Engenhos de fogo morto – por Marcus Prado.

DURANTE QUASE UMA década fotografei os engenhos de fogo morto da Vitória de Santo Antão, esforço inédito que resultou numa doação ao acervo do Instituto Histórico local, quando era seu presidente o professor José Aragão.

Sentia-me no dever, depois de cerca de 40 anos como servidor dessa instituição, da qual, nesse período, me tornei integrante do seu quadro social.

As centenárias CUBAS dessa foto foram fotografadas no Engenho Pirapama, de João Cleofas de Oliveira.

Em artigo exclusivo para este Blog, direi como foi a trajetória e o método de prospecção iconográfica dessa pesquisa.

Marcus Prado – jornalista. 

A história de Manoel Bezerra de Mattos Neto – por @historia_em_retalhos.

A história de Manoel Bezerra de Mattos Neto: o advogado assassinado por defender direitos humanos.

Há exatos 16 anos, em 24 de janeiro de 2009, Manoel Mattos era morto a tiros de espingarda calibre 12, em uma casa de veraneio, em Pitimbu/PB.

O advogado, que também havia sido vereador em Itambé/PE e vice-presidente do Partido dos Trabalhadores, integrava a Comissão de Direitos Humanos da OAB-PE, ficando conhecido por denunciar grupos de extermínio com a participação de policiais militares e civis, na divisa entre Paraíba e Pernambuco, região que já fora chamada de “Fronteira do Medo”.

Mattos participou ativamente de duas CPI’s (estadual e nacional), sempre denunciando as violações de direitos humanos e anunciando publicamente que corria risco de vida, pedindo proteção.

Além disso, era especialista na defesa de trabalhadores rurais.

Diante das ameaças de morte que se repetiam, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA chegou a conceder, em 2002, medidas cautelares que determinavam que o Brasil deveria garantir a sua proteção.

Infelizmente, não foi suficiente.

Morto covardemente, o jovem advogado perdeu a vida, aos 40 anos, e a sociedade perdeu um militante combativo dos direitos humanos.

Denunciados, dois dos cinco réus acusados de envolvimento no seu assassinato foram condenados.

O sargento Flávio Pereira foi condenado a 26 anos de prisão e José da Silva Martins a 25 anos, em regime fechado.

Um detalhe relevante: este processo traz consigo uma importância histórica.

Foi o primeiro caso de federalização no Brasil.

Em 2010, o STJ autorizou a instauração do Incidente de Deslocamento de Competência, mecanismo previsto na CF, desde 2004, para crimes que envolvam violação de direitos humanos, ensejando o deslocamento da competência para a Justiça Federal.

Mais adiante, o processo também foi deslocado da Justiça Federal da Paraíba para a de Pernambuco.

Manoel Mattos foi assassinado por defender o uso da justiça em detrimento da violência, por estimular os mais fracos a buscarem os seus direitos e por denunciar grupos de extermínio.

À sua memória, a nossa homenagem no dia de hoje.

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Para o pódio centenário……

No mais recente evento de corrida de rua, ocorrido aqui em Vitória, um fotógrafo profissional registrou minha passagem pela frente do nosso cemitério. Sendo o campo santo o destino final de todos nós, continuo alimentando a ideia de que meu corpo não será enterrado. Após minha jornada por aqui, desejo ser cremado. Aliás, acho até que essa é uma mudança de comportamento crescente e racional.

Em vida,  sempre que possível,  é bom lembrarmos  dessa trinca de mistérios: porque nascemos, para que vivemos e por qual motivo morremos?

Sem a devida explicação, continuo vivendo e cuidando da saúde para tentar entrar no seleto grupo dos que ultrapassam um século de vida,  em plena atividade cognitiva e física.  Será que  vou conseguir? Por enquanto, estou fazendo a minha parte.

