História Viva: “BENÇÃO DAS IMAGENS” – por Pedro Ferrer.

No dia 3 de agosto do corrente ano, a Matriz de Santo Antão festejou NOSSA SENHORA DA VITÓRIA. A data e a SANTA são motivos referentes à vitória dos luso-brasileiros contra os flamengos. Muitos fieis presentes, inclusive piedosos políticos, que contritos suplicavam a proteção divina. É o segundo ano em que se festeja, de maneira particular, a Mãe de Jesus. Padre Maurício Diniz tomou esta iniciativa com o intuito de cravar nos antonenses esta devoção à MARIA. Torçamos para que haja continuidade. Monsenhor Maurício sairá de Santo Antão com uma bela página escrita de fé e piedosa devoção. Os fiéis e o sucessor do vigário tem uma grande responsabilidade: manter viva a prática tão carinhosamente resgatada pelo Monsenhor. Os gestores municipais falam em incorporar a prática ao calendário religioso-profano do município.

Dando uma busca nos antigos alfarrábios do Instituto encontrei uma matéria que trata da benção das imagens de Nossa Senhora da Vitória e de Santo Antão.

“No dia 25 do corrente (maio de 1880; observe que a cerimônia ocorreu um mês antes da Hecatombe), às 3 e meia da tarde, na Igreja do Livramento, reunidas cerca de mil pessoas, tocando a banda de música, com a assistência de quatro padres, realizou-se a benção das imagens do padroeiro Santo Antão e da Excelsa Senhora da Vitória. Precedeu às cerimônias da benção um discurso análogo proferido pelo padre Galdino Soares Pimentel, que desenvolveu com eloquência o que é a religião, qual os proveitos que dela auferimos e rapidamente descreveu a vida dos santos que motivaram a festa. Sua Reverendíssima portou-se na tribuna como verdadeiro sacerdote, despido do fanatismo jesuístico. Terminou declarando que as imagens, durante oito dias, ficariam em exposição e que os fiéis deviam concorrer conforme pudessem, com um óbulo que seria aplicado à continuação das obras da Matriz. Terminaram as manifestações religiosa e popular às cinco e meia da tarde. Muitos dos senhores paraninfos deram logo suas espórtulas cuja relação damos hoje princípio a publicar”. (Periódico “A Convicção” – 29 de maio de 1880).

Padre Marcolino que tomou a frente da construção da Matriz reabriu suas portas ao culto no dia 29 de junho de 1881. As imagens foram conduzidas para a Matriz debaixo de grande manifestação religiosa. Uma multidão de devotos lotou o pátio da Matriz. A procissão, debaixo de chuva, aconteceu às 5 horas da tarde conduzindo as imagens do Livramento para a Matriz de Santo Antão. “Ao chegarem as imagens à nova Matriz, o templo regurgitava de povo, muito satisfeito por um acontecimento tão faustoso”.

Professor Pedro Ferrer – presidente do IHGVSA

 

1 pensou em “História Viva: “BENÇÃO DAS IMAGENS” – por Pedro Ferrer.

  1. Amigo Pilako festejar a Mãe de Deus (cronologicamente o primeiro dos quatro dogmas marianos é o da maternidade divina de Maria. Desse dogma provêm o sentido dos outros. A proclamação pública desta verdade de fé presente na vida eclesial já muito antes das controvérsias teológicas sobre o tema se deu no Concílio de Éfeso, no ano 431, Maria recebeu o nome de “Theotókos”, palavra grega que diz exatamente “Mãe de Deus”.) sob o título de Nossa Senhora da Vitoria é alvissareiro, pois os latinos já diziam que “de Maria nunquam satis” de Maria nunca se fala demais ou todo titulo pra Maria é pouco.
    “A respeito de Maria jamais se dirá o bastante”, já dizia São Bernardo de Claraval.
    A vitória contra os holandeses e outros que lá guerreavam tem todo um elemento religioso onde os católicos clamavam à Santíssima Trindade por Maria a tão almejada vitória.
    Mas, para além desta importante vitória das armas de “Portugal contra as de Holanda” temos que com Maria Santíssima a maior vitória que temos a comemorar a da Luz sobre as trevas do pecado.
    Padre Mauricio está de parabéns em fomentar na alma dos vitorienses o culto à Vitoria por intercessão que é vitoriosa pelo seu Sim a Deus!

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