“Escândalo da Mandioca”. por história em retalhos.

Era apenas mais uma manhã de sol escaldante, em Floresta/PE, no ano de 1981.

David Jurubeba, fazendeiro e tenente da PM, teve um pedido seu de financiamento negado pelo gerente do Banco do Brasil, Edmilson Soares Lins.

Preterido, Jurubeba criou um tumulto no interior da agência, ameaçando denunciar a “roubalheira” que estava acontecendo nos financiamentos agrícolas da cidade.

Decidiu, então, escrever uma carta ao presidente do banco, Osvaldo Collins, que, desconfiado com o teor do que foi narrado, enviou uma equipe de auditores para apurar a denúncia.

Se você nunca ouviu falar deste fato, está na hora de saber: a partir daí, estouraria o maior crime financeiro da história de PE, o famigerado “Escândalo da Mandioca”.

A engrenagem funcionava da seguinte maneira: documentos falsos eram apresentados para a obtenção de créditos agrícolas, utilizando-se, para tanto, cadastros frios, propriedades fictícias e agricultores fantasmas.

Os empréstimos eram realizados pelo banco, em tese, para o plantio da mandioca.

Em seguida, alegava-se que a seca destruíra as plantações (que nunca foram feitas) e ninguém pagava nada, sendo, ainda, os “prejuízos” cobertos pelo seguro agrícola (Proagro).

Estima-se que foram realizados 300 financiamentos irregulares, o que importou em um desvio de Cr$ 1,5 bilhão.

Do outro lado deste lamaçal, estava o jovem e idealista procurador da República Pedro Jorge de Melo e Silva, que, aos 35 anos, conduzia com serenidade as investigações para responsabilizar os envolvidos no esquema.

Pedro Jorge pagou com a vida o preço da sua coragem.

No final da tarde do dia 03 de março de 1982, foi assassinado, com três tiros, na frente de uma padaria, em Olinda (foto 4).

Os 07 envolvidos no crime foram levados a júri popular e condenados, após uma polêmica decisão de impronúncia proferida pelo juiz Genival Matias.

Neste ano, está-se completando os 40 anos deste triste episódio.

Trazer a memória e a lição cívica de Pedro Jorge novamente à superfície está, mais do que nunca, na ordem do dia.

Esfarelaram-se para a história aqueles que o subjugaram pela violência, mas Pedro Jorge vive.

Vive pelo seu exemplo!

Salve Pedro Jorge de Melo e Silva!

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LIV 126 – Carnaval na Live – Ano 02 – ”O Carnaval Indoor na Vitória” – com os carnavalescos Mariano Ageu, Dudu e Willams.

Dentro do Projeto “Carnaval na Live” – Ano II -, hoje, o tema realçou “O Carnaval Indoor na Vitória”.  Indiscutivelmente, um modelo de festa já consolidado no carnaval antonense.

Para construir esse momento conosco, convidamos  os carnavalescos e produtores . Mariano Ageu e Willams Moura que bem reproduziram o pensamento da nova geração de foliões do nosso secular carnaval.

Além dos impedimentos nos horários para os respectivos desfiles nas ruas, durante os festejos de momo, os convidados apontaram as novidades musicais e o opem bar como algo muito atrativo para o público jovem, nesse modelo de festa.

ESSE PROJETO – “CARNAVAL NA LIVE – ANO II – TEM O APOIO CULTURAL DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DA VITÓRIA E O PATROCÍNIO DO ENGARRAFAMENTO PITÚ E DA PREFEITURA DA VITÓRIA, ATRAVÉS DA SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA. 

ASSISTA A LIVE COMPLETA AQUI. 

Carnaval na Live – Ano 02 – ” O Carnaval Indoor na Vitória” – com os carnavalescos Mariano Ageu, Dudu e Willams.

Dando sequência ao “Carnaval na Live” – Ano 02, projeto do Blog do Pilako que tem, entre outros objetivos, construir conteúdo histórico sobre o nosso secular carnaval, amanhã, quarta-feira, dia 2, teremos como tema: “ O Carnaval Indoor na Vitória”. 

