Diogo do Nascimento: internauta comenta no blog

Comentário postado na matéria “Ônibus universitário: um caminhante morto.“.

Não me abisma o fato de suspensão deste, imprescindível, serviço público fornecido de forma “generosa” pelo nosso gestor atual. Visto que, como bem ressalta as entre linhas acima, os estudantes costumam ser críticos, ou seja, de encontro ao poder executivo de nossa cidade que sempre obteve votos por dois motivos: Precipuamente pela alienação da população vitoriense, onde justamente fundamenta a redução da concessão das carteirinhas que dão acesso ao serviço fundamental da classe estudantil, em outras palavras, quanto menos qualificada ser a população de nossa cidade, mais fácil será a corriqueira manipulação dos votos aos cargos eletivos. Por conseguinte, é o fato da cidade, apesar de ter pessoas de boa fé, nunca ter levado sorte com os políticos, sendo que o poder financeiro predomina, em razão da ótica acima salientada dos ignorantes residentes e que se submetem a troca de voto por tão pouco (escambo moderno), não cientes do quanto são atingidos em outras proposições de diversos segmentos.

Diogo do Nascimento Gomes

SEGUNDO SIMPÓSIO DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DA VITÓRIA DE SANTO ANTÃO.

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O Segundo Simpósio do Instituto Histórico e Geográfico da Vitória de Santo Antão terá como tema: 13 de Maio: Novos Olhares. Discussão em prol da promoção da Igualdade Racial.

No próximo mês de Maio, o Instituto Histórico e Geográfico da Vitória de Santo Antão, estará realizando seu segundo Simpósio no qual serão realizadas ações em prol da promoção da Igualdade Racial. Tendo como tema, 13 de Maio, Novos Olhares.

Faremos uma releitura do dia 13, refletindo sobre a importância dos africanos e seus descendentes para a história e a cultura brasileira. Na ocasião receberemos a visita do médico e escritor africano Samuel Gonçalves, natural do Cabo Verde.

A abertura do evento será no dia 30 de abril no Silogeu em dois horários (14 h. e 19 h.). Em ambas as sessões teremos uma “Conversa Literária” do dr. Samuel Gonçalves com os alunos da rede municipal.  Será feita uma abordagem sobre a literatura africana e um paralelo com a literatura afro-brasileira. Serão destacados ainda alguns aspectos da cultura do arquipélago do Cabo Verde e sua relação histórica e sentimental com Vitória de Santo Antão.

No dia 6 de maio, às 19:30 h. o Instituto comemorará mais um aniversário da elevação da Vitória de Santo Antão à categoria de cidade. Teremos como conferencista o dr. Lamartine Holanda Cavalcanti, Cônsul Honorário da Albânia. Dr. Lamartine far-se-á acompanhar pelos doutores Thales Castro e Ricardo Galdino, respectivamente Cônsules Honorários da Ilha de Malta e do Cabo Verde

No dia 7 de maio, às 19:30 h., voltaremos a nos encontrar no Silogeu, desta feita para participar do lançamento do livro “O Curandeiro de Monte Piorro” de autoria do dr. Samuel Gonçalves. A obra será apresentada e comentada pela escritora-acadêmica Luciene Freitas, sob os acordes do grande músico cabo-verdiano Tischa.

Entrada franca.

A PREGUIÇA CRIATIVA

lendo

Às vezes, o sofrimento dá preguiça. E, aí, é preciso dar um pontapé na tristeza, relaxar, ficar mesmo preguiçoso.

Aliás, eu já li que a Preguiça não faz tanto mal, porque tira a disposição de cometer os outros 6 pecados capitais. Por exemplo,ODIAR dá trabalho. O ódio pode dar enorme disposição para um psicopata amolar uma faca e caminhar quilômetros para abater sua vítima.

E todos sabemos que existe a preguiça criativa. O político e filósofo inglês Francis Bacon (1561 – 1626) dizia que “Passar muito tempo a estudar é preguiça.” Ora, bem-vinda preguiça tão criativa. Imaginemos o mundo feito de preguiçosos do tamanho do filósofo Sócrates, do músico Beethoven e do físico Albert Einstein.

