Preconceito Racial: INFORMAÇÃO E EDUCAÇÃO!!!

Hoje, 20 de novembro, foi o dia instituído por lei para “chamar” toda sociedade a refletir sobre o preconceito e à segregação racial no nosso País. A data – 20/11 – é uma referência direta ao dia atribuído à morte do líder da grande resistência, Zumbi do Palmares, ocorrida em 1695.

Em regra geral discriminação existe em todo e qualquer tipo de ajuntamento humano. Seja de maneira explicita ou velada. Imagino que desde que o “bicho humano”, motivado pelo sentimento da perda, sepultou o primeiro semelhante, deflagrando assim o entendimento de que não éramos iguais, sob o ponto de vista da existência, aos outros bichos (insepultos), nossas vidas passaram a ter “prazo de validade”.

Cônscio da sua finitude, até porque nesse momento ainda não se apregoava o conceito da “vida eterna”, muito menos dos “espaços” que fomos estimulados a materializa-los mentalmente, que os chamamos até hoje de céu e inferno, suponho que o ser humano passou a despertar para aquilo que atualmente entendemos por egoísmos. Suponho, ainda,  que tenha brotado desse sentimento (egoísmos) todos os tipos de preconceito que conhecemos hoje. Apenas suponho!!

O preconceito racial não é só uma questão de sentimento é também algo cultural, ensinado, instituído e até incentivado, muita das vezes silenciosamente em todos os quatro cantos da nossa aldeia global. Combatê-lo não é uma tarefa fácil e simples, muito pelo contrário é extremamente complexo. A “porta de saída”, certamente, estará sempre aberta na direção do conhecimento, sobretudo no histórico, antropológico e sociológico.

Ao olharmos pelo retrovisor para a construção do nosso Brasil logo entenderemos o motivo ou os motivos pelos quais, mesmo sem querer,  somos todos, pouco ou muito, consciente ou inconsciente, preconceituosos em potencial. No passado os negros que aqui chegaram, já na qualidade de prisioneiros dos seus irmãos negros do continente africano e vendidos como “bichos” aos donos dos  navios negreiros,  nem alma possuíam, segundo o entendimento dos europeus da época.

Com o passar dos séculos, em 13 de maio de 1888, por uma conjunção de fatores, sobretudo o econômicos, os sobreviventes de um dos  maiores crimes contra a humanidade (tráfico negreiros) de toda história, são alforriados por força da lei. Se pesquisarmos o grande debate travado nesse contexto, à época,  se deu por conta da insegurança jurídica, afinal o último suspiro da monarquia, com a Lei Áurea, desapropriou um patrimônio privado sem a devida contrapartida financeira.

Libertos em massa a comunidade negra que morava nas senzalas, providos das mínimas condições pelos seus “senhores”, sem instrução e totalmente estigmatizados socialmente foram obrigados a criar, sem a menor organização,  aquilo que hoje conhecemos como FAVELA. É bem verdade que cento e trinta anos depois muita coisa mudou. Mas os números sociais disponíveis não mentem –  lhe são adversos.

No momento atual, se bem estudado e analisado através das pesquisas e índices sociais, logo veremos o quanto nosso País ainda é devedor a toda essa comunidade  que verdadeiramente,  com a força do seu trabalho, construiu nossa nação.

Todos os tipos de combate ao preconceito racial são importantes e válidos. Mas não devemos ser caudatários de falácias e de novas segregações  no intuito  de  se combater o velho, danoso e perene preconceito racial.

De resto, sentencio: todo tipo de preconceito se combate e se vence com informação e educação. Viva o dia da Consciência Negra no Brasil!!

