Arquivo da categoria: O Tempo Voa Documento
O Tempo Voa Documento: Convite para inauguração do antigo “Cine Iracema” (1947)
Tempo Voa Documento: Panfleto sobre o Monte das Tabocas (anos 90)
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O Tempo Voa Documento: Peitoral de Angico Pelotense
O Tempo Voa Documento: Estatuto do Clube Vassouras O Camelo (1953)
Tempo Voa Documento: 1º Edição de “O Grito”
Recebemos da professora Valdinete Moura, internauta assídua de nosso blog, a primeira edição do boletim literário “O Grito“, editado no final dos anos 80.
Apoiadas pela Professora Valdinete, as então alunas Cristina Francelino e Marize José da Silva do curso de Letras, da Faculdade de Formação de Professores da Vitória, atual FAINTVISA, editaram o boletim, que circulou em vários números, pelos corredores daquela faculdade.
Disponibilizaremos, no Fim de Semana Cultural, algumas de suas edições, para o deleite dos apreciadores da literatura. Fique ligado.
O Tempo Voa Documento: “Elias Lira deixa rombo de 200 milhões nos cofres da prefeitura” – diz Dr. Ivo Queiroz em entrevista realizada em 1989.
Cinco meses após sua posse, o Dr. Ivo Queiroz deu uma entrevista ao “Jornal da Vitória”, em sua edição de maio de 1989, onde falou sobre a dificuldade ao assumir a prefeitura “arrombada” pelo seu antecessor Elias Lira, que foi prefeito de Vitória entre 1982 a 1988.
Reproduzimos a entrevista abaixo. Só a manchete em si merece uma séria reflexão por todos nós.
“Os meus opositores foram os meus maiores cabos eleitorais” – Dr. Ivo Queiroz.
“Após os primeiros meses da gestão do prefeito Ivo Queiroz Costa, esta redação decidiu entrevista-lo dando oportunidade de esclarecer aos munícipes como ele recebeu a prefeitura de seu antecessor, o que já realizou pelo município, os seus planos administrativos e as suas perspectivas políticas.
Eis a entrevista:
JV – Como V. Excia. Recebeu a prefeitura das mãos do ex-prefeito Elias Alves de Lira?
Dr. Ivo Queiroz – Encontrei a prefeitura arrombada; sem condições de governar, de fazer nada durante seis meses; com uma dívida de mais de 200 milhões e com 1600 funcionários, entre os quais, 900 novos.
JV – O que já realizou pelo município nestes cinco meses de governo?
Dr. Ivo Queiroz – Cuidei da conservação das praças, da iluminação pública e da limpeza da cidade, que está um pouco melhor; tornei o Colégio 3 de Agosto, o Magistério e o Colégio Comercial José Joaquim da Silva totalmente de graça, inclusive não existe taxa de caixa escolar, a qual foi abolida; implantei a cobrança de imposto de feira através de carnês para serem pagos em bancos (aquela imagem de cobrador de feira acabou-se); fiz algumas galerias na periferia da cidade, recuperei um caminhão tanque de água, três ambulâncias, a patrol, a enchedeira e a retro; instalei a Secretaria de Saúde no prédio anexo à prefeitura, onde tem o auditório; recuperei a quadra do Colégio Municipal 3 de Agosto, colocando iluminação nova; recuperei mais de 2.000 bancas escolares; conservei as estradas vicinais do município; construí um chafariz com lavanderia e sanitário da feira de mangalho; concluí a reforma da praça D. Luís de Brito; recuperei dezenas de ruas esburacadas; coloquei medicamentos nos postos médicos que encontrei até sem esparadrapos, mercúrio cromo e etc; já distribuí mais de 300 terrenos com o povo carente da cidade; ajudei alguns velhinhos a recuperar suas casinhas que caíram durante o inverno; já foram recuperados 2 tratores e já estamos arando a terra dos pequenos agricultores do município; estamos colocando Vitória na Liga Desportiva de Futebol a fim de participarmos da Copa do Interior; dei apoio as reivindicações dos comerciários.
JV – Quais os seus planos administrativos?
Dr. Ivo Queiroz – Saúde, educação e moradia para todos.
JV – Qual a maior dificuldade que V. Excia. Encontra hoje para administrar uma cidade do porte de Vitória de Santo Antão?
Dr. Ivo Queiroz – A falta de dinheiro, porque a nossa reforma tributária foi um o conto do vigário; só foi boa para os grandes municípios do sul do país.
JV – Qual o maior problema que atualmente enfrenta esse município?
Dr. Ivo Queiroz – Falta de água.
JV – Como pretende solucioná-lo?
