HOMENAGEM NA PIZZA GRILL – por Sosígenes Bittencourt.


Dentre mimos e afagos em homenagem ao Dia dos Professores, saborear um peixe grelhado, com montículo de arroz e purê emperiquitado, nada mais do agrado. A invenção do presente respalda-se na amizade entre Val, da Pizza Grill, e o agraciado. Garçonete montando guarda, à disposição, música de época e ar-condicionado.

Palmas e muito obrigado!

Sosígenes Bittencourt

DEPRESSÃO PASSA – por Sosígenes Bittencourt.

Assim como alegria passa, tristeza também. A depressão é uma tristeza que dura. Dizer, com convicção e firmeza, que depressa passa é o primeiro remédio que deve ser oferecido ao deprimido, aquele que está acometido de profunda e duradoura tristeza. Antes mesmo da consulta médica, antes do primeiro medicamento prescrito pelo médico.
Há trevas que requerem luz interior. O que diz, Lucas 11:34? Os olhos são a candeia do corpo. Quando os seus olhos forem bons, igualmente todo o seu corpo estará cheio de luz.
É preciso auscultar a tristeza, ouvi-la dentro de si, para fazer boa leitura da realidade. Às vezes, um mal que se percebe, pode ser o início de um bem a ser percebido.
Pense nisso e confiante abraço!
Sosígenes Bittencourt

ELEIÇÃO DE MAYCO EM SOLIDÃO – por Sosígenes Bittencourt.

Em Solidão, no Sertão Pernambucano, o único e solitário candidato a prefeito foi, obviamente, eleito. Contudo, Mayco da Farmácia não esteve tão solitário, posto que contou com o apoio do então prefeito Djalma da Padaria e de Antônio do Bujão, cheio de gás e oração. Portanto, o escolhido, filho de Afogados da Ingazeira, Mayco da Farmácia, ganhar eleição, livre de toda conturbação e tédio, era um caso sem remédio.

Sosígenes Bittencourt

 

A MENTE E O CORAÇÃO – por Sosígenes Bittencourt

Se você sentir uma pontada no coração, preste atenção. Ele deve estar desapontado com o que você está pensando.

Pensar é muito rápido, por isso você deve parar para pensar no que está pensando.

O coração não ama, ele é o termômetro do amor. A mente é que ama. Ódio e inveja são lixos mentais, seja gari de suas emoções, higienizando sua mente.

Pense nisso e vá ser feliz. Infeliz do homem que trabalha, durante a semana, para ser feliz no domingo. Felicidade não tem hora marcada. Felicidade é agora.

Sosígenes Bittencourt

PENSANDO NA VIDA – por Sosígenes Bittencourt.

Dinheiro muito, eu tenho pouco, mas dinheiro pouco, eu tenho demais. Eu nunca me casei na minha vida. Namorei tanto que caiu meu cabelo todinho e não tive coragem de me casar. Sou um covarde matrimonial.
Não me caso com mulher sem vergonha para não me aperrear, não me caso com mulher decente para não aperreá-la. Também não me casei ainda por causa das outras. Quer dizer, caso com uma? E as outras?
Quanto à saúde, a culpa é do tempo, não tem organismo que aguente. Há duas coisas incompreensíveis na vida: nascer sem pedir e morrer sem querer. Contudo, bulhufas para a morte. Eu não posso passar a vida inteira me preocupando com aquilo que só irá acontecer uma vez na vida. Afinal, não tem mais jeito, o jeito que tem é viver.
(22 de Maio de 2006)
Sosígenes Bittencourt

EU TIVE UMA NAMORADA EM CARUARU – por Sosígenes Bittencourt.

