Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião – por @historia_em_retalhos

O ano era 1926 e a coluna comandada pelo ex-militar Luís Carlos Prestes peregrinava pelo interior do país, buscando mobilizar a população contra o governo do então presidente Arthur Bernardes.

Naquele momento, as forças oficiais agiam de maneira muito precária, sendo o combate à coluna, todavia, uma prioridade máxima para o governo.

Paralelamente, as caatingas nordestinas eram palco da atuação feroz de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, o mais temido e violento cangaceiro da história.

Para os interesses do governo, portanto, a equação seria simples: o melhor cenário seria um conflito armado entre esses dois “causadores de problemas”, com baixas nos dois lados.

Sem publicizar as suas intenções, Bernardes acatou as ponderações do seu ministro Setembrino de Carvalho e autorizou a formação do chamado “Exército Patriótico”.

Inicialmente, financiou e armou o deputado Floro Bartolomeu, que, à frente de um efetivo de 2 mil homens, fracassou na missão.

Era a vez de Virgulino e um personagem muito importante entra em cena: o padre Cícero Romão.

Padre Cícero sabia do carisma que exercia sobre o povo, bem assim que Lampião, religioso que era, o reverenciaria.

Lado outro, o padre não era apenas um religioso, mas também um líder político.

Exercia grande influência na região do Cariri, além de ser possuidor de terras e imóveis.

Ter Lampião sob o seu controle, como forma de apaziguar os ânimos, faria crescer, ainda mais, o seu poderio político.

Foi assim que o cangaceiro atendeu ao chamado e compareceu a Juazeiro do Norte.

Ali, recebeu das mãos do religioso a patente de capitão das forças patrióticas, além de armas, munições e cem contos de réis.

Passado algum tempo, porém, as coisas mudaram.

Lampião foi percebendo a fragilidade da patente recebida, que não era respeitada pelos militares, e concluiu que fora enganado.

Sem titubear, quebrou o acordo e não devolveu nada do que recebera.

Para completar, em 1927, a Coluna Prestes dissolveu-se, adentrando em território boliviano.

Resumo da ópera: o conflito armado jamais aconteceu.

Lampião continuou a sua saga por mais 12 anos, até ser assassinado, em 1938, em Sergipe.
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