Momento Cultural: Bodas de Ouro – por Corina de Holanda

Corina de Holanda

 (De José Bonifácio e Maria José de Holanda).

Garimpeiros do amor

Por ti abençoado,

Te ofertamos, Senhor,

O ouro acrisolado

Colhido na jornada…

(A prata já foi dada)

Nós te damos também,

Gemas de excelsos brilhos,

Para nós, – Nossos Filhos!

Abençoa-os, Senhor!

São todo o nosso bem,

Frutos do nosso amor.

(Entre o céu e a Terra – 1972 – Corina de Holanda – pág. 60).

Momento Cultural:
Maria Martha (conto) – por Arquiles Petrus

São quase onze horas e ele ainda não ligou. Ele nunca deixa de ligar quando está atrasado, o que será que aconteceu? Vou me deitar na sala, ali perto do telefone talvez ele ligue, aí já atendo logo não é? Nossa como o teto está nojento, preciso passar uma vassoura ali, está cheio de poeira. Espere aí, hoje é sábado. É isso! Esse sacana deve ter ido pra algum bar com aquelazinha. Será? Não. Ele não faria isso comigo. Ou faria? Não, não, acho que não. É… ele deve estar no futebol com os amigos lá naquele campinho perto do apartamento. Será? Mas noite de sábado… é, deve ser isso mesmo. E depois do futebol deve ter ido para algum barzinho com os amigos. Espere aí. Barzinho com amigos? Não gosto de Alberto e aqueles outros amigos dele, são todos uns galinhas e ainda mais, colocando ele pra beber! Minha nossa, eles devem ter ido de lá pra algum daqueles bares de beira de estrada.

Odeio quando ele chega aqui todo sujo com aquele bafo de cachaça. Me chamando de amor, de anjinho. Meu bem pra cá. Meu bem pra lá. Todo doce. Da última vez que ele chegou assim quase que lhe dei uma surra. Estava totalmente bêbado. Hum… as vezes gosto quando ele bebe, na hora do vamo-ver ele sempre dá conta do recado. Mas só quando toma uma. Minha nossa, e como dá conta do recado. Espere aí, da última vez que ele apareceu assim, tava todo-todo com cheiro daqueles perfumes baratos, tipo Gabriele Sabatine da pior qualidade. Argh! Se ele me aparecer com esse cheiro de novo, juro, mas juro mesmo, que dessa vez ele me apanha. Se eu descobrir que aquele filho-da-mãe tá saindo com aquela raputenga, ah, ele me paga. Minha nossa, são quase onze e oito, e ele não chega e nem sequer dá um telefonema. Sim, tudo bem que todo homem é atrapalhado pra se arrumar, mas já faz muito tempo que tô aqui esperando. Aquela piranha deve tá com ele. Ele deve tá me traindo… Mas, será? Quer me trair? Que me traia, mas com ela não, ela não! Minha nossa, estou chorando, não acredito que ele fez isso comigo. Espelho. Preciso de um espelho. Ahhh chorar não! Seja forte mulher, aquele galinha não merece você. Olhe, você é linda. Claro. Você é uma gata. Pronto. Sem chorar. Mas, se aquele galinha estiver com a raputenga… espere, espere, sem chorar, vamos. Pronto. Ahh, ele não faria isso comigo. O telefone. Corre. Tá tocando. Pronto. Alô, Eduardo? Quê? Não, aqui não mora nenhuma Lorena, não. Ah, minha senhora, num tem nenhuma Lorena. Mas. Não. Não sou Lorena. Minha senhora… Mas era só o que me faltava. Será que ele ligou e deu ocupado? Minha nossa. Que droga, tudo culpa daquela maluca procurando a puta da Lorena. E eu sei lá quem é Lorena! Esqueci de tirar as teias do teto! A vassoura, cadê a vassoura? Pronto. Ainda falta ali. Não alcanço. Só se for com aquela cadeira. Ah, ele vai me escutar sim. Isso lá são horas? Pronto. Teto sem poeira. Espelho. Cadê o espelho. Pronto, continuo linda, você é uma gata. Ele sabe que odeio esperar. O DE IO. Ah, ele vai se ver comigo, a vai, a regra agora é um mês sem sexo, quero só ver. Vou deixá-lo maluco, mas nananinanão! Nada de sexo. Tô com fome. Aquele galinha disse que queria jantar comigo para comemorar o nosso aniversário. Mas é muito filho-da-mãe. Deixa-me ver: pão, maionese, picles, mortadela. Isso, isso e isso. Pronto. Onde coloquei a maionese? O telefone. Corre. Minha nossa. Espera, já tô indo. Pronto, alô? Oi mãe… tudo bem mãe. É mãe. Não mãe. Já mãe. Tá mãe. Humrum vou tentar mãe. Tchau mãe… Eu não agüento mais, vou chorar de novo, ele não me ama mais, tenho certeza. Ele tá com outra. Eu sabia, aqueles telefonemas todos, sabia que era outra. E é ela, eu sei, tenho certeza que é ela! Devem tá saindo de algum barzinho, indo pra algum motel. Motel? Ele nunca me levou num motel… ele não me ama… vou ligar. Mãe? Acho que ele tá me traindo mãe… Choro, choro sim, e a senhora queria que eu ficasse como mãe? Não mãe, eu tenho certeza, ele ta me traindo com ela mãe! Não me peça pra parar de chorar mãe, dói muito. É mãe, com aquelazinha, lembra? Minha nossa, a campainha. Corre, corre, corre. É ele. Espelho. Cadê o espelho. Pano, pano, preciso enxugar isso. Pronto. Linda. Perfeita.”

