Assembleia Constituinte – por Siga: @historia_em_retalhos.

Na madrugada do dia 12 de novembro de 1823, há exatos 199 anos, temendo que o poder da Assembleia Constituinte ameaçasse o seu reinado, Dom Pedro I ordenou que o Exército invadisse o plenário.

O brigadeiro José Manuel de Morais entrou à frente de sua tropa, com um decreto em mãos.

Assinado pelo imperador, o texto dizia:

“Havendo eu convocado como tinha direito de convocar a Assembléia Geral no ano próximo passado (…) Hei por bem, como imperador e defensor perpétuo do Brasil, dissolver a mesma Assembléia e convocar uma outra”.

O episódio ficaria conhecido como a “Noite da agonia”.

Os membros da Assembleia, que se preparavam para redigir a primeira Constituição brasileira, resistiram por horas, mas não conseguiram evitar a dissolução do grupo.

Muitos deputados, incluindo o Patriarca da Independência, José Bonifácio, foram presos e depois deportados.

Dias depois, o imperador reuniu dez cidadãos de sua confiança.

A portas fechadas, escreveram a primeira Constituição do Brasil independente, publicada no ano seguinte.
.
Fonte: @ronaldohistoriador

Siga: @historia_em_retalhos

REI DO MARACATU PERAMBUCANO DE BAQUE SOLTO – por Marcus Prado.

REI DO MARACATU PERAMBUCANO DE BAQUE SOLTO, o mais antigo de PE. Pedi que ele se concentrasse por instantes, pensamento voltado para as suas entidades de outros planos, antes de entrar na brincadeira, e assim permaneceu. Me deu a oportunidade única de uma imagem fotográfica num MARACATU. Dedico essa foto ao saudoso amigo RÊNÊ RIBEIRO (Fundaj) e à memória do antropólogo ROGER BASTIDE. Foto de Marcus Prado batida hoje na Fundaj.

Marcus Prado – jornalista. 

“Curiosidades Antonenses” foi o título da palestra de hoje no IFPE – Campus Vitória.

Com robusta programação que incluiu palestras, apresentações culturais, minicursos e oficinas  a 1ª Semana das Graduações do IFPE  – Campus Vitória de Santo Antão teve inicio na última segunda-feira (07) e seguiu até hoje, sexta-feira (11). O evento, segundo os organizadores, cumpriu sua missão com êxito.

Tendo como tema “Curiosidades Antonenses”,  fui convidado pela referida instituição para proferir palestra de encerramento do evento.  Com a “casa cheia” e um público majoritariamente formado por jovens nos propomos apresentar uma “cidade pouco conhecida”, ou seja:  o seu passado, algumas curiosidades na chamada “linha do tempo” e como dialogar com tudo isso nos dias atuais. 

Lastreada em 12 fotografias e um pequeno filme de 57 segundos de duração “navegamos” por 60 minutos,  no sentido da importância dos monumentos e pelas circunstâncias em que os prédios históricos foram construídos. Com linguagem simples e objetiva, de maneira geral, procuramos aproximar as pessoas da rica história local. Acredito haver contribuído positivamente com o evento e para o possível despertar da plateia, no chamado pertencimento.

Maradona e as Malvinas – por historia_em_retalhos.

Recentemente, a camisa usada por Diego Maradona no jogo contra a Inglaterra na Copa do Mundo de 1986 foi leiloada pela casa de leilões Sotheby’s.

A peça, que tinha como lance inicial o valor de US$ 5,2 milhões, acabou arrematada por US$ 9,3 milhões (o equivalente a R$ 44,5 milhões), tornando-se, assim, a maior venda de um artigo esportivo da história.

Naquele jogo, Maradona marcou os dois gols contra a Inglaterra (o famoso gol “Mano de Dios” e aquele que é considerado o mais bonito da história das Copas, em que ele driblou quase todo o time inglês).

Uma das narrações mais famosas do gol, de Victor Morales, pergunta aos gritos:

“De que planeta você veio? Para deixar pelo caminho tantos ingleses…”.

A peça permaneceu durante 35 anos com o ex-meio-campista inglês Steve Hodge, que trocou de camisa com Maradona ao término da partida.

Para além do brilho e do talento de Diego Maradona, porém, a importância daquele jogo para o povo argentino teve uma razão histórica: a partida aconteceu quatro anos após a Guerra das Malvinas entre Argentina e Reino Unido.

