Eleições 2024: candidatos a prefeito mais qualificados……

Já devidamente anunciada à Justiça Eleitoral, para o pleito municipal de 2024, teremos, em Vitória, três postulações majoritárias:

André Carvalho + Lulinha, disputando pela coligação “Vitória Para Todos”, Paulo Roberto + Professor Edmo Neves, pela “Vitória Cuidada Com Amor” e Victor + Socorrinho da Apami, cuja coligação é “Com O Povo No Topo”.

Dos três candidatos ao cargo de prefeito o mais velho é Paulo Roberto (64), seguido por André Carvalho (36) e Victor (29). No somatório das chapas (prefeito + vice) a liderada por André Carvalho é a que apresenta “mais juventude”, por assim dizer.

Já no quesito “grau de instrução”, poderíamos dizer que a eleição de 2024, em terras antonenses,  será uma das mais privilegiadas, ou seja: todos os postulantes das chapas majoritárias (prefeito + vice)  são detentores do chamado  terceiro grau, isto é: Superior Completo.  

Salve pesquisa mais aprofundada, também poderíamos dizer que pela primeira vez em Vitória o “estado civil” de “solteiro” representa dois terços do total dos candidatos a prefeito,  isto é: um casado (Paulo) e dois solteiros (André e Victor).

Na medida do possível, na próxima postagem,  relativa a um breve e superficial  “raio X” dos candidatos a prefeito, iremos falar dos seus respectivos patrimônios. Aliás, tem candidato que,  só nos últimos 4 anos, aumentou sua riqueza em cerca de 80%.

O poeta Dilson Lira – por Marcus Prado.

Dilson Lira, o poeta e publicitário que amava as estrelas.

A notícia de que o poderoso Asteroide Apophis pode mudar de rota e se chocar com a Terra, em 2029, me faz lembrar do poeta e publicitário de saudosa memória Dilson Lira, da torre de observação das estrelas que tinha na sua casa, do seu telescópio Astronômico com Tripé, UltraZoom 6000X.

Dilson, que tinha a marca de homem cordial, foi o único do seu tempo vitoriense a se dedicar, como amador, à astronomia. Como poeta, hoje esquecido, mereceu honroso elogio do escritor Mauro Mota, da Academia Brasileira de Letras. no prefácio de um dos seus livros. Também esquecido.

Marcus Prado – jornalista. 

Kátia Camarotti – por @historia_em_retalhos.

O ano era 1991.

Decidida a pôr fim à relação conjugal que mantinha com o cirurgião dentista José Fernando Gomes, a psicóloga Kátia Camarotti, à época, com 39 anos, entrara com uma ação de divórcio na justiça.

Neste mesmo período, mudou-se com os filhos para o Rio de Janeiro.

Em 31 de janeiro daquele ano, estava marcada a audiência do processo de divórcio.

Kátia, então, veio ao Recife, seguindo do aeroporto direto para a residência de sua irmã Tânia, na Av. Boa Viagem, um dos endereços mais nobres da capital pernambucana.

Não sabia ela o que aquele dia lhe reservava.

Inconformado com a separação, José Fernando seguiu a psicóloga desde o aeroporto.

Ao chegar no local, matou a ex-cunhada Tânia, que estava ali apenas para ajudar a irmã, com três disparos de arma de fogo.

Em seguida, tentou matar Kátia, com um tiro na nuca, deixando-a pentaplégica, sem qualquer movimento do pescoço para baixo.

Kátia passou a depender de aparelhos para respirar.

O seu filho, o hoje conceituado jornalista Gerson Camarotti, à época com apenas 17 anos, mobilizou a opinião pública exigindo a condenação de seu pai e iniciou uma campanha nacional para conseguir Cr$ 30 milhões necessários para prosseguir com a fisioterapia respiratória de sua mãe.

O objetivo era adquirir um respirador portátil e trazer para o Recife a equipe do fisioterapeuta Carlos Alberto Azeredo (o mesmo que cuidou de Irmã Dulce).

Paradoxalmente, o agressor José Fernando era considerado um dos melhores cirurgiões dentistas de Pernambuco, mas carregava consigo o perfil de um homem violento e machista.

Obteve um habeas corpus e respondeu ao processo em liberdade.

Todavia, no ano seguinte (1992), acabou morto por um desconhecido que o assassinou com quatro tiros em sua clínica.

Eu trago este caso de hoje em referência à campanha do AGOSTO LILÁS de combate ao feminicídio.