Ela abriu a porta.

“Ai amor, você é fofo sabia? São lindas, adorei. Ai amor, você nunca esquece do aniversário da gente não é? Te amo muito sabia?”

“Alô, mãe? Ele chegou, depois te ligo tá? Mãe, to tão feliz… você acredita que ele parou no caminho pra me comprar rosas? Muito fofinho ele, não é, mãe? Beijos…”

“Amor? Vamos?”

Arquiles Petrus – Escritor e fotografo premiado.

Momento Cultural: INERTIA – por ADJANE COSTA DUTRA

Adjane Costa Dutra (2)
Nas imagens dos sons inertes…

Inertia, inactivity, sloth.

Inércia dos sonhos coloridos…

Nas folhas brancas ao léu…

Momentos perdidos,

inércia desse vento nas paragens do tempo

de INTERROGAÇÕES ???????

Pára-tempo, tempo-pára.

Para, pára, o que não paro.

Inércia nos sons, nos sonhos coloridos,

Nas paragens desse tempo inertemente perdido…

(TAPETE CÓSMICO – ADJANE COSTA DUTRA – 1995 – pág. 25).

Momento Cultural:
Minha mãe – nos seus 86 anos (Poema) – Por Júlio Siqueira

Que feliz eu sou em poder contemplar,
num êxtase de terno amor e de carinho,
o rosto tão querido, todo arminho,
dessa criatura boa, única, sem par!

Amar-te? Amo-te muito. E sou vaidoso
por seres minha mãe… E tanto é assim
que é um gozo, uma alegria sem fim
que proclamo a toda gente, orgulhoso!

Quero beijar-te as mãos que me abençoam,
ouvir-te a voz, cujas palavras ecoam
num doce misto de ternura e de amor.

porque és a mais bela das criaturas,
daquelas que enchem o mundo de venturas
amando e sorrindo em meio a própria dor!

Por Júlio Siqueira

Momento Cultural: A DANÇA DO VENTO – Por Valdinete Moura

A dança do vento frenética não pára. E nessa
alucinação me envolve o corpo que treme e se
arrepia. Me desmancha os cabelos que entram
pelos olhos e penetram em minha boca, buscando
beijos úmidos de amor.

E o vento louco passa levando tudo para longe.
Tudo menos essa ânsia imensa, esse desejo
Insano de carícias e afeto.

O vento passa e leva tudo. Tudo mas deixa em
meu corpo a certeza da saudade e a imensidão
do desejo.

“Voz Interior”

Maria Valdinete de Moura Lima, filha de Manoel Severino de Lima e de Lindalva de Moura Lima, nasceu em Vitória de Santo Antão. Bacharela e Licenciada em Letras. Professora de Português da Faculdade de Formação de Professores da Vitória de Santo Antão. Poetisa e contista, tem um livro publicado VOZ INTERIOR – 1986. Tem vários prêmios, entre os quais: José Cândido de Carvalho, contos: Jeová Bittencourt, contos, menção honrosa (Araguari, MG). Concursos promovidos pelo “Timbaúba Jornal”, contos e poesia. É membro da Academia Vitoriense de Letras, Artes e Ciência.

Momento Cultural: ESPAÇO – por MELCHISEDEC

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Para nós, seres humanos, o nosso espaço no cosmos, começou a três milhões e quatro centos mil anos, porém, só a trinta mil anos, começamos a entender onde vivíamos e o que éramos.