O conflito terminou com uma derrota humilhante da Argentina, morrendo 649 soldados e três civis, mais do que o dobro dos britânicos.

A noção de que os ingleses usurparam um território argentino e de que o país teve os seus direitos soberanos violados por uma potência estrangeira é profundamente arraigada na sociedade argentina até hoje.

Em verdade, Maradona sintetizou toda a revanche que a Argentina esperava dar à Inglaterra, desde as Malvinas.

E o craque não tinha o menor pudor em ser esse porta-voz de seu povo, dentro das quatro linhas e fora delas.

Se observarmos, em diversos momentos da história, o esporte ultrapassa as competições e reflete o contexto geopolítico de sua época, para o bem ou para o mal.

Muito da idolatria que o povo argentino guarda para com Maradona, até hoje, deve-se a esse fato: Diego personificou o sentimento do seu povo.
.
Siga: @historia_em_retalhos

https://www.instagram.com/p/Ckx5f1ou4cG/?igshid=MDJmNzVkMjY%3D

Carta de Navegação Cultural para o Governo do Estado (1ª parte) – por Marcus Prado.

Para uma talvez proposta de ação cultural na área de governo, nesta hora de mudanças da autoridade governamental em Pernambuco, dentre as imagens possíveis para traduzir o sentido de um plano, o mais comum, eu teria por base, (se fosse consultado pela senhora Raquel Lyra, governadora eleita), o que venho defendendo há muitos anos neste Diario: o valor do patrimônio cultural, no sentido coletivo, para memória e identidade do povo. Da necessidade constante e insistente de protegê-lo, das ações preservacionistas a serem exercidas sobre os bens nas modernas sociedades. Para Daniele Canelo, da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, PUC Minas, que conhece a realidade cultural de Pernambuco, a literatura latino-americana coloca as políticas de difusão de democratização da cultura e as de democracia cultural como os modelos clássicos da ação do Estado no campo da Cultura. “As políticas de identidade e patrimônio, em todas as suas abrangências, aparecem muito antes das políticas contemporâneas de produção e difusão cultural.”  A herança coletiva do passado junto com seus monumentos. Trata-se de um capítulo que não tem merecido em nosso estado, do Palácio do Governo, o merecido apreço. Eu diria: o devido mérito do respeito. Estou me referindo às ações mais elementares.

Tenho para mim que a questão do Patrimônio Histórico Cultural Edificado e Intangível deve aparecer na escala do primordial para abertura de qualquer Carta de ideário e metas de políticas de fomento cultural, para um projeto de Governo, sem nenhuma variante ideológica. Sem ele, estando em risco, sem uma política séria de preservação, sem um projeto ativo, constante, competente, de educação patrimonial, apoiado pelo Iphan, ouso dizer que é impossível falar de projetos culturais para os nossos dias, para políticas de produção e difusão cultural, ainda que nelas se incorporem outras mais complexas.

Embora correndo o risco de ser incompleto e omisso neste esboço de Carta de sugestão, dada a limitação de espaço, serei sintético, com o foco no que acho, para um início, exequível e viável, não um projeto, mas uma espécie de Carta de navegação, uma mirada horizontal, um mapa temporal, resumido, que sugere medidas, rotas e caminhos possíveis para almejar objetivos e metas claramente definidas e construídas. Que garanta, sem nada de abstrato, a sustentabilidade das ações dos setores envolvidos. Garantir, aumentar e legitimar os recursos financeiros para a Cultura deve ser o que mais se almeja num projeto de governo voltado para o setor.

Prevejo, como uma das prioridades, entre outras que esboço no próximo artigo, um Projeto que esteja sempre pronto e possa enfrentar, com coragem, serenidade, preparo e imaginação criadora, os cortes de verbas para pagamento de dívidas ou para equilibrar orçamentos, que sempre recai, historicamente, sobre as áreas indispensáveis ao processo de inovação e desenvolvimento socioeconômico: a Cultura. Um fenômeno (falha de bom planejamento) recorrente não só em Pernambuco, a começar pelo governo federal.  Se a cultura, num formato consistente, flexível e profundamente democrático não for tratada apenas como mais uma das obrigações de Estado, não desanimo, mantenho o meu otimismo na possibilidade de uma boa governança para o setor. Reivindico a criação de agências compartilhadas de cultura, se possível,  em todos os municípios do estado, aliadas à transversalidade das políticas públicas culturais, ligadas ao caráter transversal das artes, necessariamente em todas as suas expressões, essencialmente democráticas e participativas, pernambucanas, de alma e vigor pernambucanos. Que a sua prática circule sem limites, insisto em dizer, da Praça do Campo das Princesas, indo até a Praça da Matriz da cidade sertaneja de Afrânio, a última do mapa de Pernambuco, chegando à Praça Flamboyant, do arquipélago de Fernando de Noronha.

