Momento Cultural: Cérebro – por Henrique de Holanda

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Na mocidade,

a razão quase sempre se encandeia,

tornando a vida uma mera ingenuidade.

O cérebro da humana criatura

– quem é moço concebe

ser uma taça de ilusões bem cheia

que o coração segura e a alma bebe.

Mas, a velhice vem

fermentando a bebida outrora pura…

e o coração, que forças já não tem,

vendo a alma fugir, derrama a taça,

que ao se precipitar de grande altura

no chão se despedaça…

(Muitas rosas sobre o chão – Henrique de Holanda – pág. 25).

Momento Cultural: Nesse café recifence (poesia) – por Rildo de Deus

No tempo que eu era elfo
e não sentia cheiro da morte,
comia flor e semente,
nozes, muitas nozes

Bebia néctar nas flores,
vivia na luz do sol
QUENTE
Topei certa vez com uma vampiro
Que me achou pelo rastro
de meu sangue ardente
Bebeu-me a vida
Depois limpou a boca
como se limpa precedendo a lapada
do quartinho de aguardente

Gula vampiresca,
estupidez de ignorantes
No meu corpo só corria ambrosia
Comida de deuses

Ela caiu envenenada
Melhor que tivesse me engolido,
como fazem com os bois,
as serpentes.
Fomos amaldiçoados,
mesmo assim, eu inocente
Aqueles dente afiado
me tirou o sangue ardente

Já era, eu imortal,
elfo só tem precedente
Vampiro é tipo fino
Pena que come gente

Entre os vampiros
me considerarão pária.
Entre os elfos
eu caminhava pueril.
Era um ser do dia,
beijava girassóis,
Imortal, ser como um rio,
Pincel, pincéis, rouxinóis
Considerado entre eles
não é o que foi transformado
Mas, o que se tornou, por si;
Nobre, bonito, inteligente
A primeira noite que passei acordado,
foi por causa que me cresciam os dentes;
caninos felinos,
Unicúspides, alvo, crescentes

Grito, pro sol quando ele nasce:
Não me mate!
Me salve! Me salve! Me Salve!
Mãe foi quem desceu
logo, seu nome é Aurora
Só olhava e dizia:
Se afaste!, se afaste!, afaste!

Tu eis filho meu,
por Eu eis amado
Você agora é notívago
do escuro faça seu reinado
Nas trevas tem luz,
você precisa encontrar
Espelho não tem, ali não procure
Primário e secundário, reflexo você já perdeu

Seja feliz meu filho,
todo mudou e você cresceu
Agora eis vampiro
Vá embora, vá embora
Já amanheceu.

Rildo de Deus é Escritor e Estudante de Filosofia da UFPE

Momento Cultural: ÁRVORE AMIGA – por José Teixeira de Albuquerque

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Ei-la aqui derrubada! Esta árvore que outrora
era o ponto melhor dos ninhos da floresta,
vivendo a proclamar a beleza da flora
altaneira, copuda e ramalhuda e erecta.

Farfalhando – acordava os pássaros na aurora
protetora – abrigava os pássaros na sesta…
Então eles cantavam uma canção sonora
uma canção de amor, de gratidão, de festa!

Mas um verme a roer-lhe as fibrosas entranhas
deu-lhe dores cruéis, estúpidas, tamanhas
fazendo-a vacilar… esmorecer e cair…

de pássaros deixando a procissão chorosa!
– José de Barros foi como esta árvore frondosa
deixou Vitória toda enlutada a carpir.

“O LIDADOR” 24.VI.1926

José Teixeira de Albuquerque, nasceu na fazenda Porteiras, Vitória de Santo Antão aos 23 de agosto de 1892. Seus pais: Luiz Antonio de Albuquerque e Dontila Teixeira de Albuquerque. Estudou medicina na Faculdade da Bahia, porém desistiu do estudo no 3º ano. Casou em segundas núpcias com a conterrânea Marta de Holanda, também poetisa e escritora. Publicou o livro de versos MINHA CASTÁLIA e colaborou em várias revistas e jornais; tanto da Vitória como do Recife. Foi funcionário do Arquivo da Diretoria das Obras Públicas do Estado,com competência e zelo. Faleceu no Recife, no dia 2 de outubro de 1948. Não deixou filhos. Sua morte foi muito sentida entre os intelectuais, que não se cansaram de elogiar sua prosa e seus versos.

