Conselho para menino saindo para a escola – por Sosígenes Bittencourt.

Cuidado com COLEGA. Colega é ao lado, amigo é do lado. Colega é destino, ele aparece ao seu lado sem escolha. Amigo, você identifica.

Cuidado com BURACO. Principalmente, os menores. Buraco dá vontade de futucar, desperta curiosidade. Por causa de buraquinho, muita gente afundou num abismo.

Cuidado com A BOCA. Não bote a boca em nada antes de cheirar. Deus colocou o nariz acima da boca e o cérebro por trás para fiscalizar. E, antes de cheirar, olhe direitinho. Às vezes, a coisa é bem bonitinha, mas está deteriorada ou é veneno.

Cuidado com DINHEIRO, ele compra coisas, mas não compra respeito. Depois, segundo aquele escritor gaúcho bem engraçado, chamado Luís Fernando Veríssimo: Economia é melhor do que dívida.

Cuidado com O QUE VOCÊ NÃO SABE. Seja humilde, faça pergunta. Os filósofos são como as crianças, eles perguntam. Sabedoria é melhor do que conhecimento. Conhecimento é cultura, Sabedoria é inteligência.

Sosígenes Bittencourt

Verdades e Mentiras – por Sosígenes Bittencourt.

Às vezes, é melhor ouvir uma mentira que faça rir, do que uma verdade que faça chorar. Já nos basta A MORTE como incontestável verdade. Todos nós nascemos sem pedir e morremos sem querer.

Há pessoas que escolhem a verdade exatamente porque magoa. Escolhem-na a dizer uma mentira que servisse de bálsamo para uma dor. É mentira?

Sosígenes Bittencourt

Quarteto de homossexuais no tempo do ronca – por Sosígenes Bittencourt.

Avelon, Vavá, Nildo e Brigite (da esquerda para a direita). 

Isso foi no tempo que se podia vaiar homossexual. No entanto, ninguém matava homossexual. O termo homofobia não havia nascido, e a turma que transava de costas vivia mais sossegada.

O mundo era outro mundo, pois o ódio não se traduzia necessariamente em agressão física e homicídio. As pessoas não dispunham de tanta informação quanto hoje, mas eram mais pacatas, mais tementes a Deus. O trabalho era glorificado, os ricos trabalhavam mais do que os pobres. Hoje, o pobre quer ser rico às custas do crime.

Quem mata homossexual, não é homofóbico nem heterossexual, é ASSASSINO. Quem mata homossexual, mata um idoso, mata uma criança, mata um negro, um branco. É preciso focar no aspecto substantivo do crime e não perder tempo com o rito processual, que é “a mais excelente das tragédias”, como concluía Platão (428-348 a. C.)

Brigite era o mais conhecido, o mais saliente e festejado dos homossexuais. Vi-o vaiado, nas ruas, diversas vezes. Contudo, ouvi dizer que quem o deformou, de uma surra, foi o próprio irmão. Brigite me parecia um animal sem maldade e me despertava uma certa misericórdia. Talvez, pela rígida educação que tive, orientado a respeitar as pessoas.

Sosígenes Bittencourt

A imaginação viaja, morcegando para-choque de caminhão.

O camarada arrumou uma mulher de vida fácil, colocou na boleia do caminhão e danou-se a desfilar pela cidade. A mãe ficou indignada. Quanto mais ela reclamava, menos o camarada ouvia, apaixonado pela sujeita.

Um dia, em total respeito a sua genitora, resolveu mudar a advertência do para-choque do caminhão: MÃE, TENHA DISTÂNCIA.

Sosígenes Bittencourt

A MÚSICA E MINHAS EMOÇÕES – por Sosígenes Bittencourt.

O filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900) deduzira: Sem a música, a vida seria um erro.

Depois, chamam-me de hiperbólico quando descrevo minhas emoções musicais. Quando a dosagem é exagerada, é natural que o efeito seja um exagero.

O filósofo francês Voltaire (1694-1778) já apregoava: Tudo que entra pelo ouvido vai direto ao coração.

Não foi, em vão, que a mitologia personificou a música na deusa Euterpe, cuja etimologia resume-se em “a doadora de prazer”. E eu não quero me curar de nada que me dá prazer.

Sosígenes Bittencourt

Mistérios de Bordéu – por Sosígenes Bittencourt.

De coisas bizarras que já vi, as experimentadas pelo repórter da Record, em Bordéu, foram campeãs. E olha que eu já vi índio comer formiga viva e papa de carne de macaco.

