MADURO IMATURO E DURO

Na Venezuela, Nicolás Maduro apodrece e não amadurece. Maduro quer ajeitar a economia, alisando o povo. Toma o dinheiro da população, prometendo devolvê-lo novinho em folha, e o “papel bordado” não chega. Os aviões que carregavam o “bolívar” sumiram do mapa. Diz que foi sabotagem. A moeda é tão fraca que 10.000 bolívares equivalem a 17 reais aqui na Corruptolândia, dinheiro que não dá para um brasileiro se embriagar na base da aguardente de cabeça com tripinha de porco. Ditadura gosta de praticar democracia, desarmando e alisando a população. Sabe que gente sem moeda e arma não tem poder de nada.

Brabo demais, Maduro ergue um muro a colombianos e brasileiros, dizendo que quem está fora não entra e quem está dentro não sai, desconfiado com quem vem e com quem vai.

Entrevistada, uma brasileira, completamente lisa, aparece tremendo de medo e morrendo de saudade do Brasil. Coitada, deve querer trocar 6 por 1/2 dúzia. Se, do lado de cá, pegar um assaltante exigente, toma um tiro na fisionomia para aprender a andar com dinheiro.

Sosígenes Bittencourt

MANÉ CAPÃO

Dentre as figuras lendárias e bizarras das quais tive notícias e algumas conheci, em Vitória de Santo Antão, espero que alguém relembre MANÉ CAPÃO, MÃO DE ONÇA, CAFINFIM, PAPA-RAMA, DIDI DA BICICLETA, BIU LAXIXA E O CORCUNDA ANÍBAL.

MANÉ CAPÃO tinha os trejeitos de um primata. Haja vista que andava de pernas arqueadas, pendendo para os lados, erguendo a cabeça e fazendo bico com a beiçola. Às vaias e insultos que recebia, respondia na pedrada. Não é preciso dizer que lascou cabeça de gente, estilhaçou vidraças e botou muito sujeito pra correr. Recordemo-lo. Penso que quem o insultava era pior que ele.

MÃO DE ONÇA nunca deu um soco num atrevido para não vê-lo estatelado no chão. PAPA-RAMA brigava com 4, na braçada. Parecia um viking. DIDI DA BICICLETA tinha o corpo fechado, porque a caixa dos peitos era rendada de tiros sem ter baixado à sepultura. CAFINFIM dava óleo queimado para os presos beberem, e BIU LAXIXA era tão doido que, quando corria na frente, ninguém corria atrás. E ainda tinha FERRO, um negão que dava beliscão em menino.

Não sei quem se lembra, mas eu conheci a figura cinematográfica do CORCUNDA ANÍBAL. Andava pelas ruas resmungando e exalando um nauseante aroma de pão e banana, como se fosse um personagem de filme de terror. Aníbal tinha o hábito de apalpar o seio das mulheres, o que o tornava mais apavorante. Não sei do que morreu nem exatamente quando, o que lhe empresta uma feição misteriosa e hugoana, à la O Corcunda de Notre Dame.

Sosígenes Bittencourt

CRISE SACRIFICA O CRISTO

Crise crucifica o carioca e sacrifica O Cristo,

horrorizando a Cidade Maravilhosa.

Cristo era humilde e operava milagre,

mas, no Rio de Janeiro, o Cristo Redentor,

“de braços abertos sobre a Guanabara”,

custa 5 milhões por ano e precisa da caridade humana.

Convém flexionar-lhe os braços,

estendendo suas mãos à misericórdia cristã.

Todavia, como trata-se de grana,

o egoísmo humano compromete a dádiva.

Para onde irá a cuia da bilheteria,

depois de contabilizada pela Paineiras-Corcovado?

A arquidiocese roga socorro à fidelidade católica

e curiosidade turística universal.

O Cristo do Rio carece da caridade humana,

sofre, nas intempéries, calor e frio,

necessita do calor humano,

o homem voltar-se para o coração,

da decisão latina:

COR – CO – VADO

(Eu vou para o coração).

Sosígenes Bittencourt

MANGA COM SAL?


Como eu fui criado chupando manga SEM SAL, nunca me acostumei com essa modalidade de chupada, essa aventura estomacal. E ainda há quem lambuze a fruta na laminha do sal com vinagre.
Na feira, a primeira pergunta era a seguinte: – Essa manga é docinha?
Aí, o matuto: – É um favo de mel, freguês.
Aprendi que SAL só serve para matar micróbio, dar gosto na comida e subir a pressão arterial.
Comida insossa é um dos maiores castigos impostos à velhice. Assim como a privação do açúcar para os diabéticos. Não poder chupar uma manga rosa madurinha é terrível para quem sofre de HIPOINSULINISMO. Não poder passar a mandíbula num bago de jaca dura deve ser uma tortura.

