Covid-19, odaliscas e Maomé – por Pedro Ferrer.

Quem em criança, passando pela adolescência, na idade adulta e até mesmo na decrepitude não sonhou com as belas mulheres árabes confinadas e isoladas nos misteriosos haréns, afogadas em véus, lenços e joias, balançando sensualmente os quadris ou contraindo o cobiçado baixo ventre? Fui um apaixonado pelas mulheres árabes. Nunca as tive aos meus braços; lamentável, profundamente lamentável.

Visitei dois países árabes: Egito e Marrocos; no primeiro passei 15 dias, no último, dez. De quebra, caminhei por duas vezes em Istambul na Turquia, que na origem e na essência não é um país árabe. Parece-me ser a religião o único elo entre árabes e turcos.

Na fascinante Istambul, o palácio Topkapy, construído por Maomé II, é uma majestosa construção. Durante séculos o palácio serviu de residência aos soberanos otomanos. Um setor do palácio bastante visitado, pelo seu histórico e por sua aura sensual, é o harém. Para mim, foi decepcionante. Como lindas mulheres, centenas, eram confinadas em pequenos cubículos com escassa luminosidade e precária ventilação? Uma barbárie tratar as belas e sedutoras concubinas e odaliscas com tamanho descaso.

Mas, o que tem harém, odaliscas, concubinas, a ver com COVID 19?

Vamos lá. Diz o popular: “se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé”. Torcendo o provérbio, Maomé não veio; nós não fomos, todavia as seduções vieram. Pegaram carona no COVID 19. Num piscar adotamos costumes islâmicos: isolamento e confinamento e uso de véus ou lenços sobre a face.

O sonho de visitar um país árabe concretizou-se no dia a dia. Os véus e lenços árabes desembarcaram com força entre nós. É credo, é cultura, é costume, as mulheres árabes usarem véus cobrindo o rosto. O vírus obrigou nossas mulheres a usarem um véu modelito máscara.

Variados são os lenços e véus que encobrem as árabes, cujos modelos, alguns extravagantes, variam de região para região, de tribo para tribo: hijab, niqab, burka, chador etc. Todos significam proteção, seja apenas ao rosto ou ao corpo por completo: “cobertura ou roupa que tapa”. O hijab e o niqab que cobrem a cabeça e o rosto, deixando uma abertura diante dos olhos seriam os que mais se aproximam das nossas máscaras. Achando pouco obrigou nossos marmanjos a usarem o véu modelito máscara.

Sentado na varanda da minha casa, na rua Imperial ou na praça Diogo Braga, vejo transitar centenas de mulheres por dia, um incansável vai e vem. Mulheres que poderiam ser minhas odaliscas. Pena que não as sejam. Na Diogo Braga, local de embarque e desembarque das lotações que seguem para o Outeiro, o tumulto é maior. Carrego e descarrego de passageiros. Mulheres e homens, carregam máscaras na fuça. Tudo, por causa de um “virusinho” de nada. Mudança de hábitos. Maomé, de sacanagem, em segredo com o vírus, empurrou-nos outros hábitos. Não apenas o hijab ou niqab ou máscara. De todos, os mais satânicos e mais graves, foram o isolamento e o confinamento. De resto brecou nossa economia.

Prof. Pedro Ferrer – presidente do Instituto Histórico e Geográfico da Vitória. 

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