Vida Passada… – Visconde do Rio-Branco – por Célio Meira.

Nasceu José Maria da Silva Paranhos, no dia 16 de março de 1819, na antiga província da Baía. Diplomou-se em matemática, na escola Militar do Rio de Janeiro, e , nesse estabelecimento, alcançou a cadeira de professor catedrático. Não era, porém, a cátedra, sua oficina de trabalho. Seduzia-o a política, e era um enamorado da diplomacia.

Quando, em 1851, o marquês do Paraná chefiou a missão brasileira, no Paraguai, conta um biografo, deu, ao eminente baiano, de 32 anos de idade, o posto de secretário. Iniciava-se, desse modo, brilhantemente, na carreira diplomática. E, alguns, anos decorridos, exerceu o cargo de ministro da sua pátria, na Argentina, na terra paraguaia, e no Uruguai.

Ocupou, antes dos 35 anos, no famoso gabinete da “Conciliação”, organizado pelo marquês do Paraná, as pastas do Estrangeiro e da Marinha. E cinco anos mais tarde, na Assembleia da Província do Rio de Janeiro, representou o povo fluminense. Dirigiu os destinos dessa Província. E, em 1858, a convite de Limpo de Abreu, chefe do gabinete de 12 de dezembro, esteve, Silva Paranhos, à frente dos ministérios do neto do Duque de Caxias, em 61, dirigindo as pastas do Estrangeiro e da Fazenda.

Representava o povo sergipano, na Câmara Geral, conta um cronista, quando D. Pedro I, numa lista tríplice, em que figuravam os nomes do visconde do Bom Retiro e de Teófilo Otoni, o escolhido senador pela província do Mato Grosso. Subindo, ao poder, o partido conservador, a 16 de julho de 1868, com o visconde de Itaboraí, foi Silva Paranhos contemplado, novamente, pela sua cultura em assuntos, diplomáticos, com a pasta do Estrangeiro.

Ministro quatro vezes, de pastas diferentes, confiou-lhe, o Imperador, em 1871, a missão de organizar o ministério. E ele, prudentemente, o organizou, a 25 de março, reservando, para seu governo, a pasta da Fazenda. Esse gabinete o imortalizou. Foi o gabinete da lei do Ventre Livre. Agraciou-o, o governo, com o título de visconde do Rio-Branco.

E, aos 61 anos de idade, em 1880, no Rio de janeiro, morreu o preclaro estadista da Baía. Conta um escritor, citado pelo historiador do “Galeria Nacional”, que à hora da agonia fatal, o visconde, como se estivesse ainda, no parlamento, a defender seu ministério, pronunciou, “ao ouvido da morte”, o derradeiro discurso. E foram ouvidas, entre outras, estas palavras proféticas:

– “Não perturbem a marcha do elemento servil”.

 E estas de quem marchava tranquilo, para o túmulo:

– “Confirmarei diante de Deus tudo quanto houver afirmado aos homens”.

Célio Meira – escritor e jornalista. 

LIVRO VIDA PASSADA…, secção diária, de notas biográficas, iniciada no dia 14 de julho de 1938, na “Folha da Manhã”, do Recife, edição das 16 horas. Reúno, neste 1º volume, as notas publicadas, no período de Janeiro a Junho deste ano. Escrevi-as, usando o pseudônimo – Lio – em estilo simples, destinada ao povo. Representam, antes de tudo, trabalho modesto de divulgação histórica. Setembro de 1939 – Célio Meira.

200 anos do Diário de Pernambuco – Marcus Prado – por Semíramis Prado. 

Uma noite especial para o jornalismo Pernambucano- Os 200 anos do Diário de Pernambuco. Papai trabalhou neste jornal por mais de 25 anos , assinando a página Livros e Autores. Sempre foi dedicado ao jornalismo e a literatura. Atualmente , aos 87 anos, está escrevendo semanalmente para o jornal textos que são elogiados por diversos escritores Pernambucanos.

Semíramis Prado. 

HOMENAGEM A FINADOS (11 anos) – por Sosígenes Bittencourt.

