PROFESSORA DAMARIZ
(in memoriam)
Minha genitora e geratriz,
professora Damariz,
antes de eu vir ao mundo.
Antes de eu ser,
repousando profundo
no vir a ser.
Requiescat in pace!
Sosígenes Bittencourt
PROFESSORA DAMARIZ
(in memoriam)
Minha genitora e geratriz,
professora Damariz,
antes de eu vir ao mundo.
Antes de eu ser,
repousando profundo
no vir a ser.
Requiescat in pace!
Sosígenes Bittencourt
O homem se encanta com a beleza da mulher. A mulher se encanta com a inteligência do homem. Nisso, a mulher é mais inteligente. O filósofo francês Jean-Paul Sartre (1905-1980), embora insuportavelmente feio, tendo sido comparado a uma caixa de rapé ou um minúsculo Buda, dizia que “Ninguém dá a menor importância ao fato de que um escritor célebre seja bonito ou feio.” Ei-lo!
Sosígenes Bittencourt
No Dia Internacional da Língua Portuguesa, uma boa chance de meter a língua na Deforma Ortográfica da Língua Portuguesa.
Não me sai do pensamento, a ideia de que “ideia” não tem mais acento.
A Deforma Ortográfica parou com o acento de “para”.
Agora, você para para ouvir uma besteira desta.
A Deforma Ortográfica raspou o acento de “pêlo”.
Agora, o seu cachorrinho espalha pelo pelo caminho.
A Deforma Ortográfica roubou o trema do “u”.
Para que “sequestro” com trema? Fique “tranquilo”, não trema.
A Deforma Ortográfica tirou o hífen do bolo pé-de-moleque.
Agora, você não come bolo, come um pé de moleque.
Sosígenes Bittencourt
Costumava dizer que não ficava espantado quando um avião caía, só não sabia como ele subia.
A originalidade era um traço característico de um dramaturgo da dimensão de Ariano.
A originalidade é uma forma de felicidade, é você encontrar-se consigo mesmo sem se perder.
Eis, como exemplo, uma de suas mais gritantes manifestações de originalidade:
Não troco o meu “oxente” pelo “ok” de ninguém!
Sosígenes Bittencourt
” Do sepulcro vazio de
Jerusalém chega até nós um anúncio sem precedentes: Jesus, o Crucificado, «não está aqui; ressuscitou!» (Lc 24, 6). Não está no túmulo, está vivo! ”
Sem jamais haver repousado, durante todo seu pontificado, Francisco falece, em oração, sob o luzeiro de Esperança e Paz da Ressurreição.
Sosígenes Bittencourt
Vejo poesia em tudo, por isso ando pelo cantinho da calçada.
A diferença entre os efeitos da poesia e a embriaguez é que o poeta conhece o caminho da volta.
A diferença entre o louco e o que fala sozinho é que o louco repete.
A diferença entre o poeta e quem gosta de poesia é que o poeta fuxica a poesia.
A diferença é que os diferentes são sempre a minoria, e a maioria considera-se normal.
O pintor Salvador Dali dizia: A diferença entre um louco e eu é que eu não sou louco.
Contudo, só há algo igual entre os homens: todos são diferentes.
Sosigenes Bittencourt
Os afetos podem tudo, mas os afetos não podem tudo. Por quê? Porque os afetos movem nossas ações, mas nossas ações esbarram em limites. O inteligente não é livrar-se do afeto, é preservá-lo, admitindo os limites. Os limites são exatamente para a preservação dos afetos.
Afetuoso abraço!
Sosígenes Bittencourt
Isso foi no tempo que se atacava fralda com broche. Depois, lavava-se a fralda com Sabão Jabacó, pendurava no arame e passava a ferro de carvão.
Uma vez, um professor exigente sentou-se num restaurante pertinho da Mesbla, em Recife, e pediu uma Brahma Chopp, estupidamente gelada, e dois ovos cozidos. A garçonete, recém-contratada, querendo mostrar bom atendimento, logo perguntou: – O senhor usa sal nos ovos?
Aí, o professor, insuportavelmente, caxias, implicou: – Não, garota, uso Talco Johnson.
O castigo pelo desaforo foi ter que deglutir os ovos sem sal e perder a garçonete de vista.
Sosígenes Bittencourt
Isso foi no tempo da lancheira. Se levássemos pão com banana e uma garrafinha d’água, o pão era de trigo sem bromato de potássio, a banana sem agrotóxico, e a água, potável. Manteiga Turvo era comida de luxo. Ovo de galinha séria e leite de vaca decente. Nunca mais eu vi um maracujá-açu nem uma laranja-de-umbigo.
Antigamente, um pão com manteiga satisfazia; hoje, come-se um boi, e a barriga vazia. Havia paz, havia digestão, as horas eram silenciosas, as tardes calmas. e o corpo nutria-se da alma.
A minha memória olfativa pode reproduzir o cheiro dessa lancheira. A lancheira não tinha pilha, não falava nem acendia uma luzinha. Nós é que a iluminávamos com nossa poesia. Isso foi no tempo que menino brincava com o brinquedo, não via o brinquedo brincar.
Reminiscente abraço!
Sosígenes Bittencourt
Eronides França, bem casado com minha prima, Semadar, eu os vi, nos idos de minha adolescência, a namorar.
