Momento Cultural: ENERGIA – VIDA DO COSMO – por MELCHISEDEC.

Energia Absoluta – É a força que movimenta e equilibra todos os corpos no espaço. Além do oxigênio, hidrogênio e nitrogênio, o ar está impregnado de uma Energia Absoluta que penetra todas as formas, desde a mais elementar vida vegetativa até a mais elevada vida humana. Essa energia emana do sol e penetra pelos centros nervosos do ser humano e vai alojar-se no “plexo solar”, capacitando-o a produzir trabalho.

A Energia Absoluta contém um terço de ar, movendo-se em círculo, estabelecendo um movimento rotatório que dá origem ao movimento dos corpos no espaço, impulsionando-os para cima e para baixo. Da ação das forças centrífugas e centrípetas, resultam o equilíbrio dos corpos no espaço. A superabundância dessa Energia atua sobre a matéria viva, através dos plexos gerando uma substância fluídica que é a parte essencial da célula produzindo o plasma celular.

Pela atuação da Energia Absoluta, nas regiões onde se assentam os plexos e pela precipitação da força nervosa, é que se dá nas células desses centros nervosos, a operação que produz as diferentes condições ou processos de fixação, para que a energia se desprenda do corpo físico.

Energia Vida – É uma grande força penetrando o espaço, que se propaga em forma de vibração, que dá existência a todas as coisas criadas. É o Átomo Centelha que emana dos Cosmo e que habita o ser humano. Esse Átomo Centelha de Vida é o princípio original da verdadeira manifestação do homem.

Essa Energia em seu contato com os planos da manifestação cria uma condição que lhe é inerente. Essa condição é a consciência, cujo os atributos não podem ser anulados nem destruídos.

Energia Mente – É uma forma de energia que está presente nas manifestações dos seres vivos. Toda vida manifestada na matéria é o resultado da mente. A função mais elevada da mente que conhecemos é a Razão, que imprime no ser humano, condições especiais de equidade, bom senso e justiça.

E energia mente é a força que movimenta uma corrente de energia emanada do cérebro.

(VERDADES FUNDAMENTAIS – MELCHISEDEC – pág. 57 e 58)

Momento Cultural: ASAS DO CORAÇÃO – Por Egidio T. Correia

Um poeta tem FOGO no cérebro,
Tem ASAS no coração,
Um foguete espacial
Quando chega inspiração.
Trouxe consigo um destino,
Viajar no infinito
Estando alegre ou aflito,
Quando tem, ou não, razão.
Seu combustível é um verso
Estreitando o universo
Polindo imaginação.
Ou pra registrar sentimentos
Com a caneta na mão.

Egidio T. Correia – poeta

Momento Cultural: Visitando o Nosso Colégio – ALBERTINA MACIEL DE LAGOS

(confrontando Luís Guimarães Filho no seu soneto: “Visita a casa paterna”. Composto para o Colégio Nossa Senhora da Graça na fundação do dia da “ex-aluna”, em 9 de julho de 1947)

Como ao porto quando voltam as jangadas
após bem forte e cerrado temporal,
rever, quisemos, num elo fraternal,
o nosso Colégio de emoções sagradas!

Chegamos!… Ao nosso encontro maternal,
vem Madre Superiora muito amada
que, sorridente, instituem, mui dedicada,
da ex-aluna o áureo dia magistral!

Entramos!… – Era esta a sala de estudo!…
Oh! a Capela!… ali, o açude!… e, de tudo,
sentimos que a Saudade a alma nos invade!

Ei-las, as boas Mestras!… as caras companheiras!…
revemo-los, hoje, alegres, prazenteiras…
e, de Gratidão, quem palpitar, não há-de?…

(SILENTE QUIETUDE – ALBERTINA MACIEL DE LAGOS – pág. 42).

Momento Cultural: Minha mãe – nos seus 86 anos (Poema) – Por Júlio Siqueira

Que feliz eu sou em poder contemplar,
num êxtase de terno amor e de carinho,
o rosto tão querido, todo arminho,
dessa criatura boa, única, sem par!

Amar-te? Amo-te muito. E sou vaidoso
por seres minha mãe… E tanto é assim
que é um gozo, uma alegria sem fim
que proclamo a toda gente, orgulhoso!

Quero beijar-te as mãos que me abençoam,
ouvir-te a voz, cujas palavras ecoam
num doce misto de ternura e de amor.

porque és a mais bela das criaturas,
daquelas que enchem o mundo de venturas
amando e sorrindo em meio a própria dor!

Por Júlio Siqueira

Momento Cultural: Minhas Lágrimas – Stephem Beltrão.

Minhas lágrimas
São lágrimas de viúva
Lágrimas de brasileiro.

Minhas lágrimas são escondidas
Vagarosas, preguiçosas
Tímidas, contidas, caprichosas
São lágrimas de pobre.