Próximo do fechamento das cinco dúzias de idade, acredito haver calibrado o “ritmo e o pace”, constante e sem pressa, respectivamente, no sentido da chegada ao pódio centenário. Aliás,  já consigo imagina-lo……..Corta para 26 de dezembro de 2067….

Primeira Corrida do EJC – Igreja do Amparo.

Organizada pela turma jovem da Igreja de Nossa Senhora do Amparo, no último domingo (19), aconteceu a 1ª Edição Corrida do EJC. Com concentração desde 5:30h,  após o aquecimento, os atletas percorreram os 5km planejados.  O encerramento ocorreu no Pátio de Evento Otoni Rodrigues.

Ao final, os três primeiros colocados, no masculino e feminino, foram agraciados com troféus. Para concluir: muita fruta, guloseimas e um banho para refrescar. Parabéns ao pessoal do EJC, pela iniciativa.

 

A atualidade das ideias de Gilberto Osório de Andrade – por Marcus Prado .

No universo em que se discutem grandes temas ligados à Geografia como ciência-síntese da relação homem-natureza, sobretudo quando se fala em crise climática, nomes pernambucanos são lembrados entre os da geração que passou e a mais recente, a começar pela trajetória intelectual de cientistas como Gilberto Osório de Andrade, Mário Lacerda de Mello, Manuel Correia de Andrade, Rachel Caldas Lins, Diva de Andrade Lima, Lucivânio Jatobá, Marlene Maria da Silva. Eles representam um conjunto de pesquisadores de alto nível, de particularidades históricas e epistemológicas que marcaram e ainda marcam época, parceiros de uma corrente do que se convencionou chamar de Geografia Moderna, uma ciência que tem como objeto de estudo o espaço geográfico, o lugar, onde se realizam as atividades humanas. Re-teorizar o espaço era uma referência do autor do “Introdução aos estudos dos brejos pernambucanos”, um clássico, quando o foco primordial é a Geografia Regional, ao fazer abordagens sobre a relação entre as influências dos meios naturais, particularmente o clima.

Foram Gilberto Osório de Andrade e Rachel Caldas Lins que correlacionaram o clima semiárido nordestino com o deserto na parte meridional da África. Afirmavam com propriedade que o semiárido brasileiro era uma projeção do ar seco kalahariano no continente sulamericano. Muitos geógrafos brasileiros desconhecem Gilberto Osório e as revolucionárias teses que defendeu.

Quando leio “Geografias pós-modernas: A reafirmação do espaço na teoria social crítica”, de Edward Soja, o Edward visto como um dos mais destacados geógrafos norte-americanos, vejo como a problemática do espaço foi tratada com severidade de pesquisa, também de forma abrangente, pelo nosso Gilberto Osório de Andrade.

Dedicou-se a escrever pioneiros estudos de Climatologia e Geomorfologia, hoje confirmados pelas modernas ferramentas do Geoprocessamento. Há um livro biográfico, de autoria da jornalista Leda Rivas, que retrata a vida e as ideias do nosso geógrafo maior e seus grandes debates que se estendem até os dias atuais, sobre o semiárido nordestino.

Com a sua sede inerentemente insaciável por conhecimento, foi dele a preocupação dialética do espaço, do tempo e do ser social. As teses por ele defendidas implicaram num avanço incrível da Geografia Física brasileira nas décadas de 1960 e 1970. São estudados tudo o que envolve os seres vivos e o meio onde eles vivem — desde os aspectos biológicos, passando pelos químicos e, finalmente, seus aspectos físicos.

Talvez não seja demais lembrar que Gilberto, nos seus estudos, livros e palestras (a destacar a sua presença na SUDENE e no Seminário de Tropicologia/Fundaj, oferece-nos uma perspectiva inovadora do espaço geográfico como, antes dele, foi argumentado por Maurice Merleau-Ponty: o espaço em que existimos e somos nele. O lugar da memória, do esquecer, da cristalização de lembranças.