O poeta gaúcho Mario Quintana (1906-1994) chegou à conclusão de que “A Preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda.

O próprio Quintana publicou uma obra, em 1987, intitulada “Da preguiça como método de trabalho.”

Aliás, não fosse minha preguiça, talvez, eu não tivesse produzido esta crônica.

Portanto, lembre-se de que o sofrimento pode ser um vício, e a preguiça criativa, opcional.

Preguiçoso abraço!

Sosígenes Bittencourt

Ônibus universitário: um caminhante morto.

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No final da primeira temporada da série The Walking Dead (que trata de sobreviventes de um holocausto zumbi), Rick Grimes, o personagem principal do seriado, trás uma surpresa para o seu grupo e para os espectadores, que até então poucos haviam percebido: “nós somos os mortos vivos”. Ou seja, Rick quis dizer que não eram os zumbis os verdadeiros caminhantes mortos, mas eram os próprios sobreviventes que carregariam este fardo até o fim dos tempos.

Mas o que fez o personagem falar algo tão sinistro assim? Ora, além da incapacidade de pensar, um verdadeiro caminhante morto possui uma característica muito singular: ele permanece encurralado num corpo animado, porém sem vida. Sendo assim, um zumbi de verdade tem que residir entre estes dois mundos. Ou seja, Rick estava certo quando identificou os sobreviventes a um morador que habita este limite entre a existência e a inexistência.

A série foi inspirada neste assombro que persegue a humanidade: ninguém quer pertencer a dois mundos sem poder habitar nenhum. É por isso, por exemplo, que “Ghost”, protagonizado por Patrick Swayze, precisava resolver de vez suas pendências na terra para atravessar completamente o “outro lado da vida”. Ou é por essa mesma razão que no romance de Mary Shelley, as pessoas nunca aceitaram Frankenstein, uma criatura que foi trazida à vida sem jamais poder existir nela.

Entretanto, é curioso como em Vitória de Santo Antão a metáfora do morto-vivo pôde sair da ficção e virar realidade. Aqui temos algumas criaturas dessas, circulando diariamente entre nossa cidade e a região metropolitana do Recife. Chamam-no carinhosamente de ônibus dos estudantes universitários. Estes foram criados ainda na gestão do ex-prefeito José Aglailson e desde então circula entre cidades sem existir de fato no orçamento da prefeitura e nem na legislação municipal.

Esta criatura chamada “buzão do estudante” é, portanto, uma aberração jurídica e orçamentária, que tem a incrível capacidade de colocar os universitários numa sinuca de bico: se por um lado os estudantes não podem reclamar por causa da falta de manutenção e de segurança no transporte, já que o poder executivo sempre lembra que o ônibus é apenas uma “generosidade do prefeito” e não um direito dos usuários; por outro lado o poder executivo alega que não pode regulamentá-lo por falta de recursos.

Entenderam?

É tão surpreendente que vamos explicar de outro jeito: o ônibus está precário e ninguém pode reclamar, pois a prefeitura alega que é um favor; e se os estudantes tentam regulamenta-lo para ele existir de uma vez por todas na legislação, mas a prefeitura alega que não há dinheiro para bancar o serviço (mesmo que o transporte seja financiado pelos cofres públicos há cerca de 10 anos).

Sendo assim, o ônibus universitário é uma criatura que habita entre a existência de fato e a inexistência jurídica e orçamentária. Sair dessa sinuca de bico é a grande tarefa dos estudantes de Vitória, que podem ver este serviço público ser suspenso pelo próximo prefeito em 2017 (serviço de grande valor, pois ajuda a manter na cidade os futuros profissionais que se qualificam em Recife). A morte desta criatura já começou, pois através de decreto o prefeito começou a reduzir a concessão das carteirinhas que dão acesso ao serviço. Apesar desse transporte ser de grande benefício para a sociedade, já que lida com a educação das nossas gerações, os nossos representantes não veem muito futuro em virtude da despesa que ele gera sem, por outro lado, ser revertida em votos “amarelos” (afinal, estudantes costumam ser críticos com relação aos nossos gestores).