Bordéu é uma ilha asiática que fica dividida entre a Indonésia e a Malásia. Coincidentemente, ao chegar em Bordéu, o chefe da tribo havia falecido. Segue-se, portanto, um período de festividades pelo seu falecimento. O defunto fica sendo velado, enquanto apodrece, e é proibido filmar o seu sepultamento. Ninguém pode vê-los chorando nessa hora.
Se você não acredita, o repórter bebeu água de embrião de bicho e vinho de arroz no fundo de um crânio humano. Na água de embrião havia até um morcego mergulhado. O odor era insuportável, tendo o visitante que bebê-la, com os dedos em forma de pegador no nariz.

O que de melhor havia na ilha eram os Orangotangos. Dóceis e familiares, o repórter revelou que os animais mantêm uma relação sexual por ano. Tendo 12 vezes mais força do que o homem, vivem em média 35 anos, chegando a pesar 140 quilos. Millôr Fernandes disse que “Quando Deus criou o homem, os animais não caíram na gargalhada por questão de respeito.
Misterioso abraço!

Sosígenes Bittencourt

Crise financeira e ilusões – por Sosígenes Bittencourt.

Quando eu ouço falar em crise financeira, só penso numa série de palestras que tratam de 3 ilusões extremamente eufóricas, mas que exigem limites: a paixão, o dinheiro e o poder. Observe o ensaio sobre as palestras, resumido por Renato Janine Ribeiro:

Vamos falar de pelo menos três ilusões: uma foi a dos valores vazios, que a crise depreciou, ao preço de inúmeras falências; outra é a do amor-paixão, que nos faz atribuir todas as perfeições a uma pessoa que, obviamente, não pode ser tanta coisa assim; e a ilusão do poder, que nos engana sobre os outros: quem manda sente vaidade, quem o cerca o bajula. Ora, nosso mundo não consegue um entusiasmo que não seja eufórico. Mas um entusiasmo assim é ilusório. É possível viver sem ilusões? Penso que não é mais esta a questão, e sim: É necessário viver com menos ilusões.

Mas, sobre a questão financeira, em rápidas pinceladas, Renato fala sobre “como que menos é mais e como que mais é menos”. E vira-se para a plateia, assegurando que muitos dos que ali estão, estariam gastando muito mais do que o necessário para sobreviver. Depois, que era preciso certas perdas, certos prejuízos, para uma retomada de vida mais consistente, onde o menos seria mais, depois que o mais passou a ser menos. Isso não só serve para a Europa, que vive uma crise, considerada por Delfim Neto como antiga, mas para as pessoas de um modo geral.

Econômico abraço!

Sosígenes Bittencourt

Acreditar – por Sosígenes Bittencourt.

Acreditar em Deus e na Imortalidade da Alma não faz mal a ninguém, é lucro certo. Fé não é acreditar em algo que você não vê, é acreditar em algo que você sabe. Eu não vejo o outro lado do mundo, mas sei que ele existe. É noite, mas creio na aurora. Sejamos otimistas, cultivemos bons pensamentos, boas ideias, para que os nossos sentimentos sejam bons. Amar o belo enche de beleza nosso coração. Sejamos sábios, buscando compreender o que somos para melhor percepção do que temos. Reciclemos o ódio e a inveja, posto que ódio e inveja são lixos mentais, sejamos garis de nossas emoções. Estudemos nossos desejos antes de buscar a concretização de nossos sonhos. Vamos juntos, a reciprocidade facilita a busca, funda a compreensão, educa para o amor.Pensemos no que pensamos, pois o sentido da vida está no que pensamos da vida.

Filosófico abraço!

Sosígenes Bittencourt

Carta do meu avô a seus filhos – por Sosígenes Bittencourt.

Vitória de Santo Antão, 1 de Novembro de 1957.

Meus filhos Sóflocles, Sócrates e Simônides,

Sentindo-me irremediavelmente doente, peço-lhes, paternalmente, receber e cumprir os meus últimos conselhos. Procurem seguir, sempre, a diretriz da honra e do dever, procurando trabalhar, dignamente, em benefício próprio e da família. Auxiliem-se mutuamente, em caso de necessidade, vivendo em harmonia, unidos, pois a união é uma força indestrutível. Saibam, sempre, desculpar e perdoar ofensas. O perdão não humilha; ao contrário, dignifica. Ouçam os conselhos de sua mãe, a quem tudo devem. Os conselhos maternos devem ser ouvidos e acatados. Detestem bebidas alcoólicas. O álcool conduz ao crime e à miséria: é o maior inimigo da humanidade.

Seu pai,
Felippe Bittencourt

Sosígenes Bittencourt

A MENTE E O CORAÇÃO – por Sosígenes Bittencourt.