Brasil 3, Japão 0, e o pitaco de mainha. Quando terminou o jogo entre Brasil e Japão, minha genitora, que era enjicada com futebol, saiu-se com essa: – O Brasil joga, amanhã, com quem?
Aí, papai: – Com ninguém, menina, nenhum time joga dois dias em seguida.
Aí, mainha: – Então, amanhã, eu não vou para o fogão. Está tudo errado. Esses caras trabalham um dia na semana para ganhar uma fortuna, e eu trabalho todo dia sem remuneração?
Finados: Simônides Bittencourt, profa. Damariz e titia Ricardina.
Sosígenes Bittencourt

José Carlos da Mata Machado e Gildo Macedo Lacerda – por @historia_em_retalhos.

Estes são os líderes estudantis José Carlos da Mata Machado e Gildo Macedo Lacerda.

Há 52 anos, em 28 de outubro de 1973, estes dois jovens foram assassinados por agentes da ditadura no Recife, fato que se tentara dissimular pelo vergonhoso episódio que ficara conhecido como o “Teatro da Caxangá”.

Mata Machado e Gildo eram lideranças estudantis em Minas Gerais quando da eclosão do golpe militar de 1964, tendo ambos chegado a ocupar cargos importantes no movimento estudantil, dentre eles, a vice-presidência da UNE.

A partir da decretação do AI-5, em 1968, a repressão ao movimento estudantil agravou-se consideravelmente, resultando em violentas invasões às universidades, prisões em massa, torturas e assassinatos.

Mata Machado e Gildo tiveram que ir para a clandestinidade.

Vivendo as agruras de uma vida marcada por fugas e perseguições, engajaram-se na Ação Popular e, depois, na Ação Popular Marxista-Leninista, organizações de resistência à ditadura.

Não era fácil resistir naqueles tempos, porque, além de tudo, havia um elemento sutil que a qualquer momento poderia aparecer: a traição.

Traído por seu cunhado Gilberto Prata, um ex-militante da APML que se tornou colaborador do regime, Mata Machado foi capturado em São Paulo no dia 19 de outubro de 1973.

Gildo foi pego nas mesmas circunstâncias em Salvador três dias depois.

Ambos foram transferidos para o DOI-CODI no Recife, onde sofreram as piores sevícias de suas vidas.

Espancamentos, choques elétricos, dedos quebrados e couro cabeludo arrancado.

Fernanda Gomes e Melânia Albuquerque, duas estudantes presas no mesmo recinto, testemunharam todas as agressões.

Agonizando, com os ouvidos e a boca sangrando, Mata Machado ainda conseguiu pedir um favor a Rubens Lemos, prisioneiro da cela vizinha:

“Companheiro, meu nome é Mata Machado. Sou dirigente nacional da Ação Popular. Estou morrendo. Se puder, avise aos companheiros que eu não abri nada”.

Mata Machado faleceu sob tortura no dia 28 de outubro de 1973, aos 27 anos.

Seu companheiro de organização, Gildo Macedo, também foi assassinado neste mesmo dia.

