ANOITECERES – SOSÍGENES BITTENCOURT.

ANOITECE EM VITÓRIA. Anoiteço em Vitória. Sou figura noturnal, viajante do ocaso, sonhador como o crepúsculo vespertino, morto de saudade como o final. De olhos vendados, conheço o cheiro dos bairros, dos becos, do meio do mato de minha cidade natal. O cheiro de fumaça, de mingau, de chuva. Sou todo olfato e lembrança. Conheço os trejeitos do meu lugar, os cabelos perfumados, os enxerimentos, o flerte e o gozo. Minha cidade é todinha uma mulher. Chamar-se-ia Vitória das Marias, Maria das Vitórias, tal como é.

ANOITECE EM VITÓRIA. Anoiteço em Vitória. Saio para passear, impregnado dos prazeres noturnos, das eras do meu tempo, que me viciam e me saciam. Minha cidade muda todo dia, mas não muda o meu sentimento, o fascínio elaborado pela memória, como quem ama o que odeia e odeia o que ama, num jogo de perde e ganha.

ANOITECE EM VITÓRIA. Sobretudo, anoiteço em Vitória. Enlouqueço em Vitória. Porque ninguém entende o que em nós nem conseguimos explicar. Vitória, meu berço e minha tumba. Minha alma noctívaga vai enredando sua história. O acaso me espreita, a surpresa me seduz, sua bruma, sua luz. Alucinações e desejos, rimas em ‘ina’, adrenalina, serotonina, dopamina. Ah! Vitória, dos meus idos e vindas de menino, minha menina!

SOSÍGENES BITTENCOURT

“Coração-de-estudante” – por @historia_em_retalhos.

Poucas pessoas sabem, mas o título do clássico “Coração-de-estudante” de Milton Nascimento e Wagner Tiso é uma referência à flor Ceropegia woodii, popularmente conhecida como coração-de-estudante ou coração-de-mãe, nativa da África do Sul.

O nome da planta vem do fato de que em cada nó, ou em cada região de brotação, há duas folhas em formato de coração (foto).

Com profunda sensibilidade e inspiração, Milton e Wagner lançaram a canção em 1983, com uma letra que evoca a liberdade e a fé na juventude.

Tudo começou quando Wagner Tiso criara a sua melodia para o documentário Jango, que narrava a trajetória política do ex-presidente João Goulart.

Após o lançamento do filme, Bituca escreveu a letra inspirado nas lembranças do velório do estudante Edson de Lima, morto pelos militares em 1968.

Pronto.

Daí em diante, rapidamente, a música difundiu-se pelo país e foi abraçada pelos jovens que lutavam pelo fim da ditadura, tornando-se o “hino da redemocratização”.

“Mas renova-se a esperança
Nova aurora a cada dia
E há que se cuidar do broto
Pra que a vida nos dê
Flor, flor e fruto”

“Coração de estudante
Há que se cuidar da vida
Há que se cuidar do mundo”

“Alegria e muito sonho
Espalhados no caminho
Verdes, planta e sentimento
Folhas, coração, juventude e fé”, canta Milton Nascimento.

Em sua apresentação mais inesquecível, milhares de pessoas entoaram a canção em coro no Rio de Janeiro, no auge do “Diretas Já”, marcando toda uma geração.

O mesmo aconteceu durante o clima de comoção que tomou conta do país após a morte de Tancredo Neves.

Hoje, 26.10.2024, este monstro da MPB @miltonbitucanascimento chega aos 82 anos.

Folhas, coração, juventude e fé.

Muita luz na tua estrada @miltonbitucanascimento!
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PITÚ amplia presença no mercado internacional exportando para o Paraguai.

Cachaçaria pernambucana é líder na exportação de cachaça

A PITÚ, indústria de aguardente genuína do município de Vitória de Santo Antão, Zona da Mata de Pernambuco, e que tem presença em países de todos os continentes do mundo, expande ainda mais o alcance no mercado internacional exportando a tradicional cachaça branca, a PITÚ Gold e a PITÚ Mel para o Paraguai. Hoje, a PITÚ produz e comercializa cerca de 100 milhões de litros de cachaça por ano e parte desse montante é destinado ao mercado externo. Os números a consagram como líder em exportação do produto.