Se você sentir uma pontada no coração, preste atenção. Ele deve estar desapontado com o que você está pensando. Pensar é muito rápido, por isso você deve parar para pensar no que está pensando. O coração não ama, ele é o termômetro do amor. A mente é que ama.

Ódio e inveja são lixos mentais, seja gari de suas emoções, higienizando sua mente.
O poeta não faz poesia com as estrelas, ele quer que você vá habitar as estrelas. Por isso, ele dá polimento no céu para seduzir o inquilino. Pense nisso e vá ser feliz. Infeliz do homem que trabalha para ser feliz no domingo. Felicidade não tem hora marcada. Felicidade é agora.

Sosígenes Bittencourt

NÃO RIA SE PUDER – Sosígenes Bittencourt.

Um dia, eu estava na Praça Leão Coroado, à Hora do Ângelus, numa roda de cervejeiros a filosofar, quando me apareceu um ex-aluno potencialmente embriagado: – Professor, o senhor fala difícil, é metido a sabido, mas os tapurus irão comer todos nós. Não tive dúvida: – Menos a verdade. Os tapurus poderão comer você; a mim, comerão os “miodários cuterebrídeos calipterados”.

Sosígenes Bittencourt

Gostaríamos de falar de amor – por Sosígenes Bittencourt.

O amor sempre na berlinda. E como ninguém ousa discordar, quem fica famosa é Laura Kipnis, que põe em xeque-mate essa história de que o amor é um sentimento maravilhoso, que dá felicidade e ninguém pode passar sem tamanha dádiva. Todos ficam embasbacados com seus argumentos, mas ao mesmo tempo claudicantes na altercação, porque as reflexões da professora e escritora norte-americana têm a limpidez de um cristal. Laura, inclusive, é corajosa quando denuncia que alguém tira proveito da negociação do amor. Acusa os vendilhões do amor de reduzirem-no a mercadoria barata. E, conseqüentemente, nos acusa de, infantilmente, comprá-la sem observar-lhe a posologia e as contra-indicações, sem debruçar-se sobre sua bula. Sim, gostaríamos de falar sobre o amor, mas o que mais nos chama a atenção é exatamente o ódio.

O amor parece uma coisa intocável e resolvida, ou seja, o grande sentimento, o mais importante, o caminho para a felicidade, a própria felicidade. Mas o ódio não, todos pregam o seu exorcismo, todos querem aboli-lo de suas vidas na mais variada gama de manifestações. Atribuem a Érico Veríssimo haver dito que “o contrário do amor não é o ódio, mas a indiferença”.

Então, na busca de uma explicação para tanto ódio, quando o lema é amar, esbarramos no entrelaçamento das emoções. Gostaríamos de falar de amor, mas impossível abordá-lo sem pensar no ódio, o lado do amor que nos incomoda tanto. Talvez, Laura tenha razão quando nos acusa de buscar no outro a satisfação de todos os nossos desejos, todos os caprichos e, ao defrontarmos com a óbvia limitação do objeto amado, esperneamos de insatisfação, passando ao sentimento limítrofe do amor, que é exatamente o ódio. Sim, como gostaríamos de falar de amor, em meio a tanto sofrimento, no sentido que sonhamos, como bálsamo para a dor, passaporte para a salvação, sinônimo de felicidade.

Sosígenes Bittencourt

Racismo e Imaturidade – por Sosígenes Bittencourt.

O homem é o único animal que sabe que vai morrer. A pomba não sabe, a galinha não sabe. Portanto, o racismo não é uma consequência da diferença entre o branco e o preto. Racismo é falta de maturidade, deficiência no lidar com o ÓDIO. Tanto que, quando alguém é branco e você odeia, chama-o de AMARELO SAFADO, o que dá no mesmo ÓDIO e no mesmo “RACISMO”, se assim quer-se chamar.

Sosígenes Bittencourt

Beijo pra Cinema – por Sosígenes Bittencourt.

O beijo mais ensaiado de todos os tempos foi aquele dado pela atrizGrace Kelly em James Stewart no filme “Janela Indiscreta”, de Alfred Hitchcock. Foram necessárias 87 repetições da cena para satisfazer o diretor, cuja exigência por perfeição era quase tão célebre quanto seus filmes. Foi tanto glamour e tanto desejo exibidos, que não nasceu menino porque estavam vestidos.

Sosígenes Bittencourt

MINIBIOGRAFIA – por Sosígenes Bittencourt.


