Papai Noel – por @historia_em_retalhos.

Por que Papai Noel tornou-se o protagonista de uma data que não é dele?

A história explica.

A figura de Papai Noel foi inspirada no bispo Nicolau, que viveu na Turquia, no século IV.

Nicolau costumava ajudar quem estivesse em dificuldades financeiras, colocando um saco com moedas nas chaminés das casas.

A sua transformação em símbolo natalino, porém, espalhou-se pelo mundo, quando se percebeu que a tradição do velhinho entregando presentes potencializaria o comércio durante o mês de dezembro, cabendo ao cartunista Thomas Nast, no ano de 1881, criar a “marca” Papai Noel.

Em verdade, o bispo Nicolau foi visto como uma peça de marketing, com nítidos propósitos mercadológicos.

Essa opção puramente comercial foi, paulatinamente, ofuscando a figura de Jesus Cristo, o real protagonista do dia 25 de dezembro.

Filho de imigrantes perseguidos, nascido em meio aos animais, amigo dos leprosos, das prostitutas e dos mendigos, e com um discurso que incomodou os poderosos do seu tempo, Jesus passou a não atender aos interesses do capitalismo ocidental, por uma razão muito simples: o revolucionário homem de Nazaré propunha a divisão com os pobres.

Nada mais na contramão de um mundo egocêntrico, consumista e desigual.

Devolver a Cristo a condição de protagonista do dia de seu próprio nascimento parece-nos ser a melhor trilha para equilibrar a relação entre os povos e difundir a paz.

Mais Cristo e menos Papai Noel é o que desejo a todos vocês.

Um feliz Natal, gente!
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PROCRASTINAÇÃO – por Sosígenes Bittencourt.

O que levaria um juiz a amolegar um Processo de um miserável, anos a fio, à espera de um advogado cujo réu não pode contratar?

Eu testemunhei o sofrimento de um ajudante de pedreiro que foi preso, espancado e comeu dois anos de cadeia, acusado de participar do roubo de uma moto, comprovadamente, inocente. Depois que foi solto por uma advogada que se compadeceu do seu lamentável estado, a vítima da (in)Justiça teve receio de entrar com pedido de indenização, acreditando que iria ser executado. Uma imoralidade!

O filosofo grego Platão afirmava que “O Processo é a mais excelente das tragédias.” Ou seja, porque se dedica mais às formalidades do que aos aspectos substantivos, promovendo a infame longevidade.
Procrastinado abraço!

Sosígenes Bittencourt

Vida Passada… – Frei Paulo de Santa Catarina – por Célio Meira

Em 1574, através da informação do erudito historiador Elísio de Carvalho, na selvagem Marins dos Tabajaras, ou na silenciosa Olinda, ao amanhecer do século XVII, ao dizer de Sebastião Galvão, nasceu d. Paulo de Moura,  filho de s. Felipe, capitão-mór e governador de Pernambuco. Nobre e poderoso,  casou-se d. Paulo com a prima Brites de Melo, formosa olindense. E dêsse matrimônio,  nasceu Maria, encantadora flôr de Olinda, que tivera, órfã de mãe, meninice triste, sem carinho, e mocidade feliz, em Portugal, onde se educou e casou com  p “Fidalgo de Mendonça Furtado, alcaide-mór  de Mourão, comendador da Vila Franca de Xira e governador Mazagão”.

Viúvo, quando não fazia, ainda, três anos de casado, sentira, o nobre d Paulo de Moura, que se apagara, na vida mundana a estrêla de sua jornada. Procurou apagar, então, na solidão do claustro, na oração da penitência e no silêncio, a lembrança amável da inditosa companheira. E amortalhou-se, jovem e forte, renunciando a glória das armas e a riqueza das cortes europeias, num hábito de frade da ordem de São Francisco de Assis.

