Pernambuco, anos depois, à Câmara Geral. E nessa bancada, revelou-se, o ilustrado sirinhaense, estadista esclarecido, pertencendo à geração intelectual daqueles que se bateram, e obtiveram, o Áto Adcional de Agosto de 1934, à Constituição do Império. E terminando o mandato popular, padre Venancio passou a viver de seu apostolado de cátedra, ensinando latim, francês, e inglês. Concedeu-lhe, a esse tempo, o bispado, a vigaria da freguesia de Santo Antônio do recife. Dirigiu, beirando os 70 anos, o Liceu Pernambucano.

Espirito fulgurante, foi, Padre Venancio, um semeador de esmolas. Pregou e praticou a caridade, com o coração em festa. E, aos 82anos de idade, no dia 09 de fevereiro de 1966, morreu Padre Venancio, na pobreza. Foi a irmandade de São Pedro dos Clérigos que lhe fez o enterro humilde. Deixou, na terra, as riquezas de seu cérebro e as graças de sua alma cristã e romântica.

Padre Venancio de Rezende, o preclaro filho de Sirinhaém, é, na história do Brasil, um exemplo de patriotismo, e um símbolo de cristandade.

Célio Meira – escritor e jornalista. 

LIVRO VIDA PASSADA…, secção diária, de notas biográficas, iniciada no dia 14 de julho de 1938, na “Folha da Manhã”, do Recife, edição das 16 horas. Reúno, neste 1º volume, as notas publicadas, no período de Janeiro a Junho deste ano. Escrevi-as, usando o pseudônimo – Lio – em estilo simples, destinada ao povo. Representam, antes de tudo, trabalho modesto de divulgação histórica. Setembro de 1939 – Célio Meira.

“Dia Internacional das Mulheres” – por @historia_em_retalhos.

Oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, o chamado “Dia Internacional das Mulheres” é, muito antes do que um evento comemorativo, uma data de luta.

A origem precisa da data é controversa, porém a razão mais consistente deve-se ao fato de que, no dia 8 de março do ano de 1917, um protesto intitulado de “pão e paz” foi realizado por milhares de mulheres na Rússia, em busca de melhores condições de trabalho, contra a fome e contra a participação da nação na Primeira Guerra Mundial.

No Brasil, ninguém é capaz de melhor exprimir a luta emancipatória das mulheres do que a famacêutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes (foto).

A sua trajetória em busca de justiça durante 19 anos e 6 meses fez dela um símbolo da luta por uma vida livre da violência doméstica.

Após se casar com o professor colombiano Marco Antônio Heredia, em 1976, Maria da Penha foi vítima de duas tentativas de feminicídio.

Primeiro, ele deu um tiro em suas costas, enquanto ela dormia, criando a falsa versão de um assalto.

Como resultado desta agressão, Maria da Penha ficou paraplégica.

Quatro meses depois, quando voltou para casa, após duas cirurgias, internações e tratamentos, ele a manteve em cárcere privado, no decorrer de 15 dias, e tentou eletrocutá-la durante o banho.

A partir daí, deu-se início ao calvário desta pequena guerreira, que enfrentou, inclusive, a indiferença do sistema de justiça brasileiro, o que a fez provocar a Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

Tal comissão responsabilizou o Estado brasileiro por negligência, omissão e tolerância em relação à violência doméstica praticada contra as mulheres.

Após conseguir, finalmente, ver o seu agressor preso e com a pena devida, em 7 de agosto de 2006, foi sancionada a Lei n.° 11.340/06, que recebeu o seu nome, como reconhecimento de sua luta contra as violações dos direitos humanos das mulheres.

Que nesta data as mulheres brasileiras mirem-se na batalha e no exemplo de Maria da Penha.

Ao lado das flores, a luta!

Só assim a data será definitivamente significada.

Feliz Dia Internacional das Mulheres!

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Girafa: 75 anos de história!!!

Comandada pelos irmãos Ferrer – Alexandre e Aluizinho – a Agremiação Carnavalesca A Girafa, além de  desfilar os três dias com o Trio e Banda Asas  da América, nesse ano, 2025, por ocasião da comemoração pela  passagem dos 75 anos de fundação, também desfilou com alegoria e orquestra de frevo, na manhã da terça-feira, 04 de março.

Fundada em 1950 por um conjunto de amigos, A Girafa sempre marcou presença nas ruas da cidade no reinado de momo. Indiscutivelmente, é uma das agremiações do carnaval antonense mais bem estruturada. Mais 75 anos de glórias para A Girafa……

Data Magna do Estado de Pernambuco – por @historia_em_retalhos.

Por que o dia 6 de março tornou-se a Data Magna do Estado de Pernambuco?

Na verdade, a importância da data deve-se a um ato de intrepidez, bravura e coragem, que antecipou a eclosão de um movimento revolucionário.

Em outras palavras: o seis de março foi a fagulha que incendiou a Revolução Pernambucana de 1817!

O clima de insatisfação que imperava em Pernambuco aumentou, consideravelmente, a partir da vinda da família real para o Brasil, fugida de Napoleão, em 1808.

A presença da Corte no Brasil importou no aumento abusivo da voracidade fiscal, sem nenhuma contrapartida para a província.

Apenas para citar um exemplo: pagava-se em Pernambuco um imposto para a iluminação das ruas do RJ, enquanto muitas vias do Recife mantinham-se na completa escuridão.

Foi aí que ambientes de reuniões, como o Seminário de Olinda e o Areópago de Itambé, tornaram-se pontos irradiadores das ideias iluministas trazidas da Europa, envolvendo intelectuais, profissionais liberais, clérigos etc.

Ao tomar conhecimento da conspiração, o governador Caetano Pinto determinou a prisão dos insurgentes.

Em 6 de março de 1817, ao ser-lhe dada voz de prisão, o Capitão José de Barros Lima, o nosso “Leão Coroado”, atravessou a sua espada no brigadeiro português Barbosa de Castro, levando-o à morte.

Apesar da precipitação do ato, ninguém segurava mais!

A revolta espalhou-se pela cidade, incendiando as ruas do Recife!

Foram 75 dias de um governo independente, republicano, com lei orgânica própria, liberdade de imprensa e de credo, separação dos poderes e até bandeira própria, que, mais tarde, em 1917, tornar-se-ia a bandeira oficial de Pernambuco.

Mesmo que de curta duração, por ausência de um anteparo militar, a Revolução de 1817 afetou as fundações do sistema vigente e foi o único movimento insurgente que, efetivamente, conseguiu superar a fase conspiratória e deflagrar, de fato, a tomada do poder.

Não sem razão, foi, intencionalmente, esquecido e apagado pela historiografia oficial, com o objetivo de que o seu exemplo jamais se disseminasse pelo restante do Brasil.

Viva o seis de março!

Salvem os revolucionários de 1817!
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