Vez por outras sapeco esta frase: VITÓRIA NUNCA ESTEVE TÃO MUTANTE. Não podemos dizer, contudo, que somos detentores da exclusividade nas transformações do mundo, muito pelo contrario: estamos a reboque delas.
Para os que estão se formando nesse contexto (rápidas mudança) tudo é normal, tudo é igual. Mas para os que cresceram em tempos pretéritos, assim como eu e tantos outros que estão lendo estas linhas, contemplar, analisar e relacionar os acontecimentos não deixa de ser, porém, um agradável e salutar exercício mental.
Certa vez, por ocasião da incipiente efetivação do serviço de mototaxista na nossa cidade, disse meu pai, Zito Mariano: “um negócio assim, é complicado. Como é que uma mulher casada ou uma mocinha vai montar na garupa de uma moto com um sujeito que ela nem sabe quem é?” Na sua cabeça – imagino – aquele serviço só teria serventia para os homens. O tempo provou que a formação social do meu pai, nesse aspecto, foi atropelada pelas mudanças.
Esta semana, ao caminhar pelas ruas centrais na nossa cidade, deparei-me com dois artistas promovendo espetáculos nos intervalos do semáforo – cada qual na sua arte. Não me lembro de haver assistido, aqui na Vitória, um músico tocando sax em um sinal de trânsito, sobretudo “passando o chapéu” em busca da esperada compensação financeira, após a célere apresentação. Nesse aspecto, aliás, Nova Iorque nunca esteve tão presente na nossa polis…