Para justificar a morte dos militantes, a ditadura divulgou uma versão baseada em uma vergonhosa farsa, que ficara conhecida como o “Teatro da Caxangá”, em alusão à via da capital pernambucana.
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Segundo o governo, José e Gildo teriam sido assassinados por um militante da própria APML de codinome “Antônio”, que estaria desconfiado de que os colegas estariam colaborando com o regime.
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De acordo com a nota oficial, os dois militantes da APML teriam confessado um encontro com esse terceiro na Avenida Caxangá esquina com a Rua General Polidoro.
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Para explicar à opinião pública, os agentes providenciaram para o dia 28, às 19h:30min, um tiroteio no referido ponto.
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A nota informou que, ao chegar no local combinado, Antônio “pressentiu alguma irregularidade e abriu fogo contra seus presumíveis companheiros, acusando-os, aos gritos, de traidores, ocasião em que se iniciou o tiroteio”.
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A referida nota, publicada no dia 31 de outubro, detalhou o “tiroteio”, e, no dia seguinte, os principais jornais do país estampavam a manchete:
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“Subversivos da Ação Popular morrem em tiroteio no Recife”.
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Reparem no detalhe: além de atribuir a autoria dos assassinatos à própria esquerda, a justificativa serviria para rotular José e Gildo como traidores, gerando tensão e desconfiança entre os membros da organização.
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Ao mesmo tempo, a farsa daria aos militares um pretexto para justificar o desaparecimento de Paulo Stuart, o tal “Antônio”, outro militante da Ação Popular que havia sido capturado, torturado e morto pelo regime.
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É assim que atuam as ditaduras.
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A prática do chamado “Teatro dos Mortos” é algo relativamente comum em regimes autoritários.
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Em depoimento à revista Veja, em 1992, o ex-sargento do DOI/CODI, Marival Chaves, explicou como funcionava:
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“O preso morto era levado para um local público, onde equipes do DOI simulavam um tiroteio com mortes. Na hora de levar o “corpo” para o IML, faziam-se as substituições. O agente que se fingira de morto era substituído pelo corpo do preso”.
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O “Teatro da Caxangá” aconteceu apenas 10 dias após a prisão de José e 7 dias após a prisão de Gildo.
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José e Gildo foram enterrados como indigentes no Cemitério da Várzea.

A quem interessar, recomendo o livro “Zé – José Carlos Novais da Mata Machado”, de Samarone Lima, e o filme “Zé”, de Rafael Conde, lançado em 2023, no aniversário dos 50 anos da morte de José Carlos.
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Um bom domingo, gente.
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Colégio Diogo de Braga promoveu a 27ª edição do evento de Conhecimentos.

Convidado, hoje pela manhã, estive presente no 27º ENCONTRA – Encontro de Conhecimentos Tradição -, evento promovido pelo Colégio Diogo de Braga, localizado no bairro do Livramento.

Guiado pelo tema “Cuidar do Outro: Empatia e Solidariedade”, o evento, assim como nas edições anteriores, montou uma estrutura com vários espaços ao longo da vida pública. Nesse contexto, os alunos, de várias idades,  se organizaram  para expor seus trabalhos, experimentos  e conhecimentos.

Ao circular, o público em geral era convidado pelos alunos que, ávidos para compartilharem seus conhecimentos, explanavam sobre o tema em tela. Na ocasião, destaco o grupo que realçou os detalhes da distribuição da renda brasileira, inclusive com  alguns gráficos demonstrando os  números da redução da pobreza no País.

Entre uma passada e outra, foi impossível não fazer uma viagem no tempo. Lembrei-me das vezes em que, na qualidade de adolescente, quando aluno do Colégio 3 de Agosto, lá, nos anos 80, participava  das chamadas “Feira de Ciência”,

Esse tipo de atividade escolar, além do aprendizado necessário e da interação social, indiscutivelmente, contribui bastante para as memórias afetivas: com a escola, com os professores e, sobretudo, com os colegas de turma.

Parabéns aos professores e à  direção do Colégio Diogo de Braga por manter viva essa cultura na nossa cidade.

NENHUM CRISTÃO PODE SER PACIFISTA – por Manoel Carlos

Como diz Aristóteles, ‘pior é o homem mau que uma besta’ (“Suma Teológica, 2-2 Q. 64, art. 2, “In” BAC, vol. 152, p. 433/434).

Dileto Pilako, desde quando é ruim, maléfico, ou barbárie matar o mau?

Lendo suas poucas palavras me deu um certo asco, posto que, de um home adulto se espera posturas adultas: marginais recebem a polícia na bala e vc vocifera a opinião de que estarem mortos é barbárie? Hum…

Ponho aqui para sua análise, um texto do professo Sidney Silveira (especialista na Obra de São Tomas de Aquino), para, me amparando no “ombro de gigantes”, rechaçar não suas “maus escritas linhas”, mas este pérfido pensamento contemporâneo de piegismos e de defesa indireta da bandidagem:

(…) CORRUPTIO OPTIMI PESSIMA

As leis são péssimas; os juízes as interpretam no pior sentido possível, atendendo sabe Deus a que interesses; os governantes são francamente corruptos e ignorantes. Em breves termos: legislativo, judiciário e executivo são hoje FOMENTADORES DO CAOS BRASILEIRO.