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e barba
Isso foi na década de 70. Eu era adolescente e achei de me engraçar de uma menina lá em Caruaru. Todo domingo, eu ia passear na pátria de Vitalino. Pulava da cama cedo, me enfatiotava todinho e ia pra BR, pegar ônibus. Os ônibus apostavam carreira. Tinha da São Geraldo, Progresso – parece que da Jotude – e Caruaruense.
Eu viajava com a cabeça na janela para ver a paisagem. A ventania ficava fazendo uma zoadinha no ouvido. Seguia pensando na vida, imaginando o futuro, no horário da esperança. Não sei por que, mas associo a aurora ao porvir. Já minha avó Celina dizia que a noite era a hora da saudade. Sei lá…
A princípio, eu ia assistir a filmes no Cine Santa Rosa e Irmãos Maciel. O Cine Santa Rosa ficava na pracinha, como quem ia para o Bairro do Salgado. Um dia, passou Dr. Jivago, com Omar Sharif e Julie Christie, um filme americano de 1965. O pessoal do meu tempo deve se lembrar. Eu comprava uma carteira de Continental, sentava na avenida e pedia uma cerveja Antártica Paulista. Pedia Brahma Chopp também. Parecia um hominho.
Foi quando, passeando pela Feira de Caruaru, conheci uma vendedora de sandálias, alpercatas, um bocado de coisa de couro. Olhos pretos em moldura amendoada, pele morena afogueada, feito um cavalo alazão. Era todinha um chocolate. Nem parecia gente, parecia uma figura de livro, de romance, de literatura. Ou qualquer coisa que só aparece em sonho. Os cabelos batiam na cintura, e a boca tinha um eterno frescor de chiclete Ping-Pong. Eu ficava o dia todo peruando pra namorar com ela. Um dia, a gente namorou numa esquina lá na Caruá. E eu terminei dormindo na Princesa do Agreste, inalando aquele cheirinho de travesseiro de marcela que tem pr’aquelas bandas. Chega dava sono. A morena era boazinha que era danada, toda silenciosa, andava devagar e ria baixinho. Os olhos é que eram tagarelas. Dava vontade de comer um pedaço, embora, naquele tempo, a gente namorasse de roupa, era proibido namorar nu. Eu ficava tão contente que botava pra contar história. Dava um pigarro e enfeitava a conversa. Meus colegas diziam que eu estava mentindo. Minha mãe também pensava que eu mentia. Um dia, descobriu que era poesia.
Adolescente abraço!
Sosígenes Bittencourt

Na ARENA JB – por Sosígenes Bittencourt.

O homem é escravo do bom tratamento. Houvesse senzala, teria adormecido por lá.
Não foi o preço da despesa, foi o valor do tratamento, da homenagem improvisada, depois que cochicharam minha chegada.

Até a natureza foi cúmplice do luxo e beleza, inspirando com seu ar refrigerado, pra sugerir mais riqueza.

Belas e educadíssimas meninas, treinadas para despertar o apetite do cliente mais exigente.

Cupim Prensado, com Arroz ao Queijo, Batata Frita, Farofa e Caldo de Camarão, Bhrama Chopp ao alcance da mão.

O maitre, fruto de Pirituba, terminou por me oferecer espumejante coquetel de kiwi, confeccionado na gastronomia da casa.

Conjunto de Forró, executando cardápio musical, tipo pé de serra, xote, xaxado, e eu, chegado a xenhenhém.

Depois de recitar o meu nome, a cantora – canora que nem um passarinho – fugiu do palco e veio pousar a minha mesa, ruflando carinho.

Palmas e muito obrigado!

Sosígenes Bittencourt

DATENA x PLABLO MARÇAL ou BAIXARIA ELEITORAL – por Sosígenes Bittencourt.

Pablo Marçal desce de sua glória financeira e espiritual, ao insultar a exagerada vaidade das vaidades de José Luiz Datena, e levar cadeirada no cangaço.
Coisa da prática política nacional, baixaria eleitoreira eleitoral.
Datena é um pavão, metido a brabo, não iria admitir ser esculhambado. Pablo Marçal é um inteligente imprudente, diz que aqueles que não saíram da linha de pobreza são vagabundos, prejudiciais à sociedade, e quer se eleger prefeito de São Paulo.
Acusado de enxerimento a funcionária da Bandeirantes, Datena, pouco antenado, deu bandeira ao Diabo. Esqueceu que, no Brasil, apesar da sacanagem generalizada, até lisonja, na hora errada, vira desonra, tudo redunda em estupro.
Enfim, se quiserem permanecer fuçando o poder, terão de subir ao pódio da disputa, para se perdoarem, e todo mundo ver.
Avacalhado abraço!
Sosígenes Bittencourt

ENGAIOLADOS POR DROGAR MACACOS – por Sosígenes Bittencourt.