Marcus Prado – jornalista

Lançamento da Antologia Literária Internacional Além-mares III

Em uma linda tarde poética à beira-mar, o Restaurante Picuí Praia,  em João Pessoa (PB),  se encheu de alegria e emoção para celebrar o lançamento da antologia. Com boa música ao fundo, os participantes vivenciaram  momentos inesquecíveis, repletos de arte e conexão!

Parabéns aos coautores: Djar Aquino e Raul Vitorino, que com sua receptividade iluminaram o evento e acolheram com carinho o Projeto Chá da Vida Brasil, comandado por Jones Pinheiro.  Que as palavras continuem a  unir e inspirar pessoas…

Mais uma Missão Cumprida!!

Assessoria

Mãe Gilda – por @historia_em_retalhos.

Mãe Gilda: vida e morte de luta contra a intolerância religiosa.

Esta é a ialorixá Gildásia dos Santos, a Mãe Gilda.

Símbolo da luta contra a intolerância religiosa, a ialorixá é fundadora do Ilê Axé Abassá de Ogum, Terreiro de Candomblé localizado nas imediações da Lagoa do Abaeté, em Salvador/BA.

Como todos aqueles que lutam pelo respeito à sua ancestralidade africana neste país, Mãe Gilda sofreu com ataques de preconceito, ódio, intolerância e violência.

No caso dela, custou a própria vida.

Em 1999, teve a sua imagem utilizada no jornal Folha Universal, vinculado à Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), com a manchete “Macumbeiros charlatões lesam o bolso e a vida dos clientes”.

Na época, a reportagem dizia que estava crescendo um “mercado de enganação” no país.

E o pior, com um detalhe sórdido: a imagem de Mãe Gilda aparecia com uma tarja preta nos olhos.

A publicação dessa foto marcou o início de um doloroso, porém importante processo de luta por justiça da família e de todos os religiosos do Candomblé.

Lamentavelmente, dada a fragilidade do momento, adeptos de outras religiões hegemônicas sentiram-se no direito de atacar diretamente a casa de Mãe Gilda, agredindo-a, verbal e fisicamente, dentro das dependências do terreiro, até quebrando objetos sagrados lá presentes.

Diante desses fatos, com a saúde fragilizada, Mãe Gilda não suportou: o seu estado piorou, sofreu um infarto e ela faleceu no dia 21 de janeiro de 2000.

Custa-nos a acreditar, mas, periodicamente, o busto que foi erguido em sua homenagem dentro do Parque do Abaeté (foto), em Salvador, é alvo de atos de racismo religioso.

O autores desses atos costumam justificar a conduta dizendo que apedrejam “a mando de Deus”.

Racismo religioso é crime.

Para quem não sabe, o Brasil registra uma denúncia de intolerância religiosa a cada 15 horas e os adeptos das religiões de matriz africana, principalmente Umbanda e Candomblé, são os mais perseguidos no país.

Desde 2007, celebra-se em 21 de janeiro o “Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa”, em memória de Mãe Gilda.
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As festividades do Padroeiro Santo Antão 2025

Com 13 dias de programação,  os festejos, religiosos e profanos,  alusivos a passagem dos 400 anos do nosso Padroeiro  Santo Antão movimentou a comunidade católica em nossa cidade.

Seguindo o modelo de anos anteriores, em que os festejos foram incrementados com a chegada,  em solo antonense,  do Monsenhor Maurício, em 2025, além da densa programação religiosa, a noite do dia 17, sexta-feira, após a procissão, o Pátio da Matriz ficou lotado para acompanhar o show da renomada artista de Joana.

Dentro das festividades da cidade, logo pela manhã, ocorreu a “Corrida de Santo Antão”, atividade física que reuniu mais de mil atletas, com concentração, partida e chegada para percurso de 5km, no Pátio da Matriz.

