À avó Alice
Alice morava
no país das maravilhas,
durante minha infância,
mostrou-me o mundo!
Quando cresci,
Alice foi morar
Na máquina de costura.
Consertou minha vida!
Agora, Alice mudou-se
para o meu coração.
No argênteo Jubileu do Colégio Municipal “3 de Agosto”, aos 17/10/1970.
Dezessete de outubro!… o calendário
registra um relevante aniversário
antevendo da Glória o apogeu!
É que o “3 de Agosto” – nosso Colégio
na sua faina contínua, sempre egrégio,
tem, de prata, alegre Jubileu!
Vinte e cinco anos!… longa trajetória
– mescla de Sacrifício e de Vitória
pela conquista do Saber!
Ao rugir do Tufão ou ao sopro do favônio
Te firmaste, ó Titã, em luzente Patrimônio
dos que aspiram vencer!
Soubeste com raro denodo e otimismo
no intenso exalar do teu paroxismo
para Deus e o Brasil plasmar
a juventude que, através do bom Combate,
para o Belo e o Sublime sempre a levaste
e que hoje te vêm saudar!
– Querido Colégio “3 de Agosto”:
És bem a Sentinela ciosa, incansável,
forjada no crisol do teu brio indomável,
que, aqui, exaltamos, incentivadas
pelo Legado do teu sábio Fundador
e, hoje, o teu dinâmico Diretor
e Mestres, assaz, tão dedicados!
(SILENTE QUIETUDE – ALBERTINA MACIEL DE LAGOS – pág. 37).
Abandono
De sã consciência
E mesmo sem pedir clemência
Caio na tristeza e no sono
Saio, mas não me arrependo
Dessa chama imortal
Sofro, mas compreendo
Essa situação complicada
Continuarei minha jornada
Te acompanhando e te vendo
Por ti amando e torcendo
Por sucesso em tua carreira
Pois somente dessa maneira
Vou aliviar minha dor
E mesmo sem sentir teu sabor
Tão gostoso de menina faceira
Para sempre expressarei meu amor
Que há de brilhar a vida inteira
(MOSAICO DE REFLEXÕES – GUSTAVO FERRER CARNEIRO – pág. 13).
Homem negro: se o sol – nessa ansiedade bruta
de quem quer e não pode, – o teu corpo procura,
com o instinto cruel de te vender na luta,
a queimar, ainda mais, a tua pele escura…
Se resistes ao sol, nessa heroica disputa,
fertilizando a terra estéril, seca e dura,
esta cor a tingir a tua carne impoluta
é a rija encrustação de tua rude bravura.
Nem o branco encoraja e nem o negro assombra.
Tanto nos vale a luz, quanto nos vale a sombra.
Desta cor morrerás e morrerás exangue
na luta, que nos dá, pelo teu maior gosto,
a flor que floresceu do suor do teu rosto,
e o fruto que nasceu do vigor do teu sangue!…
(Muitas rosas sobre o chão – Henrique de Holanda – pág. 23).
(Adaptação)
Ó São João Bosco, “que da juventude
Sóis Pai e Mestre” e tanto trabalhastes,
Para levá-la à trilha da Virtude…
E que com tanto zelo batalhastes
Na luta pelo bem das almas, rude
Foi o labor a que vos entregastes,
Possuído dessa fé que não ilude,
E pela qual, montanhas derrubestes
Erguidos pelo mal… vinde ajudar-nos
A vencer as paixões, a respeitar-nos
Com o desassombro próprio de um cristão.
Ensinai-nos a amar a Eucaristia,
A merecer o auxílio de Maria
E a respeitar do papa a orientação.
1972
(Entre o céu e a Terra – Corina de Holanda – 1972 – pág. 27)
Não há morte, Bem-Amada:
– Do corpo termina a lida,
a alma mais tarde regressa
noutra missão, noutra vida.
