Sob um conjunto de regras nunca antes vivenciadas a disputa eleitoral 2016 na nossa Vitória de Santo Antão, apesar das cinco candidaturas majoritárias postas, polarizou mais uma vez. O recadastramento biométrico, como assim ficou conhecido, de certa forma deu uma “enxugada” no sistema. O rodízio para grandes eventos políticos promovido pela justiça eleitoral, inicialmente, criou uma atmosfera propícia para o avanço de uma terceira candidatura que, por conta da ausência de uma estrutura financeira mais forte, acabou não acontecendo. Indiscutivelmente a internet ocupou um protagonismo nesse pleito e será, sem sombra de duvida, muito maior nos próximos.
Com 30.935 (40,5%) contra 30.019 (39,3%) votos, o candidato Aglailson Junior, representante do grupo vermelho, acabou levando a melhor sobre o Paulo Roberto que foi apoiado pelo atual prefeito Elias Lira. A pequena margem de diferença mostra o nível de acirramento e polarização.
Após duas derrotas consecutivas (2008 e 2012) e amargar oito anos fora do poder local o grupo do ex-prefeito José Aglailson, com a vitória nas urnas no domingo (02), reconfigura o cenário político no município. Aglaison Junior, definitivamente, assumiu a liderança do grupo vermelho. Elias Lira, que na prática já começou a transferir o seu espólio político para o filho, o deputado Joaquim Lira, em função da ação imperiosa do tempo deverá sair de cena para alça-lo (filho) à líder-mor das oposições na cidade. Já o deputado Henrique Queiroz demonstrou que mantém vivo seu feudo político na cidade e que, por enquanto, pode até não assumir a cadeira principal do Palácio Municipal, mas ninguém chegará lá sem antes combinar com ele.
Muito bem, com uma vitória por menos de mil votos o Aglailson Junior não pode pensar que ele é absoluto. Na minha modesta opinião o recém-eleito vice-prefeito, Doutor Saulo, preencheu todos os requisitos de um “vice ideal”. Com seu jeito calmo, sereno e apaziguador ele neutralizou um pouco a imagem do “cabeça da chapa”.
Mas, indiscutivelmente, o Aglailson Junior agora tem um governo para chamar de seu. Será uma tremenda besteira administrativa e erro no timing político se querer ressuscita a desgastada marca da gestão do “Governo Que Faz”. Os tempos mudaram, as demandas são outras e a nossa cidade vive e num acentuado e permanente intercâmbio com as mais variadas mudanças, desde as tecnológicas à necessária e improrrogável reorganização urbana básica, passando pela feira livre, assim como um novo olhar para o nosso Patrimônio Material e Imaterial e etc.
Do ponto de vista do relacionamento com a”nova” Câmara de Vereadores acredito que o prefeito eleito, Aglailson Junior, não terá maiores problemas, até por que, mesmo os novatos, de certa forma, em algum momento num passado político não muito distante já tiveram alguma convergência política.
É importante que o Aglailson Junior esteja ciente que mesmo obtendo cerca de trinta mil votos, praticamente dois terços do eleitorado vitoriense não hipotecaram seu voto de confiança ao seu anunciado projeto de poder. Se faz necessário, contudo, que neste momento ele “coloque os pés” nas sandálias da humildade para saber que, doravante, ele terá obrigação de ser o prefeito não só dos “vermelhinhos” e sim de todos os antonenses.
Portanto, todos os bons vitorienses, daqui pra frente, passará a cobrar dele o que a cidade precisava, precisa e irá precisar. O novo prefeito não poderá ser “mais do mesmo”, ele precisa se cercar de pessoas comprometidas com a cidade e não apenas com os que estão com “sede” de voltar para recuperar o tempo que passou fora. Nós, que fazemos o blog do Pilako, desejamos sucesso na administração e estaremos, no tempo que julgarmos certo, cobrando o que tem de ser realizado, até por que, na abertura do seu guia eleitoral, assim se dizia: “o candidato que tem palavra e competência para mudar Vitória”.
O prefeito Elias Lira preferiu “perder os anéis para não perder os dedos”. No fundo, no fundo, ele preferiu que o vencedor fosse o Aglaílson Jr.. Porque se tivesse colocado Henrique Filho ou investido mais forte em Paulo Roberto, ganharia com a mesma vantagem de 2012, mas prejudicaria seu projeto de poder com seu filho Joaquim Lira para 2020 – poderia ter rusgas com o seu braço direito ou mesmo com o grupo político de Henrique Queiroz. Essa derrota de PR pode ter sido intencional por parte de EL. Só o tempo dirá…
E assim segue a “alternância” de poder entre os mesmos (2001-2004 – vermelho, 2005-2008 – vermelho, 2009-2012- amarelo, 2013- 2016- amarelo, 2017-2020 -vermelho). Parece até combinado entre eles.
Temos que tomar uma atitude não podemos mais aceitar esse passa e repassa
Entre vermelho e amarelo famos em mudança mas não tomamos a atitude de mudar CORAGEM POVO VITORIENSE