O Recife tem a sua Casa Branca! – por @historia_em_retalhos.

Você sabia❓

Pois é!

O Recife tem a sua Casa Branca!

Em 1906, o Colégio Americano Batista foi fundado pelo missionário norte-americano W.H. Canadá.

A escola foi iniciada numa pequena casa vizinha à primeira Igreja Batista de Pernambuco, com apenas treze alunos.

Passados alguns anos, o então diretor da instituição, o missionário H.H. Muirhead, comprou uma chácara localizada no lugar que hoje conhecemos como Parque Amorim, onde foi instalado o colégio.

Depois do terreno, veio a construção de seu primeiro edifício e, aí, pasmem, a ideia original era exatamente essa: reproduzir a fachada da famosa Casa Branca, sede da presidência dos Estados Unidos da América! 😄

Dois dos alunos mais notáveis que estudaram na instituição centenária foram Ariano Suassuna e Gilberto Freyre.

Sabias dessa?

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Major Eudes – o eterno instrutor do nosso Tiro de Guerra!

Na tarde de ontem (02), através das redes sociais, chegou-me a  notícia do trágico falecimento do eterno instrutor do nosso Tiro de Guerra,  Major Eudes. Por ocasião de um principio de incêndio num terreno próximo a sua residência, em que ele procurou resolver, segundo informações, o mesmo  acabou caindo em um buraco e faleceu no local. Ele estava com 82 anos e gozava de boa saúde.

Nascido em 06 de janeiro de 1941, no Sítio Soares, localizado na cidade de Sertânia, o mesmo, desde criança, sonhava com a carreira militar. Antes de ingressar no Exército Brasileiro, através do 14RI (Regimento de Infantaria), em 20 de janeiro de 1960, aos 12 anos de idade trabalhou numa fábrica de doce na cidade de Afogados da Ingazeira e depois  como contínuo na SAMBRA, em Recife.

Vocacionado à vida militar, o então Sargento Eudes chegou à Vitória de Santo Antão para comandar o nosso Tiro de Guerra com apenas 28 anos, em 1969. Vibrador, entusiasmado e muito trabalhador se destacou na cidade pela sua fidelidade aos princípios norteadores das Forças Amadas. Também exerceu atividade laboral como professor.

Em 1976, por indicação do então vereador Jota Marinho,  foi condecorado com o título de “Cidadão Vitoriense”. Em entrevista ao Blog do Pilako, com entusiasmo e visivelmente emocionado, expressou duas marcas impressionantes: em Vitória, orientou para a vida cidadã 1520 atiradores e também foi o instrutor de tiro de guerra em todo Brasil que mais tempo comandou a mesma unidade de forma contínua.

Na qualidade de ex-atirador do nosso Tiro de Guerra, tive o privilégio de ser um dos 1.520 jovens que recebeu suas importantes orientações. O Major Eudes, como cidadão e militar,  deixar um legado à sociedade antonense que já mais será esquecido. Seu trabalho transformou vidas e abriu inúmeras  “janelas” de oportunidades para um conjunto expressivo de jovens de todas as classes sociais e econômicas.

O Major Eudes é, e sempre será, o ETERNO COMANDANTE DO NOSSO TIRO DE GUERRA!

 

 

 

 

Chico Sciense – por @historia_em_retalhos.

Em 02 de fevereiro de 1997, um trágico acidente resultou na morte precoce de Francisco de Assis França, o Chico Sciense, figura que revolucionou a cena cultural brasileira na década de 90, sendo o líder e principal precursor do movimento Manguebeat.

Naquele dia, Chico estava dirigindo sozinho pela rodovia PE-01, sentido Recife/Olinda, com o Fiat Uno Mille de sua irmã Goretti.

Ele e o músico Antônio Nóbrega iriam apresentar-se juntos, a partir das 20h, na praia de Boa Viagem.

Por volta das 18h:30min, o seu carro foi fechado por um outro veículo.

Ao tentar desviar, o Fiat Uno derrapou e chocou-se com um poste bem à frente.

Socorrido por um policial militar, o músico deu entrada no Hospital da Restauração, às 20h, mas já chegou sem vida.

As causas da morte foram fraturas múltiplas na face, traumatismo craniano e afundamento do tórax.

Pelo menos 10 mil pessoas passaram pelo velório de Chico Science para despedir-se do artista.

