Câmara de Vereadores: “O mais inocente que tem aqui, come o doce sem abrir a lata”, da tribuna, confidenciou o experiente vereador Mano Holanda.

Em qualquer pesquisa de opinião pública, realizada nos quatro cantos do nosso País cujo o tema seja credibilidade, pode ficar certo que a categoria dos políticos ficarão em último lugar. Isso é fato! Evidentemente que todo esse desgaste, na imagem dos políticos,  não é fruto do acaso nem muito menos é algo pontual. Indiscutivelmente a explicação se socorre do acúmulo de sucessivos abusos, das corriqueiras pilantragens e do chamado “conto do vigário”, no qual os nossos políticos, em todas as esferas do poder, incorporaram como práticas comuns, aos seus respectivos exercícios de mandatos. Claro, há algumas raríssimas exceções nessa regra.

Pois bem, semana passada os nossos parlamentares municipais aprovaram um regramento na concessão das chamadas “diárias remuneradas”. Para botar “molho” na questão, aconteceu uma queda de energia no bairro, no mesmo horário da sessão, e, segundo comentários, os vereadores promoveram uma espécie de reunião à “luz de celular”, colocando assim, de maneira prática, um ingrediente oriundo da opacidade na decisão.

Nas rodas de conversas, nas mais variadas situações, assim como nas redes sociais o tema suscitou densas críticas ao nosso parlamento local, sobretudo aos nossos legítimos representantes, até porque, vale lembrar, fomos nós mesmos que os “entronamos”, lá.

Todo esse alarido, em torno das decisões da nossa Casa Legislativa, é salutar e deve ser incentivado. Isso é um dos pilares do regime democrático. Mas, no meu modesto entendimento, achei que se desperdiçou muita energia com o alvo errado. Aliás, alguns dos vereadores que se posicionaram contra o projeto – direito que lhe assiste plenamente – ao meu ver, se socorreram do chamado “jogo de cena”.

Ora !! O problema não reside na aprovação do regramento das diárias remuneradas, mas sim na forma pela qual elas (diária) serão concedidas pela mesa diretora da casa, daqui pra frente. Esse sim – para o zelo do dinheiro público – deveria ser o ponto nevrálgico da peleja, que aliás a maioria da população, coitada!!, Não tem a menor noção de como funcionam essas coisas no nosso Poder Legislativo.

Pois bem, concessão de diárias é uma ferramenta indispensável à boa gestão. Seja no setor público ou privado. Diária remunerada é imprescindível ao mundo corporativo. Imagine, por exemplo, um executivo gabaritado ou um diretor de um importante sindicato, toda vez que for se deslocar a trabalho, ser obrigado a ficar calculando despesas e apresentando notas fiscais aos respectivos departamentos financeiros? Achar que a fixação e o regramento de diárias remuneradas é um privilégio é algo menor nesse debate, sobretudo para os que conhecem um pouco de gestão, seja ela  pública ou privada.

O que a mesa diretora da casa deveria fazer – o que até agora nenhum presidente do nosso Poder Legislativo teve coragem de efetivar –  é promover um processo amplo de transparência nos atos da Casa, colocando,  de maneira fácil e simples, na internet, o cotidiano da Câmara de Vereadores. Como por exemplo, o nome de quem, como, quanto e para que se utilizou o direito à diária remunerada. Essa seria a forma correta de se tratar o dinheiro do povo da Vitória.

Mas, como isso será difícil de ser efetivado – imagino – pelo atual presidente da Câmara de Vereadores, Novo da Banca, sugiro aos vereadores que se opuseram à aprovação da matéria que se juntem e subscrevam um documento público, se comprometendo com essa divulgação semana à semana, mês e mês, ano á ano. Isso, inclusive, seria de utilidade pública e lhes colocariam na vitrine.

Se assim não procederem, doravante, corre-se o risco, em poucos dias, desses mesmo vereadores que esbravejaram, com argumentos pontuais, moralistas e oportunos de serem os primeiros a se lambuzarem com o dinheiro fácil e “legal”, que escorre pelo ralo dos cofres públicos,  fantasiados de “diárias remuneradas”, em muitos dos casos.

Aliás, da tribuna da Casa, recentemente, o experiente vereador Mano Holanda,  fez um excelente “raio X”,  sobre os atuais legisladores – inclusive dele – e suas respectivas atitudes ao chegarem ao poder, que bem corrobora com o sentimento de todo povo brasileiro. Disse, em alto e bom som, o experiente Mano Holanda: “cada um sabe o que faz, não tem menino aqui. O mais inocente que tem aqui, come o doce sem abrir a lata. Todo ele que chegou aqui, É SABIDO”. Olhe aí a palavra de quem conhece o parlamento local pelas entranhas…………….

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