Para participar conosco desse momento, convidamos os carnavalescos e produtores desse modelo de festa, no sentido de entender como pesam os jovens foliões da nossa cidade Mariano Ageu, Dudu e Willams.

Carnaval na Live (Ano 02) – O Carnaval Indoor na Vitória”.

Quarta-feira  (2) – às 17h – no Blog do PIlako.

Esse ano o projeto, “Carnaval na Live” (Ano 02), conta com o apoio cultural do Instituto Histórico e com os patrocínios do Engarrafamento Pitú e da Prefeitura da Vitória, através da Secretaria de Cultura.

 

Histórias do Carnaval Antonense: O dia em que O LEÃO foi enterrado pelo CAMELO.

Sempre que tenho oportunidade de falar, repito: não sou velho, mas carnavalescamente falando vivi o restinho de tudo aquilo que hoje só habita nas paredes da memória dos mais velhos. Vivi o mela-mela, o corso –  com suas “batidas” automobilísticas, as disputas das orquestras, os belíssimos carros alegóricos, os animados bailes de sede, os concorridos ensaios de rua na Pitú-lanches, as comissões com livro de ouro debaixo do braço e porque não dizer, entre outras coisas: o restinho da rivalidade entre LEÃO e o Camelo.

Deixei, a propósito, o tema RIVALIDADE por último, para justamente, narrar um acontecimento, ocorrido na terça-feira de carnaval 1991, onde nós, “camelistas” liderado pelo então Presidente Joel Neto, protagonizamos cenas de um carnaval, cujo o “oxigênio”, como já falei, se socorria na RIVALIDADE.

Muito bem, vamos à história:

Ano de 1991, noite de terça-feira de carnaval. Ao chegar, por volta das 19h na sede do Clube Vassouras “O CAMELO”, juntei-me aos companheiros da jovem diretoria e fui logo  recebendo o recado: “Joel Neto quer falar com a gente, ele tá aí com uma novidade”.

Naquela ocasião os “coroas” do Camelo, presentes ao desfile foram: Elias Ramalho, Dodó da Gamela, Berilo, Miro Caboclo e “jogando” no time intermediário (meia idade”) Joel Neto. Os mais jovens eram: Fernando, Puã, Alexandre da Gamela, Edalvo, Léo, Murilo, Mano do Cartório, Clodoaldo, Silvio de Velho da Pitú e Eu.

Pois bem, naquele ano, salve engano, estava completando uma sequência de três anos, consecutivos sem o desfile do Leão no carnaval da Vitória. Joel Neto, que ainda gosta da “cachorrada”, aproveitando essa “turma Jovem” e empolgada, disse que só iríamos saber da novidade quando chegássemos na casa de Miro Caboclo, localizada na Rua Imperial (Matriz).

Durante o percurso, o nível de ansiedade da turma jovem só fez aumentar, todos se perguntavam: “que “diabo” de novidade é essa que Joel Neto tem para nos contar?”

Em certo momento, fomos convidados a entrar na casa de seu Miro, lá,  tomamos cada qual umas três lapadas de uísque e,  só assim, a tal novidade foi revelada.

Joel Neto tinha mandado confeccionar uns roupões pretos com desenhos e máscaras de caveiras e uma pequena  alegoria, para ser carregada nas mãos, que revelava a figura de um LEÃO –  feio e fraco –  quase morto.

Assim sendo, quando saímos da casa de seu Miro, fantasiados de CAVEIRAS, carregando nos braços aquele LEÃO quase morto, a “galera” do Camelo foi ao delírio e  o desfile ganhou uma nova empolgação. Assista o vídeo:

Após contornamos a Praça da Matriz, propositadamente,  paramos em frente a sede do  Clube Abanadores o LEÃO, ao som de  uma marchas fúnebre,  e fizemos o enterro simbólico do Clube Abanadores O LEÃO. Em certo momento algumas pessoas, mais empolgadas, começaram a chutar a porta do clube. Nesse instante, Joel Neto, com sua autoridade de presidente, controlou a situação.

Saímos,  então, “cantando vitória” no retorno a nossa sede, localizada no bairro do Livramento e,  até chegar lá, o pau cantou em cima da “alegoria” do Leão quase morto.