Somem-se a isto a depravação dos costumes, a absoluta ausência de inteligência** e a falta de líderes espirituais genuínos.

Então o quadro que avulta aos olhos de quem tem dois dedos de miolos na cabeça é o seguinte: a situação é irreversível. Sim, pois a sua reversibilidade precisaria advir de uma mudança súbita dos legisladores, dos magistrados e dos governantes.

Ora, a natureza não dá saltos, e a realidade da desgraça social também não.

Digo isto na perspectiva de um cidadão carioca que contempla os escombros da ex-Cidade Maravilhosa TODOS OS DIAS, e sabe que o próximo governador fluminense, ai de nós, será o atual prefeito carioca, imoral em todos os sentidos possíveis. Esta afirmação não é um juízo de valor, mas a simples visão da realidade em seus fundamentos, ou melhor, nas causas formais da desordem espiritual, moral, estética e política.

VENI DOMINE IESU.

(…)

Pilako, mesmo sendo você um nordestino da gema esqueces que, so com a morte dos cangaceiros é que a paz voltou a reinar nos Sertões.

Sem a eliminações dos mesmos (terroristas da época) mulheres continuarem sendo estupradas, pais de família sendo assassinados e cidade inteiras apavoradas pelo banditismo.

Penso que o querido amigo nunca estudou história de verdade!!! Quiçá, no máximo, leu os livrinhos da Faculdade lotada de professoras feministas afetadas pelo sentimento de inferioridade.

Sabes que ontem o Papa leão VXI disse que não existe guerra Santa. Ledo engano do Papa… Ele deve entender que a Igreja Católica, como todo e qualquer Cristão, não é pacífica, mas não é pacifista o pacifismo é um movimento doentio O Papa Leão deveria ler os sermões dos papas católicos incentivando as cruzadas.

Foi, aliás, Santo Agostinho quem, junto com Santo Ambrósio de Milão († 397), defendeu a participação dos católicos na guerra, desde que ela fosse justa. Coube, todavia, a São Tomás de Aquino († 1274) elaborar os princípios da guerra justa que passou para a doutrina católica e são plenamente válidos até hoje (cf. Catecismo da Igreja Católica n. 2309). Daí também o apreço da Mãe Igreja para com os militares:

“Aqueles que se dedicam ao serviço da pátria no exército, considerem-se servidores da segurança e da liberdade dos povos; na medida em que exercem como convém essa tarefa, contribuem verdadeiramente para o estabelecimento da paz” (Gaudium et Spes, n. 79).[1]

Quem nos auxilia, uma vez mais, é Santo Agostinho de Hipona ao ensinar o seguinte:

 “aqueles que, por ordem de Deus, fazem guerra, de modo algum agem contra este mandamento. Nem aqueles que, exercendo legítima autoridade, punem os criminosos por razões justas cometem crimes” (De Civitate Dei, 1, 21).

Pilako, você, formado em istória, o pior curso nos dias de hoje pra se tornar um demente social, deve se perguntar: Se não cometem crimes quem é, então, culpado pela morte de um delinquente atingido em confronto com a polícia ou pela reação de outro cidadão? – A resposta é dada por um santo de nossos dias:

São João Paulo II († 2005). Fiel à Tradição da Igreja, diz ele:

“Acontece, infelizmente, que a necessidade de colocar o agressor em condições de não molestar implique, às vezes, na sua eliminação. Nesta hipótese, o desfecho mortal há de ser atribuído ao próprio agressor que a tal se expôs com a sua ação, inclusive no caso em que ele não fosse moralmente responsável por falta do uso da razão” (Evangelium vitae, 1995, n. 55). ”

Em 1º de janeiro de 1968, em memorável Discurso, o Papa São Paulo VI afirmava:

