CAFÉ FILOSÓFICO – por Sosígenes Bittencourt.

A poesia está na natureza, o poeta é que fuxica a beleza.
A poesia é o que o poema conta. Certa vez, andando pela varanda, eu vi duas meninas bonitinhas passando. Não eram meras meninas, era a poesia passando, o que me fez fuxicar, varandando.

VARANDANDO
Da varanda, vejo duas meninas bonitinhas passando. De tão bonitinhas, nem parecem passar, fica sempre alguma coisa bonitinha no ar.

Sosígenes Bittencourt

Lançamento da 2ª Antologia Internacional ‘Além-Mares”…

Sob a coordenação e liderança do amigo acadêmico da AVLAC – Academia Vitoriense de Letras, Artes e Ciência -, Jones Pinheiro, na noite da sexta-feira (14), aconteceu o lançamento da 2º Antologia Poética Internacional “Além-Mares”.

O evento cultural ocorreu no Salão Nobre do Instituto Histórico e Geográfico da Vitória de Santo Antão, dentro Programa “Chá da Vida” e contou com a presença de artistas local e de outras cidades e também, através da internet, com depoimentos de envolvidos, com a referida ação, de outros países.

Unidos pelo sentimento poético, pela arte e pelo desejo de uma vida mais leve e construtiva, inciativas como esta merecem destaques. Viva o “Chá da Vida Brasil”.

Ninguém sabe, ninguém viu – por @historia_em_retalhos.

Cadê a moça que estava aqui?

Ninguém sabe, ninguém viu.

Acreditem se quiserem, mas a bela obra de arte talhada na parede do Edf. São Jorge, no Cais de Santa Rita, foi simplesmente apagada por uma tinta branca.

Fiquei perplexo ontem quando passei pela Av. Martins de Barros (cruzamento com a Av. Nossa Sra. do Carmo).

A obra é de autoria do artista plástico Vhils.

Se alguém souber a motivação, por favor, diga aqui.

Não custa lembrar: arte urbana também é patrimônio cultural.

Uma boa quarta-feira a todos.
.
.
Siga: @historia_em_retalhos

https://www.instagram.com/p/C8HZTLCOSY5/?igsh=dmZlOXFxZWFycDNk

Eleições 2024: quem poderá nos salvar? Aglailson Victor, Socorrinho da Apami, André Carvalho, Joaquim Lira…….Quem, quem….? 

Acompanhado de amigos, recentemente, estive na vizinha cidade de Gravatá. Fomos, exatamente, “saborear” o efervescente e representativo Mercado Público, uma espécie de cartão postal da vida do povo nordestino.

Já perdi a conta de quantas vezes estive por lá, mas confesso que, invariavelmente, ao recolocar meus pés ali,  por um determinado tempo, meus pensamentos transportam-me de volta para o nosso Mercado Público, outrora,  um gigante – imponente e locomotiva econômica local -,  hoje, ignorado e sem serventia alguma……

Apenas para sintonizar o leitor no contexto histórico do seu surgimento,  foi no inicio do século XX (1913) que o mesmo foi inaugurado, pelo então prefeito Eurico do Nascimento Valois. Naquele local, antes, se levantou o primeiro prédio público da cidade, ou seja: a cadeia pública ( térreo) + sala de júri (1ª andar). O Mercado de Gravatá (1919) e  tantos outros, espalhados  pelo interior de Pernambuco,  foram surgindo ao longo das primeiras décadas do século passado e até hoje,  bem ou mal – alguns  reconfigurados -, continuam cumprindo sua função.

Fixando no exemplo do Mercado de Gravatá, em relação ao triste destino do nosso, imposto pelos senhores  prefeitos antonenses, é   como se comparássemos  a vida atual  dos que moram na Suécia com os que estão vivendo na Faixa de Gaza.

O “coração” do Mercado Público de Gravatá bate feliz, ritmado pelo bom destino lhe atribuído. O “coração” do Mercado Público da Vitória, tal qual em Gaza, apenas soluça e agoniza. Desidratado e humilhado o mesmo  segue em depressão profunda…

Em ano com eleições municipais (2024), quem poderá nos salvar desse conflito? Aglailson Victor, Socorrinho da Apami, André Carvalho, Joaquim Lira…….Quem, quem….? 

Vale lembrar que o atual gestor, Paulo Roberto, desde sempre, “plantou e irrigou” a esperança no coração dos eleitores de que se um dia chegasse a ser prefeito, com ele,  o referido equipamento público teria melhor destino….