Uma semana depois do enterro simbólico, quando passei pela calçada da casa do senhor Zé Lourenço,  na Matriz,  torcedor “fervoroso” do Clube Abanadores O Leão,  disse-me ele: “filho de Zito, vem cá. Eu vi você chutando a porta do Leão, vou dize a seu pai, ele não vai gostar de saber disso não viu!!”.

Bem, confesso que fiquei meio “cabreiro”. Mas, caso papai viesse a me reclamar, a resposta já estaria  na ponta da língua: “foi Joel Neto que inventou tudo isso”.

Pelo sim, pelo não, acho que seu Zé Lourenço falou com papai, mas como Seu Zito Mariano era  CAMELO de coração, no fundo, no fundo, acho até que ele tenha  gostado da nossa, digamos assim, transgressão carnavalesca. Histórias do carnaval……..

O Elefante – por historia_em_retalhos.

“O Elefante já vem
Descendo Amparo, meu bem”
(Chego Já – Alceu Valença)

Há 70 anos, no dia 12 de fevereiro de 1952, nascia o Clube Carnavalesco Misto Elefante de Olinda, uma das agremiações mais tradicionais do carnaval da cidade.

Todo mundo conhece o “hino do Elefante”, quase um hino informal de Olinda, mas a história da agremiação ainda é pouco retratada.

Tudo começou quando Alrivelto Lopes, Caio Gomes, Élcio Siqueira, Walter Damasceno, Claudio Nigro, Expedito e Marcone Felizola saíram da Rua do Bonfim em direção aos Quatro Cantos, carregando, consigo, um biscuit de um elefante.

A turma vestia os uniformes do Bonfim Atlético Clube (branco e encarnado), que não mais existia, mas que acabou por emprestar as suas cores à agremiação.

No ano seguinte, a recém-nascida troça já desfilava com um estandarte.

Em 1968, virou clube e eternizou-se de vez no carnaval da cidade.

Poucos sabem, mas o seu hino, “Olinda n.º 2”, composto por Claudio Nigro e Clóvis Pereira, chegou a ser oferecido à Pitombeira dos Quatro Cantos, que o recusou.

Três anos depois, ao ser criado o bloco, foi oferecido ao Elefante, que o aceitou, após Cláudio Nigro incluir na letra a palavra “elefante”.

É difícil não cantar esse hino a plenos pulmões!

A cada nova execução, a emoção renova-se, porque ele traduz, em verdade, uma inspiração em louvor à própria cidade.

Do bairro do Guadalupe para o mundo.

Viva o branco e encarnado de Olinda!

Parabéns por seus 70 anos!
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Live 125 – Carnaval na Live – Ano 02 – ” O Legando de José Marques de Senna” – com os artistas Semar e Deusdeth e também com o jornalista José Edalvo.

Dentro do Projeto “Carnaval na Live” – Ano II -, hoje, o tema realçou “O Legado do Mestre José Marques de Senna”.  Indiscutivelmente, uma das maiores figura de todos os tempos do nosso carnaval antonense.

Para construir esse momento conosco, convidamos  dois artistas que beberam na sua fonte artística: Semar Cavalcanti e Deusdeth da Mata. No contexto Histórico da rica obra de “Zé Marques”, como era mais conhecido, o jornalista José Edalvo enriqueceu-nos com informações amplas e plurais.

Com o seu talento e sua cultura, Zé Marques contribuiu com as mais diversas agremiações, principalmente com os “três grandes”: Leão, Camelo e Cisne. Seu legado, sob todos os pontos de vista, é um patrimônio da Vitória de Santo Antão.

ESSE PROJETO – “CARNAVAL NA LIVE – ANO II – TEM O APOIO CULTURAL DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DA VITÓRIA E O PATROCÍNIO DO ENGARRAFAMENTO PITÚ E DA PREFEITURA DA VITÓRIA, ATRAVÉS DA SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA. 

ASSISTA A LIVE COMPLETA AQUI. 