Minhas lágrimas
São como as águas da chuva
Que só são notadas
Quando invadem as ruas
São lágrimas verdadeiras
Lágrimas fora de hora
Fora da lei
Lágrimas fora de moda.

Stephem Beltrão

Momento Cultural: Negro – por Henrique de Holanda.

Homem negro: se o sol – nessa ansiedade bruta
de quem quer e não pode, – o teu corpo procura,
com o instinto cruel de te vender na luta,
a queimar, ainda mais, a tua pele escura…

Se resistes ao sol, nessa heroica disputa,
fertilizando a terra estéril, seca e dura,
esta cor a tingir a tua carne impoluta
é a rija encrustação de tua rude bravura.

Nem o branco encoraja e nem o negro assombra.
Tanto nos vale a luz, quanto nos vale a sombra.
Desta cor morrerás e morrerás exangue

na luta, que nos dá, pelo teu maior gosto,
a flor que floresceu do suor do teu rosto,
e o fruto que nasceu do vigor do teu sangue!…

(Muitas rosas sobre o chão – Henrique de Holanda – pág. 23).

Momento Cultural: A Alvorada – POR GUSTAVO FERRER CARNEIRO.

O sol se descortinava na praia
Brilhando em meus olhos
Caminho só
Ar imóvel, quente
Vento assobiando ardente
Com o som da minha respiração
Um monte de pensamentos
Um toque agudo sibilante
Suspirando com prazer
O nascer de um novo dia
Uma alvorada arredia
De momentos de introspecção

Um aroma gostoso de terra molhada
Ou maresia,
Um delicada lua ornamentando o amanhecer
Em uma fantasmagórica poesia,
Plenitude
O vento zunindo
Um sentimento de dignidade
Uma visão do encanto
Insondável graça no rosto
No perplexo momento
Da percepção da vida.

O que ele diz
estará dentro do seu peito
Todo tempo
Para sempre…

Seja longe, seja perto
Não sabemos o exato, o correto
Para tudo tem um tempo

Mas quando será esse tempo certo?

(MOSAICO DE REFLEXÕES – GUSTAVO FERRER CARNEIRO – pág. 14).

Momento Cultural: Quando – por Stephem Beltrão

Quando você pensa que estou triste

Estou alegre

Quando você pensa que estou mal

Estou bem

Quando você pensa que estou perdido

Estou no rumo

Quando você pensa que estou dormindo

Estou acordado

Quando você pensa que estou só

Estou acompanhado

Quando você pensa que estou embriagado

Estou sóbrio

Quando você pensa que estou caído

Estou erguido.

Enquanto você achar que estou quebrado

Prosseguirei inteiro

Enquanto você achar que sou apagado

Serei acesso

Enquanto você achar que vivo doente

Estarei sadio

Enquanto você achar que fico preso

Serei libertado

Enquanto você achar que ando sofrendo

Permanecerei feliz

Enquanto você achar que ando chorando

Seguirei sorrindo

Enquanto você achar que já morri

Continuarei vivo.

Stephem Beltrão

Momento Cultural: Velhice – por Aloísio Xavier

Desafiei o tempo e triunfei.
Há mais e meio século resisto.
Sofrendo, embora, por aqui fiquei,
da vida não me canso e não desisto.

Espectro de gente me tornei.
O padecer me faz quase outro Cristo.
Morreram-me os entes que amei.
Ao meu desmoronar eu mesmo assisto.

Doente está meu corpo alquebrado
E esgotada tenho a pobre mente.
É triste, muito triste hoje o meu fado.

Meu ser, enfim, se encontra aniquilado.
Porém de todas essas aflições
mais me afligem as recordações.

Aloísio de Melo Xavier

Momento Cultural: O PODER DA PALAVRA – por MELCHISEDEC

A palavra no estado pleno de sinceridade e pureza atua com uma força vibratória capaz de mudar o comportamento do homem diante das Leis Cósmicas, removendo toda e qualquer dificuldade, operando uma verdadeira transformação no pensamento humano.

É de bom grado evitar-se pronunciar palavras desagradáveis e ofensivas, mesmo quando se é obrigado afirmar fatos verídicos, visto que, as afirmações devem ser sinceras, sem disfarce, sem sofisma, falando francamente a verdade, procurando não ofender as pessoas. Deve-se proceder de maneira positiva e franca, para que se processe a ajuda da Onipresente Força Cósmica Vibratória desfazendo qualquer dúvida.

Com a Onipresente Força Cósmica Vibratória sobre a terra, a semente da palavra bem pronunciada e repleta de afirmações corretas terá o poder de destruir toda mentira, toda calúnia e todo mal, porque a Verdade prevalecerá sempre como luz diáfana que ninguém poderá ofuscá-la.