“é de desejar que a exaltação do ideal da Paz não seja entendida como um favorecer a ignávia daqueles que têm medo de dedicar a vida ao serviço da própria pátria e dos próprios irmãos, quando se acham empenhados na defesa da justiça e da liberdade; mas, antes, procuram somente a fuga das responsabilidades e dos riscos necessários para o cumprimento dos grandes deveres impostos pelas empresas generosas. Não, paz não é pacifismo, não esconde uma concepção vil e preguiçosa da vida; mas, proclama sim os valores mais altos e universais da vida: a verdade, a justiça, a liberdade e o amor”.

Veja Pilako: seu artigo é mais uma daquelas notinhas emitidas pelos analfabetos funcionais – alguns com doutorado – que, só pioram a nossa crise existência enquanto sociedade brasileira. Sua “nota” ajuda ou é fruto do processo cultural de desmasculinazação do homem biológico, que diante dos problemas se esconde na covardia, na letargia e nos chavões dos pobres de espirito – cuidado amigo! Paz real não é pacifismo covarde!!!

Eu, particularmente, prefiro um milhão de vezes a sociedade em que meu pai, seu pai, nossos avós viveram do que esta, decadente e ateia!

Sem exclusão, Eu não sei se você sabe, que todas a civilizações humanas, em como as Igrejas Cristãs, sempre defenderam a pena de morte como meio legitimo de se defenderem do mau[2]. Na aplicação da mesma não mata o “homem”, mas o malecidio.

Imagino que você, que não integra a trupe dos que, vaidosamente, em ato de vaidade, mudaram até o nome de nosso querido RIO TAPACURA, deve lamentar a morte de Hitler; o assassinato de Mussolini; ou até e existência do Tribunal de Nuremberg que determinou a execução dos que mataram milhões…Paciência!!!

Amigo: o vosso pacifismo é covarde, e os covardes não são dignos da Terra. Um Pai de família covarde, não merece a família que Deus lhe deu para cuidar e educar.

Com votos de paz, sempre seu amigo, Manoel Carlos do Nascimento Silva.

Barbárie não pode servir de regra ao mundo civilizado…..

Não! Não podemos imaginar que o registro fotográfico que ilustra essa postagem sirva de refrigério para alguém que se julga uma pessoa saudável e civilizada. Matar ou morrer (violentamente), no mundo animal, sempre foi algo tão natural quanto nascer.

No transcurso da chamada linha do tempo,  o animal terrestre que se diferenciou e avançou, no sentido construtivo do chamado mundo civilizado, foi o que auto intitula-se humano. É bem verdade que esse pacto social ainda encontra-se em processo evolutivo. Aliás, o caminho percorrido até aqui não foi fácil e o que se avizinha também não será.

No atual estagio em que nos encontramos, nesse doloroso, conflitante e necessário pacto social global, em que precisamos conciliar tantos interesses difusos, nos parece que  a barbárie tem ocupado cada vez menos espaços, sobretudo àqueles praticados pelo Estado.

Sim! Em algum ponto dessa imaginável (real) linha do tempo, o “Estado” foi um elemento de consenso e instituído para mediar os conflitos,  com o  devido rigor técnico, acordado pelo chamado tecido  social de então, sendo esse (leis)  atualizado sempre que se julga necessário.

Os últimos acontecimentos sangrentos, ocorridos na cidade do Rio de Janeiro, é um atestado claro e inequívoco de que a sociedade brasileira precisa urgentemente rever a rota, cortar na própria carne e, contabilizando da pior maneira,  aprender com os próprios erros.

O debate deve acontecer e precisa servir como ponto de inflexão,  mas não para dividir os  heróis dos bandidos,  até porque, se bem observado e avaliado, somos todos os  derrotados. A barbárie como regra da sociedade de outrora, não pode servir como  gabarito  ao “mundo civilizado”. Não podemos naturalizar à violência praticada pelo Estado como forma de “ordem pública”.  Isso é um retrocesso civilizatório.

Vida Passada… – Padre Alencar – por Célio Meira.

