A inauguração do trecho da “estrada de ferro” (como assim foi chamada) que conectou nossa cidade ao Recife, ainda na segunda metade do século XIX (1886), indiscutivelmente, configurou-se em um dos eventos mais transformadores dos quase 4 séculos de história do nosso lugar. O trem, naquele recorte temporal, era uma espécie de simbologia do próprio progresso.
Mais que as festividades do evento inaugural o referido empreendimento público produziu na sociedade antonense e para toda região, de então, e também às gerações vindoura do século XX, um conjunto de mudanças e avanços nunca antes visto. No comércio, por exemplo, com a facilitação do deslocamento de pessoas e mercadorias, em poucas décadas, nosso lugar experimentou um surto crescimento e desenvolvimento econômico vertiginoso.
Ao longo dos anos “o trem” na nossa cidade cumpriu o seu imprescindível papel. Mas devido à política nacional equivocada de priorização do sistema de transporte rodoviário em detrimento ao eficiente e barato transporte ferroviário o mesmo caiu em decadência e desgraça. Para piorar nossa situação, político locais, em comum acordo, em duas décadas, cuidaram de destruir a malha ferroviária que cruzava a cidade, dificultando assim qualquer possibilidade de reabilitação da mesma.
No seu centenário, em 1986, segundo o amigo Antonio Freitas, diretor da Agremiação Carnavalesca “ O Coelho”, a referida troça, em seu carro alegórico, produziu uma bonita homenagem a esse importante e transformador equipamento publico. Assim sendo, nesse contexto, no nosso projeto cultural e esportivo que se chama “CORRIDA COM HISTÓRIA”, registramos a passagem dos 136 anos da sua inauguração, ocorrida exatamente em 09 de janeiro de 1886.