Segunda edição do carnaval virtual do Programa “Sua Excelência o Frevo”…

Em tempos carnavalescos marcados pela pandemia do novo coronavírus,  usar a criatividade passou a ser uma obrigação para na deixar a “peteca cair”.   Assim sendo, em 2022, tal qual  o ano imediatamente anterior (2021), o comunicador  do Frevo, Caxias Junior, através do seu canal de comunicação – Sua Excelência o Frevo – promoveu mais um encontro carnavalesco na internet.

A apresentação da Orquestra Popular do Moreno, com   participação do sanfoneiro Luizinho  de Serra, executaram o melhor de frevo pernambucano. Entre foliões do passado e do presente, como dizia o mestre Guilherme Pajé,  evento fez referência a quatro figuras: Aluízio Ferrer e Serafim de Moura Ferraz, e também a Jaime Beltrão e Rubem de Deus.  Parabéns aos comunicador Caxias Júnior pela empreendedorismo criativo. O frevo agradece!!

 

Era dia de carnaval – por historia_em_retalhos.

O verso de Paulinho da Viola poderia nos sugerir um enredo com final feliz, mas não foi o que aconteceu no carnaval do dia 23.02.1974, no Rio de Janeiro.

O jovem acadêmico de Direito Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira partiu do Recife, sua terra natal, para o RJ, e, depois, para SP, quando foi aprovado em concurso público.

Desde a adolescência, militava contra a ditadura militar brasileira, chegando a participar do grupo Ação Popular (AP), não havendo, todavia, registro de que tenha integrado a luta armada.

Em 1974, aos 26 anos, foi passar o carnaval no Rio de Janeiro.

No dia 23.02, decidiu visitar amigos que faziam parte da resistência política, os quais eram obrigados a viver na clandestinidade.

Dentre estes, estava o amigo de infância Eduardo Collier.

Ao sair, Fernando avisara que, se não retornasse, até às 18h, os familiares poderiam suspeitar de sua prisão.

E o prenúncio confirmou-se.

Fernando e Eduardo simplesmente desapareceram e, até hoje, não se sabe exatamente o que aconteceu naquele dia.

Há, pelo menos, duas hipóteses.

A primeira é a de que os dois jovens foram levados para o DOI-Codi, em SP, e, depois de mortos, sepultados como indigentes no Cemitério Dom Bosco, em Perus.

Outra possibilidade é a de que Fernando e Eduardo foram conduzidos para a Casa da Morte, em Petrópolis (RJ), e os seus corpos encaminhados para incineração na Usina Cambahyba, em Campos dos Goytacazes/RJ.

Esta última vertente é embasada no depoimento do ex-delegado do DOPS, Cláudio Guerra, prestado à Comissão Nacional da Verdade, em 21.01.2013.

A mãe de Fernando, dona Elzita, morreu, aos 105 anos, em busca de notícias do filho, tornando-se um símbolo desta luta.

Fernando deixou o seu filho Felipe, atual presidente da OAB, com menos de dois anos de idade.

O DA de Direito da UNICAP e o Teatro Municipal de Olinda receberam o seu nome.

A Lei n.° 9.140/95 reconheceu a sua morte como responsabilidade do Estado brasileiro.

Ontem, hoje e amanhã, a mais reprovável das violências será sempre aquela praticada pelo próprio Estado.

#ditaduranuncamais
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Carnaval na Live – Ano 02 – ” O Legando de José Marques de Senna” – com os artistas Semar e Deusdeth e também com jornalista José Edalvo.

Dando sequência ao “Carnaval na Live” – Ano 02, projeto do Blog do Pilako que tem, entre outros objetivos, construir conteúdo histórico sobre o nosso secular carnaval, amanhã, sexta-feira, dia 25, teremos como tema: “ O Legado de José Marques de Senna”. 

Para participar conosco desse momento, convidamos os artistas Semar e Deusdeth Ribeiro e também o jornalista José Edalvo, no sentido de jogar luz na obra e no seu legado ao Carnaval da Vitória e a todo Pernambuco.

Carnaval na Live (Ano 02) – O Legado de José Marques de Senna”.

Sexta-feira  (25) – às 17h – no Blog do PIlako.

Esse ano o projeto “Carnaval na Live” (Ano 02), conta com o apoio cultural do Instituto Histórico e com os patrocínios do Engarrafamento Pitú e da Prefeitura da Vitória, através da Secretaria de Cultura.

