A “NOVA” FESTA DE SANTO ANTÃO por Pedro Ferrer

Como presidente do Instituto Histórico e Geográfico, relicário da nossa cultura, da nossa história e das nossas tradições, não poderia deixar de tecer algumas considerações sobre a festa do nosso PADROEIRO.

Ressurgiu. Ressurgiu magnificamente. Há tempo desejava vê-la revigorada, sem ataduras, sem correntes, sem limitações. Incomensurável minha alegria em vê-la ataviada, de roupa nova, toda faceira. A presença dos antonenses no pátio da Matriz, crescia à medida que o dia 17 se aproximava. Foi deveras gratificante observar crianças, adolescentes e idosos indiscriminadamente se envolverem nas cerimônias religiosas e apresentações profanas. Quanto a estas os dias de melhor pique e sobretudo de melhor qualidade artística, sem considerar o dia 17, foram os dias 12 e 13. Dia 12 tivemos padre Rubens, atual pároco de São João dos Pombos que embalou os antonenses com suas meigas canções e suas singelas cirandas.  O dia 13 contou com a presença de outro sacerdote, padre Damião Silva, pároco da igreja de Santo Amaro, Jaboatão. Padre Damião interpretou belas canções religiosas e foi acompanhado delirantemente pelos presentes.

Quem ou o que impulsionou os fiéis à praça, se a divulgação se restringiu, como nos anos anteriores, aos avisos lidos nas missas? Arrisco-me no meu prognóstico a afirmar e relembrar aos incautos, que Vitória de Santo Antão continua, apesar da proximidade da capital, dos modismos da internet, uma cidade interiorana; graças a Deus. E como cidade matuta sua população conserva o apego e a atração as suas tradições: festa do Padroeiro. Toda festa de Padroeiro que se preza tem pátio e procissão. Os brinquedos, modernos, coloridos e iluminados deram um tom “holiudiano” ao pátio da Matriz e foi forte chamariz. Completando minhas modestas considerações, não podemos esquecer a expectativa da população em vista da nova administração municipal. Será que o povo não foi à praça para sentir a nova administração? Se assim foi, com certeza, não se decepcionou, pois, a festa, da igreja ao pátio, foi perfeita. Simplesmente espetacular. Alegrei-me imensamente com o ressurgimento das nossas tradições e da nossa cultura. Continuamos a torcer para que o desempenho demonstrado pelos gestores, na festa do Padroeiro, estenda-se pelo carnaval e pelo São João. Deixem o povo livre, ele sabe brincar e respeitar. Basta um simples controle. Não custa lembrar que o POVO é o principal protagonista dos eventos. VIVA SANTO ANTÃO.

PEDRO FERRER 
PRESIDENTE DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DA VITÓRIA DE SANTO ANTÃO. 

6 pensou em “A “NOVA” FESTA DE SANTO ANTÃO por Pedro Ferrer

  1. Excelente a Festa de Santo Antão deste ano.Como sempre o novenário contou com bons pregadores e com a participação dos fieis. A novidade foi a programação cultural que foi bem diferente dos anos anteriores. Antes meio esquecida e decadente este ano deu um salto de qualidade com boas atrações(Pe Damião e Pe Rubens, por exemplo). Os organizadores da festa estão de parabéns, especialmente o Monsenhor Maurício Diniz

  2. FESTA DE SANTO ANTÃO OU FESTA DOS INIMIGOS DE ANTÃO?
    Querido amigo Pedro Ferrer ouso discordar de vc no quesito de a dita “festa” ter sido magnifica, pois o que há de magnifico numa festa profana?
    Amigo, forçosamente, até pode ter sido, se visto unicamente pelo lado mundano, mas pelo lado espiritual, místico, o que de sagrado foi pregado?
    Santo Antão é gigantesco, inclusive, os Ortodoxos chamam-no de megamartir devido a santidade de seus exemplos!
    Pedro Ferrer a vida de Antão foi de extremo silencio e de profunda renuncia a vida mundana e corriqueira, já naqueles tempos, onde os padre do Deserto eram tão assistidos pela graça “não causada”; hoje, em nas nossas novenas, durante as Missas se observa o infernal barulho das palminhas, dos aplausos (que massageiam o ego de padres. Antão combateu o ego) dos abusos litúrgicos, dos péssimos sermões, que tão ruins, na verdade tornam nossa gente mais próximas do protestantismo.
    Querido Ferrer Santo Antão era tido como o “martelo dos hereges”, e nos dias atuais, nos falta padres que dominem o catecismo romano, e olhe que não aludo nem ao Código de Direito Canônico, mas, apenas ao catecismo, puramente.
    Se a intenção da novena é mostrar que Antão ainda caminha conosco em direção ao Céu, como exemplo a ser seguido, então os organizadores estão falhando e muito: onde se cultuou o silencio nas novenas?
    O quanto de jejum foi pregado e incentivado nas novenas?
    O estudo catequético/apologético foi ministrado ou ficou nos sofridos sermões onde o relativismo religioso e moral campeia?
    Amigo Pedro novamente perdemos a oportunidade de falarmos sobre Jesus Cristo na vida desse grande Santo, tanto Oriental como Ocidental. Lembro a você, que, inclusive, bebida alcoólica foi vendida aos montes (e qual o pecado, deves perguntar), numa cidade onde os índices de violência são altíssimos, e onde nossos jovens são as principais vítimas de bebedeiras, é no mínimo, esdruxulo. Será que Santo Antão beberia nas praças?
    Por fim, querido Pedro Ferrer, acredito que os grandes exemplos de Antão são escondidos do povão, posto que, incomoda ser santo, e exigiria uma mudança de paradigmas enorme, principalmente de leigos metidos a católicos, ou que se imaginam saber de algo. Na Novena quantos Terços ou Ofícios foram rezados nas casas?
    O problema Pedro é que fizeram da data uma mera festa humana, e não uma celebração da vida de Santo Antão!
    O dito lado profano da festa está cada vez mais profano, e o mais triste é que a dita “festa” profana é organizada por católicos leigos, que se dizem católicos romanos. Miserere Domini!
    Deveriam todos ler isso de Antão:
    “Aquele que houver negligenciado seu progresso espiritual e não houver consagrado todas as suas forças a essa obra deve saber com certeza que a vinda do Senhor será para ele o dia de sua condenação.”
    Abraços querido amigo.

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  4. Fazendo um breve comentário sobre a Festa desse Magnífico Santo, Santo Antão, percebe-se que o profano, se sobressai ao religioso. Nada contra as Festas Populares, que alegram e fazem ficar mais bonitas, as Festas dos Padroeiros em várias Paróquias desse País. Mas, não devemos esquecer, que a FESTA RELIGIOSA, com sua LITURGIA, não pode ser abafada, pela festa profana.
    + Dom Adelmo L. Santos
    Eparka da Igreja Ortodoxa Bizantina no Sertão Central- Ceará

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