7 DE SETEMBRO – NO TEMPO DE EU MENINO

Bacharel Mário Bezerra da Silva

Mário Bezerra

Isso foi no tempo de Coca-Cola à base de noz de cola, acondicionada em garrafa de vidro. Hoje, toma-se xarope gaseificado em ampola de alumínio.

Uma noite, eu presenciei a banda do Colégio 3 de Agosto executar a “Marcha para a Cavalaria Ligeira”, de Franz von Suppé, em frente à Igreja do Rosário dos Pretos. Foi um verdadeiro espetáculo!

Mário Bezerra me deu uma aula, no primeiro andar, sobre Análise Sintática, que nunca mais esqueci a diferença entre Sujeito e Predicado. Não imito direitinho, com o livro de Português, de José Brasileiro Vilanova, nas mãos, em respeito à alma do insigne diretor.

Vi, muitas vezes, o povo sair da calçada para o bel. Mário Bezerra desfilar de queixo erguido, meio de bandinha, com os sapatos rigorosamente engraxados. O paletó conhecia o caminho, da Rua Horácio de Barros à Praça 3 de Agosto.

Mário era perfeccionista, gostava dos pontos nos “ii”, por isso, chegado a uns histerismos quando desobedeciam suas ordens. Contam que Mário só tinha um pulmão, mas quando dava um grito, as colunas do colégio estremeciam.

Não obstante, foi o sujeito que botou moral em colégio, no município. Depois dele, já soube de aluno que urinou, do primeiro andar para o pátio, que nem um Dionísio desvairado, e menino que deu rasteira e puxavante de cabelo em professora de Moral e Cívica.

Reminiscente e patriótico abraço!

Sosígenes Bittencourt

É A EVOLUÇÃO

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Antigamente, no tempo do Maracujá-açu e da Laranja-de-Umbigo, o molho de coentro e o limão vinham como presentinho do feirante ao freguês. Hoje, um limão está pelo preço de uma jaca, e você não leva um bago de presente.

E sempre houve enchente, sempre houve dilúvio. É que o matuto de hoje quer andar de jeans e tênis de marca. Mas, tudo bem, É A EVOLUÇÃO. Afinal, evoluíram em tudo, na bebedeira, na desonestidade, nas safadezas carnais e na violência.

Antigamente, só se queria uma menina, para trabalhar de empregada doméstica, se fosse lá do sítio. Cabisbaixa e donzela. E hoje?

Hortifrutigranjeiro abraço!

Sosígenes Bittencourt

Fragmentos

Os norte-americanos estão querendo saber quantos hectares tem a Amazônia. Devem estar querendo se apossar de algum terreno aqui no Brasil.

Tudo que o norte-americano considera Patrimônio da Humanidade manifesta interesse em proteger. Por que não considera as crianças africanas um Patrimônio da Humanidade?

Sosígenes Bittencourt

A PROPÓSITO DE SER PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Não há quem não tenha se sentido, um dia, presidente da República. E, logo, imaginado o que faria. Eis, portanto, a ideia que jamais me saiu da cabeça. Se eu fosse presidente da República, começaria por qualificar pessoas para tratar de CRIANÇAS e IDOSOS em Creches e Casas de Idosos federalizadas. As extremidades da vida estão precisando de amparo. Nossas crianças e nossos idosos estão sem pátria.

Com esta atitude, em nível nacional, eu estaria despertando o dom de AJUDAR que há no ser humano, gerando a maior FRENTE DE TRABALHO já imaginada e HUMANIZANDO a sociedade.

Sosígenes Bittencourt

DETRÁS DE MINHA CASA

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Detrás de minha casa, de um alpendre, eu vejo os telhados das casas vizinhas, a rua lá embaixo, a serra lá longe, o céu escampo.

À tarde, quando é verão, as nuvens relembram minha infância. Eu ficava vendo as nuvens formar carneirinhos, às vezes um monstro. Um dia, eu vi um bule direitinho.