História da fundação da agremiação carnavalesca “A TURMA DA CALCINHA”

A TURMA DA CALCINHA

Criado na década de 80, precisamente em 1983, um dia Sábado, uma semana antes do Sábado de Zé Pereira, uma turma de amigos que trabalhava no comercio, Indústria, Colégio e Bancos, tais como: H. Morais, Aliança de Ouro, Mizura, Casas Pernambucanas, Pitú, Bradesco, Banorte e Banco do Brasil, em uma brincadeira debaixo de um Pé de Fícus, na Trav. São Vicente no bairro do Cajá, inaugurava a Barraca do AMARAL “em memoria”.

Inauguração essa  que  recebeu a  contribuição de todos. Minha participação foi doação do tira gosto, uma caldeirada de 100 guaiamuns de cocô, outros com bebidas etc.

Pois bem, na noite anterior (sexta)  alguns integrantes da comemoração haviam passado a noite no baixo Meretriz e subtraído algumas calcinhas das profissionais do sexo que ali trabalhavam. Depois de umas e outras, alguns componentes, já calibrados, resolveram  pendura as calcinhas furtadas no pé de fícus.

Aquela cena despertou curiosidade em algumas pessoas que por ali passavam,  principalmente quem gostava de toma “água que passarinho não bebe”. Compramos alguns  sacos de maizena e farinha de trigo e começamos o tradicional  mela-mela. Foi um dia inesquecível a inauguração  da “Barraca do Amaral”.

Conclusão:

No sábado posterior, o chamado Sábado de Zé Pereira, alguns amigos que estavam na inauguração da barraca do Amaral, já calibrados, resolveram sair pelas ruas do comércio da Vitória tocando zabumba, triangulo e pandeiro, todos com uma calcinha na cabeça contando músicas carnavalescas. Sendo assim, estava fundado, definitivamente, A TURMA DA CALCINHA, que sobreviveu durante 14 anos com recursos próprios. Em 1991 chegou a grava uma faixa do LP “VITÓRIA, CARNAVAL E FREVO”.

“Marcha das Margaridas” – por historia_em_retalhos.

No dia 12 de agosto, periodicamente, milhares de mulheres trabalhadoras rurais (agricultoras, pescadoras, indígenas, quilombolas, etc.) reúnem-se em Brasília e realizam a “Marcha das Margaridas”, uma manifestação de resistência e luta.

O movimento é marcado pelas camisetas lilás e pelos chapéus de palha decorados com flores de margaridas. 🌼

Mas, por que o dia 12 de agosto e por que a flor margarida?

A data escolhida lembra a morte da trabalhadora rural e líder sindicalista Margarida Maria Alves, assassinada em 12 de agosto de 1983, quando lutava pelos direitos dos trabalhadores rurais, em Alagoa Grande/PB.

Margarida foi uma das primeiras mulheres a exercer um cargo de direção sindical no país.

Expulsa da terra onde nasceu por latifundiários, aos 22 anos, desde então, passou a lutar pelo homem do campo.

Tornou-se presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, em 1973, notabilizando-se por cobrar carteira assinada, férias, 13.° salário, jornada de 8 horas, fim do trabalho infantil e o acesso à educação.

Na noite de 12.08, na presença do marido e do filho de 8 anos, que brincava na calçada, Margarida abriu a porta de sua casa para um desconhecido.

Indagada se ela era “dona Margarida”, respondeu que sim, levando um tiro no rosto de espingarda calibre 12.

Naquele ano, Margarida movia 72 processos na Justiça do Trabalho contra usineiros e fazendeiros.

O Ministério Público denunciou 3 pessoas: Antônio Regis e os irmãos Amauri e Amaro do Rego, que seriam os executores.

Em 1988, Antônio foi absolvido, por falta de provas. Um outro homem foi morto, 3 anos após o crime, após ter confessado participação.

Em 1995, o MP denunciou os fazendeiros Aguinaldo Veloso, Zito Buarque, Betâneo Carneiro e Edgar Paes, como mandantes.