Macacos me mordam se alguém já viu macaco triste. O homem manga do macaco, o macaco não manga do homem. Uma vez macaco, jamais homem, o homem é que virá lobisomem.

Contam que Charles Darwin não dizia que o homem veio do macaco, mas do mesmo animal que gerou a ambos. Portanto, não é o macaco que tem que pagar pelos distúrbios psicossomáticos dos humanos. Daí, a prisão dos enxeridos, que drogaram os animais, a despeito de acalmá-los, para negociá-los.

Macacos são animais dóceis e contentes, que despertam curiosidade e alegria aos humanos, não são perversos como os desumanos.

Sosígenes Bittencourt

MIMOSA PUDICA – por Sosígenes Bittencourt.


Há mulheres que podem ser comparadas a determinadas flores.
Aliás, toda mulher tem algo de flor, algo de espinho.

Por exemplo, quem não conhece uma mulher ultrassensível ou de sensibilidade muito aflorada? Daquelas que se perfumam, querendo ser uma flor, muito frescas e agradáveis, mas precisam ser mimadas.

Embora brotem em qualquer terreno amorosamente cultivado, ficam amuadas com facilidade. Sendo toda “não me toque”, recolhem-se aos aposentos, afundando-se no travesseiro, seu fiel conselheiro.

Pois bem, por causa de um sonho, nada melhor do que ofertar a mulher tão sensível esta bela Dormideira.

Sosígenes Bittencourt

7 DE SETEMBRO – por Sosígenes Bittencourt.

7 DE SETEMBRO
(Bacharel Mário Bezerra da Silva)
Isso foi no tempo de Coca-Cola à base de noz de cola, acondicionada em garrafa de vidro. Hoje, toma-se xarope gaseificado em ampola de alumínio.
Uma noite, eu presenciei a banda do Colégio 3 de Agosto executar a Marcha para a Cavalaria Ligeira, de Franz von Suppé, em frente à Igreja do Rosário dos Pretos. Um espetáculo!
Mário Bezerra me deu uma aula, no primeiro andar, sobre Análise Sintática, que nunca mais esqueci a diferença entre Sujeito e Predicado.
Reminiscente e patriótico abraço!
Sosígenes Bittencourt

MINHA PRIMA SEMÍRAMIS – por Sosígenes Bittencourt.

Esta é minha prima Semíramis por volta dos 10 anos de idade. Era o tempo em fase de lapidação, o tempo artesão. A mim, não me parecia uma beleza brasileira; antes, uma escandinava, uma beleza setentrional, nórdica, talvez.

O meu tio Sócrates, familiarmente conhecido como Tuxa, tinha crises, justificadas, de ciúme. Daqui, pareço vislumbrar o seu sorriso de afirmação no limbo do horizonte eterno.

A beleza não é uma invenção humana, a beleza existe.

Sosígenes Bittencourt

SOLICITANDO GALINHA À CABIDELA – por Sosígenes Bittencourt.

Hoje, eu devo facilitar nossas vidas e estreitar nossos laços de amizade.
Quero experimentar a sua Galinha à Cabidela.
Sei que, de tão saborosa, ao término da ingestão, irei responder à indagação: – O senhor está satisfeito, ou ainda quer mais um pouquinho?
E eu, meio tímido e invocado: – É, madame, aceito. Ainda cabe dela – imitando o magistrado e cronista vitoriense, Dr. Aloísio de Melo Xavier.
Mande uma de 13 reais e umas ondas de macarrão com uma ilhota de purê sobrenadando. Quero navegar na gostosura do seu quitute.

Sosígenes Bittencourt

FALECIMENTO DE DONA INÊS BANDEIRA – por Sosígenes Bittencourt.


Professora Inês era amiga, das antigas, de minha geratriz, professora Damariz.

Assim como o seu filho, Dryton Bandeira, é meu amigo desde nossa mocidade.
Eis os motivos de minha manifestação pública de condolências pelo passamento de sua genitora.

A perda da mãe é uma dor insolidarizável, resumiu o escritor Carlos Heitor Cony. Não há multidão que nos console.

A vida é feita de tempo e daquilo que fazemos com o tempo que temos. Ademais, morreremos. Contudo, uma vez vivos no mundo, não tem mais jeito, o jeito que tem é viver.