Conquistamos o fogo, iniciamos plantio das sementes, aprendemos lidar com os animais, aplicamos nosso primitivo talento para criar os instrumentos de trabalho, usando a pedra, depois descobrimos o ferro e o bronze que permitiam um avanço significativo na nossa arte de fazer as coisas.

Com o ajuntamento das pessoas, formamos as tribos, as comunidades agrícolas que foram evoluindo até a formação das cidades.

Nesse vasto espaço cósmico, a nossa memória parece confinada no estreito lugar do planeta em que vivemos. Pouco a pouco vamos aparecendo em forma de escritos históricos para dizer à posteridade o que fomos, o que somos e o que seremos.

Hoje, todas as pessoas de quem ouvimos falar, viveram e lutaram em algum ponto deste planeta.

Todos os reis, sábios, nobres e plebeus, batalhas, guerras, migrações, invenções, tudo que há nos livros, sobre a história do homem, aconteceu aqui.

Dentro desse imenso espaço do universo de onde emergimos, somos um legado de vinte bilhões de anos de evolução cósmica.

Agora vemos nosso planeta à beira da destruição. As máquinas mortíferas inventadas pelo homem para sua própria destruição. É a inversão de valores.

A maldade tomou conta do coração do homem. Agora temos que melhorar a vida na terra e conhecermos o universo que nos criou, sem desperdiçar nossa herança de vinte bilhões de anos numa autodestruição insensata.

O que acontecer no próximo milênio, dependerá do que fazemos aqui a agora, usando a nossa inteligência e a nossa vontade para salvar o planeta.

Lembremos que: “há mais coisas entre o céu e a terra de que supõe vã filosofia”.

(VERDADES FUNDAMENTAIS – MELCHISEDEC – pág. 61).

Momento Cultural: Perto do mar, anoitecia… por Célio Meira.

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Perto do mar, anoitecia…

Corria o mês de novembro,

– Era Dia da Bandeira,

fomos ver a lua cheia,

ao lado da ribanceira.

Depois, descemos. Na praia,

ficamos a reparar:

– Havia esteira de prata,

nas águas mansas do mar.

Ali, olhando o mar, a lua,

recebemos a lição:

– Jesus Cristo está presente,

na glória da criação.

(migalhas de poesia – Célio Meira – pág. 25).

Momento Cultural: LEI DE HARMONIA – Por MELCHISEDEC

MelchisedecÉ a lei fundamental da vida, sobre a qual repousam todas as outras Leis. Ela manifesta-se no princípio da Ordem, na presença de uma sequência regular e seguimentos de coisas no Universo. A unidade da Lei de Harmonia Universal é fundamental na vida do Universo. A unidade de Lei de Harmonia Universal é fundamental na vida do Universo. Ela se manifesta e se afirma na veracidade dos graus de constância, na multiplicidade das energias-vidas na sequência de formas da substância, como imperativo para que haja equilíbrio dinâmico emanante em toda evolução cósmica.

Os períodos da vida cósmica em toda sua manifestação, isto é, em todo movimento vibratório, ondulatório, etc, tem sua origem na Lei de Harmonia Universal, quando a existência está na Essência Indiferenciada, no Absoluto Repouso, e na existência do movimento de atividade.

(VERDADES FUNDAMENTAIS – MELCHISEDEC – pág. 10).

Momento Cultural: Nesse café recifence (poesia) – por Rildo de Deus

No tempo que eu era elfo
e não sentia cheiro da morte,
comia flor e semente,
nozes, muitas nozes

Bebia néctar nas flores,
vivia na luz do sol
QUENTE
Topei certa vez com uma vampiro
Que me achou pelo rastro
de meu sangue ardente
Bebeu-me a vida
Depois limpou a boca
como se limpa precedendo a lapada
do quartinho de aguardente

Gula vampiresca,
estupidez de ignorantes
No meu corpo só corria ambrosia
Comida de deuses

Ela caiu envenenada
Melhor que tivesse me engolido,
como fazem com os bois,
as serpentes.
Fomos amaldiçoados,
mesmo assim, eu inocente
Aqueles dente afiado
me tirou o sangue ardente

Já era, eu imortal,
elfo só tem precedente
Vampiro é tipo fino
Pena que come gente

Entre os vampiros
me considerarão pária.
Entre os elfos
eu caminhava pueril.
Era um ser do dia,
beijava girassóis,
Imortal, ser como um rio,
Pincel, pincéis, rouxinóis
Considerado entre eles
não é o que foi transformado
Mas, o que se tornou, por si;
Nobre, bonito, inteligente
A primeira noite que passei acordado,
foi por causa que me cresciam os dentes;
caninos felinos,
Unicúspides, alvo, crescentes

Grito, pro sol quando ele nasce:
Não me mate!
Me salve! Me salve! Me Salve!
Mãe foi quem desceu
logo, seu nome é Aurora
Só olhava e dizia:
Se afaste!, se afaste!, afaste!