Devotado ao serviço de Deus, deixou a terra natal, a Olinda, de sua Brites e sua Maria pequenina, e atravessou o Atlântico, para viver, sofrer e morrer, na terra portuguesa. Foi guardião de seu convento, e, mais trade, dirigiu uma província franciscana.

E Maria, a filha única daquele que, no século, se chamou D. Paulo de Moura, foi a bisavó de Sebastião José de Carvalho e Melo, o famoso Marquês de Pombal, em cujas veias correu, impetuoso, sangue brasileiro, sangue pernambucano, sangue olindense. E no alto posto de provincial, morreu, esse frade bondoso, a 3 de fevereiro de 1693, ou aos 119, se veiu, ao 84 anos de idade, se nasceu em 1574, e de quem se conhece, apenas pelas notas históricas, o famoso “Sermão das Chagas de Cristo”, pregado no Mosteiro de Lorvão.

Teve, na terra, frei Paulo, vida tranquila. A dor que feriu, em Olinda, o peito do potentado, se transformou, na lama do frade, à luz radiosa do santuário, numa graça do céu.

Frei Paulo de Santa Catarina é uma figura abençoada por deus, na história famosa da Ordem dos Franciscanos.

Célio Meira – escritor e jornalista. 

LIVRO VIDA PASSADA…, secção diária, de notas biográficas, iniciada no dia 14 de julho de 1938, na “Folha da Manhã”, do Recife, edição das 16 horas. Reúno, neste 1º volume, as notas publicadas, no período de Janeiro a Junho deste ano. Escrevi-as, usando o pseudônimo – Lio – em estilo simples, destinada ao povo. Representam, antes de tudo, trabalho modesto de divulgação histórica. Setembro de 1939 – Célio Meira.

A ditadura e o “Forró Cheiro do Povo” – por @historia_em_retalhos.

O ano era 1978.

Naquele momento, havia uma campanha por parte do regime militar para popularizar o nome do general João Baptista Figueiredo à sucessão de Geisel, chamando-o de “João do Povo”.

Ex-chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI), Figueiredo foi abordado por um jornalista no interior de São Paulo no dia 21 de agosto daquele ano.

O rapaz indagou ao general se ele estava gostando do “cheiro do povo”, após ser escolhido pela cúpula militar como o candidato oficial da Arena.

Truculento e sem nenhuma preocupação com a repercussão das suas palavras, Figueiredo soltou a seguinte frase:

“Prefiro o cheiro dos cavalos ao cheiro do povo”.

A colocação reverberou bastante no país inteiro, dando ensejo a uma resposta muito inteligente e bem humorada por parte da oposição à ditadura em Olinda/PE.

A juventude reuniu-se e criou no Clube Atlântico (foto) o “Forró Cheiro do Povo”, em uma sátira à afirmação de Figueiredo, sendo um sucesso de público nas noites olindenses.

Era casa cheia!

Convenhamos: nada melhor do que o bom humor para combater a prepotência.

#ditaduranuncamais.

Uma semana abençoada a todos!

Ps.: em outubro daquele ano, Figueiredo “disputou” a eleição indireta no Congresso Nacional e “venceu” a chapa do MDB, encabeçada por Euler Bentes e Paulo Brossard.
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A 4º Corrida e Caminhada da Vitória homenageia a passagem dos 120 anos do Anjo da Vitória.

4ª Corrida da Vitória – 27 de abril de 2025.
Corrida 7km – Caminhada 3km – Concentração às 6h – Largada às 7h.
PREMIAÇÕES
Troféu – 1º ao 5º colocado – masculino e feminino.
Categorias: Geral – Local e Faixa Etária –
Primeira faixa etária: até 39 anos.
Segunda faixa: dos 40 aos 49 anos.
Terceira faixa: dos 50 aos 59 anos.
Quarta faixa: dos 60 aos 69 anos.
Quinta faixa: dos 70 em diante.
Troféu – Maior equipe (grupo) local e visitante.
OBS: NÃO HAVERÁ PREMIAÇÃO EM DINHEIRO!
Inscrições on-line: www.uptempo.com.br
Inscrições para grupos: 81-9.9420.9773
Inscrição presencial: Loja Monster Suplementos – Rua Valois Correia – 96 – Matriz – Vitória.
Valor da Inscrição no 1º lote
Kit completo – corrida ou caminhada – R$ 95,00
Kit sem a camisa – corrida ou caminhada – R$ 80,00

 

Carnaval 2025: Elminho e o seu ET afetivo!!!