Agora, Dona Inês, és detentora de um segredo só a ti revelado. Um dia, fostes como nós somos; um dia, seremos como tu és.
Até breve! Requiescat in pace!

Sosígenes Bittencourt

DOS CASAMENTOS HUMANO E DIVINO – por Sosígenes Bittencourt.

O Casamento cartorário é humano, o Casamento de amor recíproco é de Deus. É referente ao homem identificar o divino. Se você não consegue identificar o amor divino, cultive-o, arrimado à instrução do vate mineiro Carlos Drummond de Andrade: Amar se aprende amando. O amor não é um friozinho na barriga, uma flechada de Cupido, é reciprocidade, cotidiano. Outrossim, procure saber por que você não está sendo amado, consernente ao quanto não está amando.

Sosígenes Bittencourt

BEL. MÁRIO BEZERRA DA SILVA – por Sosígenes Bittencourt.

Isso foi no tempo de Coca-Cola à base de noz de cola, acondicionada em garrafa de vidro. Hoje, toma-se xarope gaseificado em ampola de alumínio. Mário Bezerra da Silva me deu uma aula, no primeiro andar, sobre Análise Sintática, que nunca mais esqueci a diferença entre Sujeito e Predicado. Não imito direitinho, com o livro de Português, de José Brasileiro Vilanova, nas mãos, em respeito à alma do insigne diretor.
Vi, muitas vezes, o povo sair da calçada para o bel. Mário Bezerra desfilar de queixo erguido, meio de bandinha, com os sapatos rigorosamente engraxados. O paletó conhecia o caminho, da Rua Horácio de Barros à Praça 3 de Agosto.
Mário era perfeccionista, gostava dos pontos nos “ii”, por isso, chegado a uns histerismos quando desobedeciam suas ordens. Contam que Mário só tinha um pulmão, mas quando dava um grito, as colunas do colégio estremeciam.
Não obstante, foi o sujeito que botou moral em colégio, no município. Depois dele, já soube de aluno que urinou, do primeiro andar para o pátio, que nem um Dionísio desvairado, e menino que deu rasteira e puxavante de cabelo em professora de Moral e Cívica.
Sosígenes Bittencourt

Cascatinha da Matriz – por Sosígenes Bittencourt.

(A Cascatinha da Matriz e Manoelzinho de Horácio)

Papai me contava e mamãe assevera que quem construiu essa praça, chamada Dom Luís de Brito, foi Horácio de Barros, pai de Manoelzinho Rangel. Depois, diz que Horácio de Barros não foi à inauguração da obra, porque estava acometido de Tifo. Assistiu ao evento, debruçado na janela de sua casa, na Rua Imperial, popularmente conhecida como Rua do Meio.

Era nessa Cascatinha que Manoelzinho de Horácio tomava cachaça com caramelo de menta, contava piada, soltava lorota e empulhava o mundo. Manoelzinho de Horácio partiu para a Eternidade aos 73 anos, já faz algum tempo. Ele contava que o médico que lhe tirou o baço e garantiu-lhe um ano de existência morreu primeiro.

Certa vez, Manoelzinho de Horácio me contou que fez um frio tão grande em Vitória de Santo Antão que o Leão Coroado, na frente da Estação Ferroviária, saiu do monumento e foi se esconder dentro de uma barbearia do outro lado da Praça. Manoelzinho de Horácio era jogador de futebol. Diz que, um dia, ele foi bater um pênalti, quando o adversário Tenente Índio o ameaçou: – Se fizer o gol, me apanha! Manoelzinho não teve dúvida, furou o gol e saiu correndo do estádio José da Costa, solto na buraqueira, pelo Dique afora.

Sosígenes Bittencourt

PARA O DIA DO ESCRITOR – por Sosigenes Bittencourt.

 


Escrever é um ato que se pratica sozinho, porém, jamais solitário.
Todo ato intelectual é povoado daquilo que povoa a vida, do mito mistério que povoa o mundo.
O escritor vive escrevendo.
O escritor morre escrevendo.
Até quando dorme, sonha escrevendo.
Um olho aberto e outro fechado,
uma folha de papel e uma caneta ao lado.
Assim, anda vivendo,
Assim, vive andando,
meio acordado, meio sonhando.

Sosigenes Bittencourt