Ensinar, para mim, é uma forma de conviver.
Minha escola é o mundo.
Estudar, para mim, é uma forma de conviver,
Minha escola é o mundo.
Sou professor no que ensino;
no que estudo, sou aluno.
Sou filho de professora Damariz,
meio gente, meio pó de giz.
Fazer poesia é destino,
sou poeta desde menino.
Porém, sou poeta trabalhado,
o meu dom é divino,
mas o estudo é sagrado.


Sosígenes Bittencourt

APOSENTADO E IMPOSTO DE RENDA – por Sosígenes Bittencourt.

Na realidade, quem vive de renda é quem negocia. Aposentado vive de provento de aposentadoria.Por isso, não dá para entender aposentado pagando Imposto de Renda. Afinal, o que os governos têm para oferecer aos aposentados, no ocaso de sua existência? Ao menos, assistência médica digna, segurança, depois de toda uma vida driblando obstáculos para sobreviver? Sequer facilita a prestação de contas do Imposto de Renda da velharada, abrigando-a a perambular numa verdadeira “parada federal”.

Aliás, no Brasil, quem menos tem condições, paga Imposto, porque não pode sonegar, e quem mais tem condições, sonega Imposto, porque pode sonegar. O Brasil tem dois problemas gravíssimos: não fiscaliza a cobrança de impostos nem fiscaliza o destino dos impostos.

Fiscalizar não é apenas obrigar a pagar, é punir quem sonega. Fiscalizar o destino da arrecadação é punir apropriação de dinheiro público, que significa CORRUPÇÃO, a maior inimiga da República (de “res” + “publica”, que quer dizer “coisa” “pública”).

Sosígenes Bittencourt

CIÊNCIA, DEMÊNCIA E PUM – Sosígenes Bittencourt.

Dois cientistas britânicos muito atentos à ciência acabaram de revelar ao mundo que cheirar pum é bom para prevenir câncer, ataques cardíacos e demência. Os desatentos somos nós.

Deve ser por semelhante ignorância que morre tanta gente de câncer e demente no mundo, pelo horror que tem a pum. Aliás, tem gente capaz de morrer do coração ao inalar um pum. Bom salientar que, até então, acreditávamos que só um demente ficaria tranquilo ao fedor de um pum.

Agora, os cientistas Mark Wood e Matt Whiteman estão preocupados em produzir um composto químico que promova os benefícios dos gases produzidos pelo pum. Talvez, sugiram um tipo de pastilha sanitária que exale um odor semelhante ao pum. E, a partir desse momento, soltar pum na presença do semelhante não será mais falta de educação ou puro egoísmo, mas um gesto de consideração e amor ao próximo, e todos queiram ser responsabilizados por um amável pum.

Fedorento abraço!

Sosígenes Bittencourt

O lidar com a AGRESSIVIDADE – por Sosígenes Bittencourt.

Na realidade, o que está existindo é uma desorganização nas manifestações de protesto. As pessoas estão movidas pela emoção, cujo resultado pode ser bom ou ruim. Não existe emoção boa ou ruim, mas o resultado daquilo que fazemos com a emoção que sentimos.

Todos sabemos que a AGRESSIVIDADE é o combustível da AÇÃO. O que tememos é o resultado daquilo que cada um pode fazer com a sua AGRESSIVIDADE. É o medo, por exemplo, do que possa fazer um meliante, com o ódio que sente, no centro de São Paulo.

Essas passeatas não descartam a presença de DESORDEIROS que se infiltram e convertem sua AGRESSIVIDADE em perigosas ações de VANDALISMO, pondo em risco a vida dos próprios manifestantes.

Ora, vejamos o que pode a AGRESSIVIDADE, como combustível da AÇÃO, realizar. Eu tenho diante de mim um balde de gasolina. Se eu jogo em alguém, eu o queimo; se eu ponho numa ambulância, posso salvar uma vida.

Sosígenes Bittencourt

Istambul, Napoleão e Eu – por Sosígenes Bittencourt.

Este é o Palácio Dolmabace em Istambul. Se a Terra fosse um só estado, Istambul seria sua capital – dizia Napoleão Bonaparte (1769-1821). Compatibilizar RIQUEZA com EXTINÇÃO DA MISÉRIA é o grande desafio da humanidade. Lembra-me o renomado escritor e pensador francês Anatole France (1844-1924):

“A pobreza é indispensável à riqueza, a riqueza é necessária à pobreza. Esses dois males engendram-se um ao outro e sustentam-se um ao outro. O que é preciso não é melhorar a condição dos pobres, mas acabar com ela.”

Eu diria: Ninguém nasceu para ser tão rico que chegue a pensar que é um deus, nem tão pobre que chegue a desconfiar da existência de Deus.

Sosígenes Bittencourt