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  1. Vale lembrar que o Brasil foi construído através da maior migração forçada da história. Os Estados Unidos, também conhecido por seu passado escravista, recebeu 10 vezes menos escravos que nós. 4 milhões de africanos construíram o que se tornaria a terra da “ordem e do progresso”. Progresso esse que custa a chegar para a comunidade negra, mesmo nos dias de hoje. O Brasil se tornou o maior país escravista do mundo, tendo um dos regimes mais cruéis dos últimos séculos. Porque esta é uma história que muitos ainda preferem não contar? Simples: a escravidão é uma história nada conveniente para a elite brasileira e ela não quer que essa questão seja discutida. Basta ver a oposição a qualquer tipo de ação que tenha como intenção, o reparo aos danos causados. O dia da consciência negra é questionado por essa mesma elite. A igreja católica, que tinha um enorme poder de influência, foi cúmplice de tais atos, chegando a dizer que os negros precisavam de fato passar por todo esse suplício, para posteriormente passar por dias melhores no paraíso – Descarada hipocrisia. Parabéns pelo texto Pilako. Seu discurso nada mais é que um grito de resistência, muito bem vindo em dias tão difíceis como os que vivemos atualmente. O ódio não pode predominar, jamais.

  2. Querido Pilako seus textos são interessantes, posto que, retratam bem o imbróglio ideológico em se afoga a sociedade brasileira.
    Sou um “mestiço”, filho de um pai branco e de uma mãe morena, e desde criança nós todos, em casa, pedíamos a benção a uma negra que alimentou meu pai, dando a Ele a primeira alimentação assim que nasceu, o nome dela era Dona Biu Preta, que hoje já deve está nos braços da Virgem da Conceição.
    No Brasil, e no Nordeste é comum brancos e negros casarem terem filhos, e serem felizes!
    Temos coronéis da Policia Militar negros, médicos negros, jornalistas negros, Bispos, Padres, Pastores todos negros!, e vc, em seu texto, alude a um preconceito que mais parece ser sistemático. Miserere Domini!
    Querido Pilako no nível ou âmbito que vc coloca o racismo ou atos racistas, mas parece que vivemos num regime de castas raciais hermeticamente fechadas, e instransponíveis, incomunicáveis existencialmente; ora, se assim fosse o multiculturalismo musical que vivenciamos não existiria!
    Pilako essa paranoia ideológica que você esposa é, redundantemente, ideológica, dissociada da nossa realidade: é só olhar a nossa volta: vivemos numa nação miscigenada, que por si só, depõe, na pratica, contra esse seu texto ideológico.
    Todo esquerdista hoje além das mais bisonhas bandeiras prega e que incultar na mente do cidadão mediano que ele é um racista em potencial. A loucura ideológica é tanta que se institui o maldito dia da CONSCIENÇIA NEGRA, cujo exemplo de postura humana se resume a um negro escravocrata de nome Zumbi, ou Zumbi dos Palmares rsrsrs.
    O dito Zumbi dos Palmares possuía escravos, era “sexista e machistas” nos moldes politicamente corretos pois possuía várias esposas. E agora? Que herói é esse que escraviza negros tão negros quanto ele?
    Zumbi estava longe de ser um herói da democracia. “Mandava capturar escravos de fazendas vizinhas para que eles trabalhassem forçados no Quilombo dos Palmares. Também sequestrava mulheres, raras nas primeiras décadas do Brasil”, e ainda é um herói do Movimento negro….kkk Quanta coerência!
    As ONGs procuram mitificar a história do Quilombo dos Palmares, apresentando-o como um refúgio de liberdade do negro perseguido. A realidade histórica, entretanto, difere bastante dessa criação legendária. Na verdade, o referido quilombo espalhava terror, mesmo entre muitos negros.
    O escritor José de Souza Martins denuncia a mistificação do Quilombo dos Palmares ao denunciar a existência da escravidão dentro dele:
    “Os escravos que se recusavam a fugir das fazendas e ir para os quilombos eram capturados e convertidos em cativos dos quilombos. A luta de Palmares não era contra a iniquidade desumanizadora da escravidão. Era apenas recusa da escravidão própria, mas não da escravidão alheia. As etnias de que procederam os escravos negros do Brasil praticavam e praticam a escravidão ainda hoje, na África. Não raro capturavam seus iguais para vendê-los aos traficantes. Ainda o fazem. Não faz muito tempo, os bantos, do mesmo grupo linguístico de que procede Zumbi, foram denunciados na ONU por escravizarem pigmeus nos Camarões”. (José de Souza Martins, Divisões Perigosas, Ed. Civilização Brasileira, Rio, 2007, p. 99)