A meta da cachaçaria pernambucana, que se mantém entre as 20 marcas de bebidas destiladas mais produzidas no mundo, é alavancar as vendas fora do Brasil apresentando ao novo mercado do Paraguai as mais diversas formas de se consumir cachaça.

“A cultura do Brasil no geral é muito consumida no Paraguai e isso se reflete também quando o assunto é cachaça. Estamos animados com a nova parceria de distribuição no país, que vem acompanhada por algumas ações de fortalecimento da marca no mercado paraguaio”, ressalta Maria Eduarda Ferrer, gerente de marketing da PITÚ.

Na Europa, a PITÚ comanda o mercado e tem a Alemanha como o país líder em consumo. Outros países do Velho Continente, também importantes para a marca, são: Áustria, Grécia, Espanha, Suíça e Bélgica. Nos demais continentes a PITÚ também está presente em alguns países, como: Canadá, África do Sul, Estados Unidos e México.

Sobre a PITÚ – A Engarrafamento PITÚ, fundada em 1938 por Joel Cândido Carneiro, Severino Ferrer de Moraes e José Ferrer de Moraes, é referência nacional quando o assunto é cachaça. Sendo uma das maiores indústrias de aguardente do Brasil e com 85 anos de história, é a cachaça mais consumida nas regiões Norte e Nordeste, e a vice-líder do País. A fábrica da PITÚ está localizada no município de Vitória de Santo Antão (PE), na Avenida Áurea Ferrer de Moraes S/N, onde é possível também conhecer um pouco da trajetória da empresa por meio do acervo do seu Centro de Visitação, que reúne histórias e relíquias da marca genuinamente pernambucana.

A PITÚ está em sua quarta geração de gestores e mantém investimentos contínuos em inovação tecnológica, programas de sustentabilidade e ações de marketing, que garantem a qualidade do produto e refletem no posicionamento da marca diante do segmento.

Características do produto – A PITÚ é uma aguardente de cana pura, transparente, de sabor marcante e teor alcoólico de 40%. O produto é comercializado em garrafas retornáveis de 600 ml, garrafas de 965 ml e latas de alumínio com 350 ml, 473 ml, 710 ml. Os mais recentes lançamentos que, assim como a branquinha, já tomam conta do País, são a PITÚ Mel e Limão, a PITÚ Amarelinha e a PITÚ Remix – linha ice com teo alcóolico mais baixo que traz os sabores limão, abacaxi com coco e a PITÚ Cola, comercializados em latas de 269ml. Também faz parte do portfólio da PITÚ as envelhecidas Premium – a PITÚ Gold e Extra Premium – a Vitoriosa. A PITÚ tem, ainda, a bebida mista de cachaça com limão – PITÚ Limão, a bebida alcoólica mista à base de noz de cola – PITÚ Cola e a vodka Bolvana.

Colégio Diogo de Braga promoveu o 26º ENCONTRA….

Na condição de convidado, na manhã de hoje (25), participei da abertura oficial do 26º ENCONTRA – Encontro de Conhecimentos Tradição -, promovido pelo Colégio Diogo de Braga, localizado no bairro do Livramento.

O referido evento teve inicio às 8h e segue até o final da tarde, com exposição de trabalhos e apresentações artísticas, envolvendo direção, professores, alunos e comunidade.

Enriquecendo o momento de troca de conhecimentos e aprendizado, que teve como tema principal “INVENÇÕES QUE MUDARAM O MUNDO”,  a  badalada e premiada  Banda Marcial do Colégio Municipal 3 de Agosto ditou o tom solene e festivo.

Já catalogado como um dos eventos mais relevantes no sentido da promoção do conhecimento em nossa cidade o “ENCONTRA” carrega na sua essência as digitais da renomada professora Jadenise Macêdo e do qualificado gestor Emmanuel Macêdo, como bem fez questão de destacar, por ocasião da sua fala, o jornalista José Edalvo.

 

Em tempos de tantas informações disponíveis, muitas das quais descartáveis e com curto prazo de validade, promover ações que possam realmente transformar vidas será sempre um desafio gigante. Parabéns aos organizadores do 26º ENCONTRA – Encontro de Conhecimentos Tradição.

 

Maguila – por @historia_em_retalhos.

Maguila, estrela do boxe brasileiro, morre aos 66 anos.

Pugilista sofria de condição semelhante ao Alzheimer (ETC- encefalopatia traumática crônica), comum entre atletas da categoria por causa dos golpes sofridos na cabeça.

