Não obstante a prefeitura, junto com a CELPE, haver promovido corretamente as ligações elétricas das barracas instaladas na Praça Duque de Caxias, Diogo de Braga e Dom Luiz de Brito, ou seja: dentro do que determina as normas de segurança, com aterramento e cabo energizado chegando por cima, um avanço para nossa cidade – nesse segmento – podemos dizer que o comércio ambulante do nosso carnaval ainda tem muito que avançar.
O descontrole e a falta de organização nessa área, por parte da prefeitura, parece algo insanável. Mudou a administração, mudou os atores envolvidos, mas parece que a regra usada para o segmento foi a mesma, ou seja: NÃO TER REGRA.
Não teve TAC, não teve ABTV, não teve ACTV, não teve Polícia, não teve Guarda Municipal, não teve secretário, não teve prefeito… Não teve nada! Nada, Absolutamente nada que pudesse organizar esse segmento, no carnaval 2017, na nossa cidade. Como disse a Doutrora Promotora de Justiça, Joana Cavalcanti, por ocasião da reunião referente à confecção do Termo de Ajustamento de Conduta: “uma coisa é escrever aqui no papel, outra coisa é ação existir na prática”.
Quando uma coisa não funciona, de maneira sistemática, alguma coisa tá errada na sua formatação. No seu conceito. Isso é lógico. Não precisa ser nenhum gênio para saber disso.
Pois bem, já disse várias vezes e em diversas ocasiões que só teremos êxito nessa questão – comercio ambulante no carnaval – quando mudarmos a maneira de fazer. O comercio ambulante desordenado e os carros de mãos sem controle – machucando a canela das pessoas, quer estejam brincado ou não – é um desafio que deverá ser enfrentado por todos que promovem, trabalham e brincam carnaval na Vitória de Santo Antão. Aliás, em conversa informal, relatei o problema e o caminho para solução, ao novo secretário de Cultura, Turismo e Esporte, Marcos Rocha.
Na minha modesta opinião, até porque não sou dono da verdade, o trabalho deve ser realizado da seguinte forma:
1º – um cadastro sério dos que trabalham com comércio ambulante no período carnavalesco.
2ª – proibir carro de mão, carroça e etc, comercializando (circulando) qualquer mercadoria, no percurso oficial do carnaval – É PROIBIR MESMO!!!!!
3º – organizar pontos fixos, tantos quantos sejam necessários, para contemplar todos cadastrados, POR SORTEIO, sem politicagem e sem discriminação ou favorecimento a quem quer que seja.
4ª – padronizar os pontos: toldo, caixa térmica, iluminação, fardamento e etc.
5ª – padronizar os produtos (patrocinador), os preços e ter apenas um fornecedor para abastecer todos os pontos fixos, inclusive com o gelo, logo pela manhã, antes dos desfiles dos blocos acontecerem – nesse caso, os barraqueiros não precisariam fazer investimento. Eles entram apenas com trabalho. Essa é a forma de ampliar a oportunidade para os que mais necessitam e não tem condições de fazer qualquer investimento. Precisa-se quebrar o monopólio dos “empresários carroceiros”, que exploram o trabalho daqueles que não tem dinheiro para investir, aumentando a proliferando e quantidade de carros de mãos dos “franqueado”.
6ª – as vendas poderão ser realizadas nos pontos fixos ou itinerante, com um isopor no ombro– como é realizado nos estádios de futebol e grandes eventos, tais como: carnaval de Recife, São João de Caruaru, shows de rock e etc.
Essas, contudo, seriam as regras básicas. Dessa forma, além de combater a invasão dos ambulantes das cidades circunvizinhas, criar-se-ia um canal direto com os grandes fornecedores, promovendo assim o ambiente desejado para os patrocinadores em potencial do carnaval investirem na nossa cidade – Cervejaria – Pitú – Uísque, Coca-Cola, energético e etc.
Sem organização e sem saber o quanto, efetivamente, se vai vender, ninguém quer investir e, ao final, com a bagunça generalizada, como vem acontecendo, todos acabam vendendo, por intermédio dos atravessadores – supermercado e depósito de bebidas – e lucrando sem investir nada. A bagunça favorece o NÃO INVESTIMENTO DAS EMPRESAS QUE TEM INTERESSE DIRETO NO EVENTO.
Tudo isso é uma questão de planejamento e sequência de trabalho. Nos anos seguintes as empresas que, por acaso, ficaram de fora, chegarão com propostas para desbancar a que ficou no ano anterior. Isso acontece, constantemente, nos grandes eventos. Com organização, o carnaval da Vitória passaria a ser um mercado consumidor cobiçado pela as grandes empresas. É uma equação simples, mas que precisa de planejamento, seriedade, e muito trabalho, com efetividade, sem politicagem e sem interferências menores.
Quando as coisas são levadas a sério, tudo funciona. O carnaval da Vitória, além de toda sua história e simbologia, também precisa ser tratado como um espaço para negócios, que oportunize, para os que querem trabalhar, ganhar seu dinheiro, e para os que podem e querem brincar, conforto, segurança e alegria. É assim que acontece nas cidades que trata os seus eventos com profissionalismo. Tudo isso, sem fuxico, sem fofocas, sem “besterol” de política.
Já com relação aos chamados “Paredões de Som”, no percurso do carnaval, apesar de haver um Decreto Municipal regulamentando a ação indiscriminada, podemos dizer que avançamos, mas não resolvemos. Aqui e acolá, os “senhores” donos dos paredões tiraram suas “ondinhas”. A Polícia, esse ano, visivelmente deficitária, na teve “perna” para fazer valer sua autoridade. No TAC – Termo de Ajustamento de Conduta – lhe cabia à repressão. Mas, em relação aos carnavais passados, houve uma melhora significativa, sem sombre de dúvida !!!
Com essa matéria, no entanto, encerro minhas observações acerca do carnaval vitoriense 2017. Espero ter contribuído, com opiniões, críticas e sugestões. Para o novo prefeito, Aglailson Junior, a justificativa para não produzir mudanças, há muitas necessárias, se socorrendo da crise, do pouco tempo e das condições que recebeu a prefeitura, não lhe se socorrerá, nas próximas edições da nossa festa maior que se chama: CARNAVAL SECULAR DA VITÓRIA.