Apenas Zito, que ficou preso por 3 meses, foi levado a julgamento, restando absolvido, em 2001.

O crime nunca foi resolvido.

Na fachada da casa onde Margarida morou, está escrita a sua célebre frase, que virou símbolo da luta sindical no Brasil:

“Da luta não fujo. É melhor morrer na luta do que morrer de fome”.
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LIVE 124 – Projeto Carnaval na Live – Ano 02 – Os 120 anos do “Abanadores” – diretores e ex-presidentes.

Dentro do Projeto “Carnaval na Live” – Ano II -, hoje, o tema realçou “Os 120 anos do Clube Abanadores O Leão”. Fundado em 1902, a agremiação se configura na mais famosa do nosso secular carnaval.

Para construir esse momento conosco, convidamos um conjunto de figuras que tem sua história de vida carnavalesca atrelada ao clube. Entre diretores e ex-presidentes, participaram o casal Sylvio e Iara Gouveia, Roberto de Deus, Demétrius Lisboa  e o prefeito Paulo Roberto.

Dentro do contexto histórico, nomes de baluarte  da agremiação foram lembrados: doutor Gouveia, Geraldo Portela, Romildo Mariano, Antonio Soares, Walter Lemos,  Zito Silas, Adroaldo Barros, Paulo Freitas, Roberto Bezerra e etc. Doutora Iara lembrou que apenas duas mulheres, ao longo dos 120 anos, assumiram a presidência: ela e doutora Ana Regina e apenas uma foi social patrimonial: Terezinha Beltrão.

ESSE PROJETO – “CARNAVAL NA LIVE – ANO II – TEM O APOIO CULTURAL DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DA VITÓRIA E O PATROCÍNIO DO ENGARRAFAMENTO PITÚ E DA PREFEITURA DA VITÓRIA, ATRAVÉS DA SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA. 

ASSISTA A LIVE COMPLETA AQUI. 

Oficina sobre o Funcultura 2022 – por Pablo Dantas.

 

A Produtora Mata Cultural abriu as inscrições para a oficina sobre o Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura – Funcultura. Neste ano de 2022, o fundo vai investir R$ 32 milhões, divididos em 4 editais. Para os interessados e residentes em Vitória de Santo Antão, a inscrição é gratuita, visto que o Mata Cultural fez uma parceria com a Prefeitura de Vitória de Santo Antão, através da SECULTE VITÓRIA. Para os interessados de outras cidades, a taxa da inscrição é de R$ 70,00.

O responsável pela oficina é Pablo Dantas*. Segundo ele, “na 1ª oficina, vamos aprender tudo sobre o Cadastro de Produtor Cultural/CPC e o Cadastro de Empreendedor no site Prosas. Este é o primeiro passo para você acessar os editais da maior lei de incentivo à cultura de Pernambuco”.

A primeira parte da oficina vai ser realizada no dia 06 de março, às 16h, através da plataforma do Google Meet. O formulário de inscrição está disponível no seguinte link: https://forms.gle/aqfvEaic7Mg8imCm8 .

SERVIÇO:

Oficina – Funcultura 2022.

Valor: Residentes em Vitória (grátis) / De outra cidade (R$ 70,00).

Plataforma: Google Meet. Inscrição: Formulário online – https://forms.gle/aqfvEaic7Mg8imCm8 .

Dia e horas: 06/03, às 16h.

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*Pablo Dantas – é Historiador, Especialista em Cultura Pernambucana. É Produtor Cultural com larga experiência em editais públicos de incentivo à cultura. É Presidente da Associação Cultural dos Mamulengueiros e Artesãos de Glória do Goitá e Diretor de Cultura da Cidade de Vitória de Santo Antão.

Vem, se aveixe, não se iluda: Agora tá nas plataformas digitais o Bloco ETsão e ETsuda – por Henry.

A semana que antecede o sábado de Zé Pereira e os ânimos de um país inteiro é tomado de euforia. Cada região com suas particularidades e para nós, aqui, num pequeno pedaço de meu Deus, na zona da mata do estado, só estaríamos aguardando ansiosamente a concentração do maior bloco da cidade, o Bloco ETsão e ETsuda, que sai, religiosamente há 40 anos (Ou saía).