Com encontro marcado para o sábado, 1º de março de 2025, a Agremiação Carnavalesca “Etsão” já segue anunciando mais uma grandiosa apresentação em nossa festa maior.

Carregado de alegria e entusiasmo o “Etsão” renderá uma homenagem para lá de simbólica. Elmo Carneiro Filho, mais conhecido por Elminho, principal figura da agremiação, desde a sua fundação, receberá as melhores energias do espaço sideral, trazidas pelo seu ET afetivo.

Não se avexe, não se iluda: o CARANAVAL 2025 TÁ CEHGANDO!!!

Câmara da Vitória: protagonismo não é o seu forte!!!

Por entender que o nosso gentílico (vitoriense) não contempla sua finalidade, isto é: não nos identifica geograficamente de maneira única, resolvi,  em minha passagem pela tribuna da Câmara da Vitória, por ocasião do recebimento da honrosa condecoração (Título de Cidadão),  deixar  como sugestão à Casa, a adoção de um segundo gentílico, ou seja: “antonense”.

Aliás, é bom que se deixe bem claro: eu não inventei nada! Apenas, na qualidade de estudioso e pesquisador da história local, encontrei nos livros, revistas e jornais da nossa cidade autores –  proeminentes da nossa terra – explicando os motivos pelos quais devemos ser identificados como antoenses. Dentre os quais, destaco o nome do Nestor de Holanda. Uma espécie de “embaixador das artes”  da Vitória de Santo Antão. Nestor foi série “A” em tudo: na música, na literatura, na prosa, no jornalismo  e, sobretudo, na melhor imagem dos “Holanda” da nossa terra.

Pois bem, em ato contínuo, o vereador Doutor Saulo confeccionou um projeto (135/2024) e submeteu-o aos pares, no sentido da sua aprovação. Antes, porém, o referido edil, achando-me capaz,  pediu-me para comparecer à Câmara, no sentido de explanar sobre o projeto.  E assim eu fiz, na Sessão do dia 04 de dezembro. .

Com efeito, na tarde de ontem (11), após um novo convite do Doutor Saulo, juntamente com o presidente do Instituto Histórico e o diretor de patrimônio, Pedro Ferrer e Fernando Nascimento, respectivamente, acompanhei a votação do tal projeto (135/2024),  no Plenário da Câmara. Saldo geral: Projeto Reprovado!

Como todos sabem, o vereador André de Bau continua hospitalizado e se recuperando de enfermidade.  Os vereadores Carlos Henrique, Marcone da Charque, Gold do Pneu e Romero Queralvares não compareceram à Sessão de ontem (11). Lourinado Junior, na qualidade de presidente interino, só votaria em caso de empate.

Pois bem, dos 19 vereadores, apenas 13 se manifestaram   em plenário,  sobre o referido projeto que, sem prejuízo ao gentílico já existente (vitoriense), se aprovado, possibilitaria, também,  o uso do gentílico “antonense” de maneira oficial.

Dois vereadores votaram pela aprovação do Projeto: Doutor Saulo e André Carvalho. Três, sem manifestação oral,   optaram pela abstenção. Foram eles:  Novo da Banca, Beto de Bigode e Felipe Cezar. Sobre suas respectivas atitudes – participação passiva – só os mesmos poderão  emitir algum juízo de valor, até porque, como já falei,  eles não se pronunciaram,  elencando os motivos pelos quais não deram suas respectivas opiniões.