Calma! Ainda faltam 6 meses para o fim da gestão do atual prefeito e o mesmo ainda poderá dizer que,  em relação ao Mercado da Farinha, com ele foi diferente dos demais………..

 

RESENHA ESPORTIVA – por Sosígenes Bittencourt.


O Sport não é um time de futebol, é um bando de jogadores. O elenco é bom, caro, mas não produz o esperado. Não tem esquema tático definido, cada um corre para um lado, tresloucadamente. Talvez, seja Mariano Soso que esteja com o prazo de validade vencido, caso sem remédio. Se não arrumar o plantel, não irá escapar insosso.

Sosígenes Bittencourt

O santo casamenteiro – por @historia_em_retalhos.

Fato inédito no Brasil e no mundo: um santo vereador!

Pois é, acredite se quiser: o santo casamenteiro do dia de hoje é representante perpétuo do parlamento municipal de Igarassu/PE, na região metropolitana do Recife.

Parece brincadeira, mas não é.

O título é real: textos de resoluções da Câmara Municipal referem-se ao santo como “vereador perpétuo”.

Mas, gente, convenhamos: como pagar salário a um santo?

Todo mês uma freira vai à casa legislativa receber em mãos o salário de Santo Antônio, aplicando o dinheiro na manutenção de uma escola e de um orfanato.

E quanto ganha o santo-vereador?

A quantia é de um salário mínimo.

Alguns defendem que Santo Antônio deveria receber o mesmo salário dos demais vereadores!

Justo, né?

Reajuste pra Santo Antônio já!

Pérolas de Igarassu/PE.
.
Siga: @historia_em_retalhos

https://www.instagram.com/p/CtcNc2musAf/?igsh=Y3RqNG5yam4zc2pj

REVISTA FRAGMENTOS – RETROSPECTIVA – Sosígenes Bittencourt.

(Há 36 anos) – (Junho – 1988).

1) Em São Lourenço da Mata, uma empreiteira joga ossos humanos na via pública. O povo, revoltado, faz a caveira do prefeito. São os ossos do ofício.
2) O alcoólico sempre inventa um motivo para beber. Um bebeu para comemorar a resolução de ingressar no A. A.
3) Haja doador de bom rim para salvar portador de rim ruim no Nordeste.
4) O sertanejo prefere morrer de sede no Sertão a pagar conta d’água na Zona da Mata.
5) A Funai nem liga para as lamúrias da tribo Pataxó Hã-hã-hãe. Nem nem nem.

Sosígenes Bittencourt.

Figueiredo e a Bandeirantes – por @historia_em_retalhos.

O ano era 1984.

Em janeiro daquele ano, acontecera um evento muito importante da campanha pela redemocratização do país: o megacomício da Praça da Sé, em São Paulo.

Naquele momento, a campanha nacional das “Diretas Já” estava tomando os seus contornos e, no que diz respeito aos veículos de comunicação, ainda havia uma certa divisão: de um lado, os reticentes; de outro, os mais entusiastas.

A Rede Globo, por exemplo, pela primeira vez, difundira as imagens de um comício, porém nas manchetes do Jornal Nacional informou apenas que o acontecimento tinha sido um evento musical por ocasião do aniversário da cidade de São Paulo, não mencionando a natureza política do ato no telejornal de maior audiência do país.

Já a Bandeirantes, por decisão de João Saad, dono da emissora, foi muito mais além: transmitiu ao vivo, a partir das dezenove horas, as imagens do comício no jornal de sua maior audiência em âmbito nacional.

Pois bem.

De acordo com o relato de José Augusto Ribeiro, chefe de redação, “seu João”, como era chamado, reuniu a cúpula do jornalismo e disse:

“Olha, nós temos que pôr essas imagens no ar (…) sejam quais forem as consequências”.

E as consequências, infelizmente, não tardaram.

Na época, Saad tinha obtido todos os pareceres favoráveis para a Bandeirantes ter uma emissora em Brasília e estava aguardando apenas a assinatura do presidente João Figueiredo.

O general, no entanto, chamou Saad em seu gabinete e, fiel ao seu estilo, disse o seguinte:

“Olhe, João, isso aqui é o decreto da tua televisão em Brasília. Olhe o que eu vou fazer com ela”.

E simplesmente rasgou o documento na frente de João Saad.

Nas ditaduras, a primeira vítima sempre é a imprensa.

Pra jamais esquecer.

#ditaduranuncamais
.
Siga: @historia_em_retalhos

https://www.instagram.com/p/C8B8Zp9uF7K/?igsh=azA1eHJlcjRpaTI3

Mais uma “missão cultural” ao Mercado Público de Gravatá….

