Não sei se por uma sensibilidade singular, capacidade aguçada da chamada macro observação ou mesmo por uma coincidência astrológica, ao colocar os pés na rua no primeiro dia do ano, exatamente às 5:04h, no sentido da minha primeira corrida do ano de 2022, dei de cara com uma pessoa juntando recipientes plásticos de bebida nas portas alheias que, ao que tudo indicava, seriam usados para angariar algum tipo de recurso financeiro. Antecipadamente, subscrevo que toda atividade laboral honesta é digna. Ninguém é melhor ou pior por desempenhar essa ou aquela função.
Por uma questão própria e particular, para preservar a vítima dessa história não irei declinar o nome do político opressor muito menos detalhes dos fatos para que não cause algum tipo de embaraço para o “catador” de plástico de uma madrugada de réveillon.
Pois bem, esse cidadão – “catador” de plástico de uma madrugada de réveillon – vivia da sua atividade comercial. Lembro bem. Pobre, mas andando com as suas próprias pernas, como se diz no jargão popular. “Torcedor” apaixonado de uma “cor” política local, em determinada eleição municipal, o seu “time” acabou derrotado nas urnas.
A outra cor, vencedora do pleito, resolveu vingar-se. Vale salientar que se o dito cujo fosse um “torcedor político” com algum tipo de lastro financeiro ou social, ou mesmo com reconhecida capacidade de reação certamente a “cor” vencedora usaria sua “caneta cheia de tinta” para assedia-lo ou mesmo “chegar junto” com os benéficos que só os doces ventos do poder podem produzir.
Ainda no contexto da força maligna da “cor” vencedora, esse tal “catador” de plástico de uma madrugada de réveillon, por mim testemunhado, o referido castigo imposto configurou-se numa espécie de exemplo para que todos comuns, iguais a ele, não “se atrevam a se manifestarem mais do que devem em campanhas políticas”.
Em ato continuo ao meu testemunho, sem que o “oprimido” tenha notado, fiz o devido registro fotográfico justamente motivado pela força da minha indignação e revolta espontânea, momentânea, por assim dizer, na intenção de fazer chegar, logo bem cedeinho, naquele mesmo dia do feriado da Paz e Confraternização Universal, antes do café da manhã, ao celular do “chefe” da cor opressora – o tal mandante do crime que se utilizou covardemente das forças oficial municipal.
Depois pensei comigo mesmo…. Não tenho o direito de expor esse rapaz, o tal – “catador” de plástico de uma madrugada de réveillon. Outra coisa: quem poderia me garantir que a minha mensagem (com foto) não fosse capaz de produzir um efeito contrário ao que causou em mim, ou seja: algum tipo de satisfação ao referido político, até porque sua demoníaca ação, convenhamos, logrou êxito nos três tempos: curto, médio e longo prazo. Última forma! Segue o baile. O juízo final está próximo.