Quando se proclamou, em 1817, a República de 6 de março, vivia o diácono cearense José Martiniano de Alencar, no Seminário de Olinda. Coube-lhe a honrosa missão de ser , na terra natal, o embaixador das novas ideias políticas, embaixada ele houve, corajosamente, proclamando, a 3 de maio desse ano, conta o barão de Studart, do púlpito da igreja do Crato, a implantação do regime da democracia. Vitoriosa, porém, a contra-revolução, foi perseguido, preso, na companhia de sua mãe, Bárbara de Alencar, e sofreram, e gemeram, os dois, nas masmorras reais de Fortaleza, do Recife e da Baia. Bárbara de Alencar foi uma das figuras de maior relevo, entre as heroínas do Ceará republicano, no começo do século XIX.

Em 1921, conseguiu, padre Alencar, jovem “presbítero do hábito de São Bento”, eleger-se 1º suplente de deputado à Constituinte portuguesa, e , nessa qualidade, substituiu Gomes Parente, formando, em Lisboa, ao lado dos parlamentares que ofereceram resistência ao absolutismo da Casa de Bragança, e que foram, por esse motivo, obrigados a exilar-se na Inglaterra. E regressando ao Brasil, figurou-se entre os deputados à Constituinte de 1824, violentamente dissolvida, a 12 de novembro desse ano pelo jovem D. Pedro I, o herói do Ipiranga, e acorrentado, a esse tempo, aos lindos braços da Marquesa de Santos, a famosa paulista.

Republicano ardoroso, alistou-se imediatamente, em Pernambuco, no mesmo plano de Pais de Andrade, Natividade Saldanha e Frei Caneca, sonhadores da liberdade, que estruturaram, a 2 de julho, a confederação do Equador. Viu, Padre Alencar, aos 36 anos de idade, seu nome vitorioso nas urnas provinciais do Ceará e de Minas Gerais. Deram-lhe, os cearenses e os mineiros, o maldito popular, na Câmara geral. Aceitou a representação do berço nativo. Dois anos decorridos, mereceu, oferecida pelo povo de sua terra, uma das poltronas no Senado do Império. E esse mesmo povo entregou, em 1834, ao revolucionário intimorato de 1837, a cadeira da presidência da província. Foi agitado seu governo. Desenrolou-se, nessa época, a tragédia de Pinto Madeira.

Lutou padre Alencar, por entre aqueles que se abateram pela maioridade de Pedro, o herdeiro de quinze anos da coroa brasileira. E teve  a alegria de ver, em 1840, no trono, o neto de D, João VI. Voltou, nesses anos, a governar o povo do Ceará, contava 46 anos de idade.

E velho, cheio de sofrimentos e de glórias, fechou, a 15 de março de 1860, os olhos para a vida. Foi patriota e amou a liberdade.

Célio Meira – escritor e jornalista. 

LIVRO VIDA PASSADA…, secção diária, de notas biográficas, iniciada no dia 14 de julho de 1938, na “Folha da Manhã”, do Recife, edição das 16 horas. Reúno, neste 1º volume, as notas publicadas, no período de Janeiro a Junho deste ano. Escrevi-as, usando o pseudônimo – Lio – em estilo simples, destinada ao povo. Representam, antes de tudo, trabalho modesto de divulgação histórica. Setembro de 1939 – Célio Meira.

Mais um encontro dos Seresteiros da Vitória…..

Em mais uma  atividade, o Grupo Seresteiros da Vitória promoveu, na noite da última sexta-feira (24), um  encontro dançante. Dessa vez, a  celebração festiva aconteceu no Pátio da Estação Ferroviária.

 

Com apresentação de várias atrações musicais e participação de caravanas de outras cidades, o movimento vem ganhando musculatura em Vitória de Santo Antão.

Sob a coordenação da produtora cultural Hérika Araújo, que tem um histórico nesse tipo de promoção, o grupo – Seresteiros da Vitória – vem cumprindo seu objetivo. Entre outras coisas, celebrar os bons momentos da vida, ao som das boas e inesquecíveis canções.