Que este duplo e bárbaro feminicídio (consumado e tentado) jamais caia no esquecimento.

Machismo mata.
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Eleições 2024: um panorama político e partidário…

Desde o inicio da chamada Nova República o Brasil vem dando contínuas provas  do amadurecimento da sua democracia. Já passamos por momentos turbulentos e difíceis,  , mas ao final o Estado de Direto prevaleceu.

Mesmo assim –  convenhamos -,  os partidos políticos representativos (na sua expressiva maioria) continuam sendo uma espécie de “sopa de letrinhas”. Um ou outro tem algum tipo de vida orgânica popular,  mas no conjunto são espaços que pouco representa os interesses coletivos, como consta nos seus respectivos estatutos.

Pois bem, segundo levantamento da CNM – Confederação  Nacional dos Municípios -, para o pleito do próximo dia 6 de outubro,  cerca de 34% dos prefeitos que estão disputando à reeleição mudaram de partido.

Nesse contexto, na terra de João Cleofas de Oliveira, no sentido inverso do que  ocorre no País, o prefeito Paulo Roberto (MDB), que tenta a reeleição,  se manteve na mesma agremiação de 4 anos atrás. Na mesma direção, as outras duas postulações majoritárias, André Carvalho (PDT) e Victor (PSB), se configuram em  quadros orgânicos dos seus respectivos partidos.

Ainda segundo a CNM, desde a eleição municipal do ano de 2000, quando começou valer à reeleição para prefeito, 62% conseguiram êxito na empreitada eleitoral. Alcançando seu percentual máximo em 2020 (64%).

Já na República das Tabocas, levando-se em consideração que 3 prefeitos – sentados na cadeira – buscaram a permanência no cargo (desde de 2000),  poderíamos dizer que o índice de reeleição  é ainda um pouco maior (66%), ou seja: dos três, dois conseguiram – Zé do Povo ( primeiro a ser reeleito) e Elias Lira.

Eis ai, portanto, alguns números e curiosidades relativos ao nosso quadro sucessório municipal que está, efetivamente,  no seu estado inicial, visando o dia 6 de outubro de 2024.

BEL. MÁRIO BEZERRA DA SILVA – por Sosígenes Bittencourt.

Isso foi no tempo de Coca-Cola à base de noz de cola, acondicionada em garrafa de vidro. Hoje, toma-se xarope gaseificado em ampola de alumínio. Mário Bezerra da Silva me deu uma aula, no primeiro andar, sobre Análise Sintática, que nunca mais esqueci a diferença entre Sujeito e Predicado. Não imito direitinho, com o livro de Português, de José Brasileiro Vilanova, nas mãos, em respeito à alma do insigne diretor.
Vi, muitas vezes, o povo sair da calçada para o bel. Mário Bezerra desfilar de queixo erguido, meio de bandinha, com os sapatos rigorosamente engraxados. O paletó conhecia o caminho, da Rua Horácio de Barros à Praça 3 de Agosto.
Mário era perfeccionista, gostava dos pontos nos “ii”, por isso, chegado a uns histerismos quando desobedeciam suas ordens. Contam que Mário só tinha um pulmão, mas quando dava um grito, as colunas do colégio estremeciam.
Não obstante, foi o sujeito que botou moral em colégio, no município. Depois dele, já soube de aluno que urinou, do primeiro andar para o pátio, que nem um Dionísio desvairado, e menino que deu rasteira e puxavante de cabelo em professora de Moral e Cívica.
Sosígenes Bittencourt

Eleições 2024: estaremos produzindo conteúdo plural….

Vencidas as questões de ordem burocráticas, finalmente, as campanhas políticas/eleitorais estão nas ruas de todo País. Disputas municipais, de maneira geral, sempre despertam mais engajamento popular.

Doravante, já com informações oficiais disponíveis no Site do TSE, assim como nas eleições anteriores, na medida do possível, faremos uma espécie de “raio x” nas candidaturas postas no mundo antonense – prefeito e vereador.

Nos últimos dias – desde o início oficial (sexta-feira, 16) – já observamos algumas ações vinculadas ao processo eleitoral nas ruas. Algumas bandeiras fixadas e alguns veículos  sinalizados. Mas tudo ainda muito tímido, levando-se  em consideração à tradição local, ou seja: acirramento…

Portanto, mais uma vez, o Blog do Pilako  estará levando ao seus internautas informações sobre o pleito local,  isto é:  produzindo conteúdo confiável, democrático e plural. Vamos em frente…

 

DILERMANDO da Cunha Lima

DILERMANDO da Cunha Lima, pai de Geazi: nenhum vereador do Legislativo vitoriense teve, até hoje, maior visão do futuro. Há cerca de 70 anos, quando as políticas governamentais de casas populares sequer eram sonhadas, esse político PIONEIRO teve a iniciativa de comprar um terreno nos arredores da cidade e nele construiu casas para a população carente.