Aproveitando o início da festividade popular mais importante do Brasil, o São João do Nordeste, o grupo intitulado “Corriola da Matriz” promoveu uma “missão cultural’ à vizinha cidade de Gravatá, mais precisamente ao Mercado Público. Por lá, muita movimentação. Aquilo que podemos chamar de um espaço nordestino.

André Felippe Falbo Ferreira, o “Pampa” – por @historia_em_retalhos.

Campeão olímpico de vôlei, pernambucano Pampa morre de câncer aos 59 anos.

André Felippe Falbo Ferreira, o “Pampa”, foi medalhista de ouro nas Olimpíadas de Barcelona, em 1992, e, até hoje, detém o recorde mundial da cortada mais veloz já registrada, com 197km/h, na Liga Mundial de 1995.

Não sem razão, Pampa foi apelidado com o nome de uma raça de cavalo, logo no início da sua carreira, devido à força com que cortava as suas bolas.

Poucos lembram, mas Pampa também esteve na Olimpíada de Seul/1988, na qual a seleção brasileira ficou perto do pódio, com o quarto lugar.

Naquela ocasião, ele foi eleito o melhor atacante brasileiro da competição.

Pampa lutava contra um câncer no sistema linfático e a sua jornada chegou ao fim nesta sexta-feira, 7 de junho.

Penso que esse grande atleta merecia ser mais reconhecido em sua terra natal.

Descanse em paz, campeão.
.
Siga: @historia_em_retalhos

https://www.instagram.com/p/C764pCOu0ZI/?

igsh=MWs4YmNwemE3enFrOA%3D%3D

Dr. José Rufino Bezerra Cavalcanti – por Pedro Ferrer.

Primeiro vitoriense a ocupar o Palácio do Campo das Princesas. Tomou posse no governo do Estado, exatamente no ano de 1919, o mês era dezembro. Naquele momento sua saúde já estava combalida. Mesmo enfermiço ele enfrentou com denodo os sérios problemas de instabilidade social que assolava Pernambuco. Acentue-se que ele chegou ao posto de governador através do voto direto¹. José Rufino sucedeu ao marechal Manoel Borba (1915/1919), “que deixara o poder onde fora o centro de todos os ódios.” ² Manoel Borba deixou um rastro de rancor e desarmonia na sociedade e na política pernambucanas. Pacificar o estado foi a primeira medida do novo governador que lançou o plano “Paz e Concórdia”. Com muita paciência e diálogo, conseguiu unir as três facções políticas: os rosistas, os dantistas e os borbistas3.

 A um convite de seu Zé
 ninguém resiste ou discorda;
 e, no fim desse banzé,
 a paz foi feita “com corda”4

 Algo curioso e estranho aconteceu nas eleições de 1919, quando os pernambucanos foram convocados para escolher o novo governador. Uma série de aborrecimentos e vexames atingiram a população vitoriense. Esse fato merece ser tratado com um pouco mais de detalhes. Próximo à eleição, o prefeito da Vitória, na época, coronel Antônio de Melo Verçosa, que era seu velho amigo, resolveu inabilmente apoiar um dos candidatos da oposição, o Barão de Suassuna. Dr. José Rufino venceu a eleição em todos os municípios pernambucanos, perdendo apenas em sua terra natal e em Escada.  Essa imprudência ou talvez inexperiência, do coronel Antônio de Melo Verçosa, bateu forte nos sentimentos do dr. José Rufino, deixando-o triste e revoltado. O nefasto resultado das urnas na Vitória provocou-lhe a ira e o deixou transtornado a ponto de abandonar sua terra natal ao destempero de seus seguidores. O coronel Antônio de Melo Verçosa ficou sem apoio e sem condição de administrar o município. Eram dois galos de boa rinha que não cediam. O inditoso ano de 1920 decorreu em um clima de insegurança e desordem, na República das Tabocas. Tumultos, agressões, perseguições faziam o dia a dia dos vitorienses. Como sempre acontece nesses casos, prevaleceu a lei do mais forte. Pressionado e sem condições de bem administrar a cidade, Melo Verçosa, aconselhado por amigos e correligionários, renunciou.

Se o prefeito foi inepto ao apoiar o Barão de Suassuna, muito mais o foi, nosso governador, ao dar as costas para seu torrão natal. Falhou em sua missão de líder e condutor político maior do estado prejudicando a população indefesa. Ele que havia proposto a “Paz e a Concórdia” não devia guardar nem alimentar ressentimentos contra Melo Verçosa. Uma questão política que se transformou em capricho pessoal coletivo e que só prejuízos trouxe à República da Cachaça. É lamentável que um político de sua estepe, empresário de grande porte e sucesso, que conseguira congregar as principais correntes políticas do Estado, tenha se prendido a quinquilharias domésticas. Uma nódoa que empana seu magnificente currículo.

Com a renúncia de Melo Verçosa, de seu vice e dos conselheiros, nova eleição foi marcada para o dia 20 de março de 1921. Para concorrer ao pleito, Dr. José Rufino indicou João Cleofas de Oliveira, um jovem engenheiro de 22 anos, que saiu como candidato único. Surgia, pela mão do dr. José Rufino, uma nova liderança na arena política vitoriense. O empresário, João de Albuquerque Álvares, amigo e partidário do dr. João Cleofas, confidenciou-nos que seu amigo lhe havia narrado uma conversa ocorrida entre ele e o governador. Na ocasião o dr. José Rufino afirmara: meu jovem, vá em frente, você tem tudo para ser um grande político.

O rico empresário e poderoso político nasceu no engenho Serra, no dia 16 de agosto de 1865. Seus pais, José Rufino Bezerra Cavalcanti e  Maria Januária de Barros Lima zelaram pelos seus estudos desde a mais tenra idade.  Estudou o primário na Vitória, seguindo logo após para o Recife onde cursou humanidade. Aos 21 anos diplomou-se em direito pela Faculdade de Direito do Recife.

Surgiu para a política em 1890 quando foi nomeado presidente da Primeira Intendência na cidade da Vitória5. Ao tomar posse o jovem doutor José Rufino alertava seus pares “que só tinha por égide o bem público e um vasto programa de economias”. A partir d’aí sua carreira política foi pontilhada de sucessos: deputado estadual e federal em diversas legislaturas, senador, ministro da Indústria e Comércio e ministro da Agricultura no governo do presidente Wenceslau Brás. No pleito de 1919 bateu dois adversários, o Barão de Suassuna e Dantas Barreto, na disputa para o governo do estado de Pernambuco.

Eleito governador, desenvolveu, de acordo com seus biógrafos, uma política de paz no Estado, tentando conciliar e aproximar as classes produtoras e os comerciantes. Outro destaque do seu governo foi o empenho em prol do equilíbrio orçamentário. Em parceria com o prefeito do Recife, inovou, criando um sistema de capacitação de recursos através do qual a população emprestava ao governo e recebia em parcelas, com juros. Com esses recursos eles calçaram ruas, abriram avenidas, reformularam praças, fizeram obras de saneamento etc.

Em maio de 1921 sua precária saúde o obrigou a embarcar para Europa em busca de tratamento. Seu afastamento do governo, sempre, pelo mesmo motivo, ocorreu outras vezes. A imprensa opositora prognosticava constantemente sua renúncia, o que não aconteceu. Sua frágil saúde era motivo constante de preocupação para seus correligionários, visto que os primeiros frutos de sua administração começavam a surgir.

Seu combalido estado de saúde foi se agravando. Afastado do governo, morreu no dia 27 de março de 1922, de ataque cardíaco, com 57 anos de idade, em seu palacete no bairro do Tejipió, sem ter concluído as démarches, já iniciadas, para escolha do seu sucessor. Em vida foi casado com Hercília Pereira de Araújo com quem teve onze filhos, um deles, José Bezerra Filho, também vitoriense, foi prefeito do Cabo e deputado estadual.

Se sua vida política foi um sucesso, a profissional não ficou por menos. Na vida acadêmica obteve dois diplomas: engenheiro agrônomo e advogado. Como engenheiro atuou na Estrada de Ferro Central e na Estrada de Ferro do Sul. Mas como não poderia ser diferente, foi na indústria açucareira, seguindo a tradição familiar, que ele se destacou. De rendeiro do engenho Trapiche no Cabo tornou-se um grande usineiro transformando-o em uma usina, Usina José Rufino, em homenagem ao avô e ao pai. José Bezerra foi o principal acionista da Companhia de Melhoramentos de Pernambuco tendo construído uma estrada de ferro ligando a usina Cucau à cidade de Barreiros6. Seu vasto patrimônio incluía os engenhos Barbalho, Malinote, Malakof, Mataripe, Novo, Pirapama, São João, São Pedro e Santo Inácio.

Notas:
1 – A eleição foi disputada por três candidatos: José Rufino, Henrique Marques de Holanda Cavalcanti, o Barão de Suassuna e o marechal Emídio Dantas Barreto. Em todo o Estado Dantas Barreto obteve apenas 7.000 votos, contra os 25.000 dados a José Rufino.
2- Gayoso, Armando – A verdadeira verdade – Livraria Universal, Recife, 1925, página 17.
Armando Gayoso: ex-oficial de Gabinete do governador José Rufino e ex-vice presidente da Câmara dos Deputados (1919-1922).
3- Havia três grandes líderes políticos no Estado: Rosa e Silva, Dantas Barreto e Manoel Borba.
4- Lemos Filho – Clã do Açúcar (Recife 1911/1934) – Livraria São José, Rio de Janeiro, 1960, página. O autor da quadra faz o trocadilho de “concórdia com corda”.
5- Com o advento da República as Câmaras Municipais de Vereadores foram substituídas pelos Conselhos de Intendência, constituídos por três membros.
6- A Companhia de Melhoramentos de Pernambuco tinha por centro a Usina Cucau, edificada no município de Rio Formoso. Muitas figuras ilustres, tais como os governadores José Rufino e Manoel Borba, dela, faziam parte como acionistas.

Observação: recentemente foi sugerido por um leitor deste blog a mudança do nome da rua dr. José Rufino (Cajá) para Avenida Monte (ou Batalha) das Tabocas. Creio que o nome de dr. José Rufino, pelo que ele representou na política e na história vitorienses, não deveria ser retirado. Poder-se-ia usar os dois nomes: dr. José Rufino permaneceria e iria até a ponte que antecede o templo católico e a feira. A partir da ponte seria avenida Monte ou Batalha das Tabocas. Fica a sugestão. 

Pedro Ferrer

Chiclete Ping-Pong – por Sosígenes Bittencourt,

Eu nunca pratiquei a malvadeza de tacar um chiclete num capucho de cabelos de uma menina. Madeixas lourinhas, esvoaçantes, ou pretos que nem a asa da graúna, cheirosinhos a alfazema do bosque. O Ping-Pong ficava mais gostoso na saliva das meninas, no frescor de suas bocas, temperadas de progesterona, na travessia pela ponte da língua.

No tempo de eu menino, todo rebuliço no coração, todo friozinho na barriga dava impressão de amor. E a história de que engolir chiclete grudava as tripas, era estória, porém grudou muitos corações.

Mastigado abraço.

Sosígenes Bittencourt

Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips – por @historia_em_retalhos.

Em 5 de junho de 2022, eram assassinados em Atalaia do Norte/AM (Vale do Javari) o indigenista pernambucano Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips.

Bruno era considerado um dos maiores especialistas em indígenas isolados do país, já Phillips estava produzindo um livro sobre a atuação de grupos criminosos na região.

Além de indigenista, pessoa que reconhecidamente apoia a causa indígena, Bruno era servidor licenciado da Funai.

Também dava suporte à União dos Povos Indígenas do Vale do Javari, sendo alvo frequente de ameaças de pescadores e garimpeiros que atuam ilegalmente na região.

Coordenou um projeto para equipar indígenas visando à defesa de seus territórios, por meio de drones, computadores e treinamento.

Afirmava que os invasores sentiam-se mais à vontade em decorrência da permissividade do poder público.

E ele tinha razão.

Segundo o laudo da PF, as vítimas foram baleadas com munição de caça.

Dom faleceu por traumatismo na região abdominal, enquanto Bruno foi baleado na cabeça e no tronco.

O MPF denunciou os três suspeitos por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

Mas ainda havia algo mais inacreditável: o momento que o país vivia no que diz respeito à política ambiental.

O governo federal da época minimizou o desaparecimento e, inacreditavelmente, culpou as vítimas, tachando-as de “imprudentes” e as suas profissões de uma “aventura”.

Paralelamente, sem nenhum tipo de compaixão com a dor das famílias, o crime também foi pauta de notícias falsas disseminadas por grupos extremistas.

Dentre as desinformações, destacou-se que ambos entraram no Vale do Javari sem autorização, informação que, pasmem, foi postada pela Funai em nota oficial.

Naquele ano, a Funai foi severamente criticada por dar as costas para a causa fundamental de sua criação, vale dizer, a proteção dos povos originários.

Todas as notícias falsas foram retiradas do ar por ordem judicial.

Bruno nasceu no Recife.

Era filho de paraibanos que vieram morar na capital pernambucana, estudando no antigo colégio Contato.

Aos pais de Bruno, à viúva Beatriz Matos e ao seu filho Pedro, eu dedico este retalho de hoje.
.
Siga: @historia_em_retalhos

https://www.instagram.com/p/C737nznu1CQ/?igsh=emJuaHJlNXRxbXY2