Dona Maria da venda, já preparada para a alegria contagiante e irreverente que toma conta da vizinhança e da cidade como um todo, prepara seu estoque de comidas e bebidas para faturar um “tutu” mais gordinho no início do ano e Seu Zé, marido de Dona Maria, apanha o filho Juninho para vender como ambulantes no meio do furdunço da muvuca e assim triplicar o “tutu” da família, que aproveita a folia e faz da folia, um ganha pão.

É claro que estamos falando de uma época em que a pandemia do COVID-19 poderia facilmente ser considerada coisa de filme de Hollywood, uma completa distopia, pois fosse onde fosse, sempre existiria uma Dona Maria e um Seu Zé, brincando e ao mesmo tempo, compondo uma cena comum de nossos carnavais.

Ao mesmo tempo, músicos, artistas plásticos, fotógrafos e toda a cadeia artística-cultural entusiasmados, esperam um ano para se meter na brincadeira e mostrar seus devidos trabalhos, querendo “esquecer tudo” quando cair no frevo, para quando no melhor da festa, chegar a quarta-feira e a cidade começar a voltar “ao normal”.

Só que esse é o segundo ano sem carnaval, sem multidões, sem aglomerações e acima de tudo, sem representações artísticas; os tambores e os clarins estão todos silenciados, esperando o grande dia, do dia em que possamos curtir mais uma vez, os carnavais como era de costume, com muita música, muitas cores, a massa, as fantasias, o percurso, as troças tocando incansavelmente caindo na folia junto com o casal iluminado do espaço sideral.

Puxado por duas orquestras, a Orquestra Ciclone e a Orquestra Venenosa, junto com um carro pipa cheio de batida de caju e uma multidão colorida e alegre, desfila pelas ruas da cidade os bonecos do bloco ETsão e ETsuda, onde a alegria contagia tanto que atravessa fronteiras interplanetárias; só quem curtiu o bloco ETsão e ETsuda sabe bem do que estou falando. (Risos) As fantasias colorindo as ruas, as orquestras rufando, a concentração no bairro do Livramento, pitu cola na cabeça, os pinguços de plantão, assim é montado o cenário daquele que é o bloco mais democrático e colorido da cidade, e que falta que nos faz.   :’(

Mas a realidade é outra; pandemia, distanciamento social, silencio e saudade, saudade essa que em um belo dia, eu, Henry França, bebendo socialmente com alguns amigos e escutando música, onde cada um poderia escolher uma música por vez, e para surpreender a todos, fui lá procurar o hino do bloco ETsão e ETsuda e para minha frustração, não encontrei, então a parti daquele dia eu decidi, vou gravar e colocar o hino do bloco nas plataformas digitais para a posterioridade.

Então graças aos recursos da Lei Aldir Blanc Municipal “Prêmio Multicultural das Tabocas”, eu anuncio a todos que, a partir de agora poderemos tocar o hino em todas as plataformas digitais de streaming de música (Spotify, Deezer, Instagram, TikTok) e que ainda teremos um videoclipe em homenagem ao bloco ETsão e ETsuda que será disponibilizado em breve em meu canal do YouTube.

 

A história da fundação da “Girafa”- por Dryton Bandeira.

Ávidos por algo diferenciado e motivador para brincar o carnaval de 1950, um grupo de “corrioleiros” (amigos), teve a inusitada ideia de “roubar” a girafa alegórica usada como símbolo do Armazém Nordeste – A Girafa Tecidos (casa comercial situada na Praça da Bandeira). Discretamente a missão foi cumprida com sucesso, e o produto do ilícito sorrateiramente recolhido à Oficina Atômica, de propriedade de Zé Palito.

Reunião marcada, corriola reunida, bebidas servidas, discursos proferidos: estava fundada a Troça Carnavalesca Mista A Girafa. Oficialmente a data da fundação é 16/01/1950, como consta em Ata lavrada à época.