Marcus Prado – jornalista. 

LEMBRANÇAS DE UM TEMPO VITORIENSE – por Marcus Prado.

LEMBRANÇAS DE UM TEMPO VITORIENSE – Primeira de uma série.

Tempos difíceis e desafiadores no passado não muito remoto para os amantes da Fotografia. Para revelar um filme em preto e branco, só tínhamos as lojas de Edinho da Casa Edson e a de Dilermando da Cunha Lima. Para os filmes coloridos, Edinho pedia paciência, prazo mínimo de 15 dias, eram remetidos para o Rio de Janeiro. Dilerma só aceitava revelações em P&B, feitas no Recife.

Marcus Prado – jornalista.

7ª Festa da Saudade: mais uma noite inesquecível!!!

Com muita expectativa, por parte dos que gostam de dançar e são detentores do chamado bom gosto musical, a 7ª edição da Festa da Saudade “entregou” o prometido.

Na primeira parte do evento, por assim dizer, subiu ao palco do Clube Abanadores “O Leão”, pontualmente às 22h, a Banda antonense Vintage Soul, executando os clássicos do rock – internacional e nacional. Veja o vídeo:

 

Quando o relógio já marcava 23:59h, a internacional Orquestra Super Oara emitia os primeiro sinais sonoros, daquilo que seria uma noite, musicalmente, inesquecível. Até às 3:30h, o público na parou de dançar. Com um repertório eclético, que vai do refinado ao popular, a Super Oara mostrou o porquê que lhe cabe bem o  título de uma das melhores bandas/baile do Brasil. Veja o vídeo:

Na qualidade de promotor do referido evento, aproveito para agradecer a todos parceiros e participantes em geral, sem esquecer, claro, do patrocinador do encontro dançante: Engarrafamento Pitú. 2025 tem mais……

SÉTIMA FESTA DA SAUDADE – por Sosígenes Bittencourt.

Vitória de Santo Antão-PE (17 de Agosto de 2024).

Saudade é um sentimento que não morre quando se mata. É matando saudade e morrendo de saudade. Quem gosta de fustigar saudade é Cristiano Pilako, aqui na cidade. Dizem que a palavra Saudade só existe em nossa língua, mas não é questão de idioma, é de coração de verdade. Boa festa entre amigos e cultivo de amizade.
Próximo ano, tem de novo, enquanto houver idoso, pra nossa felicidade.

Palmas e muito obrigado!

Sosígenes Bittencourt

Obs: veja o vídeo do professor dançando…https://youtube.com/shorts/PfJBdfwp_co?si=VDDD_jIq8-mzWdIW

17 de agosto: dia da Batalha de Casa Forte! – por @historia_em_retalhos.

Capítulo importantíssimo da expulsão dos holandeses aconteceu no dia 17 de agosto de 1645, em Casa Forte.

Derrotados na Batalha das Tabocas, em Vitória de Santo Antão, 14 dias depois, os holandeses decidiram acampar no engenho de Anna Paes, imóvel onde funcionou o Colégio Sagrada Família, ao lado da matriz de Casa Forte.

E montaram um plano: o comandante Hendrick Van Haus ordenou que o major Carlos Blaer fosse até a Várzea, raptar todas as mulheres dos luso-brasileiros e as trouxessem até o engenho de Anna Paes.

Tomando conhecimento da trama, os luso-brasileiros, marchando sob pesada chuva, conseguiram atravessar o rio Capibaribe, a nado, na altura do Cordeiro, até alcançar e cercar o engenho, na manhã do dia 17 de agosto.

Pegos de surpresa, os batavos refugiaram-se na casa-grande e colocaram as mulheres prisioneiras nas janelas.

O chefe da tropa luso-brasileira, interpretando o ato como um sinal de capitulação, ordenou um cessar fogo e enviou um oficial para negociar a rendição com os neerlandeses.

Covardemente, o emissário foi morto na frente da tropa.

Enfurecidos, os insurgentes atacaram com ferocidade e sede de vingança, ateando fogo na casa.