Dos oito vereadores que votaram contra o projeto, em que, se aprovado, oportunizava os conterrâneos a escolherem qual gentílico gostaria de usar,  seis não se pronunciaram. Apenas apertaram o  play no  botão do “não”. Foram eles: Edmilson de Várzea Grande, Josias da Militina, Celso Bezerra, Jota Domingos, Biu de Genário e  David Frutas.  Filosoficamente falando,  é  bom que se diga,  em debates, em todo silêncio há sempre um ato de inteligência. Ou seja:  quando calamos para não dialogar com os tolos ou quando estamos cientes de que não temos preparo para discutir sobre a matéria em tela. No último exemplo,  o “sim” ou o “não”  é o que menos importa.

Já os outros dois parlamentares que votaram  pelo “não”, mas que se pronunciaram  pelos microfones – Marcos da Prestação e Mano Holanda –, através dos seus argumentos, tecnicamente falando,  posso dizer que não acrescentaram absolutamente nada de  proveitoso  ou enriquecedor  ao  debate proposto. Falas que se configuraram numa espécie de “conjunto vazio”. 

Com relação às argumentações do vereador Marcos da Prestação, com quem tenho uma relação respeitosa, ficou difícil de aferir o seu  confuso entendimento,   pois o mesmo disse que o projeto “não traz mudança e ao mesmo tempo traz”. Disse, entre outras coisas, haver se aconselhado pela internet, com os seus seguidores para abalizar o seu voto.  Aliás, isso é algo  importante para todo político. Mas vale lembrar, também, que nas redes sociais existe “entendido” para tudo:  de parto de raposa à efeito colateral de vacina. E certamente,  há de ter,  também,   entre os seguidores do vereador Marcos da Prestação,  “entendido” para assuntos relacionados a gentílico e  filologia.

Já o vereador Mano Holanda, na sua fala,  em defesa do “não”, entre outros argumentos, se socorreu do fato  de nunca haver tido algum problema em ser vitoriense de Pernambuco. É possível, então,  que ele tenha viajado pouco para fora do nosso estado,  diferentemente  do do seu parente ilustre, Nestor de Holanda.

Esse,  nativo da terra de Santo Antão,  mas que circulava com desenvoltura pelo Rio de Janeiro, “dialogava” com o  Brasil e o mundo e estava sempre conhecendo  pessoas cultas de todo  território nacional,  foi uma das figuras de destaque que mais defendeu, nos seus diversos espaços de comunicação, à adoção do gentílico antonense. É possível, inclusive,  que o vereador Mano Holanda não tenha herdado dos “Holanda” o  salutar hábito da leitura, pois o mesmo,  aparentemente, desconhece até a obra do seu mais ilustrado  parente.

Nas imagens acima, apenas para ilustrar, seguem algumas citações,  entre tantas emitidas pelo versátil Nestor de Holanda, que insistentemente pugnavam pelo gentílico antonense, justamente por compreender que o “vitoriense” não nos contemplava, o que  ocorre até os dias atuais.  Na mesma direção, mas com outra sugestão e entendimento, também emitiu parecer o sempre respeitado editor do jornal “O Lidador”, José Miranda, quando sugeria o “santonese”.

Portanto,  para encerrar esse relato em que de maneira despretensiosa,  desinteressada e abreviada  contribui  para o melhor entendimento da história da nossa cidade, com a minha sugestão e explicação, quero acreditar  que o  “sim” ou  o “não” da Câmara, nesse momento, em nada muda à essência  dos fatos. Na qualidade de comunidade, continuamos capengas no que se refere ao nosso gentílico oficial. Quem sabe, numa outra legislatura, com parlamentares mais preparados e afeiçoados à leitura, não tenhamos um novo gentílico (antonense), ou mesmo a própria população, através do “costume da língua falada” num  proclame o “antonense”,  para sermos, definitivamente,  identificados  de maneira única e exclusiva. Isto é: Antonense das terras da Vitória de Santo Antão!!!”

