Arquivo da categoria: Fala, Vitória!
CASO PLUVIOSO – por Sosígenes Bittencourt.
Esta tromba d’água diluviana ressuscita-me o Caso Pluvioso, do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade. A chuva me irritava. Até que um dia descobri que Maria é que chovia. A chuva era Maria. E cada pingo de Maria ensopava o meu domingo. Chuvadeira Maria, chuvadonha, chuvinhenta, chuvil, pluvimedonha!
Chuvarada de Palmas e muito obrigado!
Sosígenes Bittencourt
FALECIMENTO DE CARLOS ASSIS – por Sosígenes Bittencourt.
A vida é feita de tempo e daquilo que fazemos com o tempo que temos. Ademais, morreremos. Contudo, uma vez vivos no mundo, não tem mais jeito, o jeito que tem é viver. Agora, amigo Carlos Assis, és detentor de um segredo só a ti revelado. Um dia, fostes como nós somos; um dia, seremos como tu és. E segue-se um mistério profundo, nunca mais retornaremos a este mundo.
Até breve! Requiescat in pace!
Sosígenes Bittencourt
RECADO À VAIDADE – por Sosígenes Bittencourt.
Acorda, vaidade, o tempo está passando e já estás precisando do que rejeitas por vaidade. A dor do tempo não conhece vaidade, e vaidade não cura enfermidade. Vaidade é coisa vã e de pouca duração, e toda grandeza prospera na humildade.
Sosígenes Bittencourt
Professor Sosígenes: além da nova regra ortográfica…….
Outro dia, de passagem pela “Principal do Cajá”, como é chamada popularmente a Rua Doutor José Rufino Bezerra Cavalcanti, na farmácia da esquina, encontrei-me com o professor, pensador e poeta antonense Sosígenes Bittencourt. O tom foi o de sempre, ou seja: simpático, elegante, bem-humorado e com o tempo do mundo todo para conversar.
Certa vez, com toda intimidade e admiração que nutro pelo mestre das letras, após ler uma das suas crônicas nas redes sociais, caí na besteira de fazer-lhe uma ligação telefônica, no sentido do “enquadramento” ortográfico.
Achando que estava “abafando”, cometei sobre o pontual “erro” na sua postagem, dizendo-lhe que escrevia (aquilo) de outra forma. Serenamente, ele disse que, de acordo com as novas regras, eu estava certíssimo. Questionado, então, ele arrematou: “o problema é que o erro que você está vendo surgiu exatamente por conta da nova regra”.
Nesse contexto, deu-me uma explicação “no modo” categoria máxima, realçando, inclusive, os motivos pelos quais as regras são alteradas (algo que eu desconhecia). Ao final, em tom gozado, complementou: “continue escrevendo de acordo com a nova regra, até porque imagino que você NÃO irá conseguir explicar tudo isso que acabei de dizer”.
Resumo da ópera: eu só não digo que não deveria ter ligado, porque aprendi alguma coisa. E aprender, convenhamos, nunca é demais……………
BRASIL 2 x 0 SÉRVIA – por Sosígenes Bittencourt.
O Brasil provou que o futebol da Sérvia não serve para derrotar futebol tão varonil.
Eu não consigo torcer contra o meu país. A esperança nutre-se de vitórias, não de derrotas.
Sosígenes Bittencourt
FALECIMENTO DE ERASMO CARLOS – por Sosígenes Bittencourt.
FALECIMENTO DE ERASMO CARLOS. Faleceu, o cantor e compositor Erasmo Carlos, que um dia cantou: Eu não posso mais ficar aqui a esperar que, um dia, de repente, você volte para mim (…)
Requiescat in pace
Sosígenes Bittencourt
CONVERSANDO BESTEIRA – por Sosígenes Bittencourt.
Um dia, eu voltava de Caruaru, de manhãzinha, depois de uma noitada com duas amiguinhas e haver adormecido no Hotel Continental, quando percebi que dirigia por outra estrada. Aí, interpelei um matuto: – Aqui, vai pra onde?
Aí, o matuto: – Vai pra Campina Grande!
Aí, eu engrenei uma marcha a ré e fui procurar Encruzilhada, uma cidadezinha do tamanho de uma encruzilhada. Lá, eu comi uma carne de sol com macaxeira tão gostosa que me danei a conversar besteira. Uma delas foi assim: – Você sabe por que a mulher do burro é uma besta?
Aí, as meninas: – Sei não, mestre.
Aí, eu: – Porque, quanto mais burro, mais besta ela fica.
Abestalhado abraço!
Sosígenes Bittencourt
VIDA SAUDÁVEL, HÁBITOS SAUDÁVEIS -por Sosígenes Bittencourt.
Vida saudável requer hábitos saudáveis, como praticar exercício físico, alimentar-se, predominantemente, de frutas e verduras, não abusar do álcool, fumar jamais e semear amor para colher amor. Sobretudo, trabalhar a Fé para crer em Deus e na Salvação da alma. Bom dia!
Sosígenes Bittencourt
JE VOUS SALUE, MARIE – por Sosígenes Bittencourt.
JE VOUS SALUE, MARIE
Je vous salue, Marie, pleine de grâce,
le Seigneur est avec toi,
Tu es bénie entre toutes les femmes et, Jésus,
le fruit de tes entrailles, est béni.