Cercado e sufocado pela fumaça, o chefe flamengo empunhou uma bandeira branca e o cabo de uma pistola, em sinal de rendição, capitulando junto com a sua tropa.

A derrota custou aos batavos 37 mortos, muitos feridos e mais de 300 prisioneiros, além de grande quantidade de armamento, cavalos e víveres.

Você sabia?

– o nome do bairro “Casa Forte” deve-se justamente à utilização militar da casa-grande do engenho de Anna Paes.

– a Av. 17 de agosto, principal via da região, ganhou esse nome em alusão ao fato histórico.

– as casas do engenho situavam-se em um grande pátio, chamado Campina de Casa Forte, que, no século 20, tornou-se o primeiro jardim público do grande Burle Max: a Praça de Casa Forte!

– o sobrado onde, hoje, funciona o requintado restaurante Nez Bistrô foi, no passado, a senzala do Engenho Casa Forte.

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Sétima Festa da Saudade – acontece neste sábado!!!

Amanhã, sábado (17), o Clube Abanadores “O Leão” abrirá suas portas para acolher o público da Sétima Edição da Festa da Saudade. Como próprio nome diz, o evento é voltado ao segmento de pessoas mais maduras, sobretudo aos que gostam de dançar.

Com a garantia da “casa cheia”, o encontro social dançante mais esperado da cidade contará, mais uma vez, com internacional Orquestra Super Oara, liderada pelo sempre animado Elaque Amaral.

Portanto, na próxima segunda-feira, estaremos postando lances do evento!!!

Cônego Américo Pita – por Pedro Ferrer

Este conheci bem. Batizou-me, ouviu minhas confissões, deu-me a eucaristia pela primeira vez. Só não me casou.  Todas as quintas à tarde, íamos, eu e colegas do Ateneu, ao catecismo na Matriz. Dona Maria Aragão não abria mão dessa prática. Formava as filas na calçada do Ateneu Santo Antão, no beco do Rosário, hoje rua Osman Lins,  e tocava-nos para o templo. Meninos à direita, meninas à esquerda e o reverendo Pita, de batina preta surrada, posicionava-se no centro da nave. Era um ir e voltar contínuo. Um olho na doutrina católica e o outro na garotada.

– Quais são os pecados capitais?

Tinha medo dele. Não era eu, o único a teme-lo. Todos, inclusive os adultos temiam o velho pároco. Padre Pita ganhou fama de brabo e não foi gratuitamente. Assisti, sendo seu coroinha, o ranzinza expulsar garotas da igreja por não se trajarem adequadamente para um ambiente religioso. Certo? Errado? Para a época era certo e todos os aplaudiam por essas atitudes.

Nem tanto ao mar, nem tanto à praia, mas bem que hoje, os sacerdotes poderiam ser mais vigilantes quanto ao modo de vestir dentro dos templos. Comigo se passou um fato interessante que ilustra bem sua brabeza. Tinha eu sete ou oito anos. Conversava prazerosamente durante a missa das 8 horas, quando ele resolveu parar o ofício religioso, desceu, pegou-me pela orelha e pôs-me de joelho ao lado do altar. Os outros garotos, que participavam da algazarra, silenciaram. Morri de vergonha e mais, de medo, temendo que o acontecido chegasse ao conhecimento dos meus pais.

Voltemos ao nosso padre Pita. Nosso, porque, apesar da brabeza, era um vigário estimado e admirado. Dedicado, virtuoso e sobretudo apóstolo. Pelo seu empenho e interesse Vitória de Santo Antão ganhou a casa dos pobres e o colégio Nossa Senhora da Graça. Isso sem falar em outras conquistas tais como: construção da capela de São José na Mangueira e de Nossa Senhora do Loreto em Água Branca. Empenhado na organização da paróquia e no seu trabalho de apostolado não se descuidava dos diversos órgãos da Ação católica: JEC, JOC, Cruzada eucarística, apostolado do Sagrado Coração de Jesus, Pia União das Filhas de Maria, Vicentinos, Irmandade das Almas etc. Para congregar e atrair os jovens criou, com o padre Vasco, o Grêmio Paroquial, que organizava jogos, tertúlias e peças teatrais.

Padre Pita nasceu no dia 18 de fevereiro de 1885, em Coruripe, cidade alagoana. Aos 18 anos ingressou no Seminário de Olinda. Em 1911 foi ordenado presbítero em cerimônia presidida por dom Luís Raimundo da Silva Brito. Sua primeira missa foi celebrada na Matriz de Santo Antão que tinha como vigário seu primo, o padre Américo Vasco.