Sosígenes Bittencourt

MARIA BETÂNIA VITORIANO PEREIRA – A menina de dona Jucélia

Eu conheci, no curso Ginasial,
as 7 Maravilhas do Mundo Antigo:
A Estátua de Zeus, O Colosso de Rodhes,
o Templo de Ártemis, O Mausoléu de Helicarnasso,
As Pirâmides de Gizé, O Farol de Alexandria
e Os Jardins Suspensos da Babilônia.
A menina de dona Jucélia foi uma das 7 maravilhas
de minha adolescência.
A menina de dona Jucélia não me permite ser um adulto definitivamente maduro; vez por outra me rejuvenesce,
me adultesce, fazendo-me adultescente.
Descongela, em mim, um menino que hibernava,
alargando meu passado e me distanciado da morte
às vésperas do crepúsculo de minha existência.

Sosígenes Bittencourt

OS PODERES DE RENAN

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Quem espantou-se com a arrogância ou empáfia do senhor Eduardo Cunha, não conhecia Dr. Renan Calheiros. O cidadão é abusado e só faz o que lhe dá na telha. Não recebe serventuário da Justiça, não assina nem cumpre ordem judicial e ainda quer punir quem o incomoda com semelhante abuso de autoridade. Elimina liminar por desconsideração ou desobediência legislativa, entronizado na Presidência do Senado Federal.

Também não é brincadeira, seis ministros bateram com o pé e não acataram a liminar, desacatando Dr. Marco Aurélio. Até Dr. Gilmar Mendes, diretamente de Lisboa e em viagem para a Suécia, arretou-se com a decisão de afastamento de Renan e ameaçou esfregar um impeachment na fisionomia do Dr. Marco Aurélio. Esses insignes doutos não parecem ter estudado no Curso Ginasial, na cadeira de Organização Social e Política do Brasil, o Capítulo sobre a Interdependência dos Poderes, fazendo a caveira de Montesquieu revirar-se na tumba. Daqui a pouco, nem o mordomo de Dr. Renan, que ganha 18 mil reais, acata ordem de prisão. A parada é federal. Renan pouco se lixa para movimentos populares nas avenidas por esses brasis que o exortam a dar o pira do Senado da República. E para ainda mais confundir os trombadinhas, descuidistas e maconheiros tristonhos que ensardinham-se nos presídios, de macaquinho uns nos outros, Renan não pode assumir a Presidência da República, mas pode continuar mandando banca em Brasília. Acredite se quiser e entenda se puder. Dá vontade de transformar em estribilho a reclamação latina: Quosque tandem, Catilina, abutere patientia nostra? (Até quando, Catilina, abusarás de nossa paciência?)

Sosígenes Bittencourt

QUEM QUER CASAR COM ELIZE MATSUNAGA?

Quem quer casar com Elize Matsunaga,

viúva de Marcos Kitano?

Elize era boa mãe, cuidava da menininha e nunca foi vista pela folguista Amonir, arengando com Yoki. E até chorou, em 2012, interrogada na Barra Funda. De paletozinho preto, sapatilha e cabelinho amarrado, adornando o ombro jeitoso e delgado.

Quem quer casar com Elize Matsunaga,

a açougueira de Marcos Kitano?

Elize não mata por ciúme, não mata por ódio, nem por dinheiro,

assinam seus advogados, arrimados a depoimento da assassina,

mais interessados em confundir do que explicar.

Quem quer casar com Elize Matsunaga,

a versátil enfermeira, acompanhante e ex-menina de programa

que esquarteja em legítima defesa?

O nubente pode negar-lhe riqueza, traí-la ou dizer-lhe desaforo,

que Elize não mata. Só não pode fazer de contas que irá atacá-la.

Muito frágil, ela pode improvisar uma tarimba doméstica,

retalhar o agressor, ensacar cuidadosamente o filé

e sair para passear, em Cotia, com a mercadoria.

Sosígenes Bittencourt

HOMENAGEM A DILSON LIRA

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Essa história de homenagear Dilson Lira é uma invenção arretada. E não custa parabenizar a Academia Vitoriense de Letras que promoveu Recital em sua memória. Se lá onde estiver, puder me ler, estará sorrindo, como sempre sorriu com minhas expressões.

Faz pouco tempo, eu ia atravessando a Avenida Mariana Amália, com o poeta Dilson Lira, quando ele parou no meio do trânsito e disse que havia sonhado com a Constelação de Eridanus, o Rio Celeste. Aí, eu, conduzindo-o pelo braço, relembrei: Nós somos do tempo que havia tempo de acompanhar a réstia do sol e contar estrelas.

Eu dizia a Dilson que não era muito chegado a CASAMENTO nem SEPULTAMENTO, talvez pela semelhança que enxergava entre as cerimônias. E ele botava pra rir.

Geralmente, lá na padaria, onde comia pão com bolo e chupava caramelo de café.

Aí, eu comentava: “Dilson, você vai viver muito porque não come e vai morrer porque não come.” E ele botava pra rir.

Mas, Dilson não deu asas ao Mal de Alzheimer, decorou todas as poesias que confeccionou. E, falando-lhe sobre ser poeta, eu o homenageava com meus versos, a saber:

Essa história de ser poeta é dom.
Um bom dom.
O poeta não faz poesia com as flores,
com o mar,
com o céu,
sem a intenção de que você
habite sua poesia.
Ou seja,
sinta o aroma das flores,
a imensidão do mar,
o mistério do infinito.