Sainte Marie, Mère de Dieu, prie pour nous, pauvres pécheurs,
maintenant et à l’heure de notre mort,
Ainsi soit-il.
Sosígenes Bittencourt.
A ALEGRIA DO SOFRIMENTO – por Sosígenes Bittencourt.
Desde menino, descobri que o sofrimento serve para fazer poesia, concluindo que a poesia é a alegria do sofrimento.
Sosígenes Bittencourt
ESTUDANDO PORTUGUÊS – por Sosígenes Bittencourt
Caso de Crase
Jantar à luz de vela.
Jantar a luz de vela.
Observe o quanto é grave uma confusão com a crase. Uma coisa é você jantar à claridade; outra coisa é você comer fogo.
Sosígenes Bittencourt
PASSA O DIA DE FINADOS – por Sosígenes Bittencourt.
Passa o Dia de Finados. Finda o Dia de Finados.
E ninguém vê finados. Porque finados findaram,
não têm hora, dia, tempo, mais nada…
Passa o Dia de Finados.
tão rápido quanto fora a vida dos finados.
Ninguém desejaria que os finados voltassem
ao mundo para findar outra vez.
Já nos basta morrer uma vez.
Porque só os finados estão livres da morte.
Sobretudo, do medo da morte.
Seria suprema malvadeza do destino nos impor
mais de um fim, embora morra nossa infância,
nossa adolescência, nossa mocidade
e sigamos vivos, vivos até o derradeiro fim.
Passa o Dia de Finados.
E perpassam os finados que conhecemos.
Parece até que os vemos.
De preferência, sorrindo. O mesmo jeito,
a mesma voz, os trejeitos, o figurino.
Nós é que ficamos tão diferentes. Talvez,
nem soubéssemos conversar com os finados,
como antigamente.
Sosígenes Bittencourt
PARA O DIA DA POESIA – por Sosígenes Bittencourt.
FALECIMENTO DE JAIR CARNEIRO – por Sosígenes Bittencourt.
Não sei se Jair faleceu confiando no futuro do Brasil. Porque sempre lhe dizia: Jair, o Brasil é o país do futuro (distante), morreremos (antes). Jair era político de dar discurso no meio da rua sem palanque armado nem microfone apontado. Lembro-me como amigo, porque falava bem de mim na minha ausência. Daí, minha sincera e humilde homenagem.
Agora, Jair Carneiro, és detentor de um segredo só a ti revelado. Um dia, fostes como nós somos; um dia, seremos como tu és. E segue-se um mistério profundo, nunca mais retornaremos a este mundo.
Até breve! Requiescat in pace!
Sosígenes Bittencourt
RESENHA ESPORTIVA – por Sosígenes Bittencourt.
RESENHA ESPORTIVA – Operário 0 x 0 Sport
Esse time do Sport é bom de defesa, mas o ataque é intrigado com o gol. É um ataque cardíaco. O Sport não tem um time de futebol, tem um bando de jogadores. Cada um corre para um lado, e ninguém sabe para onde vai. Fosse, eu, o presidente do Sport, levaria o plantel a um cartório, para oficializar o divórcio. Arengam pela bola, mas não casam. Desentrosado abraço!
Sosígenes Bittencourt
PENSANDO MESMO – por Sosígenes Bittencourt.
Eu sempre imagino que precisamos de dois profissionais antes de mais nada: um Psicólogo e um Professor de Língua Portuguesa. O Psicólogo para nos revelar nossos transtornos psicológicos, e um Professor de Língua Portuguesa para nos ensinar a ler e escrever. Infelizmente, estamos nas mãos de transtornos que desconhecemos e sem saber se estamos lendo e escrevendo corretamente. Sobre mim mesmo, eu vejo poesia em tudo, por isso ando pelo cantinho da calçada. Porém, é o único transtorno do qual não desejo me curar.
Sosígenes Bittencourt
FALECIMENTO DE CLAUDINHO – por Sosígenes Bittencourt.
Claudinho era filho de finado Rochinha, da Farmácia. Eu o tratava, como merecia, em homenagem a seu pai: Claudinho, o menino de Eulâmpio Valois da Rocha. Claudinho era simples, disciplinado, simpático sem afetação, uma cópia do pai – gente de antigamente – um pequeno gentleman.
A vida é feita de tempo e daquilo que fazemos com o tempo que temos. Ademais, morreremos. Contudo, uma vez vivos no mundo, não tem mais jeito, o jeito que tem é viver.
Agora, amigo Claudinho, és detentor de um segredo só a ti revelado. Um dia, fostes como nós somos; um dia, seremos como tu és. E segue-se um mistério profundo, nunca mais retornaremos a este mundo.
Até breve! Requiescat in pace!
Sosígenes Bittencourt
UM INESQUECÍVEL PRESENTE – por Sosígenes Bittencourt.
A vida é dureza e fantasia, remédio para tristeza é alegria. Se possível fosse extrair ultrassonografia de minh’alma, ver-se-ia a felicidade, ao receber este mimoso presente, de sabor, tom e gosto lusitano, confeccionado por Almeida Garret, o seu Romanceiro, de 1843, já arquivado no relicário do meu coração. A dádiva me foi concedida pela gentileza do casal Paulinho Lima e Dra. Ana Regina, esses amorosíssimos meninos do meu tempo. Permitam-me, portanto, praticar a Virtude da Gratidão: palmas, ovação e muito obrigado!
Sosígenes Bittencourt