Na sua simplicidade, Maguila deu lições a vários doutores por aí de que a soberba e o preconceito não levam ninguém a lugar algum.

Sem anel no dedo, mas com a força dos seus punhos, José Adilson Rodrigues dos Santos conquistou o Brasil.

Descanse em paz, campeão.

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Celebrações científicas na USP e o legado do pernambucano Mário Schenberg – por Marcus Prado.

Considerado nos meios científicos dentro e fora do Brasil como um dos maiores físicos teóricos de seu tempo, graças à relevância e ao pioneirismo mundial de sua obra (muito contribuiu para a matemática quântica e para a compreensão dos processos quânticos), Mário Schenberg (1914-1990), a sua figura proeminente de cientista, será destaque, nesta segunda-feira (28), nas celebrações dos 90 anos de fundação do Instituto de Física da USP que debaterá a sua obra e o futuro da ciência brasileira.

Nasceu de uma família de imigrantes Judeus russos de origem alemã (bairro recifense da Boa Vista, na hoje Praça Maciel Pinheiro). Entre 1938 e 1939, trabalhou com Enrico Fermi (Universidade de Roma), que se destacou pelas suas pesquisas sobre o desenvolvimento do primeiro reator nuclear, e pela sua contribuição à teoria quântica, física nuclear e de partículas. Trabalhou na Universidade de Chicago, onde desenvolveu pesquisas sobre a origem e a evolução das estrelas, com o astrofísico Subrahmanyan Chandrasekhar, futuro ganhador do Prêmio Nobel. Fez pesquisas na Universidade de Zurique. Trabalhou com Frédéric Joliot-Curie (Collège de France), Nobel de Química. Teve a oportunidade de estar próximo, nos estudos, de Marie Curie (École de Physique et de Chimie, em Paris), ela mundialmente famosa nas pesquisas de física e química, tendo conduzido pesquisas pioneiras sobre radioatividade.

A primeira mulher a ganhar duas vezes o Prêmio Nobel. Trabalhou com Pauli Wolfgang, Prêmio Nobel de Física, por sua contribuição na descoberta de uma nova lei da Natureza.

Presenças marcantes na vida de Mário Schenberg foram César Lattes e os cientistas pernambucanos conhecidos internacionalmente, Luís Freire e Leopoldo Nachbin. Em 1948, foi convidado a trabalhar no grupo de raios cósmicos da Universidade de Bruxelas, na Bélgica.

Foi elogiado mais de uma vez por Albert Einstein, de quem Schenberg se tornaria amigo e colega na Universidade de Princeton/EUA. (Einstein o apontou como um dos dez mais importantes cientistas de sua época). Um dos parceiros mais próximos nos EUA, foi o russo naturalizado americano George Gamow (Nobel de Física). Mário esteve mais de uma vez cotado para o Nobel de Física.

Político militante, deputado em duas legislaturas, foi preso durante dois meses numa delegacia de subúrbio de São Paulo por questões ideológicas, aposentado compulsoriamente pelo AI-5 e impedido de frequentar a universidade.

Superando tudo, foi, depois do exílio, crítico de arte com atuação na Imprensa. Nesse período, tornou-se curador da Bienal de São Paulo (1971). Além de obras científicas publicadas em vários idiomas é de sua autoria o livro “Arte e tecnologia”, publicado em Portugal (2010), uma reflexão sobre a relação da arte moderna, tecnologia e ciência. Pioneiro em várias áreas da física, da química, da astrofísica e da teoria das partículas elementares é um nome desconhecido na sua cidade natal.

Marcus Prado – jornalista

 

Deputados e deputadas: vergonha alheia…..

Outro dia escrevi aqui no blog que desconheço qualquer instituição e/ou organização que faça eleição de maneira antecipada. O ponto fora da curva, por assim dizer, se concentra nas “casas do povo”. Diga-se: Assembleia Legislativa e Câmara de Vereadores.

Em canetada de ministro do STF, ocorrida ontem (22), em Brasília, entre outras, a eleição da mesa diretora  da ALEPE – Assembleia Legislativa de Pernambuco -, para o biênio 2025/2026, já realizada com mais de um ano de antecedência do prazo legal, foi anulada. Com “cara de pastel”, o presidente Álvaro Porto disse que vai atender a Justiça.

Vale lembrar que são esses senhores e senhoras, nobres deputados e deputadas, eleitos pelo povo para, entre outras atribuições, que confeccionam  leis para  reger  a vida em sociedade. Ou seja: as nossas vidas……

O curioso é que na hora de resolver questões internas do parlamento que ocupam, eles conseguem trocar os pés pelas mãos para  embarcarem  em verdadeiras  aventuras  jurídicas, sendo obrigados, agora, botarem  o “rabinho entre as pernas” para  passar uma borracha no que fizeram. Uma verdadeira “vergonha alheia,  pela “traquinagem” regimental,  certamente para atender os seus próprios interesses.

Outra indecência, que na ocasião também postamos aqui no blog, foi a eleição antecipada da Mesa diretora da  Câmara de Vereadores da Vitória, onde, assim como na ALEPE, o presidente foi reconduzido para mais um  mandato,  com bastante antecedência.

Para concluir, devemos perguntar  aos senhores parlamentares,  estaduais e municipais: ao antecipar uma eleição para a mesa diretora dos respectivos parlamentos, concretamente falando,  em que área melhora a vida da população?

Mais uma corrida de rua em Vitória: Full Body Studio…

No dia 1º de dezembro acontecerá em nossa cidade mais um evento de corrida de rua. Promovido pelo Studio FULL BODY, localizado no bairro do José Leal, a corrida também terá um percurso dedicado à caminhada, justamente para incentivar as pessoas que estão começando na atividade física.

Para mais detalhes e informações, favor entrar em contato com o organizador do evento – Abelardo -, pelo WhatsApp – 9.9703.8955. Vamos Correr!!!

Simultânea de Xadrez – Mestre FIDE Dawton Lemos.

Mais uma vez, Vitória sediará um grande evento de xadrez. O mestre da Federação Internacional de Xadrez, Dawton Lemos, em passagem pelo nordeste, fará uma simultânea de xadrez, enfrentando, ao mesmo tempo, 12 jogadores vitorienses. O mestre Dawton Lemos possui um vasto currículo, destacando-se: Campeão brasileiro sub-14 em 2012; representou o Brasil no Torneio Panamericano no Peru em 2012 e no Uruguai em 2016; em 2015 obteve o título de Mestre Nacional pela Confederação Brasileira de Xadrez (CBX), consagrou-se campeão cearense absoluto em 2017 e em 2018, a Federação Internacional de Xadrez (FIDE) reconheceu seu talento, onde obteve o título de Mestre Internacional.

Prestigie esse evento GRATUITO, AMANHÃ, às 19:30h na sede do Clube Vitoriense de Xadrez, localizado no Teatro Silogeu Professor José Aragão., no bairro da Matriz. Viva o xadrez vitoriense!

A “Corrida do Vapor” homenageou os 60 anos do Grupo JB.

A 6ª edição da corrida de rua promovida pelo grupo “Vapor da Vitória” ocorreu na manhã do último domingo (20). O ponto de concentração, largada e chegada dos atletas foi o Pátio da Matriz – Praça Dom Luiz de Brito.

Com um bom número de atletas, grupos e assessorias de corrida o evento congregou corredores da Vitória de outras cidades. Destaque para a Assessoria Esportiva Jaqueline Alves,  pela 2ª maior equipe e também por haver  conquistado, através dos seus atletas, 14 troféus para a “Capital do Forró”  –  Caruaru.

No item homenagem, o evento prestou um justo tributo ao Grupo JB, pela passagem dos seus 60 anos de atuação e também pela importante e contínua contribuição às diversas práticas esportivas da nossa região. Veja o vídeo.

Na ocasião, registramos o espaço dedicado à equipe da Farmácia Roval,  que se configura, em nossa cidade,  numa  importante parceira dos eventos de corrida de rua.

O evento – 6ª Corrida do Vapor da Vitória – teve inicio às 6h e, após o aquecimento dos atletas,  a largada ocorreu às 7h. Ao final, já com a medalha no peito, os atletas tiveram a oportunidade de participara da cerimonia de premiação,  num clima de muita música, descontração e comes e bebes. Parabéns aos organizadores do evento!!!

O TEMPLO E O TEMPO – por Sosígenes Bittencourt.

Dá a impressão de que é um dia de Domingo. A igreja está sozinha, imponente, erguida para o alto. Impossível contemplar o templo sem sentir o tempo.

Foi por trás desta Domus Dei que fiz o meu Curso Primário. Lembro-me até do meu corte de cabelo, camisa engomada e gravatinha pendurada no pescoço. A professora dava aula de tudo, até de boas maneiras. Qualquer erro era denunciado à genitora, qualquer desvio da cartilha moral era um pecado. Era proibido pensar nas tentações da carne por trás da Igreja.

Profa. Luzinete Macedo ensinava o verbo amar, com todo amor do fundo da alma. Era o mais regular dos verbos, o verbo dos verbos, o mais conjugado. Profa. Luzinete Macedo era bonita, bem fardada, impecável. Falava explicado, com ênfase, uma lição de ser humano. Saíamos com sua aula na epiderme, na respiração, embalados pelo seu tom, seu gosto. Cheirávamos as páginas do livro, passávamos a mão na pele das páginas.

Impossível contemplar este templo sem pensar no tempo, sem pensar na vida, no vulto iconográfico de Padre Pita. Impossível não pensar no destino, nos meus idos e vindas de menino. Meu corpo era maneiro, meu sangue fino, desengordurado, desintoxicado, a morte estava longe. Minha infância evolou-se por trás deste templo, para além dos coqueiros, na penumbra da Hora do Ângelus.

Ah! minha vida, nossas vidas, nossos templos, na correnteza fugaz do tempo. Lembra-me a palavra desesperada de Horácio, angustiado com a brevidade da vida: Eheu! fugaces labuntur anni! (Ai de nós! Os anos passam ligeiro!)

Transitório abraço!

Sosígenes Bittencourt

Cristino Gomes da Silva Cleto, o Corisco – por @historia_em_retalhos.

Cristino Gomes da Silva Cleto, o Corisco, um dos homens mais temidos do bando de Lampião.

Aos 17 anos, em uma briga de rua, o jovem Corisco matou um homem que era protegido do coronel da cidade de Água Branca/AL, sua terra natal.

Temendo ser morto e sem ter para onde ir, tomou a decisão de aliar-se a Lampião.

Era conhecido por seu porte físico, cabelos longos e pela extrema violência, o que lhe rendera o apelido de “Diabo Louro” ao ingressar no bando.

Já Dadá, com apenas 12 anos, foi raptada à força por Corisco e passou a viver a difícil vida do cangaço.

Aos poucos, porém, foi surgindo um companheirismo entre os dois, capaz de transformar o ódio inicial em um amor que mudou a história do cruel cangaceiro.

Corisco ensinara Dadá a ler, a escrever e a usar armas, permanecendo com ela até o dia de sua morte.

Os dois tiveram sete filhos, mas apenas três deles sobreviveram.

Apesar da fidelidade a Lampião, chegara o momento, todavia, da divisão do bando, como uma estratégia para fugir da perseguição da volante.

Corisco formou o seu próprio grupo, tornando-se o seu líder.

Ao saber da morte de Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros em 1938 na grota de Angicos, o Diabo Louro jurou vingança.

Saiu no encalço dos supostos traidores, mas matou as pessoas erradas.

Paralelamente, o cerco à sua pessoa só aumentava.

Sob o comando do tenente Zé Rufino, seu grande inimigo, a volante localizou Corisco no dia 25 de maio de 1940 na Bahia.

Uma rajada da metralhadora rompeu o seu intestino, pondo fim à sua vida.

Sua cabeça foi cortada e exposta no Museu Nina Rodrigues, em Salvador/BA.

Dadá foi presa e depois anistiada.

Em 1969, Dadá moveu um processo e obteve o direito de sepultar a cabeça de Corisco.

Em 1994, aos 79 anos, Dadá morreu em Salvador.

Para os estudiosos do tema, a morte de Corisco significou o fim definitivo do ciclo do cangaço no nordeste brasileiro.

A quem interessar, recomendo o filme “Corisco e Dadá”, com Dira Paes e Chico Díaz.
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Cônego Pedro de Souza Leão – por Pedro Ferrer

Nascido em Ipojuca, no Distrito de Nossa Senhora do Ó, no dia 8 de janeiro de 1917, era filho de Pedro de Souza Leão e de Minervina de Souza Leão. Aos 19 anos sentiu o chamado de Deus e ingressou no Seminário de Olinda. Completada sua formação eclesiástica foi ordenado, no dia de Todos os Santos de 1947, por sua Reverendíssima, o Arcebispo de Olinda-Recife, dom Miguel de Lima Valverde. Sua primeira celebração eucarística teve lugar na sua terra natal, no Distrito de Nossa Senhora do Ó, no dia 8 de dezembro, dia de Nossa Senhora da Conceição. Mal raiou o ano novo, no dia 5 de janeiro, foi empossado vigário cooperador da Vitória de Santo Antão e capelão do Colégio Nossa Senhora da Graça.

Em 1949 foi transferido para Glória do Goitá assumindo a direção da Paróquia de Nossa Senhora da Glória, onde exerceu seu apostolado com amor e dedicação até julho de 1959. Nos dez anos à frente da paróquia realizou importantes obras tais como: construção da nova igreja matriz, da escola Paroquial de Menores e do ginásio Dom Miguel de Lima Valverde. A edificação deste educandário foi um marco na educação do município, visto ser o primeiro educandário de primeiro grau. Tão frutífera administração fez o povo da Glória do Goitá elegê-lo prefeito. Exerceu seu mandato, 1958/1962, com dedicação e seriedade, pautado em princípios éticos e morais. Em janeiro de 1962 voltou à Vitória de Santo Antão, assumindo mais uma vez, a capela do Colégio N. S. da Graça. Em agosto, do mesmo ano, foi convocado por Dom Carlos Coelho, Arcebispo de Olinda e Recife, para dirigir a construção do Seminário Regional do Nordeste, localizado em Camaragibe. Sua permanência à frente da construção do Seminário foi curta.

Um homem com sua competência administrativa e sua capacidade de trabalho, não podia ficar ocioso. Em 1965, o governador do estado, dr. Paulo Pessoa Guerra o nomeou diretor do Instituto Profissional de Pacas. Foram sete anos de excelente administração. Os que conheceram de perto e vivenciaram o dia a dia do Instituto de Pacas, são unânimes em afirmarem que foi a melhor de todas as administrações passada naquela casa. O Instituto sofreu uma grande metamorfose: de casa de correção, transformou-se em centro de educação.

Em 1972 foi convidado pelo prefeito José Augusto Ferrer de Morais, para assumir a Secretaria de Administração, vacante, pela renúncia do jornalista João de Albuquerque Álvares.

Após longos anos, longe da vida paroquial, não da vida pastoral, pois continuou exercendo seu apostolado continuamente, o Cônego Pedro Souza Leão, assumiu a paróquia de Cavaleiro, no município do Jaboatão dos Guararapes. Paróquia grande, ocupada por uma população carente de bens materiais e espirituais. O Cônego tinha à sua frente mais um desafio. Foram quase vinte anos de apostolado e de fidelidade ao Cristo e à Igreja. Nos últimos anos de vida, cansado e com a saúde precária, ficou preso a uma cadeira de rodas. Sem perder o ânimo continuou sua missão evangélica até ao final. No dia 20 de maio de 1991 foi acolhido por Jesus Cristo na casa do Pai.

Suas exéquias, presididas por dom José Cardoso, teve lugar na matriz de Cavaleiro, por ele construída. O sepultamento foi em sua terra natal.

Em 2013, seus restos mortais foram transladados para a Matriz de Nossa Senhora da Glória, na cidade de Glória do Goitá.

Pedro Ferrer

Corrida Com História: Joaquim José Esteves – nosso primeiro promotor público.

Foi no inicio do século XIX, mais precisamente em 1812,  que o nosso lugar, então na categoria de “freguesia”, ascendeu ao patamar de “vila”. Nesse contexto – Vila de Santo Antão –, deixamos de pertencer ao “Termo de Olinda” e a população local passou a exercer, através dos seus legítimos representantes, o comando político/administrativo.

Mais adiante, em 1833, passamos, também, a possuir a tão desejada autônoma jurídica, ou seja: viramos uma Comarca independente.

Mas foi só em 1834, há exatos 190 anos, que obtivemos à efetivação do primeiro promotor público, ou seja: Joaquim José Esteves. Veja o vídeo aqui:https://youtube.com/shorts/HeVYq9aSHcA?si=_n-3jrZ8JFh7Tv_G

Este marcante acontecimento, hoje, serviu de conteúdo para mais um quadro do nosso projeto esportivo/cultural que tem, entre outros objetivos, contribuir com a chamada Educação Patrimonial de todos os antonenses que atende pelo simpático nome de Corrida Com História.