Após a perícia, ficou constatado que o acidente só foi fatal devido a um problema de fabricação do Fiat Uno, visto que o automóvel tinha um defeito na fivela do cinto de segurança, o que fez o cantor ser arremessado para o outro lado do veículo.

Dez anos depois, a família de Chico Science recebeu cerca de 10 milhões de reais de indenização, sendo o cálculo feito com base no patrimônio que o artista teria acumulado com a carreira até os 65 anos.

Uma coisa, porém, é certa: nada paga o vazio deixado pelo mangueboy revolucionário, o “cientista dos ritmos”.

Chico Science vive!

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Estádio Ademir Cunha – por @historia_em_retalhos.

Registro raro do dia em que Mané Garrincha veio a Paulista/PE plantar a primeira muda de grama do estádio Ademir Cunha.

O fato aconteceu no dia 23 de julho de 1981.

O estádio, inaugurado no ano seguinte, recebeu o nome de Ademir Cunha, prefeito de Paulista, idealizador e principal articulador da obra.

A passagem de Mané pela cidade foi breve, mas deixou saudades, principalmente, nas crianças.

À época, vivenciando um certo ostracismo, disse o anjo das pernas tortas:

“Faz tempo que eu não me sentia tão importante num campo de futebol!”

Garrincha é considerado, por muitos, o mais célebre ponta-direita e o melhor driblador da história do futebol.

Agradeço ao amigo @_almircunha, filho de Ademir Cunha, pela cessão generosa destas fotografias (inéditas), que adornaram os nossos retalho e story de hoje.
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Heloisa Buarque de Hollanda – por Marcus Prado.

Heloisa Buarque de Hollanda, Helô, como ela gosta de ser chamada, a bela e celebrada musa da Geração 80, a geração de escritores, intelectuais, poetas e artistas, que nos legou a Constituição de 1988, que assegurou a igualdade de gênero no Brasil, é candidatíssima à vaga deixada na Academia Brasileira de Letras pela saudosa escritora Nélida Piñon. Prevejo que terá uma consagradora votação e se tornará, também, por seus dotes de beleza não só intelectuais, a musa da Casa de Machado de Assis.  (Machado teve a sua musa, a cantora lírica Augusta Candiani, inspiradora de muitos dos seus escritos).

Aos 83 anos, Helô não para de trabalhar. Continua imprimindo importantes marcas na cultura brasileira. É professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde coordena o Programa Avançado de Cultura Contemporânea; pesquisadora, professora de Teoria Crítica da Cultura, crítica literária, conferencista internacional, possui doutorado em Sociologia da Cultura pela Columbia University/EUA, coordena ainda o projeto Universidade das Quebradas e o Fórum Mulher e Universidade. É vista como uma das pioneiras no estudo de teorias feministas no Brasil, tornando-se organizadora de quatro volumes da coleção Pensamento Feminista Hoje, que fortaleceu a rede de valorização do protagonismo feminino. Suas pesquisas privilegiam a relação entre cultura e desenvolvimento, com ênfase nas áreas de poesia, relações de gênero e étnicas, culturas marginalizadas e cultura digital. Tem-se dedicado especialmente ao impacto das tecnologias digitais e da internet na produção e no consumo culturais. É autora de muitos livros, entre eles, Macunaíma, da literatura ao cinema; 26 Poetas Hoje; Impressões de Viagem; Cultura e Participação nos anos 60; Pós-Modernismo e Política; O Feminismo como Crítica da Cultura; Guia Poético do Rio de Janeiro; Antologia Digital e Escolhas, uma autobiografia intelectual.

A primeira vez que nos encontramos, não seria a única, Heloisa Buarque de Hollanda e eu para uma conversa mais demorada, foi na casa dela, numa noite fria de junho, há exatos 15 anos, no bairro carioca do Cosme Velho a poucos metros da casa onde Machado de Assis viveu parte de sua vida. Comigo estavam as escritoras Rachel de Queiroz, imortal da ABL e Luzilá Gonçalves Ferreira, para um encontro marcado, não apenas para jantar. Houve trocas de lembranças: Do Quixadá, território amoroso de Rachel, o Açude do Cedro, a Pedra da Galinha Choca, o Santuário de Nossa Senhora Imaculada, o Morro do Urucu, a Pedra do Cruzeiro, a Serra do Estevão, a Trilha da Barriguda.

