Circunstância muito decisiva, que nem sempre é explicitada com a importância histórica que deveria, foi o apoio dos EUA ao Golpe Militar de 1964.
Poucos sabem, mas foi montada uma operação militar por parte dos EUA com esse objetivo, a chamada operação “Brother Sam”.
A operação Brother Sam consistiu em um movimento da Marinha norte-americana em auxílio aos militares que depuseram o governo de João Goulart, no dia 31 de março de 1964.
Quando as tropas lideradas pelo general Olímpio Mourão deslocaram-se de MG para o RJ, na madrugada do dia 31, havia o receio, por parte dos EUA, de que o golpe falhasse ou de que as forças que apoiavam Goulart, inclusive militares, ensaiassem algum tipo de resistência.
Em março de 1964, o então secretário para Negócios Interamericanos dos EUA, Thomas Mann, declarou que “os Estados Unidos não mais procurariam punir as juntas militares por derrubarem regimes democráticos”.
Era a carta branca para o golpe.
A operação consistiu no deslocamento da frota da Marinha norte-americana estacionada na região do Caribe para o litoral brasileiro, sendo solicitada pelo embaixador dos EUA no Brasil, Lincoln Gordon (na foto, entre Castelo Branco e Costa e Silva).
Os americanos autorizaram o envio de cem toneladas de armas leves e munições.
Além disso, o apoio logístico também contou com aviões de caça, porta-aviões, navio de transporte de helicópteros, com 50 unidades a bordo, petroleiros, tripulação e armamento completo, entre vários outros suportes.
Ao fim e ao cabo, nem tudo chegou a ser enviado e o que foi não chegou a ser utilizado.
Para evitar um derramamento de sangue, com a deflagração de uma guerra civil, Jango optou por não resistir, exilando-se no Uruguai.
Em um outro retalho, explicarei o que foi uma segunda operação de repressão política e terror de Estado apoiada pelos EUA no Brasil: a “Operação Condor”.
Valeu, gente!
Um grande abraço a todos!
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