Para a sua prática ser ampla, forte, dinâmica, ativa, orgânica, colaborativa, criativa e transformadora de realidades sociais e colocada em prática, a ação governamental deve incluir não apenas os órgãos de cultura, mas representantes presenciais  de outras políticas públicas que têm interface com a política cultural, tais como: educação, comunicação, turismo, ciência e tecnologia, meio ambiente, esporte, saúde, segurança pública, desenvolvimento econômico e social,  implementação do plano setorial de economia da cultura e de indicadores que permitam avaliar a participação do setor cultural no PIB do estado. O governo terá a oportunidade de resguardar o Setor Cultural e Criativo, estimulando o vigor econômico e social das áreas que promovem bem-estar e gera retorno financeiro e de imagem, apoiando medidas que beneficiem o conjunto por inteiro da população.

Marcus Prado – jornalista. 

Saldanha, o João Sem Medo – por @historia_em_retalhos.

Ninguém questiona que a seleção brasileira de 1970 foi o melhor time da história das copas.

O escrete tinha Pelé, Tostão, Jairzinho etc. jogando em alto nível e com um futebol arrebatador.

Há um lado desse episódio, porém, que precisa ser enxergado: por trás daquele timaço, houve um personagem que foi intencionalmente apagado da história.

Estamos falando de João Saldanha, o principal responsável pela montagem daquele time.

Antes do torneio, a seleção não apresentava um bom futebol e surgia o receio de que não se classificaria.

Acima da média, Saldanha já era conhecido como cronista esportivo e treinador do Botafogo.

Porém, trazia algo inusitado: era um militante de esquerda e fazia oposição aberta ao regime militar.

Em 1969, o Brasil amargava o pior período da ditadura e estava sob o comando do general Médici, fã de futebol.

O convite para Saldanha treinar a seleção partiu do diretor da CBD Antônio do Passo, sem consultar o governo.

De logo, disse João:

“Meu time são 11 feras dispostas a tudo. Irão comigo até o fim. Para a glória ou para o buraco”.

Em 6 jogos, 6 vitórias nas eliminatórias.

O Brasil atropelou os adversários.

Embora no ano seguinte o desempenho tenha caído, os resultados animaram a torcida e o time estava pronto para o mundial.

Eis que se chegou a março de 1970.

A três meses da copa, a surpresa: Saldanha era demitido.

Muito se polemizou, mas todos concordavam que para a ditadura seria inadmissível ver um militante de esquerda voltar do México com a Jules Rimet nas mãos.

João não tinha medo.

No exterior, aproveitava a condição de técnico da seleção e denunciava a repressão no Brasil.

Uma das várias versões foi a de que Médici queria a convocação do atacante Dadá Maravilha.

Fato ou boato, a história chegou até ele, que deu a conhecida resposta:

“O presidente organiza o ministério, eu cuido do time”. 

Acabou substituído por Zagallo, que pouco mexeu na seleção, ficando com a glória do tricampeonato.

O gaúcho morreu em 1990, aos 73 anos, sem nunca ter o reconhecimento devido.

Pela coragem, Nelson Rodrigues o apelidou de João Sem Medo.
.
Siga: @historia_em_retalhos

Uma oportunidade para mudar de vida……

Um conjunto de situações nos impulsiona à vida sedentária.  A mais comum e “mentirosa” desculpa todos já conhecem bem: “falta de tempo”.  Com efeito, noutra ponta, através das mais diversas plataformas de comunicação, somos estimulados ao consumo dos alimentos processados (saborosos) que são desaconselhados por todos os médicos e nutricionistas.

Nesse contexto, somos obrigados a tomar uma atitude, sobretudo àquelas pessoas que já ultrapassaram a emblemática marca do meio século de vida. Praticar atividade física regularmente é algo imperativo e deve ser colocado na ordem do dia.