É o poder superior da palavra que mudará o mundo.

(VERDADES FUNDAMENTAIS – MELCHISEDEC – pág. 79).

Momento Cultural: Conta à História- por João do Livramento.

Por Eva veio a desgraça

E a expulsão do paraíso,

Adão nem bebia cachaça

Ô homem velho sem juízo!

E David que era um grande rei

Além de ungido pelo senhor,

Mas quando viu Bate-Seba nua,

Na hora o cabra endoidou

Achando pouco a traição,

Mandou Urias pra morte

Bem na frente do pelotão,

Entregue a própria sorte

“Ti amo Sansão” dizia Dalila,

E o segredo o besta contou

Pois foi quando ele dormia,

Que seus cabelos ela cortou

Os olhos chegaram a furar,

Foi bom pra ele aprender

A em mulher não confiar,

Que o resultado é padecer

Pois se eu quiser continuar

E nos dias de hoje chegar,

Tem tanta, mais tenta história

Que Papel e tinta sei vai faltar,

Pois quem ler e tiver mãe,

Trate logo de desse fogo tirar.

João do Livramento

Momento Cultural: AIRES DE PIERROT – por ADJANE COSTA DUTRA.

Lanço-me no arcabouço da solidão…

Com Aires de Pierrot…

São dias de angústias…

Oh! como arfa-me esses dias em extremo lodaçal.

Oh! Ingrime caminhada…

Arfa-me os dias de angústias e solidão.

De esfera a esfera,

quantas eras…

arfa-me o peito na minha difícil respiração,

hálitos, compassos e passos.

Lanço-me no arcabouço da minha solidão.

(TAPETE CÓSMICO – ADJANE COSTA DUTRA – pág. 52).

Momento Cultural: Beijo proibido – por GUSTAVO FERRER CARNEIRO,

 

A força do poder

Ou não poder

A dúvida do não querer

Querendo…

Um simples aperto de mão

Fascinação abstrata

Mera ilusão caricata

Provocando certo arrepio

Coração chegando na boca

O corpo sentindo frio

A pele de pulso branco,

Indefeso

Cútis macia, membro ileso

Magro e azulado

Latejando sob o polegar

Em outro lugar

Mais profundo

Mais secreto

Impossível de ser alcançado…

Frustração exacerbada

Perto bastante para ser tocada,

Sentida e enxergada

Com perfume exalante

Um olhar excitante

Que só desperta desejo

Traz a ânsia de um beijo

Beijo roubado

Beijo querido

Beijo de carinho e paixão

Beijo com fervor

Quase adoração

Beijo de amor

Com gosto de veludo

Beijo concebido

Acima de tudo

Beijo desejado

Beijo proibido

(MOSAICO DE REFLEXÕES – GUSTAVO FERRER CARNEIRO – pág. 29).

Momento Cultural: ASAS DO CORAÇÃO – Por Egidio T. Correia.

Um poeta tem FOGO no cérebro,
Tem ASAS no coração,
Um foguete espacial
Quando chega inspiração.
Trouxe consigo um destino,
Viajar no infinito
Estando alegre ou aflito,
Quando tem, ou não, razão.
Seu combustível é um verso
Estreitando o universo
Polindo imaginação.
Ou pra registrar sentimentos
Com a caneta na mão.

Egidio T. Correia é poeta.

Momento Cultural: A ILUSÃO – por José Miranda

Para vivermos nós contentes pela vida
sem essa mágoa que tortura tanto a gente
da culpa de Eva no Édem, um dia nascia.
O Senhor deu-nos a ilusão constantemente.

Quanto seria: a alma por tudo entristecida
e o coração ensimesmado e até doente
se a ilusão fosse deste pélago banida
se não houvesse, não o sonho doce e ingente!

De assalto sem se esperar conta do destino
a ilusão toma para nos dar prazer na dor
para nos fazer o espiamento pequenino.

Da nau de crença a vela enfuna com vigor
e fortifica quando sofre, o coração:
toda beleza está da vida na ilusão.

José Tiago de Miranda, vitoriense, nascido a 9 de junho de 1891 e faleceu a 29 de maio de 1960. Foi professor primário na Vitória, em Moreno e em Limoeiro, exercendo, em todas as cidades, o jornalismo. Foi proprietário e diretor de O LIDADOR a partir de 1932 até sua morte. Cronista, poeta e jornalista de alto valor. Seus filhos (Ceres, Péricles e Lígia) reúnem em volume muitas de suas crônicas e poesias, em livro “Antologia em Prosa e Verso”, comemorando o centenário de seu nascimento, aos 9 de junho de 1991. Do casamento, com D. Herundina Cavalcanti de Miranda, houve ainda um filho, Homero, falecido logo após a morte do Prof. Miranda.