Na terra, o corpo se acaba,
assim, também, morrerás
mas, de novo, noutra carne,
neste mundo viverás.
* * *
Fuja da inveja, da gula,
da preguiça e do ateísmo,
fuja da ira, da vaidade,
da mentira e do egoísmo.
* * *
Esta somente, Querida,
nesta cova ficará
e depois de certo tempo,
numa planta viverá.
Nos caminhos da jornada,
sob a luz dos olhos teus,
desejo viver em paz
na graça eterna de Deus.
* * *
Não tenhas medo da morte,
nem da vida, no outro lado,
a quem amas, neste mundo,
será sempre o Bem-Amado.
* * *
Se queres viver em paz,
não guardes ressentimentos,
as pedras de teu caminho,
vêm de tristes pensamentos.
(migalhas de poesias – Célio Meira – pág. 38 e 39).
Nostra tarde que do meu alento te procuro,
que dos dúlcidos alentos mil beijos…
De Extenuante o meu escrínio peito,
e na alvorada de mil flores,
e no estiloante inverno as flores murchavam e
balbuciavam num só grito, de gritar amor.
Que na tarde Nostra ver-te ao meu lado a contemplar
a tarde que passa como nuvens escuras e como a estrelar no
universo, a estrela que reluz,
teu brilho na cor da luz.
Quero cintilar em todo alvorecer e venho te chamar, amor,
na tarde Nostra.
E das estribeiras na presilha do teu cavalgar,
Eu venho gritar, amor, hei de te buscar: nos vales, mares,
na crosta terrestre ou na órbita celeste,
e na tua distância, eu me porei no vento,
mas hei de te amar,
numa tarde Nostra em que venho te buscar.
(TAPETE CÓSMICO – ADJANE COSTA DUTRA – pág. 56).
Ao ser que se oculta atrás da porta,
Jamais aberta a venda de passagem,
Da linguagem em que a verdade aborta,
Não busques se não estás na outra margem.
Do rio em cada curva detém o seu curso
Para embarcar os incautos candidatos ao ideal,
Que, não disponho nem de bússula e um recurso,
Desesperam com as absurdas respostas do real.
Pois o dia cruel e inclemente te espera
Com a luz bastarda e órfã da essência
Para fazer dos teus sonhos uma quimera.
Daí recolher-me a tudo que acena
Apenas com as rudes mãos da existência,
Pois, sem ser, o ser não vale a pena.
Ubirajara Carneiro da Cunha é Advogado, poeta e escritor vitoriense.
Cortando o céu, num clarão, a vida fugaz,
tal Via-láctea incandescente, bela,
no compasso pulsa. Efêmera luz que apraz!
Expande-se, pelo universo se esfacela…
Passa entre os astros e laços de ternura
em suaves voltas une almas, paralelas.
O amor em esplendor navega… à ventura
entre anjos. Crianças riem, serenas, singelas.
Corre a vida, corre contra o tempo,
marcando faces, machucando almas
na jornada fugaz, tal qual o vento,
entre megalegorias de estrelas… vagas.
Meditável tempo: estradas, veredas, ruelas…
onde há coroas de louros ou de espinhos.
Auroras, ocasos, dão matizes a aquarela
que se desenvolve na dureza dos caminhos.
Passa o Sol, a Lua, passam nuvens de carmim,
noite, dia. Vertigem! Tudo se acaba!
Céu ou inferno? Guiados por um Serafim
passamos, rumo ao tudo ou rumo ao nada.
Luciene Freitas é Escritora vitoriense, autora de dezenas de livros,
entre adultos e infantis.
Por Eva veio a desgraça
E a expulsão do paraíso
Adão nem bebia cachaça
Ô homem velho sem juízo!
