Comentários – Por Pedro Ferrer

Dentro de alguns dias o senhor Elias Alves de Lira assumirá pela quarta vez, os destinos da Prefeitura. Uma grande distinção. Maior ainda, a responsabilidade. Elias Lira tem a oportunidade de fechar este ciclo político com louvor e distinção, de entrar para a História local, como o gestor mais operoso e eficiente. Nenhum outro ficou tanto tempo à frente da administração municipal.

A cobrança é e continuará grande. Cabe lembrar a máxima cristã: “a quem muito foi dado, muito será cobrado”.

Para os eleitores independentes e esclarecidos, (muitos deles eleitores de carteirinha do atual prefeito), que tem senso crítico e que anseia por uma cidade mais humanizada, mais segura e organizada, seus três mandatos foram frustrantes. Somos conscientes que suas administrações foram intercaladas por outras, tão ou mais retrógadas que as suas, mas tal não lhe justifica a inoperância e a falta de iniciativa em vários setores.

Inegável que ele realizou obras importantes e conseguiu atrair indústrias, todavia isto some ou perde sua referência, por incrível que pareça, diante dos “pequenos problemas” que nos afligem no quotidiano. Pequenos problemas que por imperícia, ou falta de visão, ou por falta de decisão política, se agigantaram: trânsito caótico, invasões de calçadas, de terrenos e de praças, animais soltos, lixos acumulados nos bairros periféricos, ruas esburacadas, iluminações deficientes, segurança precária, feira desorganizada, falta de apoio à cultura e à tradição e mais, mais e mais. Estamos nos transformando na cidade do JÁ. Já era, já foi, já teve: o melhor carnaval do interior, única cidade com zoológico, o mais folclórico São João do Estado, a mais concorrida procissão da Sexta da Paixão, matadouro etc.

Tornou-se tradição, nos momentos de transmissão do cargo, o prefeito que assume acusar seu antecessor de má administração e de outras mazelas:  cofre limpo, saldo bancário zerado, débitos acumulados: previdência, FGTS, funcionários e fornecedores. O prefeito Elias Lira fez muitas vezes menção à “herança maldita” que havia recebido do seu antecessor neste mandato que ora se encerra.

E agora, quem ou qual será o bode expiatório? A presidente Dilma? Aí no caso será uma cabra expiatória. Ou será a redução do IPI ou do FPM?

Mãos à obra senhor Elias Alves de Lira, o eleitorado da Vitória de Santo Antão deu-lhe uma vantagem de 3 mil votos no último pleito, porque ainda faz fé na sua capacidade e experiência como gestor. Aproveite a oportunidade para passar para História como o prefeito mais operoso e dinâmico da Vitória de Santo Antão. Encerro esta crônica transcrevendo o clamor do mais novo “cidadão vitoriense”, doutor Luís Carlos Ferrer Carneiro, em discurso proferido por ocasião da outorga do título pela Câmara de Vereadores. Seu clamor é um décimo daquilo que gostaríamos de sugerir-lhe para ser analisado e decidido em conjunto com a sociedade vitoriense:

“Aproveito hoje, como cidadão “oficial”, para fazer um pedido às autoridades políticas aqui presentes: nossa cidade está um caos na urbanização e no trânsito, sobretudo em seu Centro, precisamos resgatar algo simples, que pertence “à toda população, “ruas”, e o direito básico de todo cidadão, neste caso, ” literalmente falando”, que é o direito de ir e vir. Eu sei que não é um trabalho fácil e que implica em questões sociais, mas o Pátio da Feira tem que voltar a ser um Pátio de Feira, as ruas e calçadas que sempre o rodearam têm que voltar a ser transitáveis, nem que seja mantendo os comerciantes fixos, mas apenas no centro do Pátio, reabrindo a circulação destas ruas e calçadas que o cercam, bem como os largos em volta do Mercado de Farinha, de um lado onde estão as feiras da sulanca e do “Paraguai”, e do outro lado, com circulação em pleno Pátio da Feira. Ainda sobre este magnifico prédio secular do referido Mercado, livrar as suas calçadas de construções fixas em alvenaria, também livrando a Rua André Vidal de Negreiros (mais famosa por Rua do Barateiro, ou mesmo Rua da Águia). Eu sei que não é uma tarefa fácil, mas tem que haver uma transferência dos comerciantes ali irregularmente instalados, afinal tudo aquilo é terreno público. Não adianta ficar discutindo como foi e quem permitiu o início de tudo isso, precisa haver uma ação de resgate da cidade e da cidadania..

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