“Quando se quer mostrar que o passado tem presença tão intensa, não se deve mostrar que ele é passado, mas que está presente e forte”. (Anatol Rosenfeld).
Minha passagem na condição de conselheiro titular do Conselho Estadual de Cultura (CEC) levou-me ao estudo de autores que contribuíram significativamente para a formação de perspectivas e visões da preservação da Memória e seu desdobrar histórico preenchido de significados. Ao fazer leituras sobre a prática preservacionista, tanto na área do patrimônio edificado e memória da cultura, pude recolher ganhos e ensinamentos de autores de incomensurável valor hermenêutico. O percurso, com certeza, não seria possível sem a acolhida de pessoas incríveis como Antenor Vieira, José Luiz Mota Silveira, Rosa Bonfim, Vera Millet, Marcos Galindo, Juliana Cunha Barreto, Nazaré Vieira.
Tornou-se, para mim, fascinante, a questão do patrimônio intangível, o papel essencial de quem trabalha nessa questão cada vez que a experiência pessoal, motivadora, sobretudo da vertente jurídica e legal que envolve o tombamento, os seus fundamentos justificatórios. Serviram-me quando produzi o Relatório de Tombamento “como patrimônio de rigorosa preservação” do edifício sede do Diario de Pernambuco. (Conselho Estadual de Cultura/2018-Gestão de Márcia Souto e Aramis Macêdo).
Nunca perdi a minha simpatia e interesse pelos repertórios e salvaguarda do Patrimônio Imaterial de natureza intangível. Esses duram a eternidade, assumem uma função globalizante a um só tempo plural, variada e dinâmica.
É o caso recente do tombamento do jornal Diario de Pernambuco como patrimônio imaterial do Recife (Lei de autoria da vereadora Ana Lúcia, sancionada pelo prefeito João Campos).
A honraria, plena de significados, significa dizer que o DP nos seus 200 anos, faz parte da identidade profunda da cidade, não só do Recife, mas do País; que esse acervo impresso é valioso para a imprensa de idioma português. Os dados atuais da UNESCO informam que uma das caracterizações dos bens imateriais é sobre a comunidade local, sem esse grupo não existiriam os patrimônios.
“Fundado na comunidade, o património cultural imaterial deve ser reconhecido como tal pelas comunidades, grupos ou indivíduos que o criam, mantêm e transmitem.” As edições desse Jornal, o mais antigo em circulação em nosso idioma, hoje digitalizadas, são insubstituíveis nas pesquisas históricas e na (re)interpretação desses eventos não só de Pernambuco.
Por fim. não vejo a hora de se reunir numa publicação de amplo alcance e acesso, o que se tornou oficialmente reconhecido, em Pernambuco, sobre a riqueza do nosso Patrimônio Intangível.
O nosso DP, contemporaneamente, na prática profissional do jornalismo, exerce, como há 200 anos, papel de porta-voz da sociedade, guardião da agenda de grandes temas da população.
Marcus Prado – jornalista











O dia 3 de março está chegando, data em que uma página negra da história de Pernambuco foi escrita, há exatos 80 anos, em 1945, com o tiro na cabeça de um jovem estudante da Faculdade de Direito do Recife, Demócrito de Souza Filho, quando discursava numa manifestação cívica na sacada do Diario de Pernambuco.
Em Restaurante salutar, na refrigerante Gravatá, sorvendo um caldinho de sururu, dos melhores que minhas papilas gustativas já puderam testemunhar. Lembra-me a idade de casar, alertado pelo conselho socrático, remontando à Idade Antiga, afeito a filosofar: Em todo o caso, casai-vos: se vos couber, em sorte, uma boa esposa, sereis felizes, porém, se vos vier a calhar uma má, sereis filósofos, o que é excelente para os homens.







De Nietzsche: Há sempre um pouco de loucura no amor, mas há sempre um pouco de razão na loucura.