Momento Cultural: Magistério – por João do Livramento

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Verdadeira é a nação

Que educa suas crianças

Pois nas mãos do professor

É renovada essa esperança

Pra formar um engenheiro

Ou até mesmo aviador

Se quiseres ser dentista

Tens que ter um professor

Só se faz qualquer doutor

Ensinando desde o início

Não importa a profissão

É dependente deste ofício

Das profissões é a maior

Um sacerdócio sem batina

Dedicado a muitas vidas

Sendo a luz que ilumina

Todo dia um ensinamento

A cada aula uma lição

Deus proteja todos eles

Que abraçaram esta missão

O magistério é divino

Se exercido com amor

Obrigado a todos mestres

Obrigado professor!

João do Livramento.

Momento Cultural: Perto do mar, anoitecia… por Célio Meira.

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Perto do mar, anoitecia…

Corria o mês de novembro,

– Era Dia da Bandeira,

fomos ver a lua cheia,

ao lado da ribanceira.

Depois, descemos. Na praia,

ficamos a reparar:

– Havia esteira de prata,

nas águas mansas do mar.

Ali, olhando o mar, a lua,

recebemos a lição:

– Jesus Cristo está presente,

na glória da criação.

(migalhas de poesia – Célio Meira – pág. 25).

MOMENTO CULTURAL: Estou Quase me Entregando – STEPHEM BELTRÃO‏

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Estou quase me entregando
Saindo do banheiro de toalha
Caminhando de cueca pela casa
Tomando café em copo
Fazendo barba com navalha.

Achando que ciúme é amor
Trocando cega por surda
Levando tapa e achando graça
Achando que pasto é pastor
Andando descalço na praça.

Dormindo com chupeta
Usando meias listradas
Tomando banho com paletó
Confiando no fim do mundo
Bebendo cerveja na calçada.

Invejando os defeitos dos outros
Jogando no Pernambuco dá Sorte
Trocando a noite pelo dia
Roubando doce da boca de criança
Achando que está chovendo pra cima
Acreditando que tristeza é alegria.

Momento Cultural: ESPAÇO – por MELCHISEDEC

Melchisedec

Para nós, seres humanos, o nosso espaço no cosmos, começou a três milhões e quatro centos mil anos, porém, só a trinta mil anos, começamos a entender onde vivíamos e o que éramos.

Conquistamos o fogo, iniciamos plantio das sementes, aprendemos lidar com os animais, aplicamos nosso primitivo talento para criar os instrumentos de trabalho, usando a pedra, depois descobrimos o ferro e o bronze que permitiam um avanço significativo na nossa arte de fazer as coisas.

Com o ajuntamento das pessoas, formamos as tribos, as comunidades agrícolas que foram evoluindo até a formação das cidades.

Nesse vasto espaço cósmico, a nossa memória parece confinada no estreito lugar do planeta em que vivemos. Pouco a pouco vamos aparecendo em forma de escritos históricos para dizer à posteridade o que fomos, o que somos e o que seremos.

Hoje, todas as pessoas de quem ouvimos falar, viveram e lutaram em algum ponto deste planeta.

Todos os reis, sábios, nobres e plebeus, batalhas, guerras, migrações, invenções, tudo que há nos livros, sobre a história do homem, aconteceu aqui.

Dentro desse imenso espaço do universo de onde emergimos, somos um legado de vinte bilhões de anos de evolução cósmica.

Agora vemos nosso planeta à beira da destruição. As máquinas mortíferas inventadas pelo homem para sua própria destruição. É a inversão de valores.

A maldade tomou conta do coração do homem. Agora temos que melhorar a vida na terra e conhecermos o universo que nos criou, sem desperdiçar nossa herança de vinte bilhões de anos numa autodestruição insensata.

O que acontecer no próximo milênio, dependerá do que fazemos aqui a agora, usando a nossa inteligência e a nossa vontade para salvar o planeta.

Lembremos que: “há mais coisas entre o céu e a terra de que supõe vã filosofia”.

(VERDADES FUNDAMENTAIS – MELCHISEDEC – pág. 61).

MOMENTO CULTURAL: Estou Quase me Entregando – STEPHEM BELTRÃO‏

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Estou quase me entregando
Saindo do banheiro de toalha
Caminhando de cueca pela casa
Tomando café em copo
Fazendo barba com navalha.

