Moisés Nascimento: folião com origem nos “bois” do nosso carnaval…..

Por ocasião de uma das nossas  LIVE(s)  – dentro do Projeto Carnaval na Live – em que realçamos o movimento brincante  dos “bois” na nossa cidade, recentemente,  recebemos uma significativa contribuição do nosso amigo Moisés Nascimento, no que se refere ao contexto histórico do surgimento dessas agremiações.

Sobre o “Boi Ventania”, através do whatsapp disse-me ele:

“Boa noite,  amigo Pilako. Assistir ao replay da live de hoje. No entanto quero lhe dizer que o “Boi Ventania”  teve origem no bairro de  Dr. Alvinho, aos redores de onde nasci.  O criador foi um senhor com o nome era Luiz Pezão.  Aliás, foi ele quem inventou  e também  tocava aquela super corneta. Acredito que este glorioso clube,  o qual me alegrava muito quando criança em suas apresentações em festas no bairro do Maranhão, com a apresentação de cavalo marinho, tenha aí seus sessenta e pouco anos ou mesmo  setenta”. Completou: “esse tal Luiz Pezão, já falecido, era irmão de um primo meu”.

Sobre o “Boi Pernambucano” o amigo Moisés, além de informações importantes, relembrou também algumas “lôas” – algo próprio das brincadeiras desse gênero:

“Já o com relação ao “Boi Pernambucano”,  que teve origem no bairro do Dique,  o  criador,   lembro vagamente porque sua família fora para  São Paulo,  quando eu ainda criança,   era um cidadão chamado  de “Seu” Condena”.

Acrescentando: “Ainda lembro de algumas “lôas” do Boi Pernambucano. Isso eu tinha meus quatro anos”

“Lá  vem dois leiteiros na proa, na frente do pernambucano só escapa quem avoa”

Lôa  do Boi Ventania:

“Lá vem Mateus  com um Rosário e dois “canção”  na gaiola, um na parte de dentro e outro na parte de fora e que o Diabo é nove que dez não ganha bate na jaca do “Vei Medonha”, cabelo pixaim de estopa,  teu pai na carreira e tua mãe na espora”

Concluindo as informações sobre alguns dos nossos “Bois”, o amigo Moisés fez uma revelação pessoas. Disse ele:

“Eu tinha uns quatro anos  e fui fazer um teste como  “caboclo no ventania”  dentre todos  os  meninos, só eu fui aprovado. Mas minha mãe,  evangélica,  não deixou-me participar”.

Eis aí, portanto, alguns registros importantes sobre a nossa história carnavalesca, em particular sobre os bois locais.  A dimensão de um  trabalho de registro, algo tão minucioso e desgastante, em geral, só ganha o  devido reconhecimento com passar dos anos e décadas. Tudo é história. Registrar é preciso…….

Obrigado ao amigo Moisés José do Nascimento.

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