 

Black Pace: é só chegar e correr…….

Por iniciativa de um grupo de jovens, estimulado por outras iniciativas do gênero que ocorrem em outros lugares, foi criado em nossa cidade um “movimento”  de corrida de rua que atende pelo simpático nome de “Black Pace”.

A ideia básica consiste em juntar pessoas que desejam correr. Seja como iniciante ou mesmo que já tenha vivencia na atividade. Todos devem largar, circular pelas ruas da cidade,  e voltarem  ao ponto de partida juntos. Esse é o ponto de convergência.

No percurso, muita animação. Músicas ritmadas, gritos sincronizados e bastante vibração. Detalhe:

todos vestidos com peças na cor preta. Vestidos de branco, só os ADMs. À noite da terça-feira foi a escolha. Ontem (28), foi a minha  primeira experiência, juntamente com o meu filho,  Gabriel. Foram pouco mais de 6km de percurso.

Todos que desejarem se juntar ao grupo, estão convidados. Basta chegar…

O ponto de encontro é no bairro da Mangueira, a partir 19:30h.

Segue link da pagina do grupo no Instagram.

https://www.instagram.com/blackpacevsa/?igsh=dmp0OWZseWJ5MDM1#

27º ENCONTRA: da tradição à história……

Já cravado no calendário antonense como um dos eventos mais importantes no segmento educacional, o “Encontro de Conhecimentos Tradição”, promovido pelo Colégio Diogo de Braga, em 2025,  sublinha o nobre sentimento do  “Cuidar do Outro”, com “Empatia e Solidariedade”.

O 27º ENCONTRA acontecerá na próxima sexta-feira, dia 31 de outubro.

Com um histórico de mais de 6 décadas mergulhada no mundo da educação, desde muito jovem, a professora Jadenise Macêdo carrega em si uma mistura de entusiasmo e compromisso com a causa que abraçou. Equilibrando-se entre a disciplina e a paixão,  seu nome é quase um sinônimo da palavra educação.

Com as digitais familiar de Ana Margarida e Emmanuel Macêdo,  que desde o inicio do empreendimento educacional formam o tripé  administrativo,  o referido evento solidificou    uma marca, sempre dialogando e avançando com os olhos  fincados  no  farol do futuro.

Assim sendo, o “Encontro de Conhecimentos Tradição”, em mais uma edição (27ª), continuará sendo um momento marcante na construção de memória para uma geração de alunos do Colégio Diogo de Braga,  que, entre outras coisas,  evidencia pilares educacionais importantes: da  tradição à história. 

Veja o vídeo:

https://www.instagram.com/reel/DP46wZnAFgh/?igsh=bTljdDYxeDJqMmRi

 

NO TEMPO DE EU MENINO – (O Primeiro Suicídio) – por Sosígenes Bittencourt.

Um dia, eu era menino, vi uma prostituta pegando fogo. Foi na ladeira da Zona de Baixo Meretrício, no tempo de Núbia Lafayette cantando “Lama” – música que, em desabafo, se vingava: Hoje, quem me difama, viveu na lama também.
À noite, quando Núbia cantava, eu via a prostituta pegando fogo, a sua pele queimando, e o seu peito ondeando, sufocado. Desesperada, saíra correndo da casa, aos gritos, e caíra, no meio da rua, emudecida. Foi o meu primeiro suicídio.
À sombra da muralha de adultos que se comprimia, eu olhava pela brecha, olhava… E, pálido, meio magro, desintoxicado, em solilóquio, indagava: Cadê Deus?
Passei uns dias sem comer direito, com a boca amarga, pelos cantos de parede, com vontade de chorar. Não podia ouvir Núbia cantar.
Mas, fui crescendo, crescendo, e fiquei sabendo que foi por causa de amor. O que é o amor? – eu me punha a perguntar.
Um dia, já menino grande, eu comecei a me explicar. O amor não tem explicação, o amor é só amar. O amor arde, o amor queima, pode até incendiar.
Sosígenes Bittencourt