Dr. Ivo Queiroz – Construindo uma barragem em Boa Sorte para reforçar a rede distribuidora e por outro lado, solicitar, pedir, implorar ao atual governo do estado que aumente a barragem de Jussaral, compre uma bomba de recalque, construa uma nova adutora, e teremos água para o ano 3.000. Se assim não for feito, o governador será um ingrato com aqueles eleitores que lhe deram 25.000 votos em Vitória na esperança de dias melhores para a nossa população.
JV – A câmara municipal tem apoiado as iniciativas do Prefeito, colaborando, assim para o êxito de sua administração?
Dr. Ivo Queiroz – Sim.
JV – Qual é o próximo passo político de V. Excia.?
Dr. Ivo Queiroz – Ser candidato a vereador ou a prefeito novamente se for aprovada a lei que possibilite prefeito poder se reeleger ao término do mandato.
JV – V. Excia. faz política a mais de quatro décadas: já foi vereador, deputado três vezes, assumiu o terceiro mandato de prefeito e nunca perdeu uma eleição. Qual a receita para vencer sempre?
Dr. Ivo Queiroz – Nunca me afastar de Vitória, viver em Vitória permanentemente, de manhã, de tarde e à noite; é ser político todo o tempo e porque não dizer também? – a tinta verde de meus bilhetinhos e de minhas receitas médicas.
JV – Quem é o seu maior cabo eleitoral, ou quem foi o seu maior cabo eleitoral do último pleito?
Dr. Ivo Queiroz – Foram os meus opositores que não souberam fazer política contra mim.
JV – Qual a mensagem que V. Excia. gostaria de enviar ao povo vitoriense nesse momento?
Dr. Ivo Queiroz – Agradeço a compreensão que ele está tendo no meu início de administração, pois se fiz pouco, é porque a situação financeira do município encontra-se em dificuldade. Assim que melhorar, iniciarei a construção de grupos escolares para dar educação as crianças de dois a sete anos, construção de postos médicos nos bairros onde não existirem, distribuição de medicamentos para as pessoas carentes, e incentivo para aqueles que não tem onde morar construírem as suas casinhas.”
Utilizamos algumas referências do livro História da Vitória de Santo Antão, 1983 a 2010 – pág 121 a 124.
O Tempo Voa Documento: Alfaiataria Realce
A Girafa – um clube de 62 anos de história.
Ávidos por algo diferenciado e motivador para brincar o carnaval de 1950, um grupo de “corrioleiros” (amigos), teve a inusitada idéia de “roubar” a girafa alegórica usada como símbolo do Armazém Nordeste – A Girafa Tecidos (casa comercial situada na Praça da Bandeira). Discretamente a missão foi cumprida com sucesso, e o produto do ilícito sorrateiramente recolhido à Oficina Atômica, de propriedade de Zé Palito.
Reunião marcada, corriola reunida, bebidas servidas, discursos proferidos: estava fundada a Troça Carnavalesca Mista A Girafa. Oficialmente a data da fundação é 16/01/1950, como consta em Ata lavrada à época.
A primeira Diretoria ficou assim constituída:
– Presidente: José Mesquita de Freitas (Zezinho Mesquita);
– Vice-Presidente: José Augusto Férrer;
– Secretário: José Jacinto;
– Diretor Geral: José Celestino de Andrade (Zé Palito);
– Orador: Mauro Paes Barreto;
– Tesoureiro: Aluízio Férrer;
– Diretor Musical: Paulo Férrer;
– Fiscais: João Carneiro (Doido) e Hugo Costa;
– Diretor Artístico: Nivaldo Varela;
– Porta-Estandarte: Wilson Coelho (O Bruto);
– Comissão de Recepção: Donato Carneiro, José Pedro Gomes, Eliel Tavares, José Vieira (Zequinha), Rubens Costa e João Peixe.
Após o carnaval, sanadas as arestas geradas por conta de “roubo” do animal símbolo de Armazém Nordeste, ficou devidamente acordado entre as partes que a alegoria em questão, seria emprestada anualmente pela referida loja e posteriormente devolvida em perfeito estado de conservação. Anos após, a diretoria mandou confeccionar sua própria Girafa, símbolo maior e marca-registrada dos girafistas até os dias atuais. Vale enfatizar que a Girafa é a única agremiação da cidade a participar de todos os carnavais desde sua fundação.
Durante anos e já na condição de Clube, abnegados foliões conduziram os destinos da folia girafista e suas alegorias foram montadas em diversos locais da cidade, até que me 1986 foi concluída a construção do um moderno e amplo barracão, localizado à Rua Eurico Valois (Estrada Nova). O citado barracão não foi festivamente inaugurado, em face do falecimento de Dona Jura. Tão girafista quanto seu marido Mané Mizura.
