Dilson Lira – Julho de 2002 – Foto: Jornal da Vitória
Transporto-me à minha infância e revejo, geralmente à tardinha, o carro de propaganda volante (serviços volantes de anúncios falados e projetados), do poeta e publicitário Dilson Lira.
Eram imagens de fatos ocorridos na cidade, de comerciais, retratos de vultos importantes da História emoldurados por mosaicos e gregas que conferiam à programação requinte e beleza.
O tempo passou célere, em agosto de 1996, fui agraciada como diploma de associada do Instituto Histórico e Geográfico da Vitória de Santo Antão, e, alegremente, entre as sessões ordinárias e as grandes solenidades reencontrei o Sr. Dilson Lira.
Naquele sodalício, a poesia ganha corpo e alma quando este homem de olhar plácido, quase tímido, passos suaves e voz reconfortante interpreta suas valorosas criações, recebendo como prêmio aplausos fervorosos de uma plateia composta, em grande parte, de estudiosos e intelectuais.
Lamentalvemente, fora do Instituto Histórico, ao longo dos anos, seu vastíssimo trabalho – mais de quinhentas poesias – não tem recebido o justo reconhecimento e, tristemente, constata-se que a juventude contemporânea não reconhece nele o fascinante astro de luz própria.
O eminente jurista Dr. Aloísio de melo Xavier profetizava que o grande valor a esse poeta vitoriense somente seria dado postumamente. Infelizmente, ao quase veredito estão sentenciados artistas que, como o Sr. Dilson Lira não ocupam em vida o lugar merecido.
Seus livros “Pérolas Ocultas”, “Ecos de Minh`alma”, e “Cântico do Céu” guardam preciosidades que percorrem as veredas do Romantismo – onde o nacionalismo e o lirismo amoroso emergem de um “mar poético”. Em outros momentos, observa-se um misto de Arcadismo, Parnasianismo e Simbolismo renovando seu horizonte etéreo, onde a alma do poeta busca inspiração.
Enquanto aguardamos que esse raro “arquiteto da palavra” construa sua próxima obra intitulada “À Musa com todo Amor”, esperamos que ela, após sua perfeita lapidação, possa brilhar perante o olhar das almas devotas da poesia.
Vitória de Santo Antão, 27 de agosto de 2000.
Fátima Maria dos Santos Costa
Texto extraído da Revista do Instituto Histórico e Geográfico da Vitória de Antão – PE – EDIÇÃO Nº XIII – Novembro / 2000 – Publicação Comemorativa do Jubileu de Ouro do Instituto Histórico e Geográfico da Vitória – Páginas 89 a 90.
Oradora ofical Fátima Costa – Jornal da Vitória – ANO XXV – Nº 156 – MAIO 2005pag 10