Aos que se enquadraram no “figurino” do texto segue a provocação em forma de desafio:  que tal, na qualidade de atleta,  participar da 2ª edição da Corrida e Caminhada da Vitória? Será que num era esse “empurrão” que estava lhe faltando?

Pois bem, anote e “salve a data”:  domingo,  23 de abril (2023) em nossa cidade. Um programa para toda família….

Vamosimbora!!!

Carlos Chagas – por @historia_em_retalhos.

Em 08 de novembro de 1934, morria no Rio de Janeiro o grande cientista, biólogo, médico sanitarista, infectologista e bacteriologista brasileiro Carlos Chagas, responsável pela descoberta do protozoário causador da Doença de Chagas.

Em tempos de negação à ciência, este médico por vocação merece todas as homenagens.

Na foto, Chagas aparece ao lado de Albert Einstein em visita deste ao Brasil em abril de 1925.

Diz-se que Chagas não ganhou o Prêmio Nobel de Medicina porque fora sabotado por seus próprios colegas brasileiros.

Uma grande injustiça da história.

Chagas é um exemplo para os médicos brasileiros.

Até hoje, foi o único cientista a descrever completamente o ciclo de uma doença.
.
Siga: @historia_em_retalhos

https://www.instagram.com/p/Cks10wou9GF/?igshid=MDJmNzVkMjY%3D

Somos todos antonenses……….

Em um determinado ponto da linha do tempo dos quase 400 anos que separa à chegada do português Diogo de Braga em nossas terras – por força de uma Lei federal –, na qualidade de cidade, fomos obrigados a mudar de nome. Isso ocorreu em entre os anos de 1943/1944. Naquela ocasião, entre outras sugestões, apareceu o “Vitrice”.

Pois bem, não inadvertidamente faço uso da expressão “antonense” para representar o coletivo de pessoas que nasceram ou que residem em nossa circunscrição territorial, aquilo que chamamos de gentílico.  Oficialmente ainda somos “vitorienses”. Ressaltemos, contudo, que ajustes históricos sempre serão necessários. Faz parte da dinâmica das pesquisas.

Por ocasião das produções do nosso quadro “Corrida Com História”, em que estamos a realçar e sublinhar fatos e vultos locais, a palavra “antonense” começou a ser divulgada também na linguagem falada, motivo pelo qual aumentou e muito às indagações e questionamentos de pessoas das mais diversas tendências, por assim dizer.

Com a toda boa vontade do mundo respondo a todos, inclusive, dando-lhe as devidas explicações. Aliás já estou pensando em produzir um vídeo – dentro do “Corrida Com História” – só para falar desse tema. Vamos em frente…..

Dom Hélder e o topless – por historia_em_retalhos.

Certa feita, tentaram envolver Dom Hélder Câmara em uma situação polêmica.

O jornalista Chico Maria fazia um programa de entrevistas na TV Cabo Branco e dirigiu ao arcebispo a seguinte pergunta:

“Dom Hélder, o que o senhor acha do topless?”

Na sua imensa sabedoria, respondeu o Dom da Paz:

“Meu filho, eu estou preocupado com quem não tem roupa para usar. Mas quem tem e quer tirar eu não me importo”.

Um tapa no falso moralismo.

Que falta nos faz!

Um domingo de paz a todos! 🙏🏼
.
Dedico este retalho à querida amiga @dilimendes.
.
Siga: @historia_em_retalhos

FLORA DE OLIVEIRA LIMA – Marcus Prado.

DETALHE DO JARDIM DA CASA GRANDE DO ENGENHO CACHOEIRINHA DE PROPRIEDADE De JAIME BLTRÃO.

Essa casa tem uma ilustre história a ser contada pelo jornalista MARCUS PRADO no seu DICIONÁRIO ONOMÁSTICO E PAISAGÍSTICO DA VITÓRIA DE SANTO ANTÃO. Nela viveu uma das mais ilustres damas de Pernambuco do passado, dona FLORA DE OLIVEIRA LIMA, casada com o diplomata e famoso historiador e IMORTAL DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS, OLIVEIRA LIMA. Nesta casa , ele escreveu parte de sua obra-prima DOM JOÃO VI NO BRASIL (foto, inédita, de Marcus Prado).