Achando que ciúme é amor
Trocando cega por surda
Levando tapa e achando graça
Achando que pasto é pastor
Andando descalço na praça.

Dormindo com chupeta
Usando meias listradas
Tomando banho com paletó
Confiando no fim do mundo
Bebendo cerveja na calçada.

Invejando os defeitos dos outros
Jogando no Pernambuco dá Sorte
Trocando a noite pelo dia
Roubando doce da boca de criança
Achando que está chovendo pra cima
Acreditando que tristeza é alegria.

Momento Cultural: Negro – por Henrique de Holanda

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Homem negro: se o sol – nessa ansiedade bruta
de quem quer e não pode, – o teu corpo procura,
com o instinto cruel de te vender na luta,
a queimar, ainda mais, a tua pele escura…

Se resistes ao sol, nessa heroica disputa,
fertilizando a terra estéril, seca e dura,
esta cor a tingir a tua carne impoluta
é a rija encrustação de tua rude bravura.

Nem o branco encoraja e nem o negro assombra.
Tanto nos vale a luz, quanto nos vale a sombra.
Desta cor morrerás e morrerás exangue

na luta, que nos dá, pelo teu maior gosto,
a flor que floresceu do suor do teu rosto,
e o fruto que nasceu do vigor do teu sangue!…

(Muitas rosas sobre o chão – Henrique de Holanda – pág. 23).

Momento Cultural: ESPAÇO – por MELCHISEDEC

Melchisedec

Para nós, seres humanos, o nosso espaço no cosmos, começou a três milhões e quatro centos mil anos, porém, só a trinta mil anos, começamos a entender onde vivíamos e o que éramos.

Conquistamos o fogo, iniciamos plantio das sementes, aprendemos lidar com os animais, aplicamos nosso primitivo talento para criar os instrumentos de trabalho, usando a pedra, depois descobrimos o ferro e o bronze que permitiam um avanço significativo na nossa arte de fazer as coisas.

Com o ajuntamento das pessoas, formamos as tribos, as comunidades agrícolas que foram evoluindo até a formação das cidades.

Nesse vasto espaço cósmico, a nossa memória parece confinada no estreito lugar do planeta em que vivemos. Pouco a pouco vamos aparecendo em forma de escritos históricos para dizer à posteridade o que fomos, o que somos e o que seremos.

Hoje, todas as pessoas de quem ouvimos falar, viveram e lutaram em algum ponto deste planeta.

Todos os reis, sábios, nobres e plebeus, batalhas, guerras, migrações, invenções, tudo que há nos livros, sobre a história do homem, aconteceu aqui.

Dentro desse imenso espaço do universo de onde emergimos, somos um legado de vinte bilhões de anos de evolução cósmica.

Agora vemos nosso planeta à beira da destruição. As máquinas mortíferas inventadas pelo homem para sua própria destruição. É a inversão de valores.

A maldade tomou conta do coração do homem. Agora temos que melhorar a vida na terra e conhecermos o universo que nos criou, sem desperdiçar nossa herança de vinte bilhões de anos numa autodestruição insensata.

O que acontecer no próximo milênio, dependerá do que fazemos aqui a agora, usando a nossa inteligência e a nossa vontade para salvar o planeta.

Lembremos que: “há mais coisas entre o céu e a terra de que supõe vã filosofia”.

(VERDADES FUNDAMENTAIS – MELCHISEDEC – pág. 61).

Momento Cultural: Assunção da Virgem – por Corina de Holanda

Corina de Holanda

Deve ter sido pela madrugada:
– Em torno da modesta sepultura,
Daquela dentre as puras a mais pura,
Anjos, em graciosa revoada,

Como a medir, de céu, a imensa altura,
Vão de estrelas formando a linda escada
Por onde subiria a Imaculada…
– Jamais se viu tão régia iluminada.

(Se Deus é o Autor de tão custosa tela…).
Rasga a morte seus véus! Eis que esplendente,
Surge Maria, a quem Gabriel conduz.

Astros se apagam diante da mais bela…
E todo o Céu saúda alegremente,
A que trouxe em seu seio a própria Luz.

1969

(Entre o céu e a Terra – 1972 – Corina de Holanda – pág. 33).