Seu empenho e seu comprometimento com a fé cristã valeu-lhe a outorga de dois títulos: Cônego Honorário da Sé de Olinda (1935) e Monsenhor (1950).

Sobre padre Pita repetiríamos as palavras escritas pelo mestre José Aragão: ”De sua fé acrisolada, de sua piedade esclarecida, do seu total devotamento ao reino de Deus em nossa terra, que ele amava como sua; de sua cooperação desinteressada a todas as instituições e iniciativas locais, resultaram, para a comunidade, benefícios incomensuráveis, razão porque os defeitos que pudesse ter, como ser humano, portanto contingente, foram superados e fartamente compensados pelas virtudes, por todos reconhecidas e proclamadas” (Revista do Instituto Histórico e Geográfico, volume 6º, página21).

Seguem outros depoimentos: – cansei em ouvir meu pai repetir, “padre Pita é um padre de verdade, homem modelar”;

– “padre Pita, podemos afirmar sem nenhum vislumbre de exagero é um dos verdadeiros ministros de Deus, é o genuíno “Alter Christus” da religião de Jesus, é o verdadeiro tipo de sacerdote católico. Padre Pita, sacerdote virtuoso, soube se impor à admiração do povo de Vitória que lhe cultua uma amizade leal”. (“A Voz Parochial, 31 de março de 1918);

– “aqui em Vitória o padre Pita deixou vestígios imorredoiros e inesquecíveis, como sacerdote virtuoso e abnegado, como amigo particular e também como jornalista primorado nas colunas deste jornal onde tem colaborado desde a fundação do mesmo até hoje”. (A ”Voz Parochial, 18 de fevereiro de 1919)

Após sessenta anos de vida sacerdotal, dedicados à pregação do Evangelho e à defesa da fé, o probo e íntegro padre entregou sua alma ao Senhor, no dia 27 de abril de 1971.  Vitória de Santo Antão cobriu-se de luto.

O Instituto Histórico e Geográfico que tem o Monsenhor Américo Pita como um dos seus cofundador, reverencia sua memória no setor do Museu Sacro, cujas principais peças partiram de seu magnânimo espírito.

– Ano Novo (Padre Américo Pita)

“Ao afloral do ano novo ainda a humanidade esfarrapada, esquálida, desgrenhada arrastando-se pelos escombros da civilização, da arte e da religião solta ainda um gemido dolente repassado de angústias. O mundo ainda é o sudário da guerra, com os corvos da miséria de garras aduncas esvoaçando crocitante por sobre o charco putrefato da humanidade.

A alma da Igreja compungida cantando a pouco o “Gloria in excelsis Deo et in terra pax homnibus”, visava talvez, o trapejar do lábaro branco da paz sobre as ruinas do mundo por entre a fumarada espessa dos semeadores da morte complemento tétrico da barbaria humana.

Cada ano que lá vem trás na sua psicologia a risonha esmeralda esperança como que sendo fonte d mil venturas no desenrolar do futuro. Oh! quimérica esperança que te transformas na rígida realidade da desilusão. Mas ah! que prossegue a marcha dos tempos e o mundo a convulsionar na guerra.

O mesmo tempo imutável partícula da eternidade no seu eterno evoluir vai escrevendo o episódio doloroso deste século de sangue que o próprio Deus com as mãos plenas de justiça esconde as suas faces para não ver a injustiça e a desobediência dos homens, ao seu “pax homnibus”. E a devastação campeia arrastando manietada a deusa sublime dos povos, a liberdade.

A liberdade irmã gêmea da paz foi banida do seu trono enquanto o despotismo tem o cetro da realeza… (“A Voz Paroquial”, 31 de janeiro de 1918).

Obs. Na época a humanidade estava em plena Primeira Guerra Mundial, 1914-1918.

Pedro Ferrer

Cascatinha da Matriz – por Sosígenes Bittencourt.

(A Cascatinha da Matriz e Manoelzinho de Horácio)

Papai me contava e mamãe assevera que quem construiu essa praça, chamada Dom Luís de Brito, foi Horácio de Barros, pai de Manoelzinho Rangel. Depois, diz que Horácio de Barros não foi à inauguração da obra, porque estava acometido de Tifo. Assistiu ao evento, debruçado na janela de sua casa, na Rua Imperial, popularmente conhecida como Rua do Meio.