Enfim, caso os estudantes fracassem em regulamentar o transporte, Vitória poderá atestar miopia com relação à educação e ao futuro desta cidade. E poderá também declarar, assim como o fez Rick Grimes: “nós é que somos os caminhantes mortos”.

P.S.: Terça-feira, dia 12 de maio, às 19 horas, haverá uma audiência pública na Câmara dos vereadores para discutir transporte na cidade. Uma das pautas é este ônibus universitário e os estudantes estão se mobilizando para defender a regulamentação do serviço. Todos deveriam comparecer.

aposente

Internauta Pedro da Paz comenta no blog

Comentário postado na matéria “Matéria Especial: Inauguração do CINE IRACEMA“.

Chorei ao ver e lembrar destas imagens do cine Iracema, ainda crianca frequentei e vivi durante muitos anos ao lado deste cinema. Ali assisti filmes que jamais sairam de minha memoria. Ali namorava e fiz muitos amigos. Muitas saudades de tempos maravilhosos e que jamais voltaram. Parabens pela bela e emocionante materia.

Pedro da Paz Alves

Momento Cultural: Conta à História- por João do Livramento.

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Por Eva veio a desgraça

E a expulsão do paraíso,

Adão nem bebia cachaça

Ô homem velho sem juízo!

 

E David que era um grande rei

Além de ungido pelo senhor,

Mas quando viu Bate-Seba nua,

Na hora o cabra endoidou

 

Achando pouco a traição,

Mandou Urias pra morte

Bem na frente do pelotão,

Entregue a própria sorte

 

“Ti amo Sansão” dizia Dalila,

E o segredo o besta contou

Pois foi quando ele dormia,

Que seus cabelos ela cortou

 

Os olhos chegaram a furar,

Foi bom pra ele aprender

A em mulher não confiar,

Que o resultado é padecer

 

Pois se eu quiser continuar

E nos dias de hoje chegar,

Tem tanta, mais tenta história

Que Papel e tinta sei vai faltar,

Pois quem ler e tiver mãe,

Trate logo de desse fogo tirar.

 

João do Livramento

A QUENTURA QUE ESTÁ FAZENDO

A quentura que está fazendo não está no termômetro. No meu tempo, dir-se-ia que era a canícula abrasadora; que, no sertão, galinha estava botando ovo cozido, e vaca dando leite em pó. E seria só. Hoje, tem explicação. É o Buraco da Camada de Ozônio, que estão afolozando. Até as crianças já ouviram falar em Gás Carbônico e Efeito Estufa. Rendilharam a peneira do sol. Os raios vêm diretinho na pele, no calçamento, no juízo dos moradores da terra. Isso porque ninguém quer saber de conselho de ecologista, ambientalista, e outros tenebrosos profetas do final dos tempos. Nem querem saber das gerações futuras, embora venham a ser os próprios filhos, seus netos, pessoas que dizem amar. Parecem comungar a frase “Depois de mim, o dilúvio”. Desprezam a natureza em nome de riquezas passageiras, pois o tempo corre célere, e a morte é desprovida de matéria. Sequer se amam, pois poluir o meio ambiente é uma forma de lambuzar-se.
Outro dia, deu uma ventania aqui na cidade tão forte que quase altera a posição do município. Um matuto me contou que suas galinhas foram parar no terreiro do vizinho.

Já deu enchente por aqui de geladeira boiar e aventureiro abrir latinha de cerveja no roldão das águas, entre cobras e lagartos.

O falecido barbeiro Moisés recitava uma quadrinha mesmo assim:

O sertanejo, ao nascer,
Tem seu destino traçado,
Se de sede não morrer,
Por certo morre afogado.

Só relembrando Drummond: Êta vida besta, meu Deus!

Sosígenes Bittencourt