Da nossa parte, houve lembranças do Galo da Madrugada, da Pitombeira dos Quatro Cantos, do Maracatu de Dana Santa, do Espetáculo da Paixão de Cristo, em Nova Jerusalém, do Carnaval de Olinda, das Igrejas barrocas do Recife e Olinda, da tradicional gastronomia pernambucana.

Mas, o foco principal da conversa teria como motivação o projeto, pioneiro e arrojado, dos Falares Regionais, as diversidades e influências da língua falada, do plurilinguismo e dos falares típicos de cada região do Brasil, com as suas palavras especiais e os seus muitos tipos de variações linguísticas.

Na verdade, Helô é “doida” por poesia, já publicou antologias de mulheres poetas. Ela disse em entrevista recente que sempre pensa na poesia como um farol que ilumina o que vem por aí. Para ela, “a poesia é prima-irmã da filosofia e tem a potência da palavra condensada”. Entrando na Academia Brasileira de Letras, nessa Casa povoada de História e de histórias, já se sabe das maravilhas.  Não será apenas uma musa.

Marcus Prado – jornalista 

Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira – por @historia_em_retalhos.

Era dia de carnaval.

O verso de Paulinho da Viola poderia nos sugerir um enredo com um final feliz, mas não foi o que aconteceu no carnaval do dia 23.02.1974, no Rio de Janeiro.

O jovem acadêmico de Direito Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira partiu do Recife, sua terra natal, para o RJ, e, depois, para SP, quando foi aprovado em um concurso público.

Desde a adolescência, militava contra a ditadura militar brasileira, chegando a participar do grupo Ação Popular (AP).

Nunca houve, todavia, registro de que tenha integrado a luta armada.

Em 1974, aos 26 anos, foi passar o carnaval no Rio de Janeiro.

No dia 23.02, decidiu ir visitar amigos que faziam parte da resistência política, os quais eram obrigados a viver na clandestinidade.

Dentre estes, estava o amigo de infância Eduardo Collier.

Ao sair, Fernando avisara que, se não retornasse, até às 18h, os familiares poderiam suspeitar de sua prisão.

E o pressentimento confirmou-se.

Fernando e Eduardo simplesmente desapareceram e, até hoje, não se sabe ao certo o que aconteceu naquele dia.

Há, pelo menos, duas hipóteses.

A primeira é a de que os dois jovens foram levados para o DOI-Codi, em SP, e, depois de mortos, sepultados como indigentes no Cemitério Dom Bosco, em Perus.

Outra possibilidade é a de que Fernando e Eduardo foram conduzidos para a Casa da Morte, em Petrópolis (RJ), e os seus corpos encaminhados para incineração na Usina Cambahyba, em Campos dos Goytacazes/RJ.

Esta última vertente é embasada no depoimento do ex-delegado do DOPS, Cláudio Guerra, prestado à Comissão Nacional da Verdade, em 21.01.2013.

A mãe de Fernando, dona Elzita, morreu, aos 105 anos, sempre em busca de notícias do filho, tornando-se um símbolo desta luta.

Costumo dizer que dona Elzita está para o Brasil, assim como as Mães da Praça de Maio estão para a Argentina.

Fernando deixou o seu filho Felipe (foto), ex-presidente da OAB, com menos de dois anos de idade.

O DA de Direito da UNICAP e o Teatro Municipal de Olinda receberam o seu nome.

Ontem, hoje e amanhã, a mais reprovável das violências será sempre aquela praticada pelo próprio Estado.

#ditaduranuncamais
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O inesperado apoio de Alceu Valença a Joaquim Francisco – por @historia_em_retalhos.

O inesperado apoio de Alceu Valença a Joaquim Francisco na eleição para governador de 1990.

O ano era 1990.

Um ano antes, caía o Muro de Berlim e o Brasil elegia Fernando Collor, pelo voto direto, após 21 anos de ditadura.

O rescaldo do período ditatorial ainda reverberava de uma maneira muito forte na sociedade brasileira, gerando um clima intenso de polarização.

Como em um pastoril, cada um escolhia o seu cordão.

Ou você rechaçava as forças políticas que deram apoio à ditadura, ou você estava com elas.

Joaquim Francisco, então prefeito do Recife, almejava o Campo das Princesas e era o candidato do PFL, o partido que havia surgido de uma dissidência do PDS, o sucessor da ARENA, agremiação que dera sustentação ao regime militar.

Além disso, havia sido prefeito biônico da capital, entre 1983 e 1986, o que não era bem visto pelas novas forças políticas pós redemocratização.

