O Coronel Limoeiro – por historia_em_retalhos.

Todo mundo recorda do Coronel Limoeiro, personagem criado por Chico Anysio, que fez muito sucesso na televisão brasileira.

O que, talvez, pouca gente saiba é que, para criar o personagem, o humorista buscou inspiração em uma figura icônica do município de Limoeiro/PE, expoente do fenômeno social do coronelismo.

Estamos falando de Francisco Heráclio do Rego ou apenas do “Coronel Chico Heráclio”.

Chico Heráclio fez parte de uma geração de líderes locais que exerciam forte poder sobre as camadas menos favorecidas da sociedade, a fim de garantir votos aos seus correligionários, em troca de favores nas esferas políticas locais, estaduais e federal.

O ciclo do coronelismo foi um componente muito marcante do período da história do Brasil conhecido como República Velha, no qual as eleições eram marcadas por coação, fraudes, favores e pelo poder centralizado nas mãos das oligarquias.

Dono de 20 fazendas, no auge do seu poder, que coincidiu com o apogeu do ciclo algodoeiro em Limoeiro, Heráclio foi o chefe político de mais de 30 municípios da região.

Àquela época, o voto não era secreto e tais líderes valiam-se do chamado “voto de cabresto”.

Vaidoso e autoritário, gostava de perfume francês, de carros da moda e de um revólver Smith & Wesson pendurado na cintura.

Costumava perseguir os seus adversários com truculência, criando um clima de medo para qualquer um que ousasse enfrentar o seu poderio.

Em Limoeiro, chegou a receber a visita de Juscelino Kubistchek e, pasmem, em uma partida de futebol, determinou que o árbitro invertesse o lado de uma cobrança de pênalti a favor do seu time, o Colombo. 😱

Quando adquiriu a Fazenda Varjadas, em 1924, passou a ser conhecido, também, como o “Leão das Varjadas”.

Antes de Chico Heráclio, outros coronéis influentes também marcaram época em PE: Clementino Coelho (Petrolina), Chico Romão (Serrita), Zé Abílio (Bom Conselho) e Veremundo Soares (Salgueiro).

Heráclio é considerado o último dos coronéis.

Faleceu, aos 89 anos, em 1974.

Com a sua morte, muitos consideram que chegou ao fim o ciclo do coronelismo no Brasil.
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