Em 2018, meus queridíssimos genitores, Aloísio de Melo Xavier e Eunice de Vasconcelos Xavier, se vivos fossem, teriam completado, respectivamente, cem e noventa e cinco anos de idade. Ambos filhos da Vitória de Santo Antão, a Terra das Tabocas, por eles amada como quem mais a ame ou tenha amado. Dela somente saíram pela necessidade educacional da numerosa descendência, sem nunca terem deixado de comparecer ao seu torrão natal. Por questão de absoluta justiça, é imperioso dizer-se que o amor, por ambos dedicado à sua terra e à sua gente, foi inteiramente correspondido, em vida e após a morte, sendo-lhes prestadas diversas homenagens, que sempre mereceram a maior gratidão dos familiares. Mas é necessário um reconhecimento público, ora feito, com as escusas aos não expressamente citados, o que ocorre apenas em razão da limitação deste espaço.
De início, os agradecimentos aos vereadores Mano Holanda e André Saulo dos Santos Alves. O primeiro, por ter sido o autor do projeto de lei, apresentado logo após o falecimento do meu genitor, através do qual passou a denominar-se Rua Dr. Aloísio de Melo Xavier o logradouro onde se localiza a sua residência de muitos anos. O segundo, em razão da autoria do projeto de lei que denominou Rua Professora Eunice de Vasconcelos Xavier uma via urbana, merecendo destacar que o mesmo projeto homenageia quatorze mulheres, dentre elas, madre Tereza de Calcutá, Clarice Lispector e Marie Curie, tendo o edil a distinção de iniciar a nominação das ruas pela minha genitora. Os agradecimentos se estendem ao ex-prefeito Carlos José Breckenfeld Lopes da Costa e ao atual, José Aglailson Querálvares Júnior, por haverem, respectivamente, sancionado os projetos de lei.
Também os agradecimentos ao professor Pedro Humberto Ferrer de Moraes, presidente do Instituto Histórico e Geográfico da Vitória de Santo Antão (IHGVSA), pela sua iniciativa de realizar, ano passado, sessão solene alusiva ao centenário de nascimento do meu genitor, na qual falaram, destacando qualidades do homenageado, João Álvares, orador oficial, Gustavo Krause, Luciene Freitas e José Edalvo. Após a sessão, o Instituto afixou placa, com os dados biográficos do homenageado, na fachada da sua antiga residência. Os agradecimentos são extensivos aos oradores e a todos os que compareceram ao evento. Ainda os agradecimentos ao mesmo professor, e aos que integram o IHGVSA, pela criação da Medalha Eunice Xavier, que presidiu a instituição por aproximadamente vinte anos ininterruptos. A comenda é entregue anualmente em março, no Dia Internacional da Mulher, às vitorienses ou amigas da Terra das Tabocas, que se destacam em gestos e ou trabalhos em prol da cidade.
Do mesmo modo, os agradecimentos ao professor Paulo Roberto Leite de Arruda, fundador da Faculdade Osman Lins (FACOL), Clínica Universitária de Reabilitação, Educação e Saúde (CURES) e Cidade Universitária Governador Marco Maciel (CDUGMMA), por haver denominado de Dr. Aloísio Xavier e Professora Eunice Xavier, respectivamente, as bibliotecas da FACOL e da CDUGMMA, sendo a primeira delas a unidade central do complexo educacional de nível superior.
Igualmente, os agradecimentos a Cristiano Pilako, por haver a Associação dos Blocos de Trio da Vitória, com mais de duas décadas de existência, homenageado a minha genitora, em 2016, pelos relevantes serviços prestados ao carnaval da Vitória, entre
outras coisas, participando da administração do Clube Carnavalesco Misto Taboquinhas, último clube de fados do Brasil. Também a Pilako, os agradecimentos pela homenagem prestada à minha genitora no carnaval de 2017, no desfile da agremiação A Saudade, dedicando-lhe a canção original A Saudade da Eunice, de autoria de Aldenisio Tavares e sua. Costumava ela acompanhar a sua agremiação do coração até quando a idade não mais permitiu, mas ficava aguardando a sua passagem na janela de casa.
Ainda os agradecimentos a Rogoberto Rangel Neto, ex-presidente do Círculo dos Amigos da Vitória de Santo Antão, entidade informal fundada por meus genitores e outros vitorienses, atualmente com trinta e oito anos ininterruptos de funcionamento, por haver instituído a Medalha Aloísio de Melo Xavier, em 2014, ao ensejo dos trinta e três anos de atividade da agremiação.
Identicamente, os agradecimentos ao ex-prefeito Elias Lira e à ex-secretária Yara Acácia de Alencar Lopes, pela inauguração do Centro Especializado de Atendimento à Mulher Eunice de Vasconcelos Xavier.
Da mesma maneira, os agradecimentos a Rubem de Deus e Melo e a João Álvares, pela homenagem prestada, em 2018, na edição especial de O Lidador, ao centenário de nascimento do meu genitor.
Por fim, um agradecimento tardio, in memoriam, pela beleza do gesto: em 29.11.1976, menos de dois anos antes da sua morte, o grande escritor Osman Lins, vitoriense, de renome nacional e internacional, ofereceu aos meus genitores o livro de sua autoria A Rainha dos Cárceres da Grécia, lançado no mesmo ano, com a seguinte dedicatória: “Para o Aloísio Xavier, ídolo da minha adolescência, e também para Eunice, com amizade, abraços os mais afetuosos do conterrâneo Osman Lins.”
A todos, a gratidão que não perece.
Aluísio Xavier – Advogado e ex-presidente da OAB/PE.