A primeira Diretoria ficou assim constituída:

– Presidente: José Mesquita de Freitas (Zezinho Mesquita);
– Vice-Presidente: José Augusto Férrer;
– Secretário: José Jacinto;
– Diretor Geral: José Celestino de Andrade (Zé Palito);
– Orador: Mauro Paes Barreto;
– Tesoureiro: Aluízio Férrer;
– Diretor Musical: Paulo Férrer;
– Fiscais: João Carneiro (Doido) e Hugo Costa;
– Diretor Artístico: Nivaldo Varela;
– Porta-Estandarte: Wilson Coelho (O Bruto);
– Comissão de Recepção: Donato Carneiro, José Pedro Gomes, Eliel Tavares, José Vieira (Zequinha), Rubens Costa e João Peixe.

Após o carnaval, sanadas as arestas geradas por conta de “roubo” do animal símbolo de Armazém Nordeste, ficou devidamente acordado entre as partes que a alegoria em questão, seria emprestada anualmente pela referida loja e posteriormente devolvida em perfeito estado de conservação. Anos após, a diretoria mandou confeccionar sua própria Girafa, símbolo maior e marca-registrada dos girafistas até os dias atuais. Vale enfatizar que a Girafa é a única agremiação da cidade a participar de todos os carnavais desde sua fundação.

Durante anos e já na condição de Clube, abnegados foliões conduziram os destinos da folia girafista e suas alegorias foram montadas em diversos locais da cidade, até que me 1986 foi concluída a construção do um moderno e amplo barracão, localizado à Rua Eurico Valois (Estrada Nova). O citado barracão não foi festivamente inaugurado, em face do falecimento de Dona Jura. Tão girafista quanto seu marido,  Mané Mizura.

As apresentações ocorriam nas manhãs de domingo e terça-feira de carnaval, saindo da Praça Félix Barreto, no Bairro do Livramento. Acordes do famoso hino e gigantesca queima de fogos sinalizavam o início de mais um desfile. Clarins anunciavam a presença do Clube na ruas da cidade e o abre-alas era composto do animal símbolo e de foliões devidamente caracterizados de Girafa. Belas e criativas fantasias compunham as alegorias, geralmente inspiradas em temas infantis. Transcorridas alguma horas, o percurso era alegremente cumprido. Novo show pirotécnico, frevo e muita confraternização, fechavam com risos e lágrimas mais um dia de exaltação à Girafa.

Três estandartes saíram às ruas da cidade durante mais de cinco décadas de existência. Inúmeras orquestras animaram os girafistas. Dentre elas: A Venenosa, 3 de Agosto e a do Maestro Seminha de Limoeiro. O hino oficial é: Exaltação à Girafa, composto por Guga Férrer (letra) e Sérgio Patury (música), gravado na voz de Babuska Valença.

Carnaval na Live – Ano 02 – Os 120 anos do “Abanadores” – diretores e ex-presidentes.

Abrindo o “Carnaval na Live” – Ano 02, projeto do Blog do Pilako que tem, entre outros objetivos, construir conteúdo histórico sobre o nosso secular carnaval, amanhã, quarta-feira, dia 23, teremos como tema: “ Os 120 anos do Abanadores (O Leão)”.

Para participar conosco, convidamos os diretores e ex-presidentes da referida agremiação Demétrius Lisboa, Roberto de Deus, Sylvio e Iara Gouveia e o prefeito Paulo Roberto. Entre outras perguntas aos participantes, faremos:  qual o seu momento inesquecível com “O Abanadores”?

Carnaval na Live (Ano 02) – Os 120 anos do “Abanadores”  (O Leão).

Quarta-feira  (23) – às 17h – no Blog do PIlako.

Esse ano o projeto “Carnaval na Live” (Ano 02), conta com o apoio cultural do Instituto Histórico e com os patrocínios do Engarrafamento Pitú e da Prefeitura da Vitória, através da Secretaria de Cultura.

Mesmo sem carnaval, as “Caluas” estão pelas ruas….

Mesmo com todas proibições no que se refere às manifestações carnavalescas, por conta do momento pandêmico em estamos submetidos, por volta das 14h, no último sábado (19), encontrei, no Pátio da Matriz, um conjunto de “caluas” desfilando e, claro, solicitando o tão desejado dinheiros:  “ a calua quer dinheiro, que não der é pirangueiro”.