    Faz parte da propaganda de certos movimentos negros exaltar a figura de Zumbi como libertador dos escravos. Ora, a ascensão dele se deu após o assassinato do tio:
    “Depois de feitas as pazes em 1678, os negros mataram o rei Ganga-Zumba, envenenando-o, e Zumbi assumiu o governo e o comando-em-chefe do Quilombo”. (Edison Carneiro, O Quilombo dos Palmares, Ed. Civilização Brasileira, 3a ed., Rio, 1966, p. 35)

    Amigo Pilakinho Décio Freitas, autor do livro Palmares – A Guerra dos Escravos, em entrevista para a “Folha de S. Paulo”, confessou que depois das pesquisas, “ele tem hoje uma visão diferente do líder negro Zumbi. ‘Acho que, se ele tivesse sido menos radical e mais diplomático, como foi seu tio Ganga-Zumba, teria possivelmente alterado os rumos da escravidão no Brasil.’’ (http://www1.folha.uol.com.br/fol/brasil500/zumi_17.htm).
    Republicano e amigo Pilako novamente, no quesito “período monarquista Brasileiro” você tem uma visão tristemente enviesada e redutiva do período mais profícuo moralmente de nossa história nacional.
    A princesa Isabel viveu em seu tempo, dentro de todas as vicissitudes típicas de sua época. Digo isso porque a Princesa Isabel vivia e co-reinou como regente dentro um ordenamento jurídico, que era escravocrata, mas onde a mesma sempre articulou contra, mas dentro do respeito ás normas legais.
    Você diminui o grande ato de heroísmo feito pela Princesa Isabel deixando de estudar o contexto em que ela articula a libertação do negros no Brasil, e a “indenização” para os mesmos.

    A necessidade de formação de um fundo para sustentar o projeto político da princesa e os esforços empreendidos pelo imperador para viabiliza-lo aparecem assim descritos na carta dela própria: http://imperiobrasileiro-rs.blogspot.com.br/2009/12/dona-isabel-e-indenizacao-aos-escravos.html

    “Fui informada por papai que me collocou a par da intenção e do envio dos fundos de seo Banco em forma de doação como indenização aos ex-escravos libertos em 13 de Maio do anno passado, e o sigilo que o Snr. pidio ao prezidente do gabinete para não provocar maior reacção violenta dos escravocratas. Deus nos proteja si os escravocratas e os militares saibam deste nosso negócio pois seria o fim do actual governo e mesmo do Império e da caza de Bragança no Brazil. (…) Com os fundos doados pelo Snr. teremos oportunidade de collocar estes ex-escravos, agora livres, em terras suas proprias trabalhando na agricultura e na pecuária e dellas tirando seos proprios proventos. Fiquei mais sentida ao saber por papai que esta doação significou mais de 2/3 da venda dos seos bens, o que demonstra o amor devotado do Snr. pelo Brazil. Deus proteja o Snr. e todo a sua família para sempre!”
    Três meses após a data dessa carta, a princesa e o Imperador foram depostos e desconhece-se o destinos dos tais fundos. É o Brasil, desde sempre. ”

    Amigo Pilako “ideologia mata”, como vem matando a saúde mental de nosso povo. Se a Faintvisa está lhe adestrando a pensar dissociado do mundo pratico, então a mesma é mais um deposito de alienados amantes do marxismo cultural.
    Abraços miscigenados!

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