Como presidente do Instituto Histórico e Geográfico, relicário da nossa cultura, da nossa história e das nossas tradições, não poderia deixar de tecer algumas considerações sobre a festa do nosso PADROEIRO.
Ressurgiu. Ressurgiu magnificamente. Há tempo desejava vê-la revigorada, sem ataduras, sem correntes, sem limitações. Incomensurável minha alegria em vê-la ataviada, de roupa nova, toda faceira. A presença dos antonenses no pátio da Matriz, crescia à medida que o dia 17 se aproximava. Foi deveras gratificante observar crianças, adolescentes e idosos indiscriminadamente se envolverem nas cerimônias religiosas e apresentações profanas. Quanto a estas os dias de melhor pique e sobretudo de melhor qualidade artística, sem considerar o dia 17, foram os dias 12 e 13. Dia 12 tivemos padre Rubens, atual pároco de São João dos Pombos que embalou os antonenses com suas meigas canções e suas singelas cirandas. O dia 13 contou com a presença de outro sacerdote, padre Damião Silva, pároco da igreja de Santo Amaro, Jaboatão. Padre Damião interpretou belas canções religiosas e foi acompanhado delirantemente pelos presentes.
Quem ou o que impulsionou os fiéis à praça, se a divulgação se restringiu, como nos anos anteriores, aos avisos lidos nas missas? Arrisco-me no meu prognóstico a afirmar e relembrar aos incautos, que Vitória de Santo Antão continua, apesar da proximidade da capital, dos modismos da internet, uma cidade interiorana; graças a Deus. E como cidade matuta sua população conserva o apego e a atração as suas tradições: festa do Padroeiro. Toda festa de Padroeiro que se preza tem pátio e procissão. Os brinquedos, modernos, coloridos e iluminados deram um tom “holiudiano” ao pátio da Matriz e foi forte chamariz. Completando minhas modestas considerações, não podemos esquecer a expectativa da população em vista da nova administração municipal. Será que o povo não foi à praça para sentir a nova administração? Se assim foi, com certeza, não se decepcionou, pois, a festa, da igreja ao pátio, foi perfeita. Simplesmente espetacular. Alegrei-me imensamente com o ressurgimento das nossas tradições e da nossa cultura. Continuamos a torcer para que o desempenho demonstrado pelos gestores, na festa do Padroeiro, estenda-se pelo carnaval e pelo São João. Deixem o povo livre, ele sabe brincar e respeitar. Basta um simples controle. Não custa lembrar que o POVO é o principal protagonista dos eventos. VIVA SANTO ANTÃO.
PEDRO FERRER
PRESIDENTE DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DA VITÓRIA DE SANTO ANTÃO.
Excelente a Festa de Santo Antão deste ano.Como sempre o novenário contou com bons pregadores e com a participação dos fieis. A novidade foi a programação cultural que foi bem diferente dos anos anteriores. Antes meio esquecida e decadente este ano deu um salto de qualidade com boas atrações(Pe Damião e Pe Rubens, por exemplo). Os organizadores da festa estão de parabéns, especialmente o Monsenhor Maurício Diniz
Parabéns pelo artigo muito bem escrito.
Como vitoriense fiquei feliz de vivenciar um momento tão festejado.
FESTA DE SANTO ANTÃO OU FESTA DOS INIMIGOS DE ANTÃO?
Querido amigo Pedro Ferrer ouso discordar de vc no quesito de a dita “festa” ter sido magnifica, pois o que há de magnifico numa festa profana?
Amigo, forçosamente, até pode ter sido, se visto unicamente pelo lado mundano, mas pelo lado espiritual, místico, o que de sagrado foi pregado?
Santo Antão é gigantesco, inclusive, os Ortodoxos chamam-no de megamartir devido a santidade de seus exemplos!
Pedro Ferrer a vida de Antão foi de extremo silencio e de profunda renuncia a vida mundana e corriqueira, já naqueles tempos, onde os padre do Deserto eram tão assistidos pela graça “não causada”; hoje, em nas nossas novenas, durante as Missas se observa o infernal barulho das palminhas, dos aplausos (que massageiam o ego de padres. Antão combateu o ego) dos abusos litúrgicos, dos péssimos sermões, que tão ruins, na verdade tornam nossa gente mais próximas do protestantismo.
Querido Ferrer Santo Antão era tido como o “martelo dos hereges”, e nos dias atuais, nos falta padres que dominem o catecismo romano, e olhe que não aludo nem ao Código de Direito Canônico, mas, apenas ao catecismo, puramente.
Se a intenção da novena é mostrar que Antão ainda caminha conosco em direção ao Céu, como exemplo a ser seguido, então os organizadores estão falhando e muito: onde se cultuou o silencio nas novenas?
O quanto de jejum foi pregado e incentivado nas novenas?
O estudo catequético/apologético foi ministrado ou ficou nos sofridos sermões onde o relativismo religioso e moral campeia?
Amigo Pedro novamente perdemos a oportunidade de falarmos sobre Jesus Cristo na vida desse grande Santo, tanto Oriental como Ocidental. Lembro a você, que, inclusive, bebida alcoólica foi vendida aos montes (e qual o pecado, deves perguntar), numa cidade onde os índices de violência são altíssimos, e onde nossos jovens são as principais vítimas de bebedeiras, é no mínimo, esdruxulo. Será que Santo Antão beberia nas praças?
Por fim, querido Pedro Ferrer, acredito que os grandes exemplos de Antão são escondidos do povão, posto que, incomoda ser santo, e exigiria uma mudança de paradigmas enorme, principalmente de leigos metidos a católicos, ou que se imaginam saber de algo. Na Novena quantos Terços ou Ofícios foram rezados nas casas?
O problema Pedro é que fizeram da data uma mera festa humana, e não uma celebração da vida de Santo Antão!
O dito lado profano da festa está cada vez mais profano, e o mais triste é que a dita “festa” profana é organizada por católicos leigos, que se dizem católicos romanos. Miserere Domini!
Deveriam todos ler isso de Antão:
“Aquele que houver negligenciado seu progresso espiritual e não houver consagrado todas as suas forças a essa obra deve saber com certeza que a vinda do Senhor será para ele o dia de sua condenação.”
Abraços querido amigo.
não vi muita coisa não.
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Fazendo um breve comentário sobre a Festa desse Magnífico Santo, Santo Antão, percebe-se que o profano, se sobressai ao religioso. Nada contra as Festas Populares, que alegram e fazem ficar mais bonitas, as Festas dos Padroeiros em várias Paróquias desse País. Mas, não devemos esquecer, que a FESTA RELIGIOSA, com sua LITURGIA, não pode ser abafada, pela festa profana.
+ Dom Adelmo L. Santos
Eparka da Igreja Ortodoxa Bizantina no Sertão Central- Ceará