Momento Cultural: LEI DE HARMONIA – Por MELCHISEDEC

Melchisedec

É a lei fundamental da vida, sobre a qual repousam todas as outras Leis. Ela manifesta-se no princípio da Ordem, na presença de uma sequência regular e seguimentos de coisas no Universo. A unidade da Lei de Harmonia Universal é fundamental na vida do Universo. A unidade de Lei de Harmonia Universal é fundamental na vida do Universo. Ela se manifesta e se afirma na veracidade dos graus de constância, na multiplicidade das energias-vidas na sequência de formas da substância, como imperativo para que haja equilíbrio dinâmico emanante em toda evolução cósmica.

Os períodos da vida cósmica em toda sua manifestação, isto é, em todo movimento vibratório, ondulatório, etc, tem sua origem na Lei de Harmonia Universal, quando a existência está na Essência Indiferenciada, no Absoluto Repouso, e na existência do movimento de atividade.

(VERDADES FUNDAMENTAIS – MELCHISEDEC – pág. 10).

Momento Cultural: Cérebro – por Henrique de Holanda

Henrique-de-Holanda-Cavalcanti-3

Na mocidade,

a razão quase sempre se encandeia,

tornando a vida uma mera ingenuidade.

O cérebro da humana criatura

– quem é moço concebe

ser uma taça de ilusões bem cheia

que o coração segura e a alma bebe.

Mas, a velhice vem

fermentando a bebida outrora pura…

e o coração, que forças já não tem,

vendo a alma fugir, derrama a taça,

que ao se precipitar de grande altura

no chão se despedaça…

(Muitas rosas sobre o chão – Henrique de Holanda – pág. 25).

Momento Cultural: Quando – por Stephem Beltrão

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Quando você pensa que estou triste

Estou alegre

Quando você pensa que estou mal

Estou bem

Quando você pensa que estou perdido

Estou no rumo

Quando você pensa que estou dormindo

Estou acordado

Quando você pensa que estou só

Estou acompanhado

Quando você pensa que estou embriagado

Estou sóbrio

Quando você pensa que estou caído

Estou erguido.

Enquanto você achar que estou quebrado

Prosseguirei inteiro

Enquanto você achar que sou apagado

Serei acesso

Enquanto você achar que vivo doente

Estarei sadio

Enquanto você achar que fico preso

Serei libertado

Enquanto você achar que ando sofrendo

Permanecerei feliz

Enquanto você achar que ando chorando

Seguirei sorrindo

Enquanto você achar que já morri

Continuarei vivo.

Momento Cultural: Nesse café recifence (poesia) – por Rildo de Deus

No tempo que eu era elfo
e não sentia cheiro da morte,
comia flor e semente,
nozes, muitas nozes

Bebia néctar nas flores,
vivia na luz do sol
QUENTE
Topei certa vez com uma vampiro
Que me achou pelo rastro
de meu sangue ardente
Bebeu-me a vida
Depois limpou a boca
como se limpa precedendo a lapada
do quartinho de aguardente

Gula vampiresca,
estupidez de ignorantes
No meu corpo só corria ambrosia
Comida de deuses

Ela caiu envenenada
Melhor que tivesse me engolido,
como fazem com os bois,
as serpentes.
Fomos amaldiçoados,
mesmo assim, eu inocente
Aqueles dente afiado
me tirou o sangue ardente

Já era, eu imortal,
elfo só tem precedente
Vampiro é tipo fino
Pena que come gente

Entre os vampiros
me considerarão pária.
Entre os elfos
eu caminhava pueril.
Era um ser do dia,
beijava girassóis,
Imortal, ser como um rio,
Pincel, pincéis, rouxinóis
Considerado entre eles
não é o que foi transformado
Mas, o que se tornou, por si;
Nobre, bonito, inteligente
A primeira noite que passei acordado,
foi por causa que me cresciam os dentes;
caninos felinos,
Unicúspides, alvo, crescentes

Grito, pro sol quando ele nasce:
Não me mate!
Me salve! Me salve! Me Salve!
Mãe foi quem desceu
logo, seu nome é Aurora
Só olhava e dizia:
Se afaste!, se afaste!, afaste!

Tu eis filho meu,
por Eu eis amado
Você agora é notívago
do escuro faça seu reinado
Nas trevas tem luz,
você precisa encontrar
Espelho não tem, ali não procure
Primário e secundário, reflexo você já perdeu

Seja feliz meu filho,
todo mudou e você cresceu
Agora eis vampiro
Vá embora, vá embora
Já amanheceu.

Rildo de Deus é Escritor e Estudante de Filosofia da UFPE