Sosígenes Bittencourt

VANDALISMO, MANIFESTANTES E MANIFESTADOS

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Vandalismo é ódio desorganizado. O sujeito que arenga com a esposa e chuta o cocão do cachorrinho não sabe o que faz com o ódio que sente.

Nas passeatas de protesto, existem MANIFESTANTES e MANIFESTADOS. O mascarado que revira o automóvel de um desconhecido, com raiva de uma Proposta de Emenda Constitucional, perdeu o juízo, está drogado pelo ódio.

Os recentes episódios de Brasília revelam o desrespeito de quem reivindica direitos e a infiltração de baderneiros nos protestos. Quem pede justiça, não pode cometer injustiça, e desordeiro não quer a ordem, quer a desordem.

Também acho que a PEC 55, que visa reduzir os gastos públicos, seria menos importante, neste momento, do que o pacote de medidas para conter a corrupção. Porque os mesmos políticos que orquestraram o impeachment de Dilma estão tremendo de medo da Justiça e querendo se meter no procedimento dos juízes para conter o rito da apuração. Como se o PT fosse o mastro de um circo de corrupção e, com a sua demolição, as galerias se vissem sufocadas sob a empanada da palhaçada.

Sosígenes Bittencourt

MORTE DE FIDEL CASTRO

Eu nunca tive adoração por Fidel Castro
nem o considerei um astro.
Não gosto de quem castra nada,
sobretudo ideia e palavra.
Fidel Castro nunca confiou na política norte-americana,
os norte-americanos nunca confiaram em Fidel Castro,
e eu nunca confiei em nem um dos dois.
Não sou adorador de ditador de nenhuma cor.
Sou muito desconfiado com a frase latina:
Si vis pacem para bellum
(Se queres a paz, prepara-te para a guerra.)
Sou mais a minha frase:
Si vis pacem para pacem
(Se queres a paz, prepara-te para a paz.)

Sosígenes Bittencourt

A FELICIDADE

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A felicidade não é um grande evento que irá acontecer um dia. A felicidade é feita de momentos felizes. Portanto, a felicidade pode ser a qualquer momento, em qualquer lugar.
É ilusório pensar que trabalhamos a semana inteira para sermos felizes no domingo.

A felicidade é uma alegria, uma emoção, um entusiasmo, logo, você não poderá ser feliz, a todo instante, senão você não perceberia a felicidade. Só existe felicidade porque existe ausência de felicidade, é a ausência que destaca sua presença.

Sosígenes Bittencourt

ALUNOS ESMOLAM PARA PROFESSORES

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No Rio Grande do Sul, alunos de escolas estaduais vão às ruas estender a cuia à caridade pública para arrecadar dinheiro e alimentos para socorrer professores recebendo salário parcelado. Já tem aluno passando exercício para os colegas a fim de não interromper os estudos.

Dizem que não há fluxo de caixa. Não há fluxo, porque houve refluxo. De onde saiu o dinheiro empregado nas arenas de futebol? De onde surgiu a grana que bancou a Copa dos 7 a 0? Cadê o tutu expatriado? Por onde circula a arrecadação estratosférica do Imposto de Renda? De onde apareceu a grana investida nas campanhas políticas?

Depois, falta dinheiro para pagar a funcionários e aposentados. O povo parece que está querendo governar o país junto com os políticos, não quer mais ser governado passivamente. Quer participar do governo, no dia a dia da república. Acredita que a democracia não se resume ao direito de votar, na liberdade de escolha, não é um ato, mas um processo do qual tem o direito de participar.
Participativo abraço!

Sosígenes Bittencourt

AMOR E PAIXÃO

Se você se casa para fazer o outro feliz, você ama; quando você se casa para o outro fazer você feliz, você está apaixonado. A paixão é cega e egoísta. Você vê no outro o que o outro não é e exige o que ele não pode dar. Daí, você se torna escravo de um sentimento que pode levá-lo a grande sofrimento. Paixão é para quem tem juízo. O amor começa numa grande amizade, e a paixão termina numa grande separação.

Paixão é para quem impõe limites. Paixão sem rédea é trem descarrilhado. O limite preserva a paixão, o descomedimento (segundo os gregos: a HYBRIS) obriga à desistência ou provoca rejeição. Difícil é domá-la, já que o apaixonado é PASSIVO na relação. O apaixonado é um PACIENTE, não é ele que apaixona, é ele que se apaixona.

O psiquiatra Rubens Coura diz que “Paixão é doença e merece tratamento”. Já o teatrólogo Nelson Rodrigues dizia que “Sem paixão, não dá nem pra chupar picolé”. E um Autor Desconhecido disse que “Amor sem paixão é triste. Paixão sem amor é horrível.”

Penso que o homem é carente de explicação, e não saber o que está acontecendo consigo mesmo é sempre um inferno interior. Não sei se serviria a advertência da entrada do templo de Delfos que inspirou o filósofo Sócrates: CONHECE-TE A TI MESMO. 

Sosígenes Bittencourt