E David que era um grande rei
Além de ungido pelo senhor
Mas quando viu Bate-Seba nua
Na hora o cabra endoidou
Achando pouco a traição
Mandou Urias pra morte
Bem na frente do pelotão
Entregue a própria sorte
“Ti amo Sansão” dizia Dalila
E o segredo o besta contou
Pois foi quando ele dormia
Que seus cabelos ela cortou
Os olhos chegaram a furar
Foi bom pra ele aprender
A em mulher não confiar
Que o resultado é padecer
Pois se eu quiser continuar
E nos dias de hoje chegar,
Tem tanta, mais tanta história
Que Papel e tinta vai faltar,
Então quem ler e tiver mãe,
Trate logo desse fogo tirar.
João do Livramento.
Para nós, seres humanos, o nosso espaço no cosmos, começou a três milhões e quatro centos mil anos, porém, só a trinta mil anos, começamos a entender onde vivíamos e o que éramos.
Conquistamos o fogo, iniciamos plantio das sementes, aprendemos lidar com os animais, aplicamos nosso primitivo talento para criar os instrumentos de trabalho, usando a pedra, depois descobrimos o ferro e o bronze que permitiam um avanço significativo na nossa arte de fazer as coisas.
Com o ajuntamento das pessoas, formamos as tribos, as comunidades agrícolas que foram evoluindo até a formação das cidades.
Nesse vasto espaço cósmico, a nossa memória parece confinada no estreito lugar do planeta em que vivemos. Pouco a pouco vamos aparecendo em forma de escritos históricos para dizer à posteridade o que fomos, o que somos e o que seremos.
Hoje, todas as pessoas de quem ouvimos falar, viveram e lutaram em algum ponto deste planeta.
Todos os reis, sábios, nobres e plebeus, batalhas, guerras, migrações, invenções, tudo que há nos livros, sobre a história do homem, aconteceu aqui.
Dentro desse imenso espaço do universo de onde emergimos, somos um legado de vinte bilhões de anos de evolução cósmica.
Agora vemos nosso planeta à beira da destruição. As máquinas mortíferas inventadas pelo homem para sua própria destruição. É a inversão de valores.
A maldade tomou conta do coração do homem. Agora temos que melhorar a vida na terra e conhecermos o universo que nos criou, sem desperdiçar nossa herança de vinte bilhões de anos numa autodestruição insensata.
O que acontecer no próximo milênio, dependerá do que fazemos aqui a agora, usando a nossa inteligência e a nossa vontade para salvar o planeta.
Lembremos que: “há mais coisas entre o céu e a terra de que supõe vã filosofia”.
(VERDADES FUNDAMENTAIS – MELCHISEDEC – pág. 61).
Olhei para o céu
Observando a lua cheia
Com a esperança
De encontrar uma solução
Enquanto as águas
Rastejavam na areia
O mar trazia e levava
A explicação
Enquanto as águas
Escorriam ao meu lado
Eu me encontrava
Sem saber o que fazer
Vendo a lua
Testemunha ocular
Lentamente se afastar
Deixando-me sem você
No tempo que eu era elfo
e não sentia cheiro da morte,
comia flor e semente,
nozes, muitas nozes
Bebia néctar nas flores,
vivia na luz do sol
QUENTE
Topei certa vez com uma vampiro
Que me achou pelo rastro
de meu sangue ardente
Bebeu-me a vida
Depois limpou a boca
como se limpa precedendo a lapada
do quartinho de aguardente
Gula vampiresca,
estupidez de ignorantes
No meu corpo só corria ambrosia
Comida de deuses
Ela caiu envenenada
Melhor que tivesse me engolido,
como fazem com os bois,
as serpentes.
Fomos amaldiçoados,
mesmo assim, eu inocente
Aqueles dente afiado
me tirou o sangue ardente
Já era, eu imortal,
elfo só tem precedente
Vampiro é tipo fino
Pena que come gente
Entre os vampiros
me considerarão pária.
Entre os elfos
eu caminhava pueril.