Do outro lado, estava Jarbas Vasconcelos, candidato do partido que fazia oposição à ditadura, o PMDB, e crítico declarado do regime militar.

Inexplicavelmente, um grupo de artistas, com Alceu Valença à frente, que incluía, entre outros, o compositor Carlos Fernando, manifestou o seu apoio ao candidato do PFL, contrariando, digamos assim, a histórica relação de ligação política existente entre a classe artística e a esquerda.

A cor da campanha de Joaquim Francisco era o amarelo, que acabou se tornando um verbo.

Alceu Valença “amarelou”, dizia-se na época.

A casa do cantor foi pichada e, de fato, Alceu foi muito pressionado, diante de um ato considerado, até então, injustificável.

Joaquim acabou sagrando-se vencedor daquele pleito, valendo-se, dentre outras razões, do distanciamento entre Jarbas e Arraes, o qual saiu do PMDB e foi candidato a deputado federal pelo PSB.

33 anos depois, até hoje, não se sabem, ao certo, as razões que levaram àquele apoio de Alceu a Joaquim.

Porém, é importante o registro: em uma democracia, o cidadão é livre para escolher os seus candidatos.

Como cidadão livre que era, o nosso Maluco Beleza tinha o direito de apoiar quem ele quisesse, a despeito da aparente incoerência que a atitude demonstrou.
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Ensaio de rua do Clube Urso Branco.

Na noite do sábado (28), após concentração na sua sede, localizada no bairro da Mangueira, a Agremiação Carnavalesca Urso Branco “ganhou” as  ruas centrais da cidade para mostrar aos foliões que já está com tudo pronto para o carnaval 2023.

Por ocasião da passagem pelo “Largo da Estação”, nossas lentes registraram toda vibração e a boa música pernambucana, executada pela Orquestra Ciclone. Veja o vídeo.

O tempo é das prévias carnavalescas……

Na noite da sexta (27), a partir da Praça Diogo de Braga, local escolhido para concentração, as agremiações carnavalescas “O Pereirinha”, “Os Depravados”, ” O Mijo Dela” e o “100 Noção”, em conjunto,  promoveram sua pérvia  carnavalesca.

Em desfile pelo Pátio da Matriz, nossas lentes registraram toda animação e entusiasmos dos foliões, na sua expressiva maioria formados por grupo de jovens. Veja o vídeo.

José Múcio e a eleição de 1986 – por @historia_em_retalhos.

A eleição de 1986 para o governo de Pernambuco foi marcada pela previsibilidade, com a vitória tranquila de Miguel Arraes sobre José Múcio Monteiro.

Mesmo assim, à época, com apenas 38 anos, Múcio foi tido como um “derrotado vitorioso”, porque viria a ser, depois, 5 vezes deputado federal, ministro das relações institucionais e presidente do Tribunal de Contas da União.

O PFL, sucessor da Arena e do PDS, tinha três nomes para o pleito: o primeiro era Gustavo Krause, que, sabendo da dificuldade da eleição, não quis entrar na disputa.

O segundo, Joaquim Francisco, que havia sido prefeito do Recife e voltaria a ser, dois anos depois, em 1988.

Porém, o partido preferiu lançar o jovem José Múcio, que havia sido vice-prefeito e prefeito de Rio Formoso.

Então governador de Pernambuco, Roberto Magalhães renunciou ao mandato para disputar o Senado e tinha amplo favoritismo naquela disputa.

Roberto desejava ser senador constituinte.

A chapa do PFL tinha, além de José Múcio, Roberto Magalhães e Margarida Cantarelli, que tentavam o Senado.

O inusitado, todavia, aconteceu.

Roberto dormiu senador e acordou sem mandato, pois Arraes deu aos seus dois candidatos ao Senado, Mansueto de Lavor e Antônio Farias, 1.280.388 e 1.204.869 votos, respectivamente.

Franco favorito, então, com 70 anos de idade, Arraes era tido como o novo, o candidato dos jovens e da esquerda, enquanto Múcio era o candidato dos mais velhos e conservadores.

Esse paradoxo demonstrava o quanto Miguel Arraes era uma figura icônica em Pernambuco.

A campanha não teve muitas surpresas, com Arraes confirmando o seu favoritismo.

Muitos acreditavam, porém, que José Múcio poderia vir a ser governador de Pernambuco no futuro.

Essa possibilidade nunca aconteceu.
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