Veja a Sessão completa aqui:https://www.youtube.com/live/tOA4lOz8OOA?si=JCo_R1vhXjpPhUof

EU E LINDA BLAIR – por Sosígenes Bittencourt.

Linda Blair foi a menina mais bonita que eu vi no cinema. Transformaram-na na menina mais feia que eu vi no cinema.

Passei noites me acordando, mais impressionado com a sua beleza do que com a feiura da personagem.

Linda foi a mais linda assombração que me assustou.

Esta é a atriz de cinema Linda Blair. De tão linda, eu a desejaria até endemoniada.

Meu Deus me perdoe!

Sosígenes Bittencourt

Jorge Lafond – por @historia_em_retalhos.

Jorge Luiz Souza Lima, o Jorge Lafond, foi um comediante e bailarino, com estilo próprio, talento e muita presença de palco.

Decidiu adotar o sobrenome artístico “Lafond” em homenagem à atriz Monique Lafond, de quem era fã.

Preto, pobre e homossexual, precisou aprender cedo a enfrentar as barreiras do preconceito.

Aos 6 anos, já tinha a consciência de que era homossexual, escondendo dos pais essa condição.

Movido pelo sonho, estudou balé e, depois, teatro na UERJ.

Foi como bailarino que o artista começou a engrenar na carreira.

Fez parte do corpo de bailarinos do Fantástico, para, depois, estourar no Jô Soares, nos Trapalhões e na “A Praça é Nossa”.

Seu personagem principal era quase uma caricatura de si mesmo: Vera Verão.

Consolidado e com o trabalho reconhecido, Jorge talvez já não esperasse sentir de forma tão forte o impacto da indiferença e da crueldade das pessoas.

Mas isso aconteceu e foi no programa de Gugu Liberato.

No dia 10.11.2002, participava de uma competição integrando o time feminino.

Como de costume, a competição seria interrompida para dar lugar a uma atração musical e seria retomada depois.

Era normal que as equipes permanecessem no palco e até dançassem ao lado do convidado.

Porém, o convidado do dia, o padre Marcelo Rossi, fez uma exigência inusitada, com a conivência de Gugu: Lafond teria que ser retirado do palco.

Supostamente, o padre não queria estar no mesmo ambiente do comediante.

Sem reação, Lafond recebeu a orientação para retirar-se, enquanto o religioso apresentava-se.

Assim que o padre saiu, a produção tentou convencê-lo a voltar, mas ele não quis.

Já não dava mais.

Humilhado, voltou para casa.

O impacto foi muito grande, porque, além de tudo, ele era admirador do padre.

Coincidência ou não, uma semana depois, ele foi internado com complicações cardíacas.

Em 11.01.2003, após o agravamento do quadro, o comediante morreu, aos 50 anos, vítima de um infarto.

Nunca se saberá o grau de relação entre essa atitude do religioso e a morte de Lafond.

Porém, uma coisa é certa: mesmo que causada por outras razões, a sua morte foi, no mínimo, precipitada pelo preconceito.
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O Retábulo de Joana Carolina visto por 12 artistas pernambucanos – por Marcus Prado.

Poeta Mauro Mota, juiz de direito José Albino de Aguiar, Osman Lins, Professor Aragão – foto: Raminho Fotógrafo.

“Não é a própria realidade o resultado de uma interpretação?” (Hans-Georg Gadamer/Verdade e Método, volume 2, pág. 391)

O tema que inspirou a exposição “O Retábulo de Lins” (Museu do Estado de Pernambuco – 10 de dezembro de 2024 a 12 de janeiro de 2025), a dimensão estética da sua construção, teve como ponto de partida o conto “Retábulo de Santa Joana Carolina” integrante do livro “Nove, Novena”, de Osman Lins, publicado pela editora Companhia das Letras (1966).