Tu eis filho meu,
por Eu eis amado
Você agora é notívago
do escuro faça seu reinado
Nas trevas tem luz,
você precisa encontrar
Espelho não tem, ali não procure
Primário e secundário, reflexo você já perdeu

Seja feliz meu filho,
todo mudou e você cresceu
Agora eis vampiro
Vá embora, vá embora
Já amanheceu.

Rildo de Deus é Escritor e Estudante de Filosofia da UFPE

Momento Cultural: ÁRVORE AMIGA – por José Teixeira de Albuquerque

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Ei-la aqui derrubada! Esta árvore que outrora
era o ponto melhor dos ninhos da floresta,
vivendo a proclamar a beleza da flora
altaneira, copuda e ramalhuda e erecta.

Farfalhando – acordava os pássaros na aurora
protetora – abrigava os pássaros na sesta…
Então eles cantavam uma canção sonora
uma canção de amor, de gratidão, de festa!

Mas um verme a roer-lhe as fibrosas entranhas
deu-lhe dores cruéis, estúpidas, tamanhas
fazendo-a vacilar… esmorecer e cair…

de pássaros deixando a procissão chorosa!
– José de Barros foi como esta árvore frondosa
deixou Vitória toda enlutada a carpir.

“O LIDADOR” 24.VI.1926

José Teixeira de Albuquerque, nasceu na fazenda Porteiras, Vitória de Santo Antão aos 23 de agosto de 1892. Seus pais: Luiz Antonio de Albuquerque e Dontila Teixeira de Albuquerque. Estudou medicina na Faculdade da Bahia, porém desistiu do estudo no 3º ano. Casou em segundas núpcias com a conterrânea Marta de Holanda, também poetisa e escritora. Publicou o livro de versos MINHA CASTÁLIA e colaborou em várias revistas e jornais; tanto da Vitória como do Recife. Foi funcionário do Arquivo da Diretoria das Obras Públicas do Estado,com competência e zelo. Faleceu no Recife, no dia 2 de outubro de 1948. Não deixou filhos. Sua morte foi muito sentida entre os intelectuais, que não se cansaram de elogiar sua prosa e seus versos.

Momento Cultural: Jesus Cristo – por João do Livramento

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Para falar de Jesus Cristo

Nós precisamos entender

Que ele sofreu todo calvário

Pra nossa alma não perecer

Esta dívida da humanidade

Eu e você é quem produz

A cada dia nós pregamos

Jesus Cristo em nossa cruz

As cusparadas em sua face

São proferidas por rejeição

A filosofia do jesus homem

Que não adentra o coração

Gananciosos o esbofeteiam

E o açoitam todos mesquinhos

Cada aborto é o que terce

Sua coroa de espinhos

É flagelado pelos corruptos

E por mentirosos caluniado

Os violentos com suas lanças

Sempre o atingem abrindo o lado

No indigente as suas sedes

Com amargor são saciadas

Porém se a sede for de justiça

As suas pernas serão quebradas

Só cessará tal sofrimento

Se a humanidade compreender

Que quando fere seu semelhante

A Jesus Cristo faz padecer

João do Livramento.

Momento Cultural: Quando – por Stephem Beltrão

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Quando você pensa que estou triste

Estou alegre

Quando você pensa que estou mal

Estou bem

Quando você pensa que estou perdido

Estou no rumo

Quando você pensa que estou dormindo

Estou acordado

Quando você pensa que estou só

Estou acompanhado

Quando você pensa que estou embriagado

Estou sóbrio

Quando você pensa que estou caído

Estou erguido.

Enquanto você achar que estou quebrado

Prosseguirei inteiro

Enquanto você achar que sou apagado

Serei acesso

Enquanto você achar que vivo doente

Estarei sadio

Enquanto você achar que fico preso

Serei libertado

Enquanto você achar que ando sofrendo

Permanecerei feliz

Enquanto você achar que ando chorando

Seguirei sorrindo

Enquanto você achar que já morri

Continuarei vivo.

Momento Cultural: Meu pecado – Henrique de Holanda

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Eu não posso saber qual o pecado
que, irrefletido, cometi; suponho
seja, talvez, porque te fosse dado
meu coração, – a essência do meu sonho..

