Tocando o Gado – por João do Livramento

Untitled-3

Seria realmente um espetáculo de democracia todo o processo eleitoral realizado no Brasil, acerca de toda a tecnologia utilizada, onde é apurado o resultado do pleito em questão de horas e que vale apena salientar que esta tecnologia é genuinamente tupiniquim. Como também é louvável a dedicação dos cidadãos envolvidos no processo, tornando-o não só possível como também viável, e evidentemente a participação do povo, para quem este evento é organizado e é, o único dia em que verdadeiramente a população detém o poder em suas mãos, porém ela o tem como quem está de posse de uma arma sem a mínima perícia para usa-la.

Quando o presidente do TRE pronuncia suas palavras dizendo que “o processo eleitoral foi um sucesso”, entenda sucesso no que se refere aos trabalhos no dia da eleição, e não o processo de um modo geral, pois sabemos que na verdade o que temos é um processo eleitoreiro onde podemos identifica-lo já na dança das coligações onde o único critério obedecido é o toma lá, dá cá, para além de outras coisas garantir o maior tempo possível no guia eleitoral que deveria à bem da democracia, dispor um tempo igual para que todos os candidatos pudessem expor suas ideias e projetos.

Com a imaturidade e a ignorância do eleitor Brasileiro, fica muito fácil para a grande mídia controlar seu voto, quando a massa tem como prioridade em sua vida, o próximo capítulo da “sua novela”, o jogo do seu time de futebol ou ainda o BIG BOSTA BRAZIL (perdão), sem esquecer que temos o jornalismo da Rede Globo que se faz de paladino da justiça, mas que na verdade omite informações e às que divulga o faz de forma tendenciosa, nada de anormal, se levarmos em conta a cartilha da família Marinho, à qual teve o seu mentor Roberto Marinho muito bem comparado por Leonel Brizola quando em entrevista à BBC de Londres falou “Roberto Marino é o Stalin das comunicações, quem não concorda com ele é mandado para a Sibéria”. É por esses e tantos outros motivos que pesquisa eleitoral não deveria existir no Brasil, pois influencia diretamente no resultado das eleições.

Também temos que fazer uma leitura da real importância do voto para as cadeiras do legislativo, que é colocado em segundo plano ou muitas vezes ignorado pela maioria dos eleitores em detrimento do voto executivo. De forma que os eleitores ainda trazem em sua concepção, resquícios da monarquia para a República, esperando o grande salvador que na verdade antes e depois de ser eleito vai ter que fazer acordos escusos, nomear para cargos de diversos escalões sem critério técnico algum os indicados pelos partidos que o apoiaram. É por isso que afirmo que vivemos num regime parlamentarista disfarçado de presidencialista onde o eleitor não tem ciência de que votar com coerência para o legislativo é tão ou quiçá mais importante que o voto para o executivo. Pensem nisso!

João do Livramento.

1 pensou em “Tocando o Gado – por João do Livramento

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *