O que a Argentina fez com os seus negros? – por historia_em_retalhos.

Esse tema sempre me intrigou muito.

Não entendia porque o país vizinho, que também passou pelo flagelo perverso da escravidão, tinha uma população negra tão reduzida.

Só para se ter uma ideia: no século 18, a participação negra chegou a ser de 30% da população argentina.

Hoje, gira em torno de 4 a 6%.

Há razões históricas, que, pelo absurdo, lembram de alguma forma o processo de desaparecimento dos índios nos EUA.

Tudo começou com a abolição da escravidão, em 1853.

Tal qual no Brasil, os negros foram entregues à própria sorte, caindo no esquecimento e abandono.

Morando em guetos, cortiços e favelas, sem higiene, a população negra passou a ser presa fácil das grandes epidemias, como cólera e febre amarela.

Muitos sucumbiram nesse período.

Um outro fator (cruel e covarde) também pesou bastante: a maciça exposição dos negros nas linhas de frente das guerras, como “buchas de canhão”.

Com os grandes embates nas guerras da independência, na Guerra do Paraguai e em outros conflitos, o governo criou diversos batalhões constituídos apenas por afro-argentinos, com promessas de dias melhores, que nunca chegaram.

Esses batalhões não recebiam as mesmas instruções e treinamentos, partiam para o fronte e eram simplesmente dizimados.

Some-se a esse processo de aniquilamento o forte estímulo, a partir de 1850, à imigração da mão de obra branca europeia (principalmente italianos e espanhóis), a qual gozava de prestígio e tinha os seus direitos civis e trabalhistas reconhecidos.

Estigmatizados e sob a vigência de uma clara política de branqueamento, os afro-argentinos foram, aos poucos, desaparecendo.

Uma curiosidade: paradoxalmente, o maior símbolo da cultura argentina, o Tango, tem origem africana.

O ritmo fazia parte das cerimônias escravas conhecidas como “tangós”.

Há o ditado que diz que “os argentinos são italianos que falam espanhol e que pensam que são ingleses”.

De fato, tem o seu fundo de verdade.

Este retalho está longe de exaurir o tema, mas explica, em certa medida, porque a Argentina ainda é um país reconhecidamente racista.
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PASSA O DIA DE FINADOS – por Sosígenes Bittencourt.

Passa o Dia de Finados. Finda o Dia de Finados.
E ninguém vê finados. Porque finados findaram,
não têm hora, dia, tempo, mais nada…
Passa o Dia de Finados.
tão rápido quanto fora a vida dos finados.
Ninguém desejaria que os finados voltassem
ao mundo para findar outra vez.
Já nos basta morrer uma vez.
Porque só os finados estão livres da morte.
Sobretudo, do medo da morte.
Seria suprema malvadeza do destino nos impor
mais de um fim, embora morra nossa infância,
nossa adolescência, nossa mocidade
e sigamos vivos, vivos até o derradeiro fim.
Passa o Dia de Finados.
E perpassam os finados que conhecemos.
Parece até que os vemos.
De preferência, sorrindo. O mesmo jeito,
a mesma voz, os trejeitos, o figurino.
Nós é que ficamos tão diferentes. Talvez,
nem soubéssemos conversar com os finados,
como antigamente.

Sosígenes Bittencourt

GUERRA DOS MASCATES – embate político militar ente os senhores de Engenhos (habitantes de Olinda) X comerciantes portugueses (habitantes do Recife).


O movimento no seu bojo pretendia tornar Pernambuco uma República. Pereira da Costa, grande historiador, em “Anais Pernambucanos”, vol. 5 assim descrevia o sentimento que ia no coração dos pernambucanos. “O projeto de independência era coisa certa e combinada entre Bernardo Vieira de Melo e o mestre de campo João Freitas da Cunha, e ao qual se achavam associados o capitão-mor de Santo Antão, Pedro Ribeiro da Silva, o capitão André Dias de Figueiredo e seu irmão o dr. José Tavares de Holanda e contando eles com a principal nobreza pernambucana”.

No dia 17 de outubro o governador da Província, Sebastião de Castro e Caldas, foi emboscado no centro do Recife, na rua da Água Verde, próximo ao Pátio de São Pedro. Infelizmente, para os pernambucanos, o tirano sobreviveu aos ferimentos. Impulsionado pelo sentimento de vingança e sabendo que os autores dos disparos eram familiares do Pedro Ribeiro e que eles tinham fugido para a Freguesia de Santo Antão, ordenou ao corpo da guarda da Freguesia que prendesse o Pedro Ribeiro e seus comparsas.

No dia 3 de novembro, após rápidas escaramuças, Pedro Ribeiro da Silva resistiu à prisão e de quebra prendeu seus perseguidores. Formou um grupo armado e partiu para o Recife com o objetivo de depor o Governador. Era o início da “Guerra dos Mascates” De Santo Antão ecoava o grito de liberdade. Às tropas do capitão mor Pedro Ribeiro somaram-se outras vindas da zona da mata. Amedrontado com a presença dos bravos mazombos, Sebastião de Castro e Caldas fugiu para Salvador.

Em cartas escritas posteriormente de Salvador-Bahia, para onde fugira, Sebastião de Castro e Caldas responsabilizava Pedro Ribeiro e parentes pelo atentado que sofrera: “que os principais amotinadores, além dos ditos conjurados, repartidos pelas Freguesias, foram, na de Santo Antão, onde teve princípio, o Capitão-mor dela, Pedro Ribeiro e seus cunhados…” O sentimento nativista, germinado no Monte das Tabocas,
consolidava-se com a Guerra dos Mascates.

Com ânimo e patriotismo as tropas comandadas por Pedro Ribeiro e outros capitães, ao som de tambores, invadiram, no dia 9, o Recife. Grande confusão invadiu as hostes dos mascates, que entregues à própria sorte fugiram atônitos e desesperados. Senhores da situação, os pernambucanos destruíram primeiramente o pelourinho. Em seguida, libertaram todos os prisioneiros, tanto os políticos, como os comuns e arriaram a bandeira de Portugal do cimo do palácio das Torres.

A primeira ação administrativa foi destituir todos os portugueses que ocupavam cargos públicos. Assegurada a posse da vila do Recife, continuaram triunfantes, em marcha para Olinda. Grande destaque teve o capitão-mor Pedro Ribeiro da Silva, que entrou triunfante na capital da Província, onde foi efusivamente recebido, sob aplausos e gritos de alegria. Senhores da “Marim dos Caetés”, restava reunirem-se, para deliberarem sobre a nova forma de governo e outras medidas cabíveis.

Observação: mais detalhes sobre a Guerra dos Mascates e sobre o capitão mor Pedro Ribeiro da Silva podem ser colhidos em livro à venda no Instituto Histórico pelo preço de R$ 40,00.

Instituto Histórico e Geográfico da Vitória 

 

Capela de São Sebastião – 79 anos – Corrida Com História.

Inaugurado em 9 de maio de 1875, o nosso “campo santo”, até o início da administração do prefeito Coronel Sebastião Carneiro de Cunha (1937/1942) era chamado por “Cemitério Público”. Após algumas intervenções, no sentido do melhoramento da sua estrutura, recebeu o mesmo o nome de Cemitério de São Sebastião. Em ato contínuo, em 02 de novembro de 1943, inaugurou o prefeito José Aragão a capela no cemitério com o mesmo nome.

Lembremos, contudo, que “rezava” no seu primeiro estatuto que a referida capela – quando edificada – deveria ser dedicada à Nossa Senhora da Boa Morte. Inclusive, a base da mesma já havia sido começada ainda no século XIX.

Nesse contexto, de maneira bastante abreviada, no dia dedicado aos mortos (Finados), nos propomos a  contar  um pouco da história do Cemitério São Sebastião, através das lentes do nosso projeto histórico/esportivo que atende pelo simpático nome de “Corrida Com História”.

Vídeo aqui:

https://youtube.com/shorts/i_olgRlVRBw?feature=share

 

A primeira mulher a governar Pernambuco? – por historia_em_retalhos.

Será Raquel Lyra (PSDB) a primeira mulher a governar Pernambuco?

Resposta: depende.

Se considerarmos a ascensão ao cargo pela via democrática, pelo voto direto, sim.

É um fato inédito.

Todavia, há uma importante personagem da história que assumiu o comando da capitania de Pernambuco, no século 16: Brites de Albuquerque (Beatriz de Albuquerque), esposa do donatário Duarte Coelho.

Ela foi considerada a primeira governante das Américas e uma das responsáveis pela prosperidade na capitania pernambucana.

Ao todo, foram cerca de 30 anos à frente do governo de Pernambuco.

Desejamos boa sorte à futura governadora @raquellyraoficial e que atentemos a este importante registro, em observância à história.

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Vitória nas urnas: Lula e Raquel…..

Rachado ao meio, politicamente falando, o eleitorado brasileiro compareceu às urnas no último domingo (30) para eleger o presidente e mais 12 governadores pelo 2º turno das eleições 2022. Sem maiores transtornos ou problemas que merecessem destaque pela grande mídia nacional, horas depois do pleito, a chapa encabeçada pelo Partido dos Trabalhadores, por pequena margem de votos (a menor da histórica sob o regime da chamada “Nova República”) foi consagrada a vencedora.

Muito antes do início do processo eleitoral (propriamente dito),  em função das muitas declarações do presidente Jair Bolsonaro (candidato à reeleição), no que se refere ao  modelo de apuração – urnas eletrônicas – já havia um clima de conflito anunciado, caso o mesmo não lograsse êxito eleitoral.  Vale lembrar que o próprio Jair Bolsonaro, em pleitos passados, já fora eleito e reeleitos várias vezes por esse mesmo sistema.

Jogando o jogo democrático dentro das “quatro linhas” –  expressão muita usada pelo atual presidente da república – o candidato eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, cumpriu agenda de vencedor, ou seja: fez o discurso da vitória para imprensa e foi para rua comemorar com os seus eleitores – Avenida Paulista – São Paulo.

Em Pernambuco a governadora eleita, a ex-prefeita da cidade de Caruaru, Raquel Lyra, já teve a sua vitória “ratificada” pela adversária, ao enviar mensagem de “boa sorte”. Nesse pleito (2022), na “terra dos altos coqueiros”, ressaltemos que as mulheres quebraram alguns tabus. A primeira senadora eleita, Teresa Leitão e a primeira govenadora da nossa história republicana.

No regime democrático o respeito ao processo é a regra número um. Não que estejamos navegando em um “barco perfeito”, mas esse foi o “combinado” ao qual todos se submeteram e aceitaram, na medida que “vestiram suas respectivas camisas”, antes de do apito inicial.

Assim sendo, apesar de todo acirramento e divisão dos últimos anos, ocorrido nos quatro cantos do País, esperamos que a serenidade prevaleça, no sentido de voltarmos ao eixo da história, sem sobressaltos ou aventuras inconsequentes.

A polêmica do debate de 1989 – historia_em_retalhos.

Em 1989, os brasileiros foram às urnas para escolher o novo presidente da República.

Era a primeira eleição presidencial pelo voto direto, depois de 29 anos e um longo período de ditadura militar.

Havia, ao todo, 23 candidatos, passando para o segundo turno Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Collor de Mello (PRN).

O segundo e principal debate entre os dois aconteceu no dia 13.12.1989, sendo transmitido pelas quatro principais emissoras de televisão do país: Globo, Bandeirantes, Manchete e SBT.

Um fato, porém, repercutiu bastante.

No dia seguinte, a Rede Globo apresentou duas matérias com edições do debate: uma no Jornal Hoje e outra no Jornal Nacional.

A segunda, especificamente, provocou grande polêmica.

A Globo foi acusada de ter favorecido o candidato do PRN, tanto na seleção dos momentos, como no tempo dado a cada candidato, já que Collor teve um minuto e meio a mais do que o adversário.

O PT chegou a mover uma ação contra a emissora no TSE.

Em frente à sede da Globo, atores da própria emissora, junto com outros artistas e intelectuais, protestaram contra a edição.

Tempos depois, os responsáveis pela edição do JN apresentaram a justificativa de que teriam usado o mesmo critério de edição de uma partida de futebol, na qual são selecionados os melhores momentos de cada time.

O fato é que este episódio trouxe um inequívoco dano à imagem da Globo.

Não sem razão, hoje, a emissora adota como norma não editar debates políticos.

Eles são vistos na íntegra e ao vivo.

Sem dúvida, é melhor assim.

É o mais consentâneo com a boa informação e com o livre convencimento do telespectador.
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Orquestra Super Oara – comemoremos os seus 64 anos de existência!!!

Ostentando inúmeros títulos, homenagens e uma quilometragem invejável nos palcos da vida o grupo Super Oara – Orquestra Arcoverdense de Ritmos Americanos – continua intacto no que se refere ao cumprimento da sua missão, ou seja: promover alegria nas mais variadas celebrações festivas. Hoje, exatamente hoje, 28 de outubro de 2022, a Super Oara completa 64 anos de profícua existência.

Oriundo da pequena cidade de Carnaiba, “Seu” Beto, ainda muito jovem, foi ao Rio de Janeiro atraído pela música. Voltou a sua terra natal por dois motivos: assumir um emprego de “agente arrecadador” e para se casar com “Dona” Marlí, com quem vive até hoje e dividiu a criação dos dez filhos, muitos deles também vinculados ao mundo da música.

Orquestra Arcoverdense de Ritmos Americanos – Super Oara – avançou no tempo, conquistou o interior pernambucano e chegou às capitas do Nordeste para atravessar o Oceano Atlântico e se apresentar na Grécia, Japão e França. No Recife, em apresentação memorável, dividiu o palco com o instrumentista americano Ray Canniff.

“Seu” Beto, hoje,  com mais de 90 anos bem vividos, já passou o bastão para o seu filho, Elaque Amaral. Mas continua como uma das maiores referências do nosso estado, no que se refere ao profissionalismo e amor à causa.  Abaixo, portanto, segue o vídeo completo do seu histórico depoimento, gravado por ocasião de uma homenagem que a ABTV – Associação dos Blocos e Trios da Vitória – lhe concedeu no ano de 2018.

 

Na qualidade de contratante e amigo da “família Super Oara”, me sinto feliz em poder compartilhar como os nossos internautas esse singelo testemunho. Super Oara é sinônimo de profissionalismo, talento e, sobretudo, alegria! Parabéns pela trajetória espetacular!!!

Livro Asas Para Vitória de Santo Antão – a história do Aero Clube da Vitória – continua à venda!

Fruto de uma aprofundada pesquisa histórica, realizada pelo presidente do Instituto Histórico da Vitória, professor Pedro Ferrer, o Livro Asas Para Vitória de Santo Antão tem recebido os merecidos elogios. Recheado com fotos e documentos, o conteúdo, de maneira cronológica, narra o passo a passo rumo à materialização e sucesso, daquilo que que ficou catalogado na nossa história como um dos sonhos mais ousados dos antoenses, ou seja: a concretização do Aeroclube da Vitória – vale a pena ler……

O livro custa $70 e pode ser adquirido através do contato (81) 9.8880.1744.

ANOITECERES – por Sosígenes Bittencourt.

Anoitece em Vitória. Anoiteço em Vitória. Sou figura noturnal, viajante do ocaso, sonhador como o crepúsculo vespertino, morto de saudade como o final. De olhos vendados, conheço o cheiro dos bairros, dos becos, do meio do mato de minha cidade natal. O cheiro de fumaça, de mingau, de chuva. Sou todo olfato e lembrança. Conheço os trejeitos do meu lugar, os cabelos perfumados, os enxerimentos, o flerte e o gozo. Minha cidade é todinha uma mulher. Chamar-se-ia Vitória das Marias, Maria das Vitórias, tal como é.

Anoitece em Vitória. Anoiteço em Vitória. Saio para passear, impregnado dos prazeres noturnos, das eras do meu tempo, que me viciam e me saciam. Minha cidade muda todo dia, mas não muda o meu sentimento, o fascínio elaborado pela memória, como quem ama o que odeia e odeia o que ama, num jogo de perde e ganha.
Anoitece em Vitória. Sobretudo, anoiteço em Vitória. Enlouqueço em Vitória. Porque ninguém entende o que em nós nem conseguimos explicar. Vitória, meu berço e minha tumba. Minha alma noctívaga vai enredando sua história. O acaso me espreita, a surpresa me seduz, sua bruma, sua luz. Alucinações e desejos, rimas em ‘ina’, adrenalina, serotonina, dopamina. Ah! Vitória, dos meus idos e vindas de menino, minha menina!

Sosígenes Bittencourt

A última entrevista – por historia_em_retalhos.

Eduardo Campos ocupa a bancada do Jornal Nacional naquela que seria a última entrevista de sua vida.

Diante das câmeras, para milhões de brasileiros, o então candidato à presidência da República mostrou-se firme e sereno, nacionalizando a frase que se tornaria uma marca de sua campanha:

“Não vamos desistir do Brasil”.

À época, comentou-se que Eduardo foi muito cumprimentado nos estúdios da Rede Globo, passando muito bem no primeiro teste da campanha.

Saiu dali feliz, pensando nos compromissos do dia seguinte.

Todavia, não houve dia seguinte.

Campos morreu em acidente aéreo na cidade de Santos (SP).

O piloto da aeronave perdeu o controle e colidiu com o solo.

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) constatou que a queda ocorreu por diversos fatores, entre eles, falha humana, condições inapropriadas para a operação no aeródromo e desorientação visual.

O episódio trágico mudou o curso das eleições daquele ano e gerou consequências políticas que perduram até hoje.

O jovem e talentoso político perdia a vida no auge de sua carreira, ainda em plena ascensão, aos 49 anos.
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MARCUS e MARINA PRADO antecipam nomes de Vitorienses que vão fazer parte de um DICIONARIO inédito.

Estamos, eu e minha irmã, professora Marina Prado Aguiar, num projeto jamais imaginado de resgate da memória vitoriense, que consiste de um DICIONÁRIO ONOMÁSTICO E PAISAGISTICO da VITÓRIA DE SANTO ANTÃO. Do início do século 19 até o ano 2000. Eis um breve registro do que já temos, nomes de grandes vultos do passado não distante, extraídos ao acaso do DICIONÁRIO, uma breve amostra do que, na obra, vai aparecer com índice alfabético. Alguns dos mais esquecidos: Dom João Costa, Osman Lins, Nestor de Holanda, José Miranda, Aldo Valois, Aurino Valois, Waldemar Custódio de Lima, Mário de Farias Castro, Isidoro Bacelar, Otacílio Montenegro, Brasiliano de Queiroz Monteiro, Carlos Palmeira Valença, Clodoaldo Barros, Gamaliel da Costa Gomes, Abraão Meireles, Margot Ferrer, Osmar Rodrigues, Ubiraçu Carneiro da Cunha, Claudio Holanda, Arnoud Gurgel, Amaury Teixeira Nunes, Theo Lins, Geraldo Lima, Pautila Lopes, Carlos Monteiro, Zito Mariano, Aloisio Aragão, Tenente Lins, Serafim Moura, Pe. João Tavares, Ruitá Marinho Falcão, Zilda Mauricio, Edithe Holanda, Zeca Peixe, Inácio José de Melo, Lourival Pedroso, Olavo Holanda, Cruz Gouveia, Bido Krause, Albertina Lagos, Zuleide Costa, Milton Ramos, Carlos Monteiro, Ismail Hammad, Lindomar Moura, Vivi Moura, Gilvanete Guedes, Armando Peres, José Joaquim da Silva, Brasiiano de Queiroz Monteiro, Jailton Moura, Dilson Lira, José Xavier, José Ferreira da Costa, Milton Bandeira, Severino da Costa Gomes, José Mendes de Souza, Cacilda Montegro, Pastor Lidônio, Teixeira de Albuquerque, Joao Nery Barbosa, Jorge Campelo, José Peres,

A lista é enorme, são cerca de 4 mil nomes, até agora, sem falar de cerca de 3 mil fotos. Cada um com breve biografia. Muitos não nasceram em Vitória, mas nunca deixaram de ser vitorienses. Vamos continuar a divulgar no Blog do Pilako nova lista de nomes daqueles que construíram um tempo vitoriense.

Marcus Prado – jornalista. 

Vereadores: estado de greve ou prevaricação?

Através das redes sociais do vereador André Carvalho fiquei sabendo que a maioria dos nossos vereadores, recentemente,  não aprovaram um pedido de informação  na direção do Poder Executivo,  solicitado pelo vereador Carlos Henrique, no sentido da relação de nomes dos funcionários das empresas terceirizadas contratadas pela atual gestão municipal.

É natural que cada internauta que acompanhou a referida postagem tenha realizado  o seu próprio e devido juízo de valor, no que concerne às informações (filme) divulgada. Mas, independente de qualquer coisa, uma pergunta deverá ser realizada aos senhores vereadores que barraram a  tal solicitação: para que serve, então, a Câmara de Vereadores e qual o verdadeiro papel de um vereador à luz da nossa Constituição?

Em juramento, entre outros, o médico promete salvar vidas. Ao professor, além de educar,  cabe-lhe  a nobilitante tarefa de compartilhar conhecimentos. Julgar dentro dos rigores das leis é o oficio  número um de todo magistrado. Toda profissão/função  é digna e tem uma finalidade de existir. Qual seria, então, a finalidade da existência de um vereador no nosso atual contexto administrativo/político/jurídico?

Ora! Entre outras atribuições de um vereador, fiscalizar os atos do Poder Executivo seria uma espécie de “Cláusula Pétrea” da sua existência e da sua real função (missão) social. Para clarear o pensamento, podemos até dizer: o vereador é um funcionário público escolhido e pago com o dinheiro do povo para servir ao mesmo.

Pois bem, com efeito, voltando ao ocorrido na Câmara de Vereadores da nossa cidade, é algo que foge ao mínimo da razoabilidade saber que vereadores NÃO ESTÃO INTERSSADOS EM FISCALIZAR O PODER EXECUTIVO. E o que é pior: ATRAPALHANDO O SERVIÇO DO VERADOR QUE QUER CUMPRIR SUA FUNÇÃO. .É um verdadeiro samba do crioulo doido. É a mesma coisa de dizer que o médico não quer salvar vidas! Que o professor quer tornar seus alunos mais ignorantes. Que o juiz trabalhe pela aplicação da injustiça social …..e por aí vai…..

Sabemos que o direito de greve da classe trabalhadora está assegurado na Constituição brasileira. Estaria, portanto,  a maioria dos nossos vereadores em estado de greve  ou será que suas excelências estariam cometendo um crime tipificado por  prevaricação?  O pensador Aristóteles já disse:  “cada povo tem o governo que merece”.

Até parece que muitas vezes os vereadores da nossa cidade trabalham para “afundar” ainda mais a imagem da Câmara no seio da sociedade. Não à toa, as pesquisas de opinião pública atestam que as casas legislativas são os espaços com os maiores índices de reprovação perante a população.

Para encerrar essas linhas, em que registramos mais um fato lamentável protagonizado pelo Poder Legislativo local, gostaria de solicitar ao vereador Carlos Henrique o envio dos nomes dos vereadores que votaram contra esse pedido de informação, para deixar  na historiografia antonense o registro desses parlamentares que aparentemente ainda não entenderam a função que exerce  e,  nesse caso em tela, fazendo o papel de Judas, ou seja: traindo a confiança dos eleitores que neles hipotecaram  seus respectivos sufrágios, até porque: votar é um exercício de esperança!

O Tempo Voa: Pharmacia Popular.

