Momento Cultural: Anoiteceres – (crônica) – Por Sosigenes Bittencourt

Anoitece em Vitória. Anoiteço em Vitória. Sou figura noturnal, viajante do ocaso, sonhador como o crepúsculo vespertino, morto de saudade como o final. De olhos vendados, conheço o cheiro dos bairros, dos becos, do meio do mato de minha cidade natal. O cheiro de fumaça, de migau, de chuva. Sou todo olfato e lembrança. Conheço os trejeitos do meu lugar, os cabelos perfumados, os enxerimentos, o flerte e o gozo. Minha cidade é todinha uma mulher. Chamar-se-ia Vitória das Marias, Maria das Vitórias, tal como é.

Anoitece em Vitória. Anoiteço em Vitória. Saio para passear, impregnado dos prazeres noturnos, das eras do meu tempo, que me viciam e me saciam. Minha cidade muda todo dia, mas não muda o meu sentimento, o fascínio elaborado pela memória, como quem ama o que odeia e odeia o que ama, num jogo de perde e ganha.

Anoitece em Vitória. Sobretudo, anoiteço em Vitória. Enlouqueço em Vitória. Porque ninguém entende o que em nós nem conseguimos explicar. Vitória, meu berço e minha tumba. Minha alma noctívaga vai enredando sua história. O acaso me espreita, a surpresa me seduz, sua bruma, sua luz. Alucinações e desejos, rimas em ‘ina’, adrenalina, serotonina, dopamina. Ah! Vitória, dos meus idos e vindas de menino, minha menina!

Sosigenes Bittencourt

O CATADOR DE LIXO

Na frente de minha casa, um catador de lixo, degradado, cata comida entre sacos de plástico biodegradável.

Porém, nada ensaca sem cheirar, amolegar ou chupar o dedo. Muito cuidadoso, vai separando o que julga comestível entre os detritos orgânicos em putrefação.

Olha para um lado, para o outro, como se temesse ser expulso de sua refeição por algum burguês metido a brabo.

De repente, todo espantado, é convidado por uma vizinha ao lado, que, generosamente, oferece-lhe pão limpinho em saquinhodegradável. Ele sorri, atravessa a rua e o recebe. Mas, devido à situação, retorna à degradante catação.

Depois, se cata e some em meio à poluição.

Degradado abraço!

Sosígenes Bittencourt

Mais uma comunidade beneficiada.

Essa comunidade – GALILÉIA –  situada na zona rural de Vitória de Santo Antão, foi beneficiada por uma obra de passagem molhada, a partir de uma parceria. Possibilitando os integrantes a escoarem a sua produção agrícola e facilitando o trafego de veículos sem maiores problemas, pois antes a situação do local não era favorável.

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Lourinaldo Júnior

Momento Cultural: Perto do mar, anoitecia… por Célio Meira.

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Perto do mar, anoitecia…

Corria o mês de novembro,

– Era Dia da Bandeira,

fomos ver a lua cheia,

ao lado da ribanceira.

Depois, descemos. Na praia,

ficamos a reparar:

– Havia esteira de prata,

nas águas mansas do mar.

Ali, olhando o mar, a lua,

recebemos a lição:

– Jesus Cristo está presente,

na glória da criação.

(migalhas de poesia – Célio Meira – pág. 25).

O Tempo Voa: Manoel de Holanda

O TEMPO VOA-jja

Embora sisudo e um tanto protocolar nos eventos públicos, Manoel de Holanda tinha seus momentos de espontânea descontração. Um deles foi registrado após ato público prestigiado por amigos: José AragãoGamaliel da Costa GomesLuizinho de “Queimadas”Severino “Expedicionário”, entre outros. (Foto: O SOBRADO DE SEU MIRO e outras crônicas – Manoel de Holanda Cavalcanti – pág 105)

Vanildo de Pombos

A inesquecível interpretação e a saudade da voz marcante de VANILDO DE POMBOS, cantando a música Vaquejada da Vitória, composta por Samuka VoiceBenedito de Cachoeirinha e Aldenisio Tavares.

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Aldenisio Tavares