Era nessa Cascatinha que Manoelzinho de Horácio tomava cachaça com caramelo de menta, contava piada, soltava lorota e empulhava o mundo. Manoelzinho de Horácio partiu para a Eternidade aos 73 anos, já faz algum tempo. Ele contava que o médico que lhe tirou o baço e garantiu-lhe um ano de existência morreu primeiro.

Certa vez, Manoelzinho de Horácio me contou que fez um frio tão grande em Vitória de Santo Antão que o Leão Coroado, na frente da Estação Ferroviária, saiu do monumento e foi se esconder dentro de uma barbearia do outro lado da Praça. Manoelzinho de Horácio era jogador de futebol. Diz que, um dia, ele foi bater um pênalti, quando o adversário Tenente Índio o ameaçou: – Se fizer o gol, me apanha! Manoelzinho não teve dúvida, furou o gol e saiu correndo do estádio José da Costa, solto na buraqueira, pelo Dique afora.

Sosígenes Bittencourt

Festival Palavra Cifrada – Vitória

Com abertura em Vitória de Santo Antão, Palavra Cifrada celebra a riqueza da cultura brasileira

Em sua terceira edição, festival de literatura itinerante começa sua programação pela cidade da Zona da Mata

O Festival Palavra Cifrada, organizado por Alexandre Melo, da NósPós Produtora com incentivo do Funcultura, chega a sua terceira edição com uma programação recheada de grandes nomes da literatura, da música e da arte performática de várias partes do país. Começando nesta quinta, 15/8, em Vitória de Santo Antão, o evento vai percorrer ainda o Sertão (Afogados da Ingazeira), o Agreste (Garanhuns) e a Região Metropolitana (Recife) até o dia 31.

Em Vitória a grade tem início às 14h no Colégio Municipal Três de Agosto, com uma oficina ministrada pelo escritor, editor e professor Wellington de Melo com o tema A literatura e a leitura na sala de aula, abordando as estreitas relações entre a literatura e a educação. Wellington é autor de livros como os romances Estrangeiro no labirinto (semi-finalista do Prêmio Portugal Telecom) e Emílio, além do livro de poemas O Caçador de Mariposas, traduzido para o francês. Ele é também o curador legatário da obra de Miró da Muribeca.

Já na parte da noite, a partir das 19h, o festival se transfere para o Teatro Silogeu, onde o premiado escritor e ilustrador Whalter Moreira dos Santos presenteia o público com a aula Quando a palavra quer somente ter cor e forma, em que demonstra com desenhos e cores a mágica das imagens se transformando em palavras e histórias. Whalter tem mais de 40 livros publicados em diversos gêneros, como teatro, poesia, conto, romance, memória e infanto-juvenil e obras traduzidas para braile e alemão. Entre outros prêmios, tem o José Mindlin e o Cidade de Curitiba (por O Ciclista), Prêmio Casa da Cultura Mário Quintana e Fundação Cultural da Bahia (Um certo rumor de asas) e Prêmio Nacional Cepe de Literatura (O metal de que somos feitos).

Encerrando o dia, Wellington de Melo volta, desta vez para conversar com o romancista e poeta João Paulo Parísio e professores da região sobre literatura e educação. Parísio, que já foi definido pelo crítico José Castello como “um dos principais nomes da nova geração de narradores brasileiros”, é autor de Legião anônima (contos), Esculturas fluidas (poesia), Retrocausalidades (romance), entre outros livros.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA

VITÓRIA |  15/08 | QUINTA – FEIRA

Oficina |A literatura e a leitura na sala de aula| com com Wellington de Melo:

A produção e reprodução de literatura a partir da realidade local será desenvolvida  pelo  escritor  e  escritora  que  têm  relações  profissionais diretas com a sala de aula.

Horário: 14h | Local: Colégio Municipal Três de Agosto

Aula Master | Quando a Palavra Quer Somente Ter Cor e Forma| com Walter Moreira dos Santos

Um dos escritores e ilustradores mais premiados e publicados do país, Walter  Moreira  demonstra  com  desenhos  e  cores a  mágica  das imagens se transformarem em palavras e estórias.

Horário: 19h | Local: Teatro Silogeu

Conversa | Pedagogia da palavra| com Wellington de Melo e João Paraíso

Conversa sobre literatura e educação com professoras e professores da Região Metropolitana do Recife.

Horário: 20h | Local: Teatro Silogeu 

Assessoria