Quem informou ao prefeito que iria chover?

Diferentemente do contexto histórico em que surgiu, o encontro regional de “homens de negócio”  que ganhou fama, prestígio e tradição como  a “Primeira Feira de Agosto”, nos dias atuais, ainda se configura num dos evento mais tradicionais e antigos do nosso lugar.

Outrora,  vivenciando o ciclo da indústria da cana-de-áçucar,   o referido encontro era o prenúncio do chamado  “apontamento dos engenhos”. A “Primeira Feira de Setembro” –  menos afamada, mas não menos importante – era o arremate final dessa engrenagem regional que durante muito tempo “açucarou” o modelo social e econômico da nossa região. “Sufocado” pelos novos tempos, o evento se mantem  firme  lastreado na tradição, mesmo  em constante processo de mutação, resguardando sua essência, por assim dizer.

Pois bem, semana passada o prefeito Paulo Roberto, juntamente com sua equipe, em live, anunciou o cancelamento do secular evento (2022) alegando “chuvas”. “Só pra contrariar”, como diz a canção popular, no sábado (06), o sol apareceu com força!

Se o erário pagou pela informação meteorológica deverá o mesmo receber o dinheiro de volta e com direito – líquido e certo – à considerável indenização. Afinal, não se poder brincar com patrimônios material/imaterial  de um povo.

Com efeito, é bom que se diga que, como o próprio nome diz – “A Primeira Feira de Agosto” – o evento sempre ocorreu nessa data, com ou sem chuva.  Salvo pesquisa mais aprofundada, é possível dizer que Paulo Roberto foi o primeiro prefeito da história da nossa cidade  a suspender essa feira,  antevendo às condições meteorológicas …

 

O curioso de tudo isso é que, alheio às determinações governamentais, o povo realizou o tradicional encontro,   aliás com a participação de muitas pessoas de  fora da nossa cidade que nem haviam tomado conhecimento do  prévio “cancelamento”.

Ainda no contexto da “feira”, no que se refere às informações históricas,  postadas pela prefeitura nas suas páginas oficiais,  atinente  ao inicio do evento  – 1716 – e, consequentemente, sua edição de número 306ª gostaria de dizer que desconheço a fonte desse registro.

Aliás, quando perguntado, sou categórico em afirmar: mesmo tendo pesquisado bastante, nunca encontrei elementos que nos permita, categoricamente, cravar em que ano o evento começou. Na qualidade de pesquisador sobre a história do nosso lugar ainda não conheço essas informações e continuo buscando….

Para concluir essas linhas,  que registra uma situação atípica na chamada “linha do tempo” do nosso lugar, que em breve completará quatro séculos de história, esperamos que na próxima  “Primeira Feira de Setembro” o tradicionalíssimo evento seja efetivado,  até porque o mesmo remonta toda uma simbologia de uma época no qual, entre outras coisas,  às chuvas eram por muitos esperada como solução para quase todos os males, bem diferente  dos dias atuais em que as “águas que caem do céu”  – em grande volume – quase sempre  promovem   transtornos e mortes nas cidades, sobretudo às grandes  médias.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *