Carlos Chagas – por @historia_em_retalhos.

Em 08 de novembro de 1934, morria no Rio de Janeiro o grande cientista, biólogo, médico sanitarista, infectologista e bacteriologista brasileiro Carlos Chagas, responsável pela descoberta do protozoário causador da Doença de Chagas.

Em tempos de negação à ciência, este médico por vocação merece todas as homenagens.

Na foto, Chagas aparece ao lado de Albert Einstein em visita deste ao Brasil em abril de 1925.

Diz-se que Chagas não ganhou o Prêmio Nobel de Medicina porque fora sabotado por seus próprios colegas brasileiros.

Uma grande injustiça da história.

Chagas é um exemplo para os médicos brasileiros.

Até hoje, foi o único cientista a descrever completamente o ciclo de uma doença.
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Somos todos antonenses……….

Em um determinado ponto da linha do tempo dos quase 400 anos que separa à chegada do português Diogo de Braga em nossas terras – por força de uma Lei federal –, na qualidade de cidade, fomos obrigados a mudar de nome. Isso ocorreu em entre os anos de 1943/1944. Naquela ocasião, entre outras sugestões, apareceu o “Vitrice”.

Pois bem, não inadvertidamente faço uso da expressão “antonense” para representar o coletivo de pessoas que nasceram ou que residem em nossa circunscrição territorial, aquilo que chamamos de gentílico.  Oficialmente ainda somos “vitorienses”. Ressaltemos, contudo, que ajustes históricos sempre serão necessários. Faz parte da dinâmica das pesquisas.

Por ocasião das produções do nosso quadro “Corrida Com História”, em que estamos a realçar e sublinhar fatos e vultos locais, a palavra “antonense” começou a ser divulgada também na linguagem falada, motivo pelo qual aumentou e muito às indagações e questionamentos de pessoas das mais diversas tendências, por assim dizer.

Com a toda boa vontade do mundo respondo a todos, inclusive, dando-lhe as devidas explicações. Aliás já estou pensando em produzir um vídeo – dentro do “Corrida Com História” – só para falar desse tema. Vamos em frente…..

Dom Hélder e o topless – por historia_em_retalhos.

Certa feita, tentaram envolver Dom Hélder Câmara em uma situação polêmica.

O jornalista Chico Maria fazia um programa de entrevistas na TV Cabo Branco e dirigiu ao arcebispo a seguinte pergunta:

“Dom Hélder, o que o senhor acha do topless?”

Na sua imensa sabedoria, respondeu o Dom da Paz:

“Meu filho, eu estou preocupado com quem não tem roupa para usar. Mas quem tem e quer tirar eu não me importo”.

Um tapa no falso moralismo.

Que falta nos faz!

Um domingo de paz a todos! 🙏🏼
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Dedico este retalho à querida amiga @dilimendes.
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FLORA DE OLIVEIRA LIMA – Marcus Prado.

DETALHE DO JARDIM DA CASA GRANDE DO ENGENHO CACHOEIRINHA DE PROPRIEDADE De JAIME BLTRÃO.

Essa casa tem uma ilustre história a ser contada pelo jornalista MARCUS PRADO no seu DICIONÁRIO ONOMÁSTICO E PAISAGÍSTICO DA VITÓRIA DE SANTO ANTÃO. Nela viveu uma das mais ilustres damas de Pernambuco do passado, dona FLORA DE OLIVEIRA LIMA, casada com o diplomata e famoso historiador e IMORTAL DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS, OLIVEIRA LIMA. Nesta casa , ele escreveu parte de sua obra-prima DOM JOÃO VI NO BRASIL (foto, inédita, de Marcus Prado).

O que a Argentina fez com os seus negros? – por historia_em_retalhos.

Esse tema sempre me intrigou muito.

Não entendia porque o país vizinho, que também passou pelo flagelo perverso da escravidão, tinha uma população negra tão reduzida.

Só para se ter uma ideia: no século 18, a participação negra chegou a ser de 30% da população argentina.

Hoje, gira em torno de 4 a 6%.

Há razões históricas, que, pelo absurdo, lembram de alguma forma o processo de desaparecimento dos índios nos EUA.

Tudo começou com a abolição da escravidão, em 1853.

Tal qual no Brasil, os negros foram entregues à própria sorte, caindo no esquecimento e abandono.

Morando em guetos, cortiços e favelas, sem higiene, a população negra passou a ser presa fácil das grandes epidemias, como cólera e febre amarela.

Muitos sucumbiram nesse período.

Um outro fator (cruel e covarde) também pesou bastante: a maciça exposição dos negros nas linhas de frente das guerras, como “buchas de canhão”.

Com os grandes embates nas guerras da independência, na Guerra do Paraguai e em outros conflitos, o governo criou diversos batalhões constituídos apenas por afro-argentinos, com promessas de dias melhores, que nunca chegaram.

Esses batalhões não recebiam as mesmas instruções e treinamentos, partiam para o fronte e eram simplesmente dizimados.

Some-se a esse processo de aniquilamento o forte estímulo, a partir de 1850, à imigração da mão de obra branca europeia (principalmente italianos e espanhóis), a qual gozava de prestígio e tinha os seus direitos civis e trabalhistas reconhecidos.

Estigmatizados e sob a vigência de uma clara política de branqueamento, os afro-argentinos foram, aos poucos, desaparecendo.

Uma curiosidade: paradoxalmente, o maior símbolo da cultura argentina, o Tango, tem origem africana.

O ritmo fazia parte das cerimônias escravas conhecidas como “tangós”.

Há o ditado que diz que “os argentinos são italianos que falam espanhol e que pensam que são ingleses”.

De fato, tem o seu fundo de verdade.

Este retalho está longe de exaurir o tema, mas explica, em certa medida, porque a Argentina ainda é um país reconhecidamente racista.
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GUERRA DOS MASCATES – embate político militar ente os senhores de Engenhos (habitantes de Olinda) X comerciantes portugueses (habitantes do Recife).


O movimento no seu bojo pretendia tornar Pernambuco uma República. Pereira da Costa, grande historiador, em “Anais Pernambucanos”, vol. 5 assim descrevia o sentimento que ia no coração dos pernambucanos. “O projeto de independência era coisa certa e combinada entre Bernardo Vieira de Melo e o mestre de campo João Freitas da Cunha, e ao qual se achavam associados o capitão-mor de Santo Antão, Pedro Ribeiro da Silva, o capitão André Dias de Figueiredo e seu irmão o dr. José Tavares de Holanda e contando eles com a principal nobreza pernambucana”.

No dia 17 de outubro o governador da Província, Sebastião de Castro e Caldas, foi emboscado no centro do Recife, na rua da Água Verde, próximo ao Pátio de São Pedro. Infelizmente, para os pernambucanos, o tirano sobreviveu aos ferimentos. Impulsionado pelo sentimento de vingança e sabendo que os autores dos disparos eram familiares do Pedro Ribeiro e que eles tinham fugido para a Freguesia de Santo Antão, ordenou ao corpo da guarda da Freguesia que prendesse o Pedro Ribeiro e seus comparsas.

No dia 3 de novembro, após rápidas escaramuças, Pedro Ribeiro da Silva resistiu à prisão e de quebra prendeu seus perseguidores. Formou um grupo armado e partiu para o Recife com o objetivo de depor o Governador. Era o início da “Guerra dos Mascates” De Santo Antão ecoava o grito de liberdade. Às tropas do capitão mor Pedro Ribeiro somaram-se outras vindas da zona da mata. Amedrontado com a presença dos bravos mazombos, Sebastião de Castro e Caldas fugiu para Salvador.

Em cartas escritas posteriormente de Salvador-Bahia, para onde fugira, Sebastião de Castro e Caldas responsabilizava Pedro Ribeiro e parentes pelo atentado que sofrera: “que os principais amotinadores, além dos ditos conjurados, repartidos pelas Freguesias, foram, na de Santo Antão, onde teve princípio, o Capitão-mor dela, Pedro Ribeiro e seus cunhados…” O sentimento nativista, germinado no Monte das Tabocas,
consolidava-se com a Guerra dos Mascates.

Com ânimo e patriotismo as tropas comandadas por Pedro Ribeiro e outros capitães, ao som de tambores, invadiram, no dia 9, o Recife. Grande confusão invadiu as hostes dos mascates, que entregues à própria sorte fugiram atônitos e desesperados. Senhores da situação, os pernambucanos destruíram primeiramente o pelourinho. Em seguida, libertaram todos os prisioneiros, tanto os políticos, como os comuns e arriaram a bandeira de Portugal do cimo do palácio das Torres.

A primeira ação administrativa foi destituir todos os portugueses que ocupavam cargos públicos. Assegurada a posse da vila do Recife, continuaram triunfantes, em marcha para Olinda. Grande destaque teve o capitão-mor Pedro Ribeiro da Silva, que entrou triunfante na capital da Província, onde foi efusivamente recebido, sob aplausos e gritos de alegria. Senhores da “Marim dos Caetés”, restava reunirem-se, para deliberarem sobre a nova forma de governo e outras medidas cabíveis.

Observação: mais detalhes sobre a Guerra dos Mascates e sobre o capitão mor Pedro Ribeiro da Silva podem ser colhidos em livro à venda no Instituto Histórico pelo preço de R$ 40,00.

Instituto Histórico e Geográfico da Vitória 

 

A primeira mulher a governar Pernambuco? – por historia_em_retalhos.

Será Raquel Lyra (PSDB) a primeira mulher a governar Pernambuco?

Resposta: depende.

Se considerarmos a ascensão ao cargo pela via democrática, pelo voto direto, sim.

É um fato inédito.

Todavia, há uma importante personagem da história que assumiu o comando da capitania de Pernambuco, no século 16: Brites de Albuquerque (Beatriz de Albuquerque), esposa do donatário Duarte Coelho.

Ela foi considerada a primeira governante das Américas e uma das responsáveis pela prosperidade na capitania pernambucana.

Ao todo, foram cerca de 30 anos à frente do governo de Pernambuco.

Desejamos boa sorte à futura governadora @raquellyraoficial e que atentemos a este importante registro, em observância à história.

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Vitória nas urnas: Lula e Raquel…..

Rachado ao meio, politicamente falando, o eleitorado brasileiro compareceu às urnas no último domingo (30) para eleger o presidente e mais 12 governadores pelo 2º turno das eleições 2022. Sem maiores transtornos ou problemas que merecessem destaque pela grande mídia nacional, horas depois do pleito, a chapa encabeçada pelo Partido dos Trabalhadores, por pequena margem de votos (a menor da histórica sob o regime da chamada “Nova República”) foi consagrada a vencedora.

Muito antes do início do processo eleitoral (propriamente dito),  em função das muitas declarações do presidente Jair Bolsonaro (candidato à reeleição), no que se refere ao  modelo de apuração – urnas eletrônicas – já havia um clima de conflito anunciado, caso o mesmo não lograsse êxito eleitoral.  Vale lembrar que o próprio Jair Bolsonaro, em pleitos passados, já fora eleito e reeleitos várias vezes por esse mesmo sistema.

Jogando o jogo democrático dentro das “quatro linhas” –  expressão muita usada pelo atual presidente da república – o candidato eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, cumpriu agenda de vencedor, ou seja: fez o discurso da vitória para imprensa e foi para rua comemorar com os seus eleitores – Avenida Paulista – São Paulo.

Em Pernambuco a governadora eleita, a ex-prefeita da cidade de Caruaru, Raquel Lyra, já teve a sua vitória “ratificada” pela adversária, ao enviar mensagem de “boa sorte”. Nesse pleito (2022), na “terra dos altos coqueiros”, ressaltemos que as mulheres quebraram alguns tabus. A primeira senadora eleita, Teresa Leitão e a primeira govenadora da nossa história republicana.

No regime democrático o respeito ao processo é a regra número um. Não que estejamos navegando em um “barco perfeito”, mas esse foi o “combinado” ao qual todos se submeteram e aceitaram, na medida que “vestiram suas respectivas camisas”, antes de do apito inicial.

Assim sendo, apesar de todo acirramento e divisão dos últimos anos, ocorrido nos quatro cantos do País, esperamos que a serenidade prevaleça, no sentido de voltarmos ao eixo da história, sem sobressaltos ou aventuras inconsequentes.

A polêmica do debate de 1989 – historia_em_retalhos.

Em 1989, os brasileiros foram às urnas para escolher o novo presidente da República.

Era a primeira eleição presidencial pelo voto direto, depois de 29 anos e um longo período de ditadura militar.

Havia, ao todo, 23 candidatos, passando para o segundo turno Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Collor de Mello (PRN).

O segundo e principal debate entre os dois aconteceu no dia 13.12.1989, sendo transmitido pelas quatro principais emissoras de televisão do país: Globo, Bandeirantes, Manchete e SBT.

Um fato, porém, repercutiu bastante.

No dia seguinte, a Rede Globo apresentou duas matérias com edições do debate: uma no Jornal Hoje e outra no Jornal Nacional.

A segunda, especificamente, provocou grande polêmica.

A Globo foi acusada de ter favorecido o candidato do PRN, tanto na seleção dos momentos, como no tempo dado a cada candidato, já que Collor teve um minuto e meio a mais do que o adversário.

O PT chegou a mover uma ação contra a emissora no TSE.

Em frente à sede da Globo, atores da própria emissora, junto com outros artistas e intelectuais, protestaram contra a edição.

Tempos depois, os responsáveis pela edição do JN apresentaram a justificativa de que teriam usado o mesmo critério de edição de uma partida de futebol, na qual são selecionados os melhores momentos de cada time.

O fato é que este episódio trouxe um inequívoco dano à imagem da Globo.

Não sem razão, hoje, a emissora adota como norma não editar debates políticos.

Eles são vistos na íntegra e ao vivo.

Sem dúvida, é melhor assim.

É o mais consentâneo com a boa informação e com o livre convencimento do telespectador.
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Orquestra Super Oara – comemoremos os seus 64 anos de existência!!!

Ostentando inúmeros títulos, homenagens e uma quilometragem invejável nos palcos da vida o grupo Super Oara – Orquestra Arcoverdense de Ritmos Americanos – continua intacto no que se refere ao cumprimento da sua missão, ou seja: promover alegria nas mais variadas celebrações festivas. Hoje, exatamente hoje, 28 de outubro de 2022, a Super Oara completa 64 anos de profícua existência.

Oriundo da pequena cidade de Carnaiba, “Seu” Beto, ainda muito jovem, foi ao Rio de Janeiro atraído pela música. Voltou a sua terra natal por dois motivos: assumir um emprego de “agente arrecadador” e para se casar com “Dona” Marlí, com quem vive até hoje e dividiu a criação dos dez filhos, muitos deles também vinculados ao mundo da música.

Orquestra Arcoverdense de Ritmos Americanos – Super Oara – avançou no tempo, conquistou o interior pernambucano e chegou às capitas do Nordeste para atravessar o Oceano Atlântico e se apresentar na Grécia, Japão e França. No Recife, em apresentação memorável, dividiu o palco com o instrumentista americano Ray Canniff.

“Seu” Beto, hoje,  com mais de 90 anos bem vividos, já passou o bastão para o seu filho, Elaque Amaral. Mas continua como uma das maiores referências do nosso estado, no que se refere ao profissionalismo e amor à causa.  Abaixo, portanto, segue o vídeo completo do seu histórico depoimento, gravado por ocasião de uma homenagem que a ABTV – Associação dos Blocos e Trios da Vitória – lhe concedeu no ano de 2018.

 

Na qualidade de contratante e amigo da “família Super Oara”, me sinto feliz em poder compartilhar como os nossos internautas esse singelo testemunho. Super Oara é sinônimo de profissionalismo, talento e, sobretudo, alegria! Parabéns pela trajetória espetacular!!!

Livro Asas Para Vitória de Santo Antão – a história do Aero Clube da Vitória – continua à venda!

Fruto de uma aprofundada pesquisa histórica, realizada pelo presidente do Instituto Histórico da Vitória, professor Pedro Ferrer, o Livro Asas Para Vitória de Santo Antão tem recebido os merecidos elogios. Recheado com fotos e documentos, o conteúdo, de maneira cronológica, narra o passo a passo rumo à materialização e sucesso, daquilo que que ficou catalogado na nossa história como um dos sonhos mais ousados dos antoenses, ou seja: a concretização do Aeroclube da Vitória – vale a pena ler……

O livro custa $70 e pode ser adquirido através do contato (81) 9.8880.1744.

A última entrevista – por historia_em_retalhos.

Eduardo Campos ocupa a bancada do Jornal Nacional naquela que seria a última entrevista de sua vida.

Diante das câmeras, para milhões de brasileiros, o então candidato à presidência da República mostrou-se firme e sereno, nacionalizando a frase que se tornaria uma marca de sua campanha:

“Não vamos desistir do Brasil”.

À época, comentou-se que Eduardo foi muito cumprimentado nos estúdios da Rede Globo, passando muito bem no primeiro teste da campanha.

Saiu dali feliz, pensando nos compromissos do dia seguinte.

Todavia, não houve dia seguinte.

Campos morreu em acidente aéreo na cidade de Santos (SP).

O piloto da aeronave perdeu o controle e colidiu com o solo.

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) constatou que a queda ocorreu por diversos fatores, entre eles, falha humana, condições inapropriadas para a operação no aeródromo e desorientação visual.

O episódio trágico mudou o curso das eleições daquele ano e gerou consequências políticas que perduram até hoje.

O jovem e talentoso político perdia a vida no auge de sua carreira, ainda em plena ascensão, aos 49 anos.
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MARCUS e MARINA PRADO antecipam nomes de Vitorienses que vão fazer parte de um DICIONARIO inédito.

Estamos, eu e minha irmã, professora Marina Prado Aguiar, num projeto jamais imaginado de resgate da memória vitoriense, que consiste de um DICIONÁRIO ONOMÁSTICO E PAISAGISTICO da VITÓRIA DE SANTO ANTÃO. Do início do século 19 até o ano 2000. Eis um breve registro do que já temos, nomes de grandes vultos do passado não distante, extraídos ao acaso do DICIONÁRIO, uma breve amostra do que, na obra, vai aparecer com índice alfabético. Alguns dos mais esquecidos: Dom João Costa, Osman Lins, Nestor de Holanda, José Miranda, Aldo Valois, Aurino Valois, Waldemar Custódio de Lima, Mário de Farias Castro, Isidoro Bacelar, Otacílio Montenegro, Brasiliano de Queiroz Monteiro, Carlos Palmeira Valença, Clodoaldo Barros, Gamaliel da Costa Gomes, Abraão Meireles, Margot Ferrer, Osmar Rodrigues, Ubiraçu Carneiro da Cunha, Claudio Holanda, Arnoud Gurgel, Amaury Teixeira Nunes, Theo Lins, Geraldo Lima, Pautila Lopes, Carlos Monteiro, Zito Mariano, Aloisio Aragão, Tenente Lins, Serafim Moura, Pe. João Tavares, Ruitá Marinho Falcão, Zilda Mauricio, Edithe Holanda, Zeca Peixe, Inácio José de Melo, Lourival Pedroso, Olavo Holanda, Cruz Gouveia, Bido Krause, Albertina Lagos, Zuleide Costa, Milton Ramos, Carlos Monteiro, Ismail Hammad, Lindomar Moura, Vivi Moura, Gilvanete Guedes, Armando Peres, José Joaquim da Silva, Brasiiano de Queiroz Monteiro, Jailton Moura, Dilson Lira, José Xavier, José Ferreira da Costa, Milton Bandeira, Severino da Costa Gomes, José Mendes de Souza, Cacilda Montegro, Pastor Lidônio, Teixeira de Albuquerque, Joao Nery Barbosa, Jorge Campelo, José Peres,

A lista é enorme, são cerca de 4 mil nomes, até agora, sem falar de cerca de 3 mil fotos. Cada um com breve biografia. Muitos não nasceram em Vitória, mas nunca deixaram de ser vitorienses. Vamos continuar a divulgar no Blog do Pilako nova lista de nomes daqueles que construíram um tempo vitoriense.

Marcus Prado – jornalista. 

Vereadores: estado de greve ou prevaricação?

Através das redes sociais do vereador André Carvalho fiquei sabendo que a maioria dos nossos vereadores, recentemente,  não aprovaram um pedido de informação  na direção do Poder Executivo,  solicitado pelo vereador Carlos Henrique, no sentido da relação de nomes dos funcionários das empresas terceirizadas contratadas pela atual gestão municipal.

É natural que cada internauta que acompanhou a referida postagem tenha realizado  o seu próprio e devido juízo de valor, no que concerne às informações (filme) divulgada. Mas, independente de qualquer coisa, uma pergunta deverá ser realizada aos senhores vereadores que barraram a  tal solicitação: para que serve, então, a Câmara de Vereadores e qual o verdadeiro papel de um vereador à luz da nossa Constituição?

Em juramento, entre outros, o médico promete salvar vidas. Ao professor, além de educar,  cabe-lhe  a nobilitante tarefa de compartilhar conhecimentos. Julgar dentro dos rigores das leis é o oficio  número um de todo magistrado. Toda profissão/função  é digna e tem uma finalidade de existir. Qual seria, então, a finalidade da existência de um vereador no nosso atual contexto administrativo/político/jurídico?

Ora! Entre outras atribuições de um vereador, fiscalizar os atos do Poder Executivo seria uma espécie de “Cláusula Pétrea” da sua existência e da sua real função (missão) social. Para clarear o pensamento, podemos até dizer: o vereador é um funcionário público escolhido e pago com o dinheiro do povo para servir ao mesmo.

Pois bem, com efeito, voltando ao ocorrido na Câmara de Vereadores da nossa cidade, é algo que foge ao mínimo da razoabilidade saber que vereadores NÃO ESTÃO INTERSSADOS EM FISCALIZAR O PODER EXECUTIVO. E o que é pior: ATRAPALHANDO O SERVIÇO DO VERADOR QUE QUER CUMPRIR SUA FUNÇÃO. .É um verdadeiro samba do crioulo doido. É a mesma coisa de dizer que o médico não quer salvar vidas! Que o professor quer tornar seus alunos mais ignorantes. Que o juiz trabalhe pela aplicação da injustiça social …..e por aí vai…..

Sabemos que o direito de greve da classe trabalhadora está assegurado na Constituição brasileira. Estaria, portanto,  a maioria dos nossos vereadores em estado de greve  ou será que suas excelências estariam cometendo um crime tipificado por  prevaricação?  O pensador Aristóteles já disse:  “cada povo tem o governo que merece”.

Até parece que muitas vezes os vereadores da nossa cidade trabalham para “afundar” ainda mais a imagem da Câmara no seio da sociedade. Não à toa, as pesquisas de opinião pública atestam que as casas legislativas são os espaços com os maiores índices de reprovação perante a população.

Para encerrar essas linhas, em que registramos mais um fato lamentável protagonizado pelo Poder Legislativo local, gostaria de solicitar ao vereador Carlos Henrique o envio dos nomes dos vereadores que votaram contra esse pedido de informação, para deixar  na historiografia antonense o registro desses parlamentares que aparentemente ainda não entenderam a função que exerce  e,  nesse caso em tela, fazendo o papel de Judas, ou seja: traindo a confiança dos eleitores que neles hipotecaram  seus respectivos sufrágios, até porque: votar é um exercício de esperança!

Professor Vladimir Herzog – por historia_em_retalhos.

Em 25 de outubro de 1975, há 47 anos, o jornalista, dramaturgo e professor Vladimir Herzog era torturado e morto pela ditadura militar brasileira, tornando-se um triste símbolo das atrocidades cometidas naquele período da história do Brasil.

Herzog era diretor de jornalismo da TV Cultura, tendo se apresentado voluntariamente para prestar depoimento no Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI).

No dia seguinte, foi encontrado morto em uma cela, tendo os seus algozes afirmado que ele teria retirado a própria vida.

Na época, era comum que o governo militar divulgasse que as vítimas de suas torturas e assassinatos haviam perecido por “suicídio”, fuga ou atropelamento.

Conforme o laudo de encontro de cadáver, expedido pela Polícia Técnica de São Paulo, Herzog enforcara-se com uma tira de pano, a “cinta do macacão que o preso usava”, amarrada a uma grade a 1,63 metro de altura.

Ocorre que o macacão dos prisioneiros do DOI-CODI não tinha cinto, o qual era retirado, juntamente com os cordões dos sapatos, conforme a praxe daquele órgão.

No laudo, foram anexadas fotos que mostravam os pés do prisioneiro tocando o chão, com os joelhos fletidos, posição em que o enforcamento era impossível.

Foi também constatada a existência de duas marcas no pescoço, típicas de estrangulamento.

Depois do Ato Institucional n.° 5, o ato inter-religioso pela morte de Vladimir Herzog foi a primeira grande manifestação de protesto da sociedade civil contra as práticas da ditadura militar, reunindo milhares de pessoas na Catedral da Sé, no centro de São Paulo.

Em 24 de setembro de 2012, o registro de óbito de Vladimir Herzog foi retificado, passando a constar que a “morte decorreu de lesões e maus-tratos sofridos em dependência do II Exército – SP (Doi-Codi)”.

Em 2018, a Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o Brasil por negligência na investigação do assassinato do jornalista.

Para muitos, a morte de Vladimir Herzog inaugurou o início do fim da ditadura no Brasil.

Ditadura NUNCA mais.
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Instituto Histórico: sócios elegem nova diretoria….

Após o cumprimento de todos os requisitos estatutários, na tarde de ontem, segunda-feira, 24 de outubro de 2022, a “Casa do Imperador” abriu suas portas para efetivar a eleição para a nova diretoria do nosso Instituto Histórico e Geográfico da Vitória.

Com apenas uma chapa concorrendo, assim ficou formada a nova diretoria:

Presidente: Pedro Humberto Ferrer de Morais.

Vice-presidente: Cristiano de Melo Vasconcelos Barros.

Primeira secretária: Priscylla Ingrend Aires da Silva Moura.

Segundo secretário: Enedino Soares de Oliveira.

Primeiro tesoureiro: Carlos dos Santos Freire.

Segundo tesoureiro: Serafim Lemos do Nascimento.

Orador: Claudemir Alves Coelho.

Vice oradora: Maria Luciene de Freitas e Silva.

Diretor de patrimônio: Antônio Fernando do Nascimento.

Emmanuel Carneiro Leão, patrimônio cultural de Pernambuco – por Marcus Prado.

 

Pernambuco deve se orgulhar de ter sido, nas primeiras cinco décadas do século passado, reconhecidamente, o berço daqueles que contribuíram nos muitos ramos das ciências e de outros saberes, para o prestígio da mentalidade brasileira dentro e fora das nossas fronteiras, sem falar do que conquistou no campo das artes e da Literatura. Em artigo recente nesta página procurei destacar aqueles, na minha opinião, já sobejamente consagrados. Guardei um nome para fechar o ciclo de uma geração de ouro, individualidade síntese, exercitação do que seria parte cimeira dos valores da nossa cultura erudita do século passado. Refiro-me ao professor e filósofo Emmanuel Carneiro Leão, nascido no bairro recifense da Várzea, hoje com 93 anos, pouco conhecido e estimado na sua cidade natal, conta apenas com escasso conhecimento dos seus conterrâneos. Ele que é o mais qualificado conhecedor brasileiro da obra monumental do filósofo alemão Martin Heidegger (1889-1976), pelos seus pressupostos teóricos, sem perder a sua capacidade ainda de trabalho e pensar, sobretudo no campo da Filosofia; pela sua vasta obra ensaística, pelo legado de professor e fundador de cursos acadêmicos no Rio e Janeiro. O nosso autor tornou-se ao longo dos anos um especialista obsessivo e profundo, além de pesquisador e exegeta quando se trata de Martin Heidegger, de quem foi um dos alunos mais próximos e colaborador. O Heidegger, visto como um marco do pensamento e do saber, o maior pensador do seu tempo alemão. (Obra de investigação filosófica extremamente difícil de ser compreendida, sobretudo para quem não está familiarizado com filosofia ontológica). Destaco Emmanuel na mesma linha de prospecção investigativa e indagações da também pernambucana da Vitória de Santo Antão, Maria do Carmo Tavares da (1936-2012), ela que foi aluna de Heidegger e sua tradutora no Brasil, além de outros grandes estudiosos heideggerianos brasileiros, com passagens demoradas pela Universidade de Freiburg: Ernildo Stein, (de quem tenho recebido gestos e trocas de ideias sobre Heidegger), Vicente Ferreira da Silva (um dos pioneiros nos estudos de Martin Heidegger no Brasil, sendo o pensador alemão a principal influência de sua carreira), Benedito Nunes (tantas vezes recebido no Recife por César Leal e Evaldo Coutinho, fui um deles, quando nossas conversas eram sobre Heidegger e sobre Mario Faustino).

A fidelidade é uma das metas mais perseguidas em uma tradução, entrelaçando-se com a necessidade de tornar o texto acessível ao leitor. Foi o que testemunhei com a releitura há pouco do Ser e Tempo, de Heidegger, um marco na filosofia de todos os tempos, a partir de uma tradução de Marcia Sá Cavalcante Schubaca, filósofa, de origem pernambucana, professora titular da Universidade de Södertörn, em Estocolmo, Suécia,
aluna e colaboradora de Emmanuel, tendo dele a participação como orientador na tradução do livro de Marcia. Traduzir Heidegger diretamente do alemão para qualquer idioma, no sentido amplo, precisa de muita ajuda e encorajamento. Um desafio que raros, em nosso idioma, ousaram enfrentar até hoje. Algo, em menor dimensão, na proposta de tradução de um Joyce (1882-1941), na literatura, de um Pierre Teilhard de Chardin. (1881-1955) teólogo, filósofo e paleontólogo

Estive a primeira vez, em 1998, na cabana de Martin Heidegger, na Floresta Negra (Alemanha). Sua localização é uma aldeia chamada Todtnauberg, no município de Todtnau, região de Baden-Württemberg, muito próximo a Friburgo, onde Heidegger era professor. Ali se estampava um Heidegger com hábitos de camponês. Não é por acaso que foi nela que produziu uma das maiores obras do pensamento do século XX, Ser e tempo. Para mim, a casa mais emblemática da Alemanha, como também não deixaria de ser a casa do Nobel Thomas Mann, um dos maiores nomes da literatura alemã, em Lübeck, que tive a sorte também de conhecer. (O Thomas, filho da brasileira de Paraty, Julia da Silva Mann, o genial autor de A Montanha Mágica, que teve como seu primeiro leitor brasileiro o nosso Gilberto Freyre). Por falar dessa cabana, tantas vezes vista e comentada antes de mim por Miranda e Emmanuel, quero lembrar a importância de Hannah Arendt na vida de Heidegger, no outono de sua vida, ela que foi uma das grandes pensadoras do século 20, figura pública do mundo do pensamento, densa e original, aluna predileta de Heidegger, sua grande e secreta paixão, tantas vezes vista nessa cabana não só para os abraços, para ouvir lições do mestre, (o que vemos no Hannah Arendt & Martin Heidegger: história de um amor, de Antônia Grunenberg-Perspectiva, 2019). O mais conhecido e comentado romance da história da filosofia trazido ao público em todos detalhes, iluminando a trajetória de dois dos mais influentes pensadores da atualidade. A cabana, simples como uma cabana quase toda de madeira, com o seu fogão a lenha, o ambiente em que viveu os últimos anos de vida aquele que a história da filosofia, com todas as suas alavancas de possibilidades e conceitos, consagrou como um dos seus vultos de maior vigor e desafiadora contemporaneidade. E que teve no pernambucano Emmauel a análise dos fundamentos transcendentes de sua obra, de modo inequívoco e frontal.

Marcus Prado – jornalista.

“Corriola da Matriz” – mais uma “missão cultural”………

Com programação já definida até o apagar das luzes do ano em curso, no sábado (22), o grupo intitulado “Corriola da Matriz” promoveu mais uma “Missão Cultural”. Nessa ocasião, membros do grupo seguiram ao centro histórico do Recife.

A primeira parada foi no Pátio de São Pedro. Num segundo momento, uma visita ao emblemático Mercado de São José – requalificado internamente e também sem o comercio ambulante no seu entorno. Em ato contínuo,  o sempre efervescente Mercado da Boa Vista foi o ponto escolhido para os devidos comes e bebes.

Nesse passeio histórico muitas conversas e fatos que nos conectaram ao tempo pretérito, até porque todos do grupo  – de uma forma ou outra -,  em algum período da vida interagiram com os referidos espaços.

O atentado do Guararapes – por historia_em_retalhos

Manhã do dia 25 de julho de 1966.

O Brasil vivia os primórdios do regime militar.

Era época de eleições indiretas, algo apenas formal e ritualístico, já que tudo era decidido pelo partido dos militares.

O Marechal Arthur da Costa e Silva era candidato à presidência e anunciara uma visita ao Recife para fazer campanha.

No saguão do Aeroporto dos Guararapes, muitas pessoas o aguardavam, no momento em que, de repente, uma mala foi percebida abandonada no local.

O guarda civil Sebastião de Aquino seguia para entregá-la no balcão, quando, inesperadamente, dentro dela, uma bomba explodiu.

O clima de caos e confusão foi geral.

Aquino e outras 13 pessoas ficaram feridas. Já o jornalista Edson Régis e o vice-almirante Nelson Gomes morreram.

O que aconteceu naquele dia?

Três versões pairam no ar.

Segundo a versão oficial dos militares, tratou-se de um ato terrorista, que tinha como objetivo atingir Costa e Silva.

Em pouco tempo, a polícia apresentou dois acusados: Ricardo Zarattini e Edinaldo Miranda.

Ambos carregaram por toda a vida o estigma de terroristas, até que, em 2013, a Comissão Estadual da Verdade apresentou documentos do próprio regime, datados de 1970, que desmentem a versão oficial.

Uma segunda corrente atribui a autoria a militantes da Ação Popular (notadamente, a Raimundo Gonçalves e ao ex-padre Alípio de Freitas), que teriam agido por conta própria, sem autorização dos dirigentes.

Por fim, uma terceira linha sustenta que a versão oficial conflitava com o próprio inquérito militar que apurava o caso.

Historiadores afirmam que, em verdade, o crime foi planejado pelo governo para criar um clima de pânico na população, abrindo o caminho para o recrudescimento da ditadura e a criminalização da esquerda.

Fatos como esse preparariam o terreno para, dois anos mais tarde, nascer o AI-5.

Dois detalhes importantes:

– Costa e Silva não desembarcou no Guararapes, optando por vir de carro pela PB.

– no mesmo dia, duas outras bombas explodiram, sem vítimas, na sede da UEE e no SI dos EUA.

Cada um tire as suas próprias conclusões.

Até hoje, o episódio segue sem elucidação.
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