O ponto alto das festividades, foi a Procissão de Santo Antão. Na ocasião, registramos a passagem dos fiéis pela Praça Diogo de Braga; Veja os vídeos:

 

Também registramos uma bonita imagem da procissão, no seu retorno, pela Praça Duque de Caxias. Veja o vídeo:

Corrida Com História: Santo Antão

Na sexta-feira (17), feriado santo municipal, realizamos mais edição do nosso famoso projeto Corrida Com História. Na questão, como conteúdo, alardeamos duas curiosidades e uma sugestão, sobre questões envolvendo o nosso Glorioso Santo Antão.

Pedindo licença para autora, Albertina Lagos, já falecida, sugerimos que o hino de Santo Antão, também, pudesse ser cantado mudando a primeira palavra: ou seja: ao invés de vitoriense, porque não antonense? Fica a sugestão.

No quesito curiosidade, relembramos a chamada “campanha da telha”, ocorrida no final do século XIX, por ocasião da construção do atual prédio da Matriz de Santo Antão. Solicitaram os padres ao chefe de cada família católica da cidade que,   através de cada um dos seus filhos,  fizesse chegar à igreja uma telha.

Usando como fonte um dos livros escrito por Padre Renato, informei no meu vídeo que a  Igreja Matriz de Santo Antão era a única no Brasil. Alertado por Jean Michell e Luís Boaventura, descobri que, atualmente, há mais duas no Brasil: uma na cidade de São Bento Norte, Rio Grande do Norte e a outra em Pontão, no Rio Grande Sul. A primeira de 1988 e a segunda de 1992.

Possivelmente quando Padre Renato da Cunha Cavalcanti escreveu o livro que me serviu de fonte histórica, as duas cidades ainda não possuíam igrejas ligadas ao nosso Santo Antão. Mas mesmo assim, podemos dizer que a Matriz de Santo Antão, da Vitória de Santo Antão, foi a primeira do Brasil…

Para encerrar:  Viva o Glorioso Santo Antão!!!

UMA DEFINIÇÃO DE MIM – por Sosígenes Bittencourt.

 

Uma das melhores definições de mim não é minha, é do escritor e pensador inglês Chesterton: O homem SÃO é aquele que tem a tragédia em seu coração e a comédia em sua cabeça.

Mas, explicou: A comédia do homem sobrevive à sua tragédia.
Chesterton também dizia: O que amargura o mundo não é excesso de crítica, mas a ausência de autocrítica.

Quer dizer, a crítica está presente no coração do homem, mas, quanto a sua autocrítica, olha-se no espelho, sorri e faz piada. O homem é condescendente com os seus erros e atroz com os erros alheios, por isso julga mal.

Sosígenes Bittencourt

12ª Feijoada da ABTV celebra as várias tradições do Carnaval antonense.

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Em Vitória de Santo Antão, terra da Pitú e também da folia, a Associação dos Blocos de Trio Elétrico da Vitória (ABTV), segue a tradição de promover mais uma edição da feijoada, um encontro dos baluartes que defendem com unhas e dentes a festa mais popular da nossa cidade.

O evento ocorrerá no sábado dia 1ª de fevereiro no Restaurante Gamela de Ouro, com início a partir das 12h. Nildo Ventura é atração confirmada, a Orquestra Ciclone regida pelo maestro Givaldo Barros também está confirmado para alegria e diversão dos carnavalescos que irão prestigiar esse encontro.

O presidente Charles Romão destacou a importância dos foliões participarem deste evento: “ A feijoada da ABTV reúne figuras importantes do carnaval, além dos homenageados conseguimos ao longo dos anos unir todos os construtores da folia em seus respectivos espaços, os membros da ACTV participam de nossa festa porque sabem que a força está na união e com mãos dadas enfrentaremos qualquer dificuldade, convido a todos para prestigiar esse momento”, finalizou.

Para participar basta adquirir a pulseira no valor de R$ 30,00 que está sendo vendida em Seu Kiko Cozinha Regional, na Aqui Tem Conveniência e com o Eventos Vitória.

Assessoria.