Detrás de minha casa, eu ouço o palavreado de minha cidade, o cheiro de pão francês, ruído de caminhão, latido de cachorro. Agora, deu pra passar helicóptero, besourando, com aquela cauda de gafanhoto. Quando é amarelo e preto, eu só penso que é a polícia catando vendedor de marijuana.

Havia uma fábrica que passava a vida funcionando. Faziam biscoito. O cheiro de morango, de chocolate e frutas cítricas era tão forte que a gente acordava, de madrugada, para beber água de quartinha. Hoje, só escombros, as lagartixas se despencam dos muros, frágeis de inanição.

Detrás de minha casa, vemos homens que jogam dominó para esquecer o tempo, passarem as horas. Como se fosse perigoso pensar na vida. Quem bota pra pensar na vida, geralmente pensa na morte. Melhor ser um gato, um peixe, um passarinho.

Sosígenes Bittencourt

PITACO ESPORTIVO: É Campeão!

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O Brasil engrena na competição e sagra-se Campeão.

Nosso bando de bambas na bola entrosam no campeonato e dão um banho na Alemanha.

Este é o Neymar de que precisamos, o Neymar do futebol brasileiro, “moleque inzoneiro”, mas bom da bola, são do juízo.

Hoje é um dia especial, dia de repousar o coração vingado.

E vamos às Eliminatórias, driblar as Américas, eliminar a eliminação.

Verdamarelo e Amistoso abraço!

Sosígenes Bittencourt

Fragmentos

Os norte-americanos estão querendo saber quantos hectares tem a Amazônia. Devem estar querendo se apossar de algum terreno aqui no Brasil.

Tudo que o norte-americano considera Patrimônio da Humanidade manifesta interesse em proteger. Por que não considera as crianças africanas um Patrimônio da Humanidade?

Sosígenes Bittencourt

SEGUNDO DIA DOS PAIS SEM MEU PAI

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A morte do meu pai foi cercada de jovens chorando. Um pranto que demonstrava o liame sentimental que estabeleceu com seus sobrinhos, netos e bisnetos. Foi a revelação do quanto pode eternizar a memória sentimental dos amparados. Foi isto que foi, o amor doação, a vida, o sacrifício doado à busca de proteção que o amor tanto procura.

O luto ensina mais do que as festas. O luto desperta os sentimentos mais nobres da alma: a compaixão, o perdão, a solidariedade. As festas JUNTAM, mas o luto UNE. As festas promovem ALEGRIA, mas o luto desperta a AJUDA, num entrelaçamento entre dar e receber, que funda a humildade, uma virtude que ensina e engrandece o homem.

Do físico e filósofo francês Blaise Pascal, vem a síntese do sentimentalismo que desanimou e levou a vida do meu pai: A maior carência do homem é poder fazer tão pouco por aqueles que ama.

Simônides queria dar mais. Contudo, sua riqueza era dentro do coração, não no mundo. A riqueza invisível e interior do meu pai o identificava, resumida na sentença latina HOMO DOCTUS IN SE DIVITIAS SEMPER HABET (O homem instruído carrega sempre a riqueza dentro de si).

Tomara que, por influência, seja eu possuidor de alguma riqueza interior que me permita sobreviver aos desafios da existência.

Agora, meu pai, és detentor de um segredo só a ti revelado. Tu eras como nós somos, e nós seremos como tu és.

Sosígenes Bittencourt

RAFAELA DE DEUS E TAPA NO PRECONCEITO

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Rafaela Silva queria conquistar uma medalha para servir de exemplo àqueles que não acreditam no triunfo dos pobres. Lá em Samuel 16.7, a Bíblia diz: O Senhor não vê como o homem, o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração.

Rafaela tinha no coração a vontade de exemplificar e buscou na coragem a virtude para concretizar o seu desejo. E tudo acabou por conspirar em prol do seu triunfo. Favelada da Cidade de Deus, Rafaela ascendeu ao podium da glória. E como se não bastasse, largou o punho, com toda força, no focinho do preconceito.

No píncaro olímpico, Rafaela não era a favelada discriminada da Cidade de Deus, era Rafaela dos homens, deusa de força, mimo da humanidade, Rafaela de Deus.

Glorioso abraço!

Sosígenes Bittencourt