Se amar é crime, eu vou ser condenado
e toda culpa, em tuas mãos, eu ponho.
– Quem já te pode ver sem ter amado?!…
Quanto é lindo o pecado a que me exponho!

Se tens alma e tens sangue, como eu tenho;
se acreditas em Deus, dizer-te venho,
– Que pecas, tens amor, és sonhadora…

Deus deu a todos coração igual.
Se eu amo, sofres desse mesmo mal.
– O teu pecado é o meu, – és pecadora!

(Muitas rosas sobre o chão – Henrique de Holanda – pág. 22).

Momento Cultural: A Alvorada – POR GUSTAVO FERRER CARNEIRO

Gustavo Ferrer Carneiro

O sol se descortinava na praia
Brilhando em meus olhos
Caminho só
Ar imóvel, quente
Vento assobiando ardente
Com o som da minha respiração
Um monte de pensamentos
Um toque agudo sibilante
Suspirando com prazer
O nascer de um novo dia
Uma alvorada arredia
De momentos de introspecção

Um aroma gostoso de terra molhada
Ou maresia,
Um delicada lua ornamentando o amanhecer
Em uma fantasmagórica poesia,
Plenitude
O vento zunindo
Um sentimento de dignidade
Uma visão do encanto
Insondável graça no rosto
No perplexo momento
Da percepção da vida.

O que ele diz
estará dentro do seu peito
Todo tempo
Para sempre…

Seja longe, seja perto
Não sabemos o exato, o correto
Para tudo tem um tempo

Mas quando será esse tempo certo?

(MOSAICO DE REFLEXÕES – GUSTAVO FERRER CARNEIRO – pág. 14).

Momento Cultural: A Alvorada – POR GUSTAVO FERRER CARNEIRO

Gustavo Ferrer Carneiro

O sol se descortinava na praia
Brilhando em meus olhos
Caminho só
Ar imóvel, quente
Vento assobiando ardente
Com o som da minha respiração
Um monte de pensamentos
Um toque agudo sibilante
Suspirando com prazer
O nascer de um novo dia
Uma alvorada arredia
De momentos de introspecção

Um aroma gostoso de terra molhada
Ou maresia,
Um delicada lua ornamentando o amanhecer
Em uma fantasmagórica poesia,
Plenitude
O vento zunindo
Um sentimento de dignidade
Uma visão do encanto
Insondável graça no rosto
No perplexo momento
Da percepção da vida.

O que ele diz
estará dentro do seu peito
Todo tempo
Para sempre…

Seja longe, seja perto
Não sabemos o exato, o correto
Para tudo tem um tempo

Mas quando será esse tempo certo?

(MOSAICO DE REFLEXÕES – GUSTAVO FERRER CARNEIRO – pág. 14).

Momento Cultural: APRENDIZ DE MIM – por Valdinete Moura

Este é meu mundo encantado
no qual você também pode entrar.

Então meu mundo passa a ser nosso.

E, levados pela imaginação poderemos ir
a qualquer lugar
dentro ou fora de nós.
Não conhecemos limites.

Porque Eu sou Eu e
Você seja lá quem for é a
Pessoa mais importante do Mundo
porque é com você que estou agora.

do livro “Voz Interior”.

Maria Valdinete de Moura Lima, filha de Manoel Severino de Lima e de Lindalva de Moura Lima, nasceu em Vitória de Santo Antão. Bacharela e Licenciada em Letras. Professora de Português da Faculdade de Formação de Professores da Vitória de Santo Antão. Poetisa e contista, tem um livro publicado VOZ INTERIOR – 1986. Tem vários prêmios, entre os quais: José Cândido de Carvalho, contos: Jeová Bittencourt, contos, menção honrosa (Araguari, MG). Concursos promovidos pelo “Timbaúba Jornal”, contos e poesia. É membro da Academia Vitoriense de Letras, Artes e Ciência.

MOMENTO CULTURAL: Estou Quase me Entregando – STEPHEM BELTRÃO‏

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Estou quase me entregando
Saindo do banheiro de toalha
Caminhando de cueca pela casa
Tomando café em copo
Fazendo barba com navalha.

Achando que ciúme é amor
Trocando cega por surda
Levando tapa e achando graça
Achando que pasto é pastor
Andando descalço na praça.

Dormindo com chupeta
Usando meias listradas
Tomando banho com paletó
Confiando no fim do mundo
Bebendo cerveja na calçada.

Invejando os defeitos dos outros
Jogando no Pernambuco dá Sorte
Trocando a noite pelo dia
Roubando doce da boca de criança
Achando que está chovendo pra cima
Acreditando que tristeza é alegria.