A curadora da exposição, professora Elizabeth Hazin (UnB), mestra em Literatura Comparada, por muitos considerada uma das melhores estudiosas da obra desse autor, diz que a exposição faz conexões entre o texto literário e outras áreas artísticas, “a partir de uma abordagem transdisciplinar”.

Doze artistas plásticos pernambucanos “aliados a possíveis caminhos para as particularidades do texto” carregado de alta densidade poética foram convidados a traduzir em telas os doze “mistérios” que compõem o “retábulo” da personagem Joana Carolina. Os artistas escolhidos: Antônio Henrique Wanderley, Álvaro Caldas, Clerston de Andrade, Fabíola Pimentel, Jessica Martins, Maurício Arraes, Rikia Amaral, Roberto Ploeg, Romero de Andrade Lima, Tereza Perman, Timóteo, Vânia Notaro. Cada obra deveria ser executada em idênticos suportes de tela/painel, nas medidas de 1,20, por 0,80, no sentido vertical, não podendo ser abstrata, sendo obrigatório um conteúdo religioso, “para justificar a união dos doze trabalhos em um único retábulo”.

O primeiro da lista, Antônio Henrique Wanderley, escolheu o sétimo “Mistério”, talvez o mais desafiador do conjunto. “Os meus elementos estavam todos ali: Na parede do fundo, como elemento decorativo, um quadro oval emoldurado com um vidro frontal. A imagem, provavelmente uma estampa religiosa, extraída de algum cartaz da igreja, ou mesmo de uma “folhinha”, como se chamam os calendários pendurados nas paredes como enfeite, apresenta uma comovente cena doméstica de uma Madona sentada junto ao leito da filha, a quem vela e cuida de uma enfermidade, medicando-a com elixires caseiros, xaropes, emplastros e clisteres, preparados com as ervas e plantas do pequeno quintal”. O detalhe da folhinha do segundo plano, citado por Henrique Wanderley, me faz lembrar o quadro do genial pintor flamengo Jan van Eyck, “O Casal Arnolfini”, pintado em 1434: os detalhes de objetos simbólicos na parede de fundo, que se valorizam em amplitude e enigmas. A obra exibe o casamento do então rico comerciante Giovanni Arnolfini com Giovanna Cenami. (Galeria Nacional, Londres).

Do programa da exposição, no dia da abertura, consta uma apresentação da Orquestra de Câmera Criança Cidadã e um desfile de moda de Eliane Mello, estilista de Vitória de Santo Antão, com uma coleção inspirada em Osman Lins.

Marcus Prado – jornalista

1ª Corrida PSVA aconteceu domingo, no Pátio da Matriz.

Em sua primeira edição, aconteceu, na manhã do domingo (08) a Corrida de Rua PVSA, promovida pela Polícia Penal, vinculada ao Presídio da Vitória de Santo Antão.

O evento teve como ponto de concentração, partida e chegada o Pátio da Matriz. Em 6km de trajeto, o conjunto de atletas percorreu várias ruas centrais da cidade.  Ao final, frutas foram servidas a todos participantes. Aos que chegaram nas 3  primeiras colocações – masculino e feminino – troféus foram ofertados. Uma Boa Promoção!!!

AVLAC – último encontro do ano…..

Na manhã do domingo (08), em sua sede, no “Sobradinho”, localizado no bairro da Matriz, a AVLAC – Academia Vitoriense de Letras, Artes e Ciência – promoveu seu último encontro ordinário de 2024.

Na ocasião, além da pauta,  o presidente, professor Serafim Lemos, anunciou a programação do entidade para o ano vindouro. Em ato contínuo parte do grupo – “Imortais” –  seguiu para o Restaurante Carnes & Galetos,  para um almoço de confraternização de fim de ano.