Não era um simples namoro, mas uma programação de vida, pautada no uso da razão em nome do que lhes latejava no coração.
O resultado são os bons frutos gerados e o usufruto da organização. A família é um dos pilares da felicidade.
Hoje, para lá dos setent’anos, eis sua vitalidade e a repercussão de sua percussão, no mesmo ritmo em que sempre tocou sua caminhada, provocando minha admiração.
ERONIDES FRANÇA E A REPERCUSSÃO DA PERCUSSÃO
Palmas e muito obrigado!
Sosígenes Bittencourt
O seu rosto esmaecido nesta foto transparece que minha amiga já não habita este mundo. Contudo, revê-la era tudo o que eu queria. Ah! como seria bom que os mortos voltassem por um minuto, para nos revelar seus segredos. Com o mesmo ar, a mesma voz, o tom, o gosto, aquele vestido.
Conheci Geane num comício. Era uma época de campanha política. Mais nova, tinha 4 filhos menores, oriundos de Catende, onde convivera com o pai das crianças. Pouco conhecida, residia na Vila Mário Bezerra, com sua mãe. Desde que a coloquei para distribuir a revista Fragmentos, começou a ficar muito íntima no centro da cidade. Simpática e prestativa, levei-a para os lugares que frequentava, sempre recebendo elogios pela sua participação, muito embora não fosse um contrato de trabalho, mas uma parceria, não havendo vínculo empregatício nem remuneração estabelecida. Aos poucos, fui descobrindo-lhe alguns dotes, como cortar cabelo e dançar. Uma das reclamações que ouvia de sua mãe, dona Rode, era de que não gostava de estar em casa, quando tinha 4 menores para cuidar. Naturalmente, passara um bom tempo de sua adolescência enclausurada, sem tempo de se divertir, e agora havia surgido uma oportunidade. Em resumo, depois que passou a namorar um velho amigo meu, continuou querendo levar uma vida muito solta, embora enfrentando severas reclamações do seu companheiro. E de tantas andanças, tanta ânsia por diversão, perde a vida, abraçada com o seu irmão, num desastre de motocicleta, em cima da pista. Contam que ia para uma festa no Cabo de Santo Agostinho. Contam que, quando já estava sem vida, o seu celular tocava; era o seu companheiro, querendo saber onde ela estava. Sabe-se que colidiram com um caminhão.
Não tive outra alternativa. Ainda de madrugada, fui vê-la na casa funerária. Depois, velar-lhe o corpo em sua casa e pervagar a via do sepultamento. A caminhada foi longa, sob o mesmo sol que a aqueceu tantos dias, pelas ruas que atravessou tantas vezes. Ainda agora ouvimos o repicar das colheres de pedreiro e o murmúrio de dor de sua mãe. Adeus, Geane.
Sosígenes Bittencourt
O Brasil não tem uma Seleção de Futebol, tem um bando de jogadores paparicados, frios e idiotas, indiferentes aos anseios dos compatriotas. Por isso, chutam o pavilhão nacional. Uma vergonha indesculpável e imoral.
O humorista José Simão tem razão: a Seleção Brasileira é uma seleção sem vícios, não bebe, não fuma nem joga.
Um time gerado nos bastidores dos investidores, cuja defesa não sabe se defender, o meio-campo infartado e um ataque sem pontaria, é um time destreinado e desentrosado, covarde e sem galhardia.
Envergonhado abraço!
Sosígenes Bittencourt
“Morei, durante 40 anos, na Rua Jornalista Célio Meira, esquina para o Clube dos Motorista O Cisne, mas nunca soube que o seu nome de batismo era Ceciliano, neste instante, exumado e interneternizado, por seu neto Cristiano Pilako, em História, estudado”.
Palmas e muito obrigado!
Sosígenes Bittencourt
(Menina oferecendo a sorte em Mané Peixe)
Professor, o senhor quer jogar, para tirar 190 milhões de reais?
Deus me defenda, minha filha, não tenho mais idade pra isso.
(Explicação para menina oferecendo o Bicho) Professor, quer apostar no Bicho?
Não, minha filha. Eu sou o único jogador que nunca perde no Jogo do Bicho. Porque só jogo BURRO. Aí, quando não dá na pedra, dou eu mesmo, o BURRO que jogou.
Arriscado abraço!
Sosígenes Bittencourt
Um dia, Sitonho deglutiu uma lapada de elixir canavial e filosofou na expressão verbal: – Mulher não tem pátria nem time de futebol, aonde você for morar, ela irá, e, pelo time que você torcer, torcerá.
Sosígenes Bittencourt
A hereditariedade carnavalesca, de Seu Zito Mariano para Cristiano Pilako. A herança que preserva o Carnaval folclórico e cultural do Estado de Pernambuco, na cidade de Vitória de Santo Antão.
Carnavalesco abraço!
Sosígenes Bittencourt
O feriado da Carta Magna é um feriado estadual de Pernambuco que acontece no dia 6 de março. A data homenageia a Revolução Pernambucana de 1817, que tornou o estado independente de Portugal.
A macacada não estende a História e inventa a estória de encher a cara de água que gato não bebe, apelidando a data de Gata Maga.
Felino abraço!
Sosígenes Bittencourt