As apresentações ocorriam nas manhãs de domingo e terça-feira de carnaval, saindo da Praça Félix Barreto, no Bairro do Livramento. Acordes do famoso hino e gigantesca queima de fogos sinalizavam o início de mais um desfile. Clarins anunciavam a presença do Clube na ruas da cidade e o abre-alas era composto do animal símbolo e de foliões devidamente caracterizados de Girafa. Belas e criativas fantasias compunham as alegorias, geralmente inspiradas em temas infantis. Transcorridas alguma horas, o percurso era alegremente cumprido. Novo show pirotécnico, frevo e muita confraternização, fechavam com risos e lágrimas mais um dia de exaltação à Girafa.
Três estandartes saíram às ruas da cidade durante mais de cinco décadas de existência. Inúmeras orquestras animaram os girafistas. Dentre elas: A Venenosa, 3 de Agosto e a do Maestro Seminha de Limoeiro. O hino oficial é: Exaltação à Girafa, composto por Guga Férrer (letra) e Sérgio Patury (música), gravado na voz de Babuska Valença.
Pesquisa e Texto de de Dryton Bandeira
O Tempo Voa Documento: Anuncio (1944)
O Tempo Voa Documento: Disco “Clube Vassouras O Camelo” – Lançado no Carnaval de 1986
Revivendo o Carnaval: Confusão entre rivais resulta na fundação do Clube dos Motoristas
O carnaval em Vitória chegou ao seu apogeu na primeira parte do século XX, onde foram criados diversos tipos de agremiações que faziam a população festejar com muita alegria. Dentre elas, os Clubes de Fados e os Clubes de Manobras. Estes últimos, com inúmeros fãs, realizando grandes desfiles e bailes, principalmente o “Abanadores”, posteriormente batizado como “O Leão” pelo poeta Teopompo Moreira, e o “Vassouras”, conhecido como “O Camelo”.
Segundo o professor José Aragão, no seu livro História da Vitória de Santo Antão, volume III, foi em uma dessas grandiosas apresentações que tudo começou. O “Vassouras’’ vinha do bairro do Livramento e da Matriz vinha o “Abanadores”, fazendo os rivais se chocarem durante o percurso, levando as a autoridades ordenarem o recolhimento às suas sedes, prevendo piores conseqüências. Posteriormente, pensando em evitar tais interrupções, vários foliões reuniram-se para fundar uma nova agremiação, formada em sua maioria por motoristas como afirmou o célebre jornalista João Álvares:
O Clube dos Motoristas da Vitória de Santo Antão foi fundado no mês de março do ano de 1949, idealizado por um grupo de motoristas e pessoas ligadas ao ramo automobilístico que desejavam construir um clube para proporcionar lazer para os profissionais do volante, bem como cultivar solidariedade e o espírito de disciplina e cooperação nas relações humanas.
Foi assim que surgiu o “Clube dos Motoristas”, em reunião realizada em 04 de março de 1949, pelos seus fundadores: “Valdemar Lino Chaves (1º presidente), Alfredo Francisco de Oliveira, João Vicente de Freitas, Sebastião Ferreira do Nascimento, Joaquim Francisco Damásio, Pedro Ferreira Guimarães, Abiatar Ferreira Chaves, Manoel José de Souza e Sebastião Pinheiro de Souza”, além da presença de mais de 80 pessoas.
No ano seguinte, em 1950, estreava-se pelas ruas da cidade, já com muita alegria, que ao longo dos anos foi atraindo muito mais foliões.
O Tempo Voa Documento: Anúncio (1960)
O Tempo Voa Documento: Anúncio (1948)
O Tempo Voa Documento: Vitória reivindicará Posto aos Sábados (1979)
O Tempo Voa Documento: Panfleto Carnaval 1997
O Tempo Voa Documento: Anúncio de Transporte Coletivo (1960)
O Tempo Voa Documento: Partitura do Hino da Vitória
Tempo Voa Documento: Título de Eleitor de um artista de construções.

O documento acima trata-se de um título de eleitor da década de 1950, pertencente ao senhor Antônio Anastácio da Silva, conhecido operário daquele tempo. Foi um dos principais trabalhadores, que contribuíram para a construção dos grandes prédios, hoje históricos, de nossa cidade, como por exemplo: Casa dos Pobres, Colégio Nossa Senhora da Graça, Cemitério São Sebastião, Correios e do Cine Iracema.
Enquanto trabalhava na construção do Cine Iracema, ele disse ao proprietário daquela obra: “Trabalhar na criação de um obra é mais importante do que ser o seu dono; a propriedade pode ser perdida, o orgulho do artista é sempre dele”. Luiz Boa Ventura de Andrade se surpreendeu com a frase do amigo operário, que conseguiu o respeito de muitos naquela época, por ser um profissional muito competente e criativo.
Antônio Anastácio morreu em janeiro de 1982, numa casinha da Rua José Rufino, no bairro do Cajá, com 80 anos.
Imagens extraídas da Revista do IHGVSA, vol. VIII de 1982.