Era um ser do dia,
beijava girassóis,
Imortal, ser como um rio,
Pincel, pincéis, rouxinóis
Considerado entre eles
não é o que foi transformado
Mas, o que se tornou, por si;
Nobre, bonito, inteligente
A primeira noite que passei acordado,
foi por causa que me cresciam os dentes;
caninos felinos,
Unicúspides, alvo, crescentes
Grito, pro sol quando ele nasce:
Não me mate!
Me salve! Me salve! Me Salve!
Mãe foi quem desceu
logo, seu nome é Aurora
Só olhava e dizia:
Se afaste!, se afaste!, afaste!
Tu eis filho meu,
por Eu eis amado
Você agora é notívago
do escuro faça seu reinado
Nas trevas tem luz,
você precisa encontrar
Espelho não tem, ali não procure
Primário e secundário, reflexo você já perdeu
Seja feliz meu filho,
todo mudou e você cresceu
Agora eis vampiro
Vá embora, vá embora
Já amanheceu.
Rildo de Deus é Escritor e Estudante de Filosofia da UFPE
Tira-me da ignorância
Mostra-me tua palavra
O verbo inconsciente
De quem sente
Ou mente
Algum demente
Mostra-me o amor
Na despedida
Um dia encontraremos
Na falha da vida
De quem fez
A falha de Santo Andrez
Perdidos dentro de si
Em busca do alguém
Confesso que não sei
Ou sei
Quem sabe?
Bebo de suas dúvidas
E compartilho
Exploro nas próprias veias
No sabor dos gestos
Mesmo indigesto
Descubra
Me cubra, me cobra
Essa é minha obra
Em busca do meu
Do seu
Do nosso
Amor…
(MOSAICO DE REFLEXÕES – GUSTAVO FERRER CARNEIRO – pág. 16).
No transcurso das existências, o Ser Humano desenvolve muitas qualidades boas e más. As boas são registradas no Corpo Causal, as más são gravadas nos veículos inferiores. A Lei da Justiça dá como herança cada Ser Humano, o fruto das suas próprias ações. Os efeitos das más ações se esgotam necessariamente nos planos inferiores, porque suas vibrações pertencem a matéria desses planos e não podem ser registradas no Corpo Causal. Por conseguinte, sua energia se atualiza por completo em seu próprio nível e se relaciona com a vida astral e física do Ser Humano, o que ocorre na presente existência ou nas vindouras.
Uma boa ação ou um bom pensamento produz também efeitos benéficos nos planos inferiores, porém, é no Corpo Causal que seu efeito se torna permanente e elevado, com poderosa influência na evolução do Ser Humano.
Toda vez que o Ego reencarna, encontra-se frente ao mal, até que consiga vencê-lo, eliminando dos seus corpos inferiores todos os resquícios do mal.
(VERDADES FUNDAMENTAIS – MELCHISEDEC – pág. 14).
– Aonde vais, companheiro,
neste barco, pelo mar?
– Vou ao Reino da Ilusão,
para o mundo governar.
– Lastimo, deploro, amigo,
esta arrojada ambição:
o governo deste mundo,
nunca esteve em nossa mão.
* * *
Guarda, Amada, esta lição,
ensinada por Jesus:
– Ajuda teu companheiro,
no carrego de uma cruz.
* * *
Amada, quando rezares,
sê prudente na oração:
– ajuda teus inimigos,
com palavras de perdão.
(migalhas de poesia – Célio Meira – pág. 26).
Quem me busca de verdade
Vai me achar na caridade,
Pois afirmo com certeza
Me apresento na pobreza.
Se um doente é acolhido
Podes crer que fui servido,
E jamais vou esquecer
De quem me veio socorrer.
Se desejas me encontrar
Nos asilos vem me achar,
Mas quem pode acreditar
Que estou neste lugar?
Se sou faminto na criança
Não cobiço tua herança,
O alimento é o que te peço
Serve ao rei do universo.
A oração é importante
E a caridade relevante,
Unindo as duas com amor
Encontrarás teu criador.
João do Livramento