Antiga Farmácia Popular, onde Manoel de Holanda teve seu primeiro emprego e escreveu suas primeiras crônicas. Nesse sobrado (hoje tombado pelo Governo de Pernambuco como patrimônio histórico do Estado), morava Martha de Holanda, a escritora mais influente no seu tempo pernambucano. Além de ponto comercial, a Farmácia Popular, uma das mais antigas do Brasil em funcionamento, era ponto de encontro e de tertúlias literárias que contavam com a presença, além de Manoel, de expressivos nomes de nossa literatura: Célio Meira (sogro de Zito Mariano), Jorge Campelo (irmão de Áurea Ferrer), Silvino Lopes (famoso jornalista), Ulisses Pernambucano de Mello (famoso psiquiatra, primo de Gilberto Freyre), entre outros. Na parte superior desse sobrado, que se mantém com seus traços originais, funciona a Academia Vitoriense de Letras. A proprietária é Diva, filha de Manoel de Holanda, que cedeu os direitos de uso à instituição de cultura.

(DO LIVRO “O SOBRADO DE SEU MIRO E OUTRAS CRÔNICAS – MANOEL DE HOLANDA CAVALCANTI – PAG 111).

Professor Vladimir Herzog – por historia_em_retalhos.

Em 25 de outubro de 1975, há 47 anos, o jornalista, dramaturgo e professor Vladimir Herzog era torturado e morto pela ditadura militar brasileira, tornando-se um triste símbolo das atrocidades cometidas naquele período da história do Brasil.

Herzog era diretor de jornalismo da TV Cultura, tendo se apresentado voluntariamente para prestar depoimento no Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI).

No dia seguinte, foi encontrado morto em uma cela, tendo os seus algozes afirmado que ele teria retirado a própria vida.

Na época, era comum que o governo militar divulgasse que as vítimas de suas torturas e assassinatos haviam perecido por “suicídio”, fuga ou atropelamento.

Conforme o laudo de encontro de cadáver, expedido pela Polícia Técnica de São Paulo, Herzog enforcara-se com uma tira de pano, a “cinta do macacão que o preso usava”, amarrada a uma grade a 1,63 metro de altura.

Ocorre que o macacão dos prisioneiros do DOI-CODI não tinha cinto, o qual era retirado, juntamente com os cordões dos sapatos, conforme a praxe daquele órgão.

No laudo, foram anexadas fotos que mostravam os pés do prisioneiro tocando o chão, com os joelhos fletidos, posição em que o enforcamento era impossível.

Foi também constatada a existência de duas marcas no pescoço, típicas de estrangulamento.

Depois do Ato Institucional n.° 5, o ato inter-religioso pela morte de Vladimir Herzog foi a primeira grande manifestação de protesto da sociedade civil contra as práticas da ditadura militar, reunindo milhares de pessoas na Catedral da Sé, no centro de São Paulo.

Em 24 de setembro de 2012, o registro de óbito de Vladimir Herzog foi retificado, passando a constar que a “morte decorreu de lesões e maus-tratos sofridos em dependência do II Exército – SP (Doi-Codi)”.

Em 2018, a Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o Brasil por negligência na investigação do assassinato do jornalista.

Para muitos, a morte de Vladimir Herzog inaugurou o início do fim da ditadura no Brasil.

Ditadura NUNCA mais.
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Instituto Histórico: sócios elegem nova diretoria….

Após o cumprimento de todos os requisitos estatutários, na tarde de ontem, segunda-feira, 24 de outubro de 2022, a “Casa do Imperador” abriu suas portas para efetivar a eleição para a nova diretoria do nosso Instituto Histórico e Geográfico da Vitória.

Com apenas uma chapa concorrendo, assim ficou formada a nova diretoria:

Presidente: Pedro Humberto Ferrer de Morais.

Vice-presidente: Cristiano de Melo Vasconcelos Barros.

Primeira secretária: Priscylla Ingrend Aires da Silva Moura.

Segundo secretário: Enedino Soares de Oliveira.

Primeiro tesoureiro: Carlos dos Santos Freire.

Segundo tesoureiro: Serafim Lemos do Nascimento.

Orador: Claudemir Alves Coelho.

Vice oradora: Maria Luciene de Freitas e